terça-feira, 31 de julho de 2012

Estatísticas sobre Tomar a dianteira

Já sabemos que acontece com este blogue algo semelhante ao ocorrido com os eleitores de António Paiva. Embora eleito por duas vezes com folgada maioria absoluta, agora dificilmente se encontra alguém que confesse ter votado nele. Com Tomar a dianteira sucede o mesmo, são muito raros os que admitem lê-lo regularmente. Porque assim é, a demonstrar a sinceridade e a coragem do eleitorado nabantino, convém publicar a intervalos regulares elementos estatísticos incontroversos, fornecidos pelo motor de busca GOOGLE. Eles aqui vão:

Visualização de páginas de hoje, até às 21 horas locais: 344
Visualização de páginas de ontem.............................. 431
Visualização de páginas no último mês................... 11.384 = 380/dia
Visualização de páginas desde Abril de 2009...........389.337 = 9.734/mês

POSTS MAIS VISITADOS DESDE O INÍCIO DO BLOGUE

O comboio do pessoal da CP, 17/12/2010................3.796
Simplesmente lamentável, 21/08/2011......................1.024
Sacanice refinada, 26/07/2012...................................562
Cartas de amor quem as não tem, 14/04/2010.............544
Mais um percalço para Carlos Carrão, 26/04/2012.......510

ORIGEM DOS VISITANTES DE TOMAR A DIANTEIRA

Portugal...........................................................277.425
Brasil.................................................................16.291
Estados Unidos.....................................................7.706
Coreia do Sul........................................................3.222
Rússia..................................................................2.423
Alemanha..............................................................2.421
Inglaterra..............................................................2.201
França..................................................................1.440
Holanda................................................................1.049
Espanha..................................................................664

Obrigado a todos! Prometemos continuar a procurar fazer o melhor possível.

Tomar a dianteira - Quando o dedo aponta a Lua, os idiotas olham para o dedo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

QUOUSQUE TANDEM, CATILINA?

A frase completa é "Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?" É de Cícero e já tem três milénios. Eis a respectiva tradução: "Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?" Uso-a porque fica sempre bem uma citação dos clássicos para elevar o tom do debate. Alardeia conhecimento, cultura; e o pessoal gosta disso; de aparências, de cagança...
Na circunstância, dirijo-me particularmente ao nosso presidente Carrão que, segundo a óptica de cada um, terá sido muito feliz ou muito infeliz com aquela sua tirada original publicada na VISÃO: "O País é um Inferno e o Diabo instalou-se em Tomar." Quanto a mim, foi muito feliz e demonstrou inteligência arguta, ao usar linguagem metafórica para caracterizar o actual contexto nacional e local. Não é muito habitual os políticos que temos enveredarem por aí.
Das diversas interpretações possíveis, prefiro esta: O País está numa situação muito difícil e Tomar ainda está pior. O que merece a minha inteira concordância e julgo que também a de muitos leitores de Tomar a dianteira. Se resolvi voltar a abordar a questão foi com o objectivo de incitar Carlos Carrão a ir mais longe, em prol de Tomar e do seu futuro político (dela e dele). O Diabo instalou-se em Tomar? Quando? Como? Porquê? Quem é ele? Unifacetado ou multifacetado? Que fazer para o expulsar da cidade e do concelho? Quando? Com quem?
Parece-me que com fatalismos, atavismos, conformismos e outros ismos nunca mais vamos conseguir sair deste atoleiro, onde nos enterramos pouco a pouco. Uma vez que, contra toda a expectativa, o presidente Carrão teve a coragem de proclamar o que lhe vai na alma; pois que tenha agora a audácia necessária para prosseguir até ao fim o seu combate político. O que propõe afinal para Tomar?

domingo, 29 de julho de 2012

O diabo e os amigos do alheio



Segundo o presidente Carrão declarou à revista VISÃO (ver post "Com amigos assim...") "O país está um inferno e o diabo instalou-se em Tomar." Tendo em conta que o autarca-mor da urbe é certamente a pessoa mais bem informada da zona, se o disse, é mesmo verdade.E sendo certo que uma desgraça nunca vem só, também os amigos do alheio abancaram neste paraíso nabantino. De acordo com fontes fidedignas e coincidentes, raro é o dia em que não ocorrem vários arrombamentos de automóveis estacionados junto à fachada norte e, sobretudo, a poente do Convento de Cristo. Há também a registar mais esporádicos roubos por esticão, no trajecto entre a saída do monumento e o estacionamento a oeste.
Segundo as mesmas fontes, é usual que aconteçam tais incidentes nesta altura do ano, em que aquele monumento Património da Humanidade é mais visitado, mas este ano, talvez fruto da crise, aumentaram bastante. Em geral, acrescentaram, os turistas não se queixam às autoridades competentes, em muitos casos devido à barreira da língua. Quanto à direcção do monumento, quando em anos anteriores reclamou junto da PSP local, conseguiu que destacassem um guarda para o local durante uma semana, devido à crónica falta de efectivos nesta altura de férias.
Complicando ainda mais, tal como em 2011, este ano, devido às contingências impostas pelas obras em curso, qualquer patrulha policial motorizada implica largos quilómetros, num contexto de forte penúria orçamental e com o combustível cada vez mais caro. Mais uma contrariedade infernal. Está explicado aquele insólito título fílmico "O diabo veste Prada". Pudera! Com tanto carro arrombado... 

As novas obras de Santa Engrácia

Nota prévia

Em Tomar a dianteira não há jornalistas, nem gente que viva do jornalismo. Por isso, nunca procedemos como se fôssemos da PJ e tão pouco recorremos a jornalismo de sarjeta. Não nos interessa que o governante, o eleito, o funcionário ou o simples cidadão, tenham cursado a universidade X ou Y, tenham ou não obtido equivalências,  quem as atribuiu, em quantos anos obtiveram a licenciatura, o mestrado ou o doutoramento, quanto é custou, qual a classificação final, com quem vivem e onde, em que regime de vida comum.
Limitamo-nos a escrutinar aquilo que fazem nos lugares que ocupam, criticando ou louvando consoante os desempenhos. O resto não nos diz respeito, nem devia interessar aos jornalistas, não fora a necessidade de governar a vidinha...

1 - As novas obras de Santa Engrácia

Os meses vão passando e as obras da Envolvente ao Convento, vulgo "obras da estrada do convento", não há meio de acabarem. Já lá vão 17 meses desde a adjudicação e por este caminho antes do Natal não devem estar prontas. Tomarenses com quem falamos opinam que se trata das novas obras de Santa Engrácia, que é como quem diz obras que nunca mais acabam...


 2 - O Paredão e o alambor

Já foi dito, mas repete-se: Houve coragem e ganhou o bom-senso ao mandarem reduzir em mais de um metro a altura do paredão, que uma vez paramentado a pedra seca até nem irá destoar muito do ambiente geral. Subsistem porém dois óbices. A questão do alambor templário, cuja solução não parece nada fácil, e o evidente desiquilíbrio entre a cércea à esquerda do citado alambor e a da direita, quando o talude a proteger é praticamente da mesma altura, ou está à mesma cota, para usar o termo técnico.




 3 - Aversão a rectas

Ignoro quem seja a ou o projectista das obras em análise, em que estabelecimento de ensino se formou, se conseguiu ou não alguma equivalência, com quem vive, etc. etc. O que sei é o que se vê muito bem nas fotos supra. Denota preferência pelas curvas ou, no mínimo, manifesta aversão pelas linhas rectas. Deve ser daqueles a quem ensinaram que a mais curta ligação entre dois pontos nunca é uma recta. O que é verdade no terreno, mas falso no espaço.



4 - Os turistas e as interdições

Todos os domingos, na minha tradicional passeata pelas obras, deparo-me com os turistas-náufragos. Desta vez encontrei uns galegos à procura do acesso às muralhas, o casal da fotografia a tentar perceber como é que podia chegar ao Convento pela Calçada dos Cavaleiros, que está vedada há um mês, e um outro casal, num carro de matrícula holandesa, que subia a mesma calçada, na esperança de que por ali se chegaria ao Convento.
Lá orientei uns e outros o melhor que consegui, com um peso no meu coração tomarense: pobres infelizes; isto deve ser assim todos os dias. É mais um aspecto a mostrar que o presidente Carrão até tem razão: "O país está um Inferno e o Diabo instalou-se em Tomar." Só não percebo de que estará à espera para emendar o que for possível...


5 - Se a ideia é enganar os turistas...

Esta é a indicação colocada a meio do primeiro troço da multicentenária Calçada dos Cavaleiros, do lado direito de quem sobe. Os infelizes visitantes que têm o cuidado de a ler só podem ficar completamente perdidos, porque:
A - Não há qualquer referência à Av. Vieira Guimarães, vulgo Estrada do Convento;, que também está vedada;
B - "Chamam Calçada de Santo André" à Calçada dos Cavaleiros;
C - Escrevem que as zonas interditas, as duas referidas calçadas, estão assinaladas a vermelho, mas como se pode ver, na foto não há nada a vermelho;
D - Não referem qual ou quais os acessos pedonais ao Convento;
E - Também não dão qualquer indicação para o acesso de veículos;

Se a ideia é enganar os turistas, de forma a que não voltem a chatear-nos, não há dúvida nenhuma de que está bem conseguido! O que nem surpreende. Sempre são sete cabeças pensantes no executivo!

sábado, 28 de julho de 2012

Razões que me escapam...

A comunicação social nacional deu alguma difusão ao recente relatório da OCDE sobre Portugal. Tratando-se de documento sobretudo económico, compreende-se que possa ser de leitura árida para os não especialistas. Ainda assim, por razões decerto sólidas, mas que me escapam, julgo que só um periódico teve a coragem (ou a inconsciência?) de publicar uma das recomendações constantes do referido documento que mais tinta vai fazer correr. Ei-la: "O governo deve estar preparado para aceitar a insolvência de alguns municípios, condição prévia para uma posterior gestão mais rigorosa dos mesmos."
Noutros termos, menos técnicos: A presente situação de penúria a nível autárquico não vai melhorar. Pelo contrário, tenderá a agravar-se muito rapidamente, devido à falta de recursos para manter o estado actual de coisas. Por isso o primeiro-ministro já avisou: "Que se lixem as eleições!" E o sempre previdente e cauteloso Moita Flores, já abandonou o cadeirão da autarquia escalabitana, uma das mais endividadas do país.
Factos convergentes, a indicar que a lixa já vem a caminho. Vai a autarquia nabantina conseguir resistir à sua acção abrasiva e à fortíssima erosão de meios de pagamento? Ou será uma das primeiras a declarar a insolvência? Quanto mais tarde, pior maré...

O FUTURO É O NOSSO DESTINO

Jornal i, 27/07/2012, página 25



Estamos quase em Agosto, a crise não amaina, o dinheiro é cada vez menos, os dias estão cada vez mais quentes e a TV despeja cada vez mais publicidade às cervejas e outros "refrescantes". Em desespero de causa, os arautos de uma certa esquerda, ocos em matéria de propostas sérias, descobriram uma luz ao fundo do túnel. Tentando emporcalhar Relvas, pode ser que ele saia agoniado do governo; se sair, PP Coelho não se vai aguentar; se não se aguentar, o governo cai; com eleições vamos ter outro governo; com outro governo acaba logo a crise, as vacas gordas, agora obesas, regressam logo a galope, o desemprego volta aos 6% e a  administração pública admite logo nos seus quadros mais 100 ou 200 mil funcionários, com promoções automáticas e emprego para toda a vida laboral. 
Santa ignorância, que se calhar nem acesso dará ao Reino dos Céus, uma vez que é só a fingir e por conveniência.
Entretanto continua a haver cidadãos conscientes e realistas, que nunca esquecem um elemento básico inalterável: O futuro é o nosso destino, quer queiramos, quer não. Temos portanto de o preparar. Segundo o jornal i de ontem, Portugal tenciona apostar no "Turismo de saúde", tendo o respectivo ministro, Paulo Macedo, declarado já que "um dos objectivos do governo é internacionalizar a saúde".
Ora aí está a grande oportunidade para Tomar (mais uma!). Oxalá a saibamos aproveitar! Isto porque quem fala de "turismo de saúde" está a referir turismo + residência, tal como acontece na Flórida, em Cuba, na Jordânia (Mar Morto), na Roménia, na Polónia ou em Malta. E neste cluster Tomar é incontornável, pois dispõe de património construído, património natural, património etnográfico, e hospital moderno, amplo e bem equipado, como nenhuma outra cidade da zona, excepto Coimbra e Leiria.
Não adianta vir com bairrismos serôdios, que em matéria de turismo os grandes guias internacionais são como o algodão do anúncio -não enganam. As ilustrações acima mostram dois exemplos: o Guia Michelin, uma das bíblias do ramo e o Routard, que sob a designação castelhana Trotamundos é vendido emEspanha e em toda a América Latina. Há também os guias ingleses, tipo American Express ou Lonely Planet (que não tenho aqui à mão), mas todos concordam num ponto: Na zona centro do país Alcobaça, Batalha, Fátima, Tomar e Coimbra são incontornáveis. Abrantes, Santarém e Torres Novas nem sequer constam das descrições.
Estamos assim face a uma monumental avenida que conduzirá ao reflorescimento tomarense, caso a saibamos e ousemos percorrer atempadamente. Em vez das requentadas reivindicações ouvidas até agora, que vão do "direito à saúde" ao "esvaziamento do hospital", passando pela suspensão imediata do processo e o regresso das valências (como se isso fosse possível ou desejável!), não será melhor mudar de agulha?
Tomar tem direito a um grande hospital, com bons médicos, variadas valências e muita qualidade, no âmbito do cluster "turismo de saúde", pois os turistas não vão, não passam nem residem em Abrantes, Santarém ou Torres Novas, mas nesta terra gualdina. E como difusores dos nossos recursos, a imagem da saúde que propagarão nos seus países será a que lhes tiver sido proporcionada. Assistência capaz em Tomar? Ou ambulância para Abrantes e Torres Novas? Em que outro país europeu os turistas potenciais doentes passam o inverno numa cidade, mas os grandes hospitais bem apetrechados estão noutras, sem turistas nem recursos para os atrair?
Que tal uma revisão/actualização da "reforma Correia de Campos", tendo em conta as novas opções governamentais, à cabeça das quais o cluster "turismo de saúde"? Em Tomar, psiquiatria já temos e bastante falta faz...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

COM AMIGOS ASSIM...

VISÃO, 26/07/2012, página 40

No texto acima parcialmente reproduzido, o jornalista Miguel Carvalho, seu autor, evidencia um notável domínio prático da língua pátria, com tudo o que isso pode implicar. Daí ser necessário alertar os leitores para eventuais armadilhas das quais Carlos Carrão possa ter sido vítima, quiçá sem disso se dar conta. Feita esta necessária ressalva, pois não concordo com a sua actuação política, mas estimo-o e respeito-o como cidadão meu conterrâneo e igual, seguem-se as citações feitas na catilinária anti-Relvas antes citada.
"Há seis meses pediu reuniões urgentes ao Ministério da Saúde. Resposta? "Nem um telefonema. Até falei sobre isto com o Miguel, mas não aconteceu nada." "Lamenta-se dos seus primeiros seis meses de presidência, após o fim do "bloco central" que vigorou na autarquia:" "O País é um Inferno e o Diabo instalou-se em Tomar."
"Não valho nada, mas para o que ele precisar, cá estarei. É uma situação difícil, mas quando o sacrifício ultrapassa o gosto, deve saír-se. E o sacrifício dele é notório", reconhece o autarca Carlos Carrão.
Como interpretar tudo isto? Literalmente? Metaforicamente? Recorrendo a alguns elementos psicanalíticos? Estarão as citações fora de contexto? Ignoro. Apenas considero que, perante as ditas declarações, é legítimo concluir que com amigos assim, o PSD, Miguel Relvas, o Governo e a autarquia tomarense não precisam de inimigos.
Acessoriamente, não conseguido perceber que razões terão levado o Diabo a instalar-se em Tomar, o que até pode ter acontecido por termos um presidente de câmara tão bom, cumpre citar uma muito conhecida sentença popular: "Que bem prega Frei Tomás. Oiçam o que ele diz; não reparem no que ele faz".

Anabela Freitas tem razão

Respondendo aos IpT, a presidente do PS-Tomar afirmou que eleições intercalares não iriam resolver nada e que os eleitores escolheram o PSD para governar durante quatro anos, pelo que devem ir até ao fim do mandato. Conquanto se possa discordar no que concerne à escolha dos eleitores, uma vez que estes ao votarem não têm a menor ideia de qual venha a ser a maioria absoluta ou relativa que irá ocupar os cadeirões dos Paços do Concelho, quanto ao resto, é indubitável. Enquanto as várias formações políticas se apresentarem ao eleitorado por assim dizer com uma mão à frente e outra atrás em termos de projectos exequíveis, só por muito improvável conjugação de factores, vulgo milagre, alguma eleição poderá vir a resolver os problemas dos tomarenses. Resolverá os problemas de meia dúzia deles durante os anos do mandato e já será bem bom, que os tempos são de agreste crise.
Então não é verdade que até temos por aí quem já tenha presidido durante dois mandatos, perdido três eleições subsequentes, e mesmo assim insista em apresentar-se sem programa consequente, amparado na balela de que os outros são todos uns malandros incapazes, que só querem prejudicá-lo?
Exagero?! Olhe que não. Em declarações que podem ser conferidas aqui, foi dito que o PS queria um acordo pré-eleitoral para provocar a queda da relativa maioria, mas os IpT recusaram. A ser verdadeira tal versão, e tudo indica que o seja, haja coragem até ao fim. Qual o conteúdo desse alegado acordo pré-eleitoral? O que levou os IpT a recusar? Quando ocorreu tudo isso?
Com meias-tintas, espargatas políticas, diz-que-disse, subentendidos, ódios de estimação e acusações mais ou menos fantasistas, cada vez nos enterramos mais no charco tomarista.
Acordem! Mudem de programa! Reciclem-se! Ninguém ficará à nossa espera e cada comboio só pára uma vez em cada estação...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Análise da imprensa local






N'O TEMPLÁRIO desta semana, dois textos mereceram a minha atenção, embora por uma questão de detalhe. Na página 7 MC refere que José Hermano Saraiva -esse portentoso comunicador- tendia por vezes a fantasiar factos históricos, para melhor chegar aos ouvintes. Posição praticamente unânime na comunicação social portuguesa, onde o formalismo é de rigor: o ensino tem de ser um bocadinho chato para ser bom, as licenciaturas têm de durar os anos oficialmente impostos, uma boa tese de doutoramento só com pelo menos mil e quinhentas páginas, mesmo se uma grande parte for apenas para encher. Herança de outros tempos. A Mensagem, de Fernando Pessoa, foi rejeitada num concurso do SPN. de António Ferro, porque só tinha 90 páginas e o mínimo imposto eram 125, se não erro...
Pois imagine-se que os tempos mudaram, mas não tanto assim, apesar de todos nós sermos por vezes algo imprecisos, sem disso nos darmos conta. Na página 12, João Godinho Granada, dissertando sobre a Ordem de Cristo e a Freguesia de Além da Ribeira, escreve a dado passo: "...até ao sétimo e último mestre, D. Lopo Dias de Sousa. Com a sua morte em 1420 vagava o mestrado e D. João I avocava a Ordem para o seu filho Henrique..."
A verdade histórica, ilustre conterrâneo João Granada, é contudo algo diferente, conforme pode confirmar nas imagens supra, da lápide sepulcral de D. Lopo Dias de Sousa, na Charola do Convento de Cristo. Ai se constata que o mestrado (que era vitalício) não vagou, pois o seu titular, oportunamente desterrado para Pombal, aí veio a falecer em 9 de Fevereiro de 1432. O que significa que D. João I o esbulhou do seu cargo, a favor do seu filho Henrique, violência posteriormente oficializada pelo Papa, que a Ordem nunca acatou totalmente. Tanto assim que o Infante D. Henrique, apesar das suas insistências nunca conseguiu ser mestre, apelidado sucessivamente de regedor, administrador e governador. Só o sucessor do sucessor do seu sucessor, o Duque de Beja, mais tarde D. Manuel I, acabou por ser eleito mestre, após complicadas negociações, graças às quais temos hoje a magnífica janela...

No CIDADE DE TOMAR, a enérgica e justa carta de António Cupertino Marques ao presidente Carrão, na página 2, é por assim dizer de leitura obrigatória para todos os eleitores tomarenses preocupados com a evidente agonia da nossa terra. Enumera uma série de chagas locais, bem conhecidas de todos, repreende e censura o presidente da edilidade de forma cordata e denota um voluntarismo de bom tom. Não tenhamos porém ilusões. O tempo em que era possível actuar guiado apenas pelo bom senso e pelo amor ao berço, já lá vai e não mais voltará. Agora, sem ideias originais e fecundas, sem projectos bem concatenados e sem programação prudente, atempada e realista, não conseguiremos saír da cepa torta. Por muito boa vontade que haja. As asneiras de António Paiva e do seu "Tomar 2015" aí estão, a mostrar que não basta fazer obras e atirar dinheiro para cima dos problemas, pois a realidade social é cada vez mais complexa e os seus vários componentes (família, educação, emprego, alojamento...) cada vez mais precários. E pouco ou nada adiantará protestar. Há que dar o corpo à curva e continuar a viagem rumo ao futuro, o único lugar para onde podemos ir. De livre vontade, arrastados ou empurrados.
Quem disponha de tempo e paciência para descodificar a cada vez mais patusca política local, sempre poderá ler  o longo texto, distribuído na recente conferência de imprensa dos IpT, na página 10. Tópicos principais: os IpT são gente séria, impoluta, imaculada, com ideias bem estruturadas; os outros são todos uns malandros, cheios de má-fé, ou ignorantes, o que ainda é pior; a relativa maioria PSD ainda está em funções porque  "Na prática a coligação PSD/PS mantém-se nos bastidores da CM Tomar". Entretanto a presidente do PS, Anabela Freitas, já veio declarar, na Rádio Hertz, que não é nada assim, e mais isto e mais aquilo.
Em linguagem corrente, pode-se dizer que começaram bem os jogos florais nabantinos, tendo em vista as autárquicas de 2013. Assim em forma de sucessivos jogos de ping-pong, como tem sido habitual. Pobre terra! Pobre gente!
A prosa já vai longa, de modo que apenas cabe recomendar a leitura de uma boa peça política, na página 27 d'O MIRANTE. Eis o título e respectivo encabeçamento, assim como se fora um aperitivo. Bom apetite. "Novo mapa das freguesias de Santarém aprovado com polémica. PSD substitui proposta na véspera da assembleia municipal, com mudanças substanciais e sem explicar critérios que levaram a essa escolha.

SACANICE REFINADA

A capa da VISÃO de hoje. Repare-se no texto subliminar: "esquemas", "segredos", "doutor", "se fazer ministro"...
A adição da precipitação à tradicional boa qualidade do jornalismo que se faz em Portugal, deu nisto: Confundiram a margem do Tejo juto ao Castelo de Almourol com alguma paisagem brasileira e o anterior presidente CDU da Câmara de Constância com algum coronel sertanejo.

O desespero dos empregados da IMPRESA  leva-os a escrever o óbvio: Queremos que saia e faremos tudo para isso. Mas conseguiremos?

Os leitores estão decerto lembrados do texto EXPRESSO FALHA FUZILAMENTO MEDIÁTICO, de 7 do corrente mês.Aí se avançava com algo de flagrante: se um dezena de jornalistas do mais conceituado semanário do país resolve dissertar sobre um mesmo tema, é indubitável que terão recebido ordens nesse sentido. E para saber de onde terá vindo a ordem, basta seguir o conselho do velho detective britânico: quem beneficia com o crime? Por outras palavras: Quem ganharia com a saída de Miguel Relvas do governo?
Uma quantidade de gente, com destaque para Francisco Balsemão e o pessoal da IMPRESA = SIC, EXPRESSO, VISÃO, SIC Notícias... pois a anunciada privatização parcial da RTP poderia muito bem ir por água abaixo.
Três semanas mais tarde, perante o malogro da tal tentativa de fuzilamento, a evidente ineficácia de uma abjecta campanha de humor rasteiro e a firmeza do alvejado, Balsemão não desarmou. Mas terá ordenado que se mudasse de estratégia. Em vez do fuzilamento, será melhor proceder como os Bórgia -usar o envenenamento disfarçado e lento.
A VISÃO de hoje, uma publicação do grupo IMPRESA, tal como o EXPRESSO e a SIC, dedica a capa e nove páginas a Miguel Relvas. É obra, não há dúvida nenhuma! O jornalista Miguel Carvalho contactou montes de gente, desde a ex-sogra do retratado ministro até ao seu antigo adversário político, o tomarense Fernando Patrocínio, passando pelo actual presidente da câmara. E lá foi instilando veneno de forma assaz subtil: "Teria alguns sábados mais descansados se parasse a privatização da RTP", ironizou, há dias, insinuando a existência de uma campanha do grupo IMPRESA, de Balsemão, contra si." É preciso ter lata! Não há qualquer campanha, querem ver?!?!
Quiçá temendo a eventual ineficácia do retrato, o jornalista enveredou pelo atalho mais à mão de semear -as despesas de telemóvel do presidente da Assembleia Municipal de Tomar. 1.229 euros em Abril de 2009, 7.444 euros durante esse mesmo ano, 26.463 euros em 6 anos.
Trata-se de uma sacanice de todo o tamanho, pois os leitores por esse país fora ignoram totalmente o que se passa em Tomar, uma autarquia pobre cujos autarcas têm a mania que são ricos. Procurando remediar tal lacuna na medida do possível, eis a relação dos gastos de telemóvel de todos os eleitos, durante os primeiros dez meses de 2010.
A autarquia tomarense tinha nessa altura 119 telemóveis distribuídos pelos seus eleitos e funcionários. A relação segue a mesma ordem da listagem que, em cumprimento da decisão do Tribunal Administrativo de Leiria, nos foi enviada:
                                 
                                                 Titular                                               Total gasto
                                           Vereadora Graça Costa - IpT                        202€30
                                           Vereador Pedro Marques - IpT                      230€91
                                           Vereadora Rosário Simões - PSD                    60€94
                                           Vereador José Vitorino - PS                          399€15
                                            Pres. AM Miguel Relvas - PSD                  1.886€88
                                            Vereador Carlos Carrão - PSD                      556€49
                                            Vereador Luís Ferreira - PS                        8.131€18 

A estes totais acrescem os "pacotes de assinatura", da ordem dos 2.500 euros mensais para todos telemóveis.
Pelo seu despacho nº 18/2012, Carlos Carrão determinou que a partir do início da Maio todos os telemóveis passariam a ter tectos máximos, consoante os seus utilizadores, excepto quanto aos eleitos, que continuam a poder gastar sem limite...


Uma vez contextualizados, os gastos de Miguel Relvas, "armador de jogo" do PSD e agora do governo, não são assim tão elevados. Os de Luís Ferreira, "armador de jogo" do PS nabantino, são bem mais elevados. Como diria o Einstein "Tudo é relativo!"

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Defuntos e leitores?


Na visita de ontem à Biblioteca Municipal, para me certificar que iam deixar de comprar jornais diários e revistas, reparei que as várias estantes estavam numa suave penumbra. E no entanto, cada uma delas dispõe de vários suportes de iluminação. Que estavam apagados. Intrigado, indaguei junto do pessoal o que se passava. Foi-me dito que tinha havido ordem para poupar o máximo possível na electricidade. 
Temos assim mais uma situação tipicamente tomarense, do tipo poupar no farelo e estragar na farinha. Enquanto os leitores da Biblioteca Municipal têm de contentar-se com uma iluminação deficiente, devido à austeridade reinante, os defuntos do Cemitério Velho (e se calhar também os do novo) dispõem de luz mais do que suficiente para passar as noites a ler. Será que aproveitam? Caso a resposta seja negativa, parece-me que o mais razoável será desligar todos os lampadários, excepto um. Ou não?!?

terça-feira, 24 de julho de 2012

Situação difícil, prioridades erradas













Fiquei algo incrédulo quando me informaram, mas depois li no portal da Rádio Hertz: Sentindo o garrote  da austeridade cada vez mais apertado, os senhores autarcas da relativa maioria resolveram cancelar a compra de jornais e revistas para a Biblioteca Municipal. Quanto a livros, já há muito que quase nada se compra.
Cuidava eu que a actual gerência camarária tinha outras prioridades. Que antes de cortar livros, revistas e jornais para a biblioteca, reduziria as senhas de presença, acabaria com a revista/agenda mensal, suprimiria os telemóveis sem limite de gastos, e os computadores e impressoras à disposição de todos os vereadores, mesmo daqueles que não têm pelouros atribuídos. Ou ainda a iluminação pública notoriamente despropositada, como mostram as imagens acima.  Enganei-me! Resta-me fazer um pedido: Mesmo na política, não fica mal admitir que se erra e emendar logo a seguir. Tenham a coragem de cortar onde é mesmo supérfluo, para poderem manter serviços essenciais  à saúde mental dos eleitores, nesta conjuntura tão complexa e difícil para todos. Experimentem pôr-se no lugar de alguém que, não podendo comprar jornais ou revistas por nítida falta de recursos, se habituou a ir lê-los à biblioteca, como forma de manter a higiene psicológica e o contacto com os outros e com a sociedade em que vive...

Adenda ao texto anterior

Alguns leitores intuiram logo do que se tratava, ao lerem sobre a nova tragédia siciliana. Foi o caso do caro amigo Leão da Estrela, de resto bem documentado no seu comentário. Outros, porém, fingiram não entender, ou não perceberam mesmo, o que resulta em situação praticamente idêntica.
Para além da óbvia analogia com a situação madeirense, a crise do sul italiano mostra igualmente a evidente inadequação entre determinadas vivências regionais e as exigências da actual globalização. É claro que, vindo ao mundo num território que tem por capital Palermo, todos os sicilianos pura cepa são outrossim palermitas por nascimento. Já os tomarenses, por exemplo, quando são palermas ou mesmo palermitas, é por deformação, que nada tem a ver com o berço. Eis porque, mesmo sem termos capital em Palermo, estamos como estamos e vamos para onde vamos.
A menos que, após quase 40 anos de democracia, consigam compreender finalmente o alcance daquilo que escreveu Marx: "Várias escolas filosóficas têm explicado a sociedade em que vivemos. Agora trata-se de a mudar." Mas é pouco provável. Por estas bandas, até está anunciado para o final de Setembro um pomposo Congresso de Tomar, durante o qual, se bem entendi, os seus participantes procurarão descrever a actual crise e apresentar diversas hipóteses de solução para a mesma. Sucede que, como diria qualquer marxista, a crise está explicada, trata-se agora de a ultrapassar. Pela positiva, bem entendido. O problema, contudo, é que mesmo com projectos arrojados, que decerto não deixarão de surgir no referido palco, não iremos a lado algum, caso antes não tenham sido criadas condições para a sua implementação. Algo semelhante ao que acontece na agricultura. Não adianta semear ou plantar em solos que não contenham os indispensáveis nutrientes.
Procurando ser menos perifrástico: Se desde há pelo menos 25 anos Tomar vem definhando a ritmo cada vez mais acentuado, será porque factores vários a isso conduzem. Que factores são esses? A meu ver, A -  Excessos burocráticos, B - custos excessivos, C - PDM aberrante. Logo, para conseguir condições atractivas para residentes e eventuais investidores, três medidas são indispensáveis, prioritárias e urgentes: Suspensão ou revogação imediata do PDM; Redução drástica dos prazos e das taxas locais, bem como a supressão da derrama; Optimização dos recursos humanos da autarquia, tendo em conta a nova envolvência.
Não é fácil nem popular? Quiçá! Mas sem isso nada feito. E os eventos para debater a situação local não passarão afinal de conjuntos de guitarras a tocar atrás do enterro da cidade e do concelho... Oxalá esteja enganado!

Na informação internacional

"A Sicília é a Grécia da Itália"

"É uma reunião de trabalho, prevista para hoje em Roma, que pode bem vir a transformar-se num choque de civilizações. De um lado, o austero milanês Mário Monti; do outro o altamente despesista Raffaele Lombardo, "governador" da Sicília. O primeiro, presidente do conselho de ministros italiano, infligiu ao seu país uma cura de austeridade sem precedentes. O segundo afogou a região que governa num défice de 5,3 mil milhões de euros, o que equivale a 6% do PIB da ilha, e numa dívida de 21 mil milhões. 
Mário Monti solicitou há pouco a Raffaele Lombardo confirmação da sua intenção de se demitir, para colocar a Sicília -região autónoma- sob tutela directa do governo central. Crê-se que o siciliano deverá aceder ao pedido do milanês.
"A Sicília é a Grécia da Itália", afirmou o presidente da câmara de Palermo, Leoluca Orlando, recentemente eleito. É que Raffaele Lombardo, mesmo tendo herdado uma situação financeira já bastante perigosa, aquando da sua eleição em 2008, não foi nada modesto. No último ano do seu mandato permitiu a contratação de milhares de funcionários, cujo total atinge agora 17.995, contra apenas 3.200 na região do Piemonte, equivalente em termos de população.
Tal prática tem um nome: clientelismo. Cada emprego na função pública, numa região onde o desemprego atinge os 20%, o dobro da média nacional, equivale a um voto para o respectivo padrinho. Assim, numa população total de 5 milhões, 144 mil trabalham na administração local, entre os quais 24.880 guardas florestais...
A sede do conselho regional, o Palácio dos Normandos, em Palermo, bate todos os records de desperdício e de manigâncias. 1.382 funcionários -mais do que na sede do governo inglês, no 10 Downing Street, em Londres -alguns a receber 17 mil euros mensais-, partilham entre si um imponente queijo. Um familiar doente? O funcionário respectivo pode solicitar a sua reforma, desde que tenha 25 anos de serviço. Milhares de consultores-fantasma "trabalham" para as colectividades públicas. E até os 90 conselheiros regionais (deputados) têm direito a 5 mil euros de despesas de funeral para os seus familiares.
Até agora Raffaele Lombardo tem sabido navegar de modo hábil. Eleito com os votos da direita, liderando o Movimento para as Autonomias, aliado do partido da Sílvio Berlusconi, tem-se mantido no poder graças a uma maioria de esquerda. Prometendo um subsídio por aqui, um emprego por ali, um negócio por acolá, acabou por intrigar a justiça, que o suspeita, junto com o irmão, de "participação exterior" numa associação mafiosa. Uma tradição. O seu antecessor, Salvatore Cuffaro, dorme numa prisão de Roma, condenado em 2011 a sete anos, por conexão com a Mafia.
Em sua defesa, Raffaele Lombardo alega que "a Sicília atravessa uma simples cise de liquidez, ligada à recessão da Itália em geral. Vou dizer a Mário Monti que o Estado nos deve mil milhões de euros. Com esse dinheiro não teríamos problemas." Quanto à questão do excesso de empregos na administração pública, a sua resposta é rápida: "Que havemos de fazer? Matá-los?"
Entretanto, enquanto se aguarda uma solução menos fatal, a agência de notação financeira Standard & Poor's confirmou a nota BBB+ da ilha, mas suspendeu-a logo a seguir "devido à falta de informações suficientes por parte da Sicília."

Philippe Ridet, Le Monde on line, 23/07/2012

Para perceber um determinado tema, ainda nada substitui uma ida às origens... Digo eu!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Recortes de imprensa

Recorte 1 - Jornal de Notícias, 23/07/12, página 16

Recorte 2 - Jornal de Notícias, 23/07/12, página 23

Enquanto aqui pelo vale do Nabão se continua com o blábláblá, rebéubéu, pardais ao ninho e a política do faz de conta, chegando-se até ao cúmulo do insólito quando, em plena reunião prandial, um confrade do Barbo recusa cumprimentar outro confrade, por sinal ambos da esquerda anterior ao 25 de Abril, noutros pontos do país, abnegados cidadãos procuram fazer pela vida, criando riqueza, sem recorrer aos depauperados orçamentos municipais.
Em Santa Maria da Feira, 124 mil eleitores, autarquia PSD (6-5) organiza-se todos os anos uma feira medieval, que o ano passado custou quase o dobro da Festa dos Tabuleiros, mas deu lucro sem subsídio camarário, graças às entradas pagas e outras receitas (Recorte 1)
Em Óbidos, 10.500 eleitores, também PSD (5-2) faz-se anualmente uma manifestação semelhante, com entradas a seis euros, este ano ao que parece com menos movimento devido à crise (Recorte 2)
Que diferença em relação a Tomar, com a sua Festa Grande só de quatro em quatro anos, sem entradas pagas mas a custar balúrdios à autarquia, que é como quem diz aos contribuintes. Tão devotados que até dão o pau e as costas. Pagam e depois ainda trabalham com afinco e muito bairrismo...
Haverá coragem para mudar? O dinheiro não cai do céu aos trambolhões... e a arca municipal está vazia.

Política de faz de conta

Na área da informação local de índole política, tirando este vosso humilde servidor, só a Rádio Hertz se vai esforçando no sentido de dar conta do recado, graças ao talento de dois magníficos jornalistas da casa: António Feliciano e Vítor Melenas (por ordem alfabética!). Sobre a presente situação autárquica, a conhecida rádio local publicou aqui um interessante texto, que pode bem vir a ilustrar um dia um compêndio de história da decadência e morte da outrora sede da Ordem de Cristo e dos Templários.
Acossado pelos mamões do costume, Carlos Carrão procura ser igual a si próprio. Habituado a fazer de conta, uma vez que já assim procedeu quando transitou para a política, quando aceitou ser vereador e quando -finalmente!-ascendeu à presidência, deu agora em praticante da política do faz de conta. Faz de conta que governa, faz de conta que tem projectos, faz de conta que vai ser candidato, faz de conta que procura dialogar com a oposição, faz de conta que sabe o que anda a fazer, faz de conta que a autarquia ainda tem verbas disponíveis... E faz de conta que continua a distribuir subsídios a torto e a direito.
Desta vez tratou-se do Festival da Cerveja (União de Tomar), do Festival do Frango Assado (Sporting de Tomar) e do Festival Bons Sons (Sport Operário de Cem Soldos). Sem cheta, o presidente em exercício lá foi dizendo o óbvio, posto que sem coragem para ir ao essencial. Admitiu tratar-se de subsídios tipo faz de conta, visto que nem se sabe sequer se algum dia o município virá a ter dinheiro disponível para os liquidar, quando a argumentação devia ser outra. Ir directamente ao essencial, tendo a coragem de assumir de uma vez por todas que não faz qualquer sentido a autarquia subsidiar manifestações que nada têm de artístico, de cultural ou de científico, como é o caso da Festa da Cerveja e do Festival do Frango Assado. Ou então terá de vir um dia a financiar também um "Festival  Internacional da Febra", com umas dezenas de meninas do métier, a realizar na Mata dos Sete Montes, com entradas a 20 euros, tudo incluído. Era êxito garantido, caso o material valesse a pena!
Tem algum jeito atribuir 4 mil euros a uns cidadãos que vão comer umas coxas de frango (à falta de outras...) e beber uns copos? Trata-se apenas de mais uma reles edição revista e aumentada dos já célebres "passeios comezaina/bailarico/tintol", que esses pelo menos incluíam uma componente social, muito praticada no país, uma vez que eram gratuitos para os participantes: dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede... à custa dos contribuintes, esses lorpas que tudo aceitam e continuam a pagar e não bufar.

domingo, 22 de julho de 2012

Vai ser bonito vai!!!

Em política, tal como na justiça, nada melhor do que citar os próprios arguidos:
"Constituem, assim, estes documentos, a globalidade das actividades que nos propomos desenvolver durante o ano de 2009, tendo sempre presentes os princípios de rigor, seriedade, transparência, competência e contenção.
Rigor, seriedade, transparência e competência, porque uma boa administração dos dinheiros públicos a isso obriga e têm sido estes os princípios orientadores desde que esta equipa de trabalho assumiu os destinos do concelho."

Município de Tomar - Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009, página 3

"Pela primeira vez, o montante das despesas com o pessoal, incluindo salários e outros encargos, deixou de ser o mais elevado, passando tal posição a ser preenchida pela rubrica económica de Aquisição de Bens e Serviços (Aquisição de Serviços, mais de 7,5 milhões), a que não serão alheios a contratação de trabalho especializado, que o Município não pode prover pelos seus meios."

Município de Tomar - Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009, página 15

Há nestes excertos do documento citado, já com quatro anos, três aspectos a salientar:
A - Evidente inadequação entre a adjectivação usada (rigor, seriedade, transparência, competência, contenção) e a triste realidade à vista dos eleitores tomarenses capazes de a entenderem;

B - Aquilo a que os psicólogos designam como lapso significativo, o qual consiste em escrever algo verdadeiro mas que se pretende esconder. Como na frase "a que não serão alheios (plural) a contratação de trabalho especializado (singular). O resto terá ficado na mente do redactor, por motivos que se adivinham sem grande dificuldade.

C - Pela primeira vez, diz o referido documento, os recursos usados para contratar bens e serviços ultrapassaram as despesas com pessoal. Justificação: "trabalho especializado, que o município não pode prover pelos seus meios."

Temos assim que uma autarquia com 525 funcionários (números redondos) não dispõe de trabalhadores especializados para as suas necessidades. É uma situação simultaneamente insólita e dramática. 
Insólita pois desencadeia logo a inevitável pergunta: Se não há especialistas, para que serve tanto pessoal? 
Dramática, visto que 525 funcionários em Tomar, com 38.070 eleitores = 1 funcionário para cada 73 eleitores. Comparativamente, o Município de Leiria, 112.000 eleitores apenas emprega 687 funcionários = 1 funcionário para 162 eleitores.

Perante estes dados, confrontados com a cada vez pior qualidade de vida, com a inacção dos membros do executivo, com taxas exorbitantes e com os cada vez mais longos e poderosos tentáculos do polvo burocrático nabantino, os tomarenses continuam calados e calmos?
Esperem pela pancada! Vai ser bonito vai!!!

sábado, 21 de julho de 2012

REFORMA ADMINISTRATIVA: BLÁBLÁBLÁ, TODOS CONTRA E FÉ EM DEUS

Os jornalistas locais foram expulsos do salão nobre dos Paços do Conselho, antes de começar o convocado conclave autárquico, com a alegação de que se tratava de "uma reunião de trabalho só para eleitos". Tratou-se de mero pretexto, pois como se deduz deste texto de Luís Ferreira, tudo não passou de mais uma sessão de paleio, blábláblá, patuá, rebéubéu, pardais ao ninho, tem estado um calor desgraçado, não tem?!
Escreve Luís Ferreira que "dar a voz ao povo é a única solução... ...somos total e frontalmente contra a extinção de qualquer freguesia rural que não resulte do desejo das populações." Posição extremamente correcta, não fora o caso de haver uma impossibilidade prática e uma incoerência.
A impossibilidade provém do facto bem conhecido de as populações, o tal povo, serem contra as portagens, contra a reforma hospitalar, contra as privatizações, contra a reforma administrativa, contra o Relvas, contra o Passos Coelho, contra o governo, contra a troika, contra o memorando. Em resumo: contra tudo e contra todos, à moda dos anarquistas. Sucede que a Lei 22/2012, já aprovada, promulgada, publicada e em vigor é taxativa: "Artigo 1º, 2. - A  presente lei consagra a obrigatoriedade da reorganização administrativa do território das freguesias..."  Há por conseguinte uma impossibilidade prática de ouvir as populações, pois sendo elas consabidamente contra e a lei a favor, qualquer diálogo será inútil.
Por outro lado, após insistir na necessidade de ouvir previamente o povo, o vereador Luís Ferreira escreve que "....se continua à espera da proposta do PPD local, sobre as freguesias que pretende extinguir..." Afinal em que ficamos? Ouve-se o povo? Ouve-se o PPD? Ambos? Para quê, sendo o PS "total e frontalmente contra a extinção de qualquer freguesia rural..."? 
Acresce que o PSD até já se pronunciou no local próprio sobre aquilo que idealmente pretende, embora de forma não vinculativa, mas apenas indicativa: "Artigo 8º ... ...orientação meramente indicativa... Alínea c)- As freguesias devem ter escala e dimensão demográfica adequadas, que correspondem ao máximo de 50 mil habitantes e aos mínimos de: ii) - Nos municípios de nível 2 (caso de Tomar), 15 mil habitantes por freguesia no lugar urbano e 3 mil nas outras freguesias."
Para bom entendedor: o que nós pretendemos é isto. Se nesta primeira fase não for alcançado, não perdem pela demora. Ou seja, no concelho de Tomar, só a Madalena, se assim o entender, está salvo de qualquer futura agregação forçada. Pelo menos enquanto a lei não for alterada em termos numéricos.
O resto não passa de conversa para mobilar. Como é infelizmente usual nos países do sul da Europa. Por isso estamos tão bem e com tão boas perspectivas...

BRONCOS COM A MANIA DE EUROPEUS EVOLUÍDOS

Rui Ramos, EXPRESSO-Opinião, 21/07/12, página 33

Quando aqui escrevo ou reproduzo algo contra a corrente de maledicência e humor rasteiro sobre Miguel Relvas, privilegiadas cabeças pensantes não estão com meias medidas: Vendi-me ao relvismo, de certeza por um qualquer favor ainda por descobrir. Nem sequer passa por tais bestuntos que posso estar simplesmente a tentar ser imparcial e objectivo. Procurando fazer aquilo que Attali aconselha: "chamar a um gato um gato, condição necessária para não o tratar como um cão". Mas quê! O facto de geograficamente ocuparmos o rectângulo mais ocidental da Europa, leva muitos a considerar-se europeus evoluídos, quando não passam de meros rurais mal aplainados. Perceberam? Ou é preciso ser mais explícito? 
Entretanto, os que insistem em confundir ódios pessoais com opções políticas, e não olham a meios para alcançar objectivos nem sempre confessáveis, farão o favor de se limpar a mais este guardanapo. Que "tacho" terá o ministro oferecido a Rui Ramos?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Problemas de condução...

Le Monde, 18/07/2012, página 8

Hollande ao volante, um comissário europeu como navegador, com Merkel a vigiar...

Eu não disse??!!

"O CRIME DE RELVAS"

"Escrevo semanalmente sobre política há mais de 30 anos, mas mesmo assim ainda consigo surpreender-me. Nas últimas semanas tenho ficado embasbacado ao ver pessoas adultas e supostamente inteligentes passarem noites inteiras nas televisões a discutir o "caso Relvas". Mas haverá assim tanto para discutir sobre este "caso"?
A história conta-se em seis linhas: Miguel Relvas apresentou o currículo na Universidade Lusófona, esse currículo foi considerado equivalente a 32 cadeiras, Relvas fez as quatro cadeiras restantes e obteve o canudo. Não há mais nada para noticiar. Pode argumentar-se que houve uma situação de favor -e se calhar é verdade. Provavelmente Relvas não deveria ter tantos "créditos".  Mas essa situação diz respeito à universidade e não ao próprio.
Onde é que, neste processo, Relvas poderia ter cometido um "crime"? Em duas situações: ou falsificando o currículo ou corrompendo alguém para lhe dar mais créditos do que aqueles a que tinha direito. Ora, aparentemente nenhuma destas hipóteses ocorreu. O currículo, que se saiba, está correcto; e não há nenhum indício de corrupção. O que se discute então?
Deveria Relvas ter recusado os créditos que lhe foram atribuídos? Mas alguém já fez isso em Portugal (ou noutro país do mundo)?
O "caso Relvas", neste momento, já não tem que ver com o seu curso mas sim com a luta política. Em torno de Relvas trava-se um braço-de-ferro entre a comunicação social e o governo, para ver quem é mais teimoso. Ocupam-se horas e horas na TV e na rádio com este assunto, e enchem-se páginas de jornais, apenas para manter o tema na agenda -pois já não há mais nada para dizer.
Mas, por isso mesmo, Miguel Relvas não poderá demitir-se nem ser demitido. Isso seria um tremendo erro político. Diz-se que a sua presença no governo está a contribuir para o desgastar. Ora o governo desgastar-se-ia muito mais se Relvas saísse. Porque seria uma cedência. Uma prova de fraqueza. Um sinal de incapacidade para resistir à pressão.
Voltemos um pouco atrás no tempo. Qual era um dos grandes trunfos de Sócrates, reconhecido mesmo pelos seus adversários? Era essa capacidade de resistir, a que começaram a chamar "resiliência". Sócrates resistiu ao caso da licenciatura (que era bem mais complicado que o de Relvas, pois continha irregularidades), resistiu ao caso dos mamarrachos, resistiu ao caso do aterro da Cova da Moura, resistiu ao caso Freeport, resistiu ao caso Face Oculta -chegando às eleições e obtendo, ainda assim, um resultado razoável. Ora porque carga de água deveria Relvas demitir-se "à primeira"?
Como se entende que pessoas que defenderam Sócrates com unhas e dentes até ao fim, venham agora dizer que Relvas devia demitir-se?
Demitir-se porquê?
Por ser mais gordo?
Por ser mais baixo?
Por ser do PSD e não do PS?
Um governante não deve demitir-se debaixo do fogo da comunicação social. Esta é uma regra de ouro. Num momento em que trava um braço-de-ferro com os media, não pode ser o governo a ceder. Nem há objectivamente razões para isso.
Se Miguel Relvas obteve o diploma "por favor", então reúna-se uma "comissão de sábios" para analisar o seu processo e outros idênticos -e retire-se o canudo a quem não o deva ter.
Mas poupem-nos esta novela mexicana que "já não tem mais lenha por onde arder".

P.S. - O único interesse do "caso Relvas" foi revelar aquilo que o "caso Sócrates" já tinha mostrado, mas muita gente teimava em ignorar: a falta de exigência que se verifica nalgumas universidades, distribuindo-se canudos com demasiada facilidade. Espera-se, assim, que o ministro Nuno Crato leve por diante aquilo que prometeu, isto é, analise este problema com o máximo rigor e mude o que estiver mal."

José António Saraiva, Política a Sério, Sol, 20/07/2012, página 5

Nota final de Tomar a dianteira

Dado que estou, se me é permitida a imagem, com a caneta na mão, gostaria de aproveitar para avançar com dois temas locais. Um na área do ensino, outro na do jornalismo.
Constando que o Politécnico de Tomar é dos melhores do país, tem excelentes professores, os seus cursos asseguram bastante empregabilidade, são grandes as suas exigências para com os alunos, mas apesar de todos estes aspectos a sua frequência tem vindo a diminuir de ano para ano, não seria conveniente mandar proceder a uma auditoria externa por entidade isenta e credível, como forma de alicerçar um glorioso renascimento?
É que assim estamos todos na dúvida, entre os defensores que tecem louvores e cada vez mais candidatos que votam com os pés aos gritos de "Vai pra lá tu!"

Divina surpresa no microcosmo informativo nabantino. Após anos e anos de estudada e muito conveniente neutralidade pelo mutismo, um semanário local ousa romper o silêncio. E logo pela pena do seu director. Estou a falar d'O Templário e de José Gaio, por mera coincidência docente no Politécnico e técnico superior municipal em regime de licença ilimitada e sem vencimento.
Pois perante a atitude caricata dos membros da espécie de executivo que temos, que vão fingindo governar-nos, ao expulsarem os jornalistas da reunião de ontem, entre o executivo, membros da AM e representantes de todas as freguesias, para debater a reforma administrativa, o director d'O Templário escreveu na edição electrónica aquilo que se impunha. Numa simples frase, que pode representar a charneira para uma nova idade tomarense: "O jornal O Templário lamenta e critica tal decisão."
Tomar a dianteira aplaude e clama: Até que enfim! 
Porque expulsar jornalistas ou simples cidadãos dos Paços do Concelho só pode ser obra de broncos, que nada entendem de democracia e liberdade de informação.

Valeu a pena!


Foto 1 - Antes do atentado ao património

Foto 2 - O resultado da proeza, visto de nascente para poente

Foto 3 - A mesma vergonha, no sentido norte-sul

 Foto 4  Aspecto actual, após as demolições de ontem, vistos de nascente para poente

 Foto 5 - O mesmo sector ontem, no sentido norte/sul

Foto 6 - O paredão visto de poente para nascente. Em cima o troço já marcado mas ainda a demolir, alinhado com a cércea da cabine da EDP, que entretanto ali veio cair não se sabe em que circunstâncias.

Não sendo caso para embandeirar em arco, convém no entanto assinalar a ocorrência, infelizmente raríssima tanto no país como na cidade. A câmara deu o braço a torcer! As fotos acima mostram bem o sucedido. Antes das obras da Envolvente ao Convento de Cristo, o aspecto do talude no ângulo nordeste era o da foto1. Havia o muro em pedra seca, à esquerda, levantado aquando da construção da estrada nacional, na primeiro quartel do século passado. Repare-se que no troço virado a norte nem sequer havia muro de protecção e jamais se registou um desabamento. Sabe-se agora que devido à existência do primitivo alambor templário.
Depois vieram os reis do betão, que tudo julgam saber e poder resolver. Por ignorância, destruiram involuntariamente vários metros quadrados do multicentenário achado e edificaram um horroroso e desproporcionado paredão. Houve protestos vários, um ajuntamento muito pouco participado e a fingida indiferença do executivo camarário. Mas graças a  um tomarense pelo coração bem colocado em Lisboa, veio o secretário de estado da cultura e a autarquia teve de encarar o problema de outra forma.
Quase um ano depois, o paredão acaba de ser cortado na sua parte superior (fotos 4, 5 e 6), de maneira a torná-lo menos chocante. Não sendo a solução ideal e faltando ainda saber como vão resolver a questão da salvaguarda do alambor, cabe assinalar esta vitória do bom-senso. A solução definitiva ficará para ocasião mais propícia, posto que o actual elenco camarário não quer perder a face, o que se entende. Mesmo assim, valeu a pena protestar e mover influências.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Análise da imprensa local





N'O MIRANTE, JAE subscreve a sua habitual crónica, que pode ser lida na íntegra em http//ultimapaginaomirante.blogspot.com/  Dela destaco a parte final, por constituir uma visão diferenciada em relação à maioria dos órgãos de informação: "Miguel Relvas é o mais inocente dos ribatejanos no Governo desde o 25 de Abril. A prova é que fizeram dele um malfeitor por cusa de uma licenciatura que, como tantas outras, e de tão boa gente, foi conseguida exactamente com os mesmos expedientes. É um espanto a abertura de noticiários televisivos com este tema. Vigiar o sistema e  exercer a cidadania, é uma coisa; caça às bruxas é outra bem diferente." 
Aqui fica o registo, para que conste, sobretudo numa terra onde são todos un anjos imaculados, daqueles referidos pelo senhor D. Januário.
Opinião diferente tem o tomarense Leonel Graça. N'O TEMPLÁRIO e numa longa lauda acusatória, intitulada "A ética e chico-espertice do Sr. Relvas", conclui assim: "Quando, mais uma vez fica provada a falta de ética e moral do Presidente da Assembleia Municipal de Tomar, mais argumentos sobram para todas as dúvidas no contrato lesivo que Relvas, Carrão e Paiva cozinharam com a ParqT, lesando os tomarenses em milhões de euros. Mas tal como no caso da Lusófona, alega-se o cumprimento da lei, ou para isso não tivesse sido contratada uma prestigiada empresa de advogados sociais democratas, para incorrectamente fazerem um contrato "legal" que arruinou as finanças do nosso município." 
Quem assim escreve terá certamente provas sólidas do que afirma, tanto mais que este seu texto acusa bastante, mas pouco esclarece e nada documenta. Não estaremos perante uma das vertentes da alegada caça às bruxas, mencionada por JAE?
Neste estranho clima de modorra estival, João Tenreiro, líder do PSD nabantino, concedeu uma entrevista a CIDADE DE TOMAR. Explicou-se bem mas, como bom causídico, nada avançou de novo, tal como era expectável. São já as férias, mesmo que bastante tristes para muitos. Lá para Setembro/Outubro será então tempo para novidades. Entretanto, Tomar a dianteira pode avançar que para as próximas autárquicas A - Carlos Carrão é uma carta fora do baralho e disso já terá sido informado pelos seus companheiros; B - A próxima lista laranja integrará praticamente só gente nova, não envolvida nestes últimos mandatos autárquicos, o que se compreende; C - João Tenreiro poderá vir a ser o segundo da lista; D - O cabeça de lista será um tomarense com gabarito, estofo, coragem e um programa sólido, mas sem filiação partidária nem anterior ligação à  autarquia como eleito...
É só esperar para ver.

RECORTES DA IMPRENSA DE HOJE

                         
Do excelente semanário Jornal de Leiria -um exemplo para todos os homólogos da região- reproduzimos com a devida vénia esta crónica do conhecido empresário e ex-deputado socialista, Henrique Neto, conhecido por nunca ter a língua dentro do bolso. Vale a pena meditar neste texto, que assenta que nem uma luva aos tomarenses que por aí andam na política, convencidos de que estão a servir o concelho. Pelo menos é o que proclamam.



Outro escrito a merecer cuidada reflexão nas margens nabantinas é esta "Carta aberta aos leirienses", subscrita por Raul Castro, presidente PS da Câmara de Leiria e que ocupa toda a página 13 do "Jornal de Leiria". Com a indicação de "Publicidade" e não à custa do jornal, à moda tomarense.
Entre as medidas elencadas pelo autarca, destaque para a redução de pessoal, de 778 em 2009, para 689 em 2012. Menos 89 funcionários. Numa câmara socialista.
Agora, se me permitem os geralmente ultra-sensíveis funcionários da autarquia tomarense, façamos uma contita assim por alto. Segundo dados oficiais, a câmara de Leiria conta com 689 funcionários para servir 112.101 eleitores, enquanto que a de Tomar conta com 525 funcionários para 38.070 eleitores. Conclusão óbvia: Na mesma relação trabalhadores autárquicos/eleitores que vigora em Tomar, Leiria deveria empregar 1575 funcionários. Ou até mais, sabido como é que quanto mais população, mais complexas são as tarefas autárquicas. Tem menos de metade e mesmo assim está atascada em dívidas e outros problemas. Mas Leiria tem crescido e muito, enquanto Tomar continua a mirrar a olhos vistos. Se calhar porque a cadela pública já não pode com tanto cachorro. Aqui fica esta singela informação, para os fins que os interessados tiverem por conveniente. Que ninguém venha depois dizer que não estava avisado!