terça-feira, 26 de outubro de 2010

ENDIVIDADOS ATÉ ÀS ORELHAS

Vimos no post anterior o que vamos ter nos próximos cinco anos -crescimento anémico, próximo do zero, na melhor da hipóteses, ou até recessão,  desemprego na casa dos 10% em termos gerais, de mais de 20% entre os jovens, falências e mais medidas de austeridade, provavelmente já em 2011. Vejamos agora o que disse aos seus leitores o catalão Francesc Relea, amigo e profundo conhecedor de Portugal, correspondente em Lisboa do conceituado periódico espanhol de referência EL PAÍS.

"O endividamento é uma doença endémica em Portugal, afectando não só os depauperados cofres públicos, como também uma grande parte das famílias. Cerca de 630.000 titulares de créditos bancários, 13,7% de um total de 4, 6 milhões, estão já em incumprimento, segundo os dados mais recentes difundidos pelo Banco de Portugal.
A maior parte destas dívidas pertencem ao segmento de crédito ao consumo, mas incluem igualmente créditos hipotecários (habitação) e outros empréstimos a particulares. Globalmente, os portugueses devem 155.000 milhões de euros aos bancos.
Dívida, crescimento raquítico e falta de competitividade, são as três maleitas de que padece a economia portuguesa. O problema reside no facto de as perspectivas não convidarem de modo nenhum ao optimismo. De acordo com as mais recentes projecções do Fundo Monetário Internacional - FMI, Portugal vai manter-se no "carro-vassoura" das economias do planeta durante os próximos cinco anos. Traduzindo em números, isso significa um Produto Interno Bruto - PIB a crescer em média 0,9% ao ano, uma percentagem apenas superada negativamente pela Venezuela (0,7%) e pela Grécia (0,2%).
Com semelhante desempenho, o desemprego vai manter-se elevado, à volta de 10,8% em 2015, segundo o FMI. Entre 2000 e 2009, a economia portuguesa cresceu a um ritmo anual de 0,9%, o nono índice mais baixo em todo o Mundo.
E é de toda a prudência ter em conta que os dados do FMI ainda não englobam as consequências eventuais das mais recentes e gravosas medidas de austeridade."

Para terminar com uma nota de optimismo, após esta resenha digna de um velório, registamos um pequeno excerto das recentes declarações do professor Stéphane Garelli, um suiço especialista em Economia Internacional e Competitividade das Nações, docente na IMD International Business School de Lausanne e director do Fórum Mundial de Davos.

"É uma situação difícil que vivemos desde a segunda guerra mundial, mas reagir só com pessimismo não é a melhor opção.. Os problemas estão aí e têm de ser resolvidos. Penso que na Europa temos bons argumentos para podermos ser bem sucedidos. ... ... ...
Acho que Portugal tem estado a perder a oportunidade de usar mais adequadamente as suas ligações históricas com a África e a América Latina, para desenvolver as suas exportações. Julgo ser absolutamente imprescindível. É bom ter negócios com o resto da Europa, mas agora o crescimento vem de outras regiões. ... ... ...
Vocês têm excelentes contactos, boas empresas, bons bancos, boas companhias de telecomunicações, por exemplo. Por isso, penso que há algumas ligações naturais que deveriam ser melhor exploradas. Vale mais exportar para países que crescem 10% ao ano, do que para outros que se ficam pelos 2%. ... ... ... É IMPORTANTE TER UMA ESTRATÉGIA. TÊM DE DEFINIR PARA ONDE DESEJAM IR E ENCONTRAR/ESCOLHER ALGO EM QUE POSSAM SER BONS, QUE TENHA A VER CONVOSCO, COM AQUILO QUE VOCÊS PODEM FAZER MELHOR DO QUE NINGUÉM."


(Maiúsculas finais a negrito da responsabilidade de Tomar a dianteira, por nos parecer que o autor se está a dirigir particularmente aos tomarenses...)

8 comentários:

Anónimo disse...

O vereador ferreira, agora que deve estar a negociar a remodelação de pelouros, vem no seu blogue fazer uma análise sobre a situação dos juros a suportar por Portugal, neste e no próximo ano.

Que dirá ele da capacidade da autarquia pagar os 31 milhões de euros de divida, que esta tem?
Ou justificar como pode manter, muito mais tempo, despesa com pessoal de quase 9 milhões ao ano?
Ou ainda manter tantos funcionarios afectos a serviços menores e faltarem para analisar projectos e a desenvolveram trabalho de planeamento e financiamento externo?

Como acha ele que o Municipio é viável?

Presidente. Se por acaso, mero acaso, lhe lerem ou imprimirem isto para lhe levar, aproveite e entregue ao Ferreira o pelouro das finanças. Lá ele vai perceber e melhor atuar, em relação à crise que por aí grassa.

Anónimo disse...

Leiam os últimos posts no site do labrosta.

Que "brilhante" dissertação sobre a dívida externa e os consequentes juros a pagar...

Até parece que os juros são algo de mítico,que a sua subida vertiginosa não acontece porque não há impostos ou dinheiro que vedem as necessidades financeiras resultantes da gigantesca manjedoura a que milhares de labrostas estão sentados.

Enquanto o dinheiro dos nossos impostos for gasto a alimentar labrostas (em singular e/ou em parelha),a pagar reformas milionárias às várias classes de sanguesugas,a permitir a acumulação de obscenidades dessas provenientes de vários tachos,a pagar a milhares de militares improdutivos,a manter mordomias a juízes calões e de casta,etc.,etc.,PORTUGAL NÃO É VIÁVEL!!!

É parasitagem a mais para um país tão pequeno e sem recursos bastantes!

Chegará a hora em que o Povo há-de acordar exausto e porá fim a este estado de coisas.

Como diz,sábiamente,o ditado :

"Não há mal que sempre dure(para o Povo),nem bem que nunca acabe(para os da gamela extorquidora).

E,quer queiram,quer não,vai continuar a ser assim!

Esperem-lhe pela PORRADA!!!

Anónimo disse...

NÃO DESANIMEM QUE AINDA É CEDO, PORQUE ISTO VAI PARA PIOR.

1 - Diário de Notícias de hoje:
"Empresas públicas das águas gastam 70 mil euros por ajuste directo em cabazes de Natal... Empresas revelam que produtos foram oferecidos aos colaboradores. Todas compraram cabazes ao mesmo fornecedor".

2 - ENDIVIDAMENTO
Durante o Governo da AD, primeiro com Sá Carneiro e depois com Balsemão, o Governo serviu-se das Empresas Públicas para conseguir moeda estrangeira através do endividamento das Empresas Públicas no estrangeiro. O Ministro das Finanças de então, Cavaco Silva discordou e pediu a demissão por três vezes (ver livro de Memórias, salvo erro 1º volume, página 33). Na altura eu era Director de Gestão Cambial de uma Empresa Pública, pelo que acompanhei o processo. A propósito do último Orçamento Cambial que fiz, nas vésperas de saír, recebi um telefonema do Ministro da tutela, Cavaco Silva, a pedir esclarecimeto sobre algumas coisas surpreendentes.
Aquela política de endividamento através das Empresas Públicas foi um dos factores que levou à crise de 1982 a 1986. Os portugueses não aprenderam, como na altura previ.
Na minha última Nota do Dia na Hertz falei das Pensões de Reforma como dívida encoberta, e de como os Governos em todo o Mundo fazem por desvalorizar os valores daquelas Pensões, dívida que els têm de cumprir.
Esse assunto começa a ser falado em todo o mundo, e aponta-se para o facto de os Bancos centrais estarem a gerar inflação, o que reduzirá a spensões de reforma a pó.
Não foi por acaso que os reformados na Grécia começaram a partecipar em manifestações.
Os reformados vão pagar a crise.

3 - SALVADORES
Marcelo Rebelo de Sousa a propósito das negociações sobre o Orçamento de Estado:"Os novihos têm de ir buscar os velhinhos para resolver as coisas"
Os novinhos servem para o folclore e para convencer o povo. Para as coisas sérias há que chamar os homens.

4 - AUTOEUROPA
O líder da Comissão de Trabalhadores na Autoeuropa afirmou ontem na Comunicação Social que o ciclo daquela empresa não estava ligado a Portugal mas sim aos estrangeiro, porque 99% da produção era para exportar.
Empresas deste tipo, como as multinacionais, têm um problema em Portugal: os políticos e a população não estão preparados para entenderem o nível daquelas empresas, que actuam num Universo que não é o da miséria portuguesa. Neste quadro, a mentalidade dominante em Tomar é factor que afuguenta qualquer empresa de vanguarda. Para Tomar e Portugal só empresas até dez trabalhadores, como disse um novinho hoje influente no PSD; e dez já é muito.
A Autoeuropa tem perto de 3500 trabalhadores, o que seria rejeitado em Tomar.
SÉRGIO MARTINS

Anónimo disse...

Diz alguém que neste blog não se fala dos problemas dos jovens.
A questão do endividamento vai afectar mais os jovens do que todos os outros.
Portugal caíu na armadilha da dívida e não sairá dela tão depressa. Vão ser décadas de depressão, económica, psicológica, moral e colectiva, o que corresponde ao sonho português.
A ajudar a esta situação temos o endividamento das autarquias, e a sua ausência de cooperação com políticas económicas que favoreçam a procura de investimento, de aumento de produto e rendimento nacional, e de combate ao desemprego.
As contas apresentadas pelo vereador Luís ferreira, que devem ter sido cedidas pelo Partido, são importantes, bem como a sua afirmação de que iremos ter mais uma década de sofrimento. Daniel Bessa vai mais longe e fala de muitos anos. Só que...
Só que, como lembrou há dias um economista português a dar aulas nos EUA, nenhum povo aguenta 15 anos sem crescer económicmente, o que levará ao rebentar do sistema e ao aprofundamento da miséria.
Enquanto isso a Alemanha cresce, o que fará os juros crescer na Europa bem como a inflação. O que gerará maior taxa de sofrimento para os portugueses.
Por tudo isso os portugueses devem endividar-se mais, realizar campeonatos mundiais de futebol (2018 ou 2022), e todos os disparates à portuguesa.
Quanto aos jovens, como já o disse, virão a ser desempregados de luxo, o que não é para todos.
SÉRGIO MARTINS

Anónimo disse...

Gabinete de Comunicação, Relações Públicas e Protocolo
Câmara Municipal de Tomar
Praça da República
2300-550 Tomar
Tel. 249 329 877/8
comunicacao@cm-tomar.pt

No próximo fim-de-semana

Tomar vai estar presente na 13ª Expogalaecia



O Município de Tomar, representado pelos Serviços Municipais de Turismo, vai participar na EXPOGALAECIA - Salão Internacional de Turismo, Gastronomia e Artesanato da Galícia, que irá decorrer de 29 de Outubro a 1 de Novembro de 2010 Trata-se da feira anual de Turismo de Vigo, uma exposição da oferta turística e gastronómica espanhola e Internacional (destacando Portugal) para o público em geral, contando com mais de 20.000 visitantes.



A nossa participação tem como objectivo a promoção do património histórico/cultural e divulgação de eventos, produtos e espaços naturais do concelho, de forma a atingir e influenciar um público diversificado nacional e internacional. Esta participação dará especial ênfase à próxima Festa dos Tabuleiros em 2011, bem como à promoção de contactos com operadores para incluírem Tomar nos seus pacotes turísticos.



É uma parceria com as Juntas de Freguesia do concelho, a Comissão da Festa dos Tabuleiros e os produtores de vinho do concelho. O dia 31de Outubro, domingo, será dedicado a Portugal e estão programadas algumas actividades de animação na feira. Uma delas consistirá num desfile com 14 Tabuleiros e um grupo de gaiteiros, representativo da Festa e tradição do nosso concelho. Iremos também contar com a actuação dos Drama & Beiço que irão representar a diversidade cultural existente na região. Serão distribuídas algumas ofertas alusivas à nossa festa, novos posters do núcleo histórico e do Convento de Cristo. Será ainda distribuído o novo folheto de divulgação de “Tomar Cidade Templária”, em três línguas, com um padrão de qualidade gráfica e de imagem superior. Durante as actividades de animação irá decorrer uma Prova de Vinhos dos produtores de Tomar



O Município far-se-á representar condignamente em feiras e outros eventos ligados ao sector do Turismo com um stand adequado para o efeito, onde se pretende transmitir uma imagem de modernidade e profissionalismo aliada à tradição e história do nosso concelho.

Anónimo disse...

Caríssimo Senhor Professor Doutor Reformado António Rebelo,

Antes de mais quero agradecer-lhe profundamente pela "castanhada" que julga que me deu. Fico realmente satisfeito por ter tempo de antena. Ajuda a saborear melhor as castanhas !

Como sou um bom cidadão, vou responder-lhe às perguntas que me fez.

Sim, seria capaz de lhe dizer exactamente o que penso de si, na sua cara, pura e frontalmente. Acho-o arrogante, pensa que sabe mais do que os outros e passa muitas vezes a ideia de que os tomarenses são burros e estúpidos, e que o senhor é que é bom.

Apesar disso, reconheço que venho ao seu blog porque é aqui que encontro mais informação sobre o que vem sendo feito em Tomar, visto que muitas vezes estou ausente. E venho cá apenas por isso, não para ler as suas repetitivas críticas ao que se faz ou deixa de fazer.

Atenciosamente,

Carlos Pinheiro.

(castanha quente).

Anónimo disse...

Caro cidadão Carlos Pinheiro:

Como teve a hombridade de se identificar e manter o que disse "de cara destapada", subiu muito na minha consideração e estima.
Se me permite a franqueza, eu não julgo. Limito-me a constatar e a agir em consequência. Entendo perfeitamente que o meu feito não lhe agrade, mas que hei-de fazer? Mudar de feitio nesta altura da minha vida?
Quanto às ideias que transmito ou não, como decerto sabe, não cabe ao autor mas ao leitor interpretar aquilo que lê e assumir essa interpretação. Como confessa que nem sempre cá está, percebo o seu desfasamento em relação à realidade nabantina.
Desejo-lhe as maiores venturas.

Cordialmente, A.R.

Anónimo disse...

Bela castanhada...aguenta Rebelo!!!