domingo, 17 de outubro de 2010

SEMPRE A MESMA ACTUAÇÃO POLÍTICA MEDÍOCRE E RASCA




Rotunda, Pelourinho e Mata. Três obras, três exemplos flagrantes e indesmentíveis de actuação política medíocre e rasca. Para que não haja dúvidas: medíocre = fraca, insuficiente, débil; rasca = reles, ordinária, lamentável, desprezivel, intolerável... Vejamos, de forma detalhada.
Deu muito que falar o famigerado paredão-mijatório da Rotunda, cuja paternidade ninguém assumiu até hoje, pelo que a respectiva utilidade prática também continua por explicar. Chegou-se até ao cúmulo do caricato. Os sete membros da autarquia a debaterem durante mais de duas horas o assunto, sem chegarem a qualquer conclusão. Tanto assim, que acabaram por encontrar uma escapatória, do tipo desculpa de mau pagador: mandar vir os arquitectos autores do projecto para explicarem o trambolho.
Se vieram -e parece que vieram mesmo- o que terão dito ficou no segredo dos deuses eleitos que estão convencidos de que nos governam, quando afinal... De qualquer modo, é agora óbvio que sempre se tratou de facultar aos cidadãos a menor informação possível, dentro daquele espírito segundo o qual "quanto menos o povo souber melhor; menos nos chateia". Já o primeiro imperador do Brasil, o nosso D. Pedro IV, escreveu um dia ao seu ministro Bonifácio da Silva "faça como entender, pois você sabe bem como enganar o povo." Assim estamos ainda por estas bandas, quase duzentos anos volvidos.
Como claramente mostra a fotografia, o paredão sempre esteve no projecto, como sequência do outro do lado oposto, e daquele ridículo varandim, também filho do outro do lado sul, e tão inútil como ele. O que demonstra, de forma insofismável, que os membros de executivo aprovaram aquele projecto sem saberem realmente o que estavam a aprovar, como acabou por se vir a constatar.
O mesmo aconteceu com as obras do Largo do Pelourinho. Foram iniciadas sem qualquer projecto digno desse nome, por administarção directa e a cargo dos SMAS. A dada altura, por razões que continuam no segredo dos deuses acima referidos, foram interrompidas, sem quaisquer explicações aos moradores. Seguiu-se um pousio de mais de três anos, com muita lama, muito pó, muito buraco e muitas reclamações dos moradores da zona. A todos se foi então dizendo sucessivamente, para os calar, que o projecto ainda não estava pronto, que se estava à espera da candidatura a fundos de Bruxelas, que o arquitecto ainda não entregara o projecto de arranjo urbanístico. E até, pasme-se, que como havia obras particulares no largo, tinha de se aguardar que estivessem concluídas (como de resto veio a acontecer), para então recomeçar os trabalhos. Que teriam as ditas obras a ver com o arranjo do largo, é coisa que ficou por explicar, bem entendido.
Afinal de contas, recomeçadas a obras com evidente falta de preparação prévia, pois houve de tudo, desde carros estacionados a atrapalhar, porque ninguém avisara antes os proprietários, até calceteiros sentados horas e horas, por falta de pedra e de serrisca, percebe-se claramente que continua a não haver qualquer projecto. De arranjo urbanístico, ou do que quer que seja. Concluindo -Também no caso do Largo do Pelourinho, os membros do executivo deliberaram mandaram começar a obra, interromper os trabalhos e recomeçar os ditos, sem saberem realmente o que estavam a fazer.
Finalmente a Mata. De uma inicial parceria a três ICN-IGESPAR-Município de Tomar, para reabilitação da Mata e da envolvente ao Convento de Cristo, a Câmara acabou por ficar isolada e na situação caricata, onerosa e lamentável, de andar a fazer filhos em mulher alheia. Estamos a falar do praticamente inútil caminho pedonal cidade-castelo; do ridículo arranjo da casa do guarda, visando transformá-la em museu; e das obras na Cerrada dos Cães e arredores, pagas pelo município, mas que só interessam ao IGESPAR. E às construtoras que as fazem, bem entendido, o que pode explicar muita coisa.
Tanto a desistência do ICN, como a do IGESPAR, foram justificadas com a falta de verbas disponíveis. Contudo, Tomar a dianteira conseguiu apurar, de fontes naturalmente anónimas, que tanto uma como a outra entidade se assustaram a dado passo com os contornos saloios das opções aprovadas. Baseadas naquele princípio implícito e bem conhecido, de que "Portugal é Lisboa, o resto é paisagem, infelizmente habitada por labregos pretensiosos."
Conclusão -Em vez de abandonar imediatamente os referidos projectos, uma vez que ficara isolado, o munícipio -provavelmente obrigado por outros compromissos menos explícitos- resolveu prosseguir numa aventura que tem tanto de tosca e inútil, como de inglória. Foi, em suma, mais um caso de aprovação sem saberem o que estavam a aprovar.
Temos, portanto, três casos de evidente cegueira, nuns casos técnica, noutros política, noutros ainda uma coisa e outra, a confirmarem mais uma vez, se necessidade houvesse, que "quem não sabe, é como quem não vê". E os nossos autarcas eleitos, todos boas pessoas, educadas, cheias de boas intenções, são bem capazes de nem verem que só estão a prejudicar os cidadãos com a sua obstinada permanência no poder. Tal como acontece com Sócrates...
Vem até a propósito aquela anedota do cego algarvio, o senhor Dagoberto, que já tinha 12 filhos e vivia da caridade alheia. Um dia, quando foi pedir mais auxílio à assistente social da zona, esta ganhou coragem e tentou fazer-lhe ver as coisas como elas eram e são -A vida custa a todos, e custa cada vez mais. Vai daí disse-lhe: -Oh senhor Dagoberto, você já tem 12 filhos e vive com tantas dificuldades, que tem de começar a ter cautela... -O que é que stora quer? Um gajo não vê o que está a fazer!
Assim estão os nossos autarcas. Se não são fisicamente cegos, têm conseguido imitar muito bem. 

15 comentários:

Anónimo disse...

Tanta ignorancia e desapego para com o cidadão carente e contribuinte.
É fartar vilanagem.

Anónimo disse...

A tenda, a fazer de mercado, já está pronta?
Em Tomar estamos a regressar ao tempo da pastorícia. É que com o sedentarismo uma das primeiras realizações da civilização foi organizar lugares (praças) para o comércio dos bens alimentares|
Pedro Miguel

Anónimo disse...

As fotos falam por si. É preciso comentar mais?
O Polvo do Nabão!

Anónimo disse...

Isto só é possível porque vivemos num país em que a responsabilidade morre sempre solteira. As excepções~contam-se pelos dedos de uma mão.
O problema aqui é de todos os membros do executivo. Nenhum presta para fazer face aos gravíssimos problemos com que Tomar se debate.
A verdade é que se uns não governam, mas apenas se governam, os outros ainda não provaram ter mérito para o desempenho da função de vereadores ao serviço da população. Tirando claro os negócios que por aí vão circulando.
Se o país fosse um país justo já teria havido uma fiscalização séria e os senhores autarcas (todos) já tinham sido demitidos por manifesta incompetência.

Anónimo disse...

Ilustre Provedor da Urbe, com todo o respeito, mais ainda pelo dia, por favor, hoje é domingo, dia santo, do Senhor e de descanso; ninguém, de bom-tom e bom gosto (tirando este pobre escriba) está minimamente preocupado com os rajos de azia e fel arremessados pelo Sr.

Descanse alma, Tomar, em seus séculos de História, já passou por situações e crises bem piores!

Esta estafada matéria que lhe corrói o matutar, será que o Provedor ainda não entendeu que, ao pagode que a esta hora sai ou entra ali da feira da Santa da Terra, de barriga cheia de castanhas ou em busca delas, nada diz!
O pagode queria era outras coisas, e dessas nem V. Mercê fala!

Quais estas obras, qual quê, pense noutras homem, isto se, do seu postigo pretende chegar algures!
É que isto, mesmo ao domingo (véspera de dia de trabalho, que chatice…), só dá para rir…


ps:
E olhe (agora a sério), “as suas fontes” não são de confiança; muito do que postou, assenta em pressupostos não certos, tão pouco, verdadeiros; e, terminando como se começou, Ilustre Provedor, em dia santo é muito mais pecado mentir! - terá que ir ao novo Sr. Cura, ele (ainda jovem mas inquietado)perdoar-lhe-á!...


fimdetarde

Anónimo disse...

Tudo obras de pato bravo. É a demonstração clara da promiscuidade existente entre a política, no seu mais baixo nível, neste caso, com os lobbies da construção civil, ou de como se pagam favores eleitorais.

Anónimo disse...

O Luisito da farturas já inaugurou a nova rotunda, sucedânea da rotunda cibernética paulina, a tal que fazia virem cá gentes de longe em gloriosas caravanas de autocarros. Foi hoje, ao princípio da tarde. E da melhor maneira! Foi à traseira dum carro que seguia à sua frente. E espanto dos espantos nem sequer fazia menção de sair do carro. Foi preciso que a senhora atingida o fizesse para ele dar esse passo. Se calhar estava à espera que aquilo passasse em claro, como muito do esterco que faz na Câmara que passa impune com a benção do presidente/embuste Corvêlo.

Anónimo disse...

Uma vergonha o que o PSD e o PS estão a fazer as finanças da câmara e ao concelho. Podem dizer isto ou aquilo mas na verdade a câmara é no momento do PSD e do PS e as obras que realizam e os serviços que não funcionam são por culpa do Presidente Corvelo de Sousa e dos seus vereadores a tempo inteiro, estes projectos poderiam ser melhorados como no caso da rotunda, o que aconteceu no mercado deve envergonhar os seus culpados e são os mesmos, os telhados a cair do Convento de Santa Iria, da Moagem, dos Lagares, o edifício da antiga esquadra da PSD, são uma vergonha. Não existem palavras que possam demonstrar este crime a Tomar.

Anónimo disse...

Pelos vistos o ferreira das farturas conduz como governa, isto é, à cacetada...

Anónimo disse...

o ferreira das farturas a conduzir é um verdadeiro NABO!

quando ele passa deve gritar-se: arreda!!!!!!! perigo total!!!!!!

Anónimo disse...

Mas afinal ele é nabo em tudo o que faz...e diz! A propósito, ainda ninguém lhe ofereceu a resvista "Única" que saiu esta semana com o Expresso?

Anónimo disse...

E o carro? Era dele ou nosso?

Anónimo disse...

Pergunta: o ferreira das farturas circulava ao volante da viatura (Opel Astra) do Município?

Se ia nessa viatura é bom que seja devidamente divulgado o acidente para memória futura!.

Anónimo disse...

Não. Infelizmente parece que conduzia a sua viatura pessoal. Isso não se faz. Devia conduzir a viatura da câmara. Assim dizemos mal, não temos pouco motivo.
Vá lá luis bate lá outra vez na traseira de uma moçoila, mas fá-lo longe da serigaita da Laura.

Anónimo disse...

O carro era o dele, mas se calhar o que o faz mover é pago com o nosso dinheiro!!!