É bem certo o ditado popular. O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. O agora bem conhecido alambor, parcialmente destruído aquando da edificação do paredão, até tem tido honras de protecção especial, como se vê na foto. E se compreende, pois é consensual entre os políticos tomarenses que aquele vestígio da fortificação templária deve ser preservado. Na penúltima reunião do executivo autárquico, os IpT defenderam não só a sua protecção mas também a reconstituição da parte destruída. Vai-se a ver, resolveram pela calada instalar dois poços de visita, exactamente no enfiamento do perfil da sapata antes arrasada por ignorância. Na nova situação assim criada, como reconstituir a parte desaparecida?
Sempre atenta às oportunidades e fingindo que ainda é uma empresa pública, a EDP pendurou-se uma vez mais no orçamento da autarquia. Por portas travessas, que só os entendidos conhecem cabalmente, conseguiu à borla mais um espaço público para instalar uma cabina de transformação. Pronta a usar! Tratando-se agora de uma empresa privada, controlada por capitais do Partido Comunista Chinês e cujo principal objectivo é o lucro; com administradores a receber fortunas a cada mês que passa, não se percebe que critérios permitem tal boleia. Talvez um dia ainda se venha a saber. Mas vai levar tempo, lá isso vai...
Mais adiante, o alargamento da estrada do Casal do Láparo, que vai permitir o tal parque para nove autocarros de turismo, -mesmo à ilharga do monumento, ao arrepio de todas as normas europeias, tanto ambientais como de protecção do património- também empanou. Está parado há semanas.
No início desta segunda fase começaram com os movimentos de terras mas, foi sol de pouca dura.
Segundo boa fonte, os responsáveis técnicos do novo consórcio chegaram à conclusão de que o respectivo projecto não é suficientemente fiável, tendo solicitado a respectiva revisão. Desde então aguarda-se.
A reparação da Calçada de S. Tiago é outra chaga. Tanto quanto se percebe, no troço nascente-poente, o escoamento das águas pluviais está previsto (?) pelo meio do caminho. Isto porque, não havendo valetas laterais, nem perfil arqueado, na resta outra hipótese.
A verdade, porém, é que logo mais abaixo, na curva do lanternário, nem uma coisa nem outra. Nem insuficiente sulco central, nem valetas laterais. A água da chuva vai correr por onde? Alagando a calçada a toda a largura? Como tem acontecido nos degraus ali à ilharga da Rua do Pé da Costa de Baixo?
E depois há este outro troço, logo mais abaixo. Será isto trabalho que se apresente? Estão a gozar com os contribuintes ou quê? Os trabalhadores portugueses são excepcionais, quando bem dirigidos, bem remunerados e devidamente fiscalizados. Vê-se que não é o caso em Tomar, transformada numa espécie de República do Desleixo e do Deixa Andar.
Como demonstra esta ridícula valeta, cuja fraca profundidade indica que se trata apenas de ornamentação. À primeira bátega, as águas pluviais vão transbordar, arrastando primeiro a terra e depois as pedras. Maneira ardilosa de conseguir mais trabalho? E se não houver verba disponível? Lixam-se os eleitores como sempre, não é verdade?
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