Nota prévia: O texto seguinte é um pasticho ou, para se entender melhor, uma deliberada imitação da carta aberta do Comendador Marques de Correia, na Revista Única - Expresso, de 30/10/10, com a devida vénia e os nossos agradecimentos. Os nomes foram todos alterados e são da exclusiva responsabilidade de Tomar a dianteira.
O que consta aí por todos os lados é que estes políticos não prestam, não valem nada. Que é preciso mudá-los quanto antes. Pois bem, não há nada contra, desde que cada um dos eleitores tenha a noção da primeira lei de Lavoisier -na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Por isso, temos o dever cívico de tudo reciclar, de forma a nada perder e tudo transformar, mesmo o que parece já não ter préstimo, noutros objectos com valor para a nossas vidas. Longe vão os tempos do desperdício, em que nos podíamos dar ao luxo de maltratar o planeta em que vivemos. Agora sabemos que tudo deve ser separado e reciclado, antes de deitarmos para o lixo -ou, se preferirem, para reciclagem. Só os autarcas nabantinos é que ainda tiveram este ano a coragem de organizar e pagar um passeio-comezaina-tintol para centenas de eleitores séniores, transportado em 17 autocarros...no Dia Europeu sem Carros. Era preciso ter lata, e tiveram-na.
Após esta espécie de longo parêntesis, volvemos ao princípio da narrativa. O que consta por aí é que estes políticos não prestam, que têm de ser reciclados. E nós respondemos: pois bem, mas em que ecoponto deitaremos cada um? Pois é essa a questão que hoje vamos, convosco, tentar resolver.
Comecemos pelos mais antigos, as chamadas tartarugas política locais: Miguel Relvas, Pedro Marques e Carlos Carrão. Já frequentam os Paços do Concelho há tantos anos que se calhar o melhor seria podermos continuar a beneficir da sua reconhecida experiência. Mas se entendem que é melhor reciclá-los, deixem-nos dizer-vos que são claramente seres macrocelulares e orgânicos. Parece-nos, igualmente, que têm qualquer coisa de polimérico (de homérico, de certeza que não) e de sintético. O que faz deles plásticos. E, sendo plásticos, estão claramente destinados ao ecoponto amarelo. Portanto, não se esqueçam, por favor - Miguel Relvas, Carlos Carrão e Pedro Marques, contentor amarelo. Se assim o entenderem, já se vê.
Corvêlo, Rosário, Vitorino e Graça Costa, já foram reciclados pelo menos uma vez. Uns da esquerda para a direita, outros no sentido inverso. Apesar disso, ainda têm alguma utilidade. Por exemplo para garantir a maioria ao PSD, ou para fingir que há oposição. No entanto, se a vossa intenção é substituí-los por alguém que tenha mais mundo e seja susceptível de inaugurar outra política mais promissora, não devem ter qualquer dúvida sobre o local onde colocá-los. Concordarão decerto que cada um deles tem uma capa externa, que protege o respectivo miolo. Mas por detrás do miolo, como se tem visto, há ainda uma capa interna, que é aquilo que os protege de serem desmiolados. Por conseguinte, perante tal quadro, não há qualquer dúvida científica de que estes nossos queridos autarcas são cartão e, caso devam ser deitados fora, o seu destino é o recipiente azul. Agora vejam se não se enganam. Relvas, Carrão e Marques no amarelo; Corvêlo, Rosário, Vitorino e Graça no azul!
Resta saber o que fazer a Luís Ferreira. À primeira vista, ainda tem bastante energia para continuar a funcionar, ainda que mal, por mais uns tempos (tal como acontece com o seu secretário-geral). É essa energia, aliás, que deveremos ter em conta, no caso de nos querermos ver livres dele e reciclá-lo. Do ponto de vista analítico-científico, não restam dúvidas de que se trata de um gerador de reacções espontâneas, quer o consideremos como galvânico, ou como voltaico. Não temos a certeza, apesar do já conhecido, que Ferreira seja do tipo primário (não recarregável), ou secundário (recarregável), mas parece-nos que, caso não sejam tomadas as devidas precauções e venha a ser descartado sem os devidos cuidados, se poderá tornar bastante pernicioso para o ambiente. Eis porque, caso queiram deitar fora o vereador das farturas, o devem fazer, com todos os devidos cuidados, num pilhão devidamente autorizado pela ASAE.
E aqui tendes, para jamais vos esquecerdes: Relvas, Carrão e Marques no amarelo; Corvêlo, Rosário, Vitorino e Graça no azul; e Ferreira no pilhão, porque nunca fiando. Perguntais: e os outros? Os outros é onde quiserdes. Não têm reciclagem possível.
Comendador Malaquias Cachorro, Conde de Bota Abaixo