Nota prévia
Em Tomar a dianteira não há jornalistas, nem gente que viva do jornalismo. Por isso, nunca procedemos como se fôssemos da PJ e tão pouco recorremos a jornalismo de sarjeta. Não nos interessa que o governante, o eleito, o funcionário ou o simples cidadão, tenham cursado a universidade X ou Y, tenham ou não obtido equivalências, quem as atribuiu, em quantos anos obtiveram a licenciatura, o mestrado ou o doutoramento, quanto é custou, qual a classificação final, com quem vivem e onde, em que regime de vida comum.
Limitamo-nos a escrutinar aquilo que fazem nos lugares que ocupam, criticando ou louvando consoante os desempenhos. O resto não nos diz respeito, nem devia interessar aos jornalistas, não fora a necessidade de governar a vidinha...
1 - As novas obras de Santa Engrácia
Os meses vão passando e as obras da Envolvente ao Convento, vulgo "obras da estrada do convento", não há meio de acabarem. Já lá vão 17 meses desde a adjudicação e por este caminho antes do Natal não devem estar prontas. Tomarenses com quem falamos opinam que se trata das novas obras de Santa Engrácia, que é como quem diz obras que nunca mais acabam...
Já foi dito, mas repete-se: Houve coragem e ganhou o bom-senso ao mandarem reduzir em mais de um metro a altura do paredão, que uma vez paramentado a pedra seca até nem irá destoar muito do ambiente geral. Subsistem porém dois óbices. A questão do alambor templário, cuja solução não parece nada fácil, e o evidente desiquilíbrio entre a cércea à esquerda do citado alambor e a da direita, quando o talude a proteger é praticamente da mesma altura, ou está à mesma cota, para usar o termo técnico.
3 - Aversão a rectas
Ignoro quem seja a ou o projectista das obras em análise, em que estabelecimento de ensino se formou, se conseguiu ou não alguma equivalência, com quem vive, etc. etc. O que sei é o que se vê muito bem nas fotos supra. Denota preferência pelas curvas ou, no mínimo, manifesta aversão pelas linhas rectas. Deve ser daqueles a quem ensinaram que a mais curta ligação entre dois pontos nunca é uma recta. O que é verdade no terreno, mas falso no espaço.
4 - Os turistas e as interdições
Todos os domingos, na minha tradicional passeata pelas obras, deparo-me com os turistas-náufragos. Desta vez encontrei uns galegos à procura do acesso às muralhas, o casal da fotografia a tentar perceber como é que podia chegar ao Convento pela Calçada dos Cavaleiros, que está vedada há um mês, e um outro casal, num carro de matrícula holandesa, que subia a mesma calçada, na esperança de que por ali se chegaria ao Convento.
Lá orientei uns e outros o melhor que consegui, com um peso no meu coração tomarense: pobres infelizes; isto deve ser assim todos os dias. É mais um aspecto a mostrar que o presidente Carrão até tem razão: "O país está um Inferno e o Diabo instalou-se em Tomar." Só não percebo de que estará à espera para emendar o que for possível...
5 - Se a ideia é enganar os turistas...
Esta é a indicação colocada a meio do primeiro troço da multicentenária Calçada dos Cavaleiros, do lado direito de quem sobe. Os infelizes visitantes que têm o cuidado de a ler só podem ficar completamente perdidos, porque:
A - Não há qualquer referência à Av. Vieira Guimarães, vulgo Estrada do Convento;, que também está vedada;
B - "Chamam Calçada de Santo André" à Calçada dos Cavaleiros;
C - Escrevem que as zonas interditas, as duas referidas calçadas, estão assinaladas a vermelho, mas como se pode ver, na foto não há nada a vermelho;
D - Não referem qual ou quais os acessos pedonais ao Convento;
E - Também não dão qualquer indicação para o acesso de veículos;
Se a ideia é enganar os turistas, de forma a que não voltem a chatear-nos, não há dúvida nenhuma de que está bem conseguido! O que nem surpreende. Sempre são sete cabeças pensantes no executivo!
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