quarta-feira, 4 de julho de 2012

Semear caca quando há vento é sempre muito perigoso

O MIRANTE, 05/07/2012, página 21

Esta notícia d'O MIRANTE ilustra na perfeição o abismo que agora separa dois concelhos contíguos -o de Tomar e o de Ourém, que foi em tempos, antes da vaga emigratória, um dos mais pobres e atrasados do país. Sei do que falo. Tenho casa e família chegada em Caxarias (2.195 eleitores - PS)
Enquanto ali os eleitores procuram soluções, tanto para os seus problemas pessoais como para os políticos, como acontece com os residentes no Casal dos Bernardos (1.161 eleitores - PSD), em Tomar parece que ainda  muito poucos entenderam uma evidência: É extremamente perigoso entreter-se a semear caca em época de fortes ventanias e frequentes remoinhos violentos. Corre-se o risco de vir a ficar todo borrado. É a velha história de ir à lã e acabar tosquiado...
Que se saiba, só o presidente da Junceira (741 eleitores - IpT) já manifestou a sua preocupação perante a estranha atitude da generalidade dos eleitos locais, ainda convencidos de que a reforma não vai ser implementada. Em declarações que podem ser lidas aqui avançou que estão equivocados os que se mantêm deliberadamente dubitativos e inactivos.
Numa outra atitude assaz curiosa, Carlos Lopes, presidente da Beselga (753 eleitores - PS), admite conhecer mal o processo, mas refere uma moção adoptada pelos seus administrados que repudia a agregação ou a extinção da sua freguesia, que não tem os mínimos legais para sobreviver. Logo mais adiante, porém, acrescenta que acatará a implementação da lei, com a qual não concorda. Por outras palavras, prefere que sejam os de fora da freguesia a decidir o futuro da população da mesma, conforme se lê aqui. Estranho povo na verdade...
Posição  igualmente estrambótica é a do vereador Luís Ferreira (PS), que afirma: "O PSD é que tem de assumir quais as freguesias que quer extinguir". Será mesmo ? Não serão antes as populações a decidir livremente o seu futuro administrativo, tendo em conta os recursos disponíveis, como sempre deve ser em democracia plena? Para quê tentar boicotar uma lei já promulgada? Para não vir a perder votos? E se o resultado final vier a ser exactamente o inverso?

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