quinta-feira, 15 de agosto de 2013

BASTA!

Prometi que voltaria a escrever a partir de 15 de Agosto, uma vez terminado o curto período de nojo que decidi adoptar. Aqui estou a cumprir, para não ficar com problemas de consciência.
Durante este silêncio doloroso, muita coisa aconteceu, que seria deslocado enumerar. Por isso optei pela habitual frontalidade: BASTA! Tomar a dianteira acaba aqui.
Numa lista de quinze justificações que tenho aqui ao lado, nenhuma delas é simpática para os tomarenses em geral e muito menos para os autoproclamados políticos locais. Por conseguinte, o silêncio é de oiro.
Até sempre. Se alguma vez vierem a precisar de mim para algo que valha a pena, sabem onde e como me encontrar.
Apesar de tudo, a todos desejo um futuro o melhor possível.

Cordialmente,

António Rebelo

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

De luto

A Lídia, em Junho deste ano, na Grécia

Após doença incurável, porque detectada demasiado tarde, faleceu ontem, cerca das 16 horas, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, Lídia Maria Simões Lopes Rebelo, 63 anos, natural de Caxarias, que exerceu a docência em Tomar desde 1976.
A urna com os seus restos mortais chegará hoje a Caxarias, cerca das 12 horas. O funeral está marcado para as 18 horas, para o cemitério daquela localidade. Que descanse em paz!
Em sinal de luto, Tomar a dianteira suspende a publicação de novos textos até 15 de Agosto. Até lá.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Que gente...


O MIRANTE, 01/08/2013, página 15

 É o velho problema dos penduras; quando convém, zás, vá de fazer como as moscas dos coches: se a viagem parece interessante, poisam. Neste caso preciso, sem a intervenção de Tomar a dianteira, das centenas de pessoas que assinaram a petição na Net e sobretudo -há que dizê-lo- de Miguel Relvas que, respondendo ao meu apelo, para cá catapultou o então SEC Francisco José Viegas, decerto já nem haveria alambor nem, por conseguinte, a sua descoberta. Porque a senhora directora do monumento devia andar distraída nessa altura, quando as máquinas dele destruíram cerca de 20 metros quadrados, como se pode ver do lado esquerdo da foto. E agora ainda tem o descaramento de se colar à descoberta? Que gente...

O MIRANTE, 01/08/2013, 1ª página

O MIRANTE, 01/08/2013, página39

É o tema do momento, para mim com todo o ar de uma mal enjorcada encenação para caçar votos. Prudente, o presidente do IPT lá vai dizendo que "implementado na plenitude PODERÃO ser criados ATÉ 200 postos de trabalho". Bem pagos ? Permanentes? Ninguém sabe e os principais actores também não explicam.
Por outro lado, posto que o protocolo (se houver mesmo algum protocolo juridicamente válido e vinculativo para todas as partes) é válido por dez anos, bastará criar 20 postos por ano, eventualmente com contratos de 6 meses, para se chegar aos tais 200 postos de trabalho.
Acresce que, no meu modesto entendimento de leigo em direito, o citado acordo é nulo por conter cláusulas que se me afiguram leoninas. O que me levará, caso as oposições que temos não se antecipem, a recorrer às instâncias competentes, para que se esclareça mais este estranho caso na "capital dos eventos", segundo o senhor Carrão.
Por falar em oposições: Com tanto secretismo e tantas dúvidas, estão à espera de quê, para obrigar o executivo a tornar público o documento assinado entre as partes???
ÀS MULHERES DE CÉSAR NÃO LHES BASTA SER SÉRIAS; TÊM TAMBÉM DE PARECÊ-LO. E as oposições que temos não parecem. Até aplaudem um pretenso consórcio, cujo início de actividade, seguramente por mero acaso, está previsto para...30 DE SETEMBRO!!!
Que gente... É com eles que querem que isto ande para a frente? Bem podem ir esperando!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Estranho, muito estranho...

 Rádio Hertz on line, 29/07/2013, 15H16

Jornal i, 30/07/2013, página 8

Cada vez mais estranha e densa a atmosfera político-eleitoral tomarense. Leiam-se as duas notícias supra. A da Hertz é triunfalista, bastante detalhada e peremptória: "um projecto de grandes dimensões e que irá criar cerca de 200 postos de trabalho."
Muito mais comedido, o jornalista do i vê o mesmo tema de outro modo: "um centro de excelência", que poderá levar à criação de 200 postos de trabalho." Simples questão de formulação frásica? Ou haverá mais bicho na fruta?
À cautela, o referido diário acrescenta a chamada obrigação deontológica: "O i tentou obter mais pormenores desta parceria, mas sem sucesso até à hora do fecho desta edição." Porque terá sido?
Apenas mais um exemplo da lamentável política de segredo de uma autarquia que insiste em brincar às escondidas com os seus potenciais eleitores? Ou trata-se só de um "apanha-votos" para consumo local, a exemplo do célebre parque temático de há quatro anos?
Já que é questão de informação, há que aproveitar o ensejo. Aqui há meses solicitei, ao abrigo da lei do direito à informação, que me fosse facultada a consulta ao "processo ParqT". O senhor presidente da câmara teve então a amabilidade de me informar por escrito que tal não era possível, em virtude de o referido caso estar a ser investigado. 
Por portas travessas, lá consegui apurar que o dito assunto estava a se investigado pela Polícia Judiciária, na sequência de uma iniciativa dos IpT. Continuo à espera. O que me espanta e parece muito estranho é que os vereadores IpT nunca mais tenham interrogado a maioria relativa a tal respeito. Afinal a PJ continua a investigar? Já concluiu a investigação? Encontrou algum ilícito? Já enviou o relatório final? Não há sequer matéria para relatório?
Os contribuintes pagam, mas têm o direito de ser informados. Que a câmara PSD procure informar o menos possível nessa questão da ParqT, percebe-se. São inábeis políticos, porém não consta que sejam masoquistas. Mas as oposições, senhores? O que será que as inibe? Simples incompetência? Ou algo mais?

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PSD - Tomar: Continuidade sem evolução



Apareceu finalmente de forma pública a lista laranja nabantina. Conforme era previsível, trata-se de gente jovem, séria, ambiciosa,  trabalhadora e por aí fora. O pior é o substrato político. E a gritante falta de ideias originais e fecundas. Carlos Carrão consegue o seu sonho, não de toda uma vida, mas de quando percebeu que nesta terra tudo é possível com o actual sistema eleitoral de listas aferrolhadas. Ascendeu à cabeça e tem algumas hipóteses de ganhar tangencialmente. Não por mérito próprio ou dos seus acompanhantes. Apenas por manifesta inépcia dos adversários, uns escravos de fantasias, outros de ideias fixas, outros ainda de afigurações de tipo megalómano.
Em segundo lugar vem o jovem causídico João Tenreiro, inicialmente adversário interno de Carrão, posto que apoiante de António Lourenço dos Santos, que as instâncias partidárias rejeitaram, vá-se lá saber porquê. Capelinhas, está bom de ver. Trata-se portanto de um prémio de consolação para Tenreiro. Assim uma espécie de porta-chaves a comemorar o facto de ter engolido o sapo e passado a apoiar o que antes criticara. Por ser um neófito em funções autárquicas, vai seguramente passar um mau bocado, pelo menos até se inteirar da vida camarária, com os seus múltiplos alçapões e outras tantas ratoeiras.
Maria Luísa Oliveira é outra principiante, que aparece em terceiro lugar unicamente devido à sua condição feminina. Tanto mais que a seguir temos o actual vice-presidente, José Perfeito, que no actual mandato passou de quarto a segundo, o que pode bem ser uma indicação do que virá a suceder uma vez mais, caso o PSD consiga vencer. Com efeito, não fora o problema Tenreiro e o contingente feminino obrigatório, o actual vice seria naturalmente o segundo da lista. Nestas condições, uma vez eleito, com maioria absoluta ou relativa, Carrão renovará a indicação de Perfeito como vice-presidente, assim transformando Tenreiro e Luísa Oliveira em dois jarrões chineses. Ou dois autarcas no regime de formação remunerada em exercício.
Maldade minha? Má vontade? Que não, que não! Apenas uma singela constatação interrogante: Que se pode esperar de dois autarcas experientes e bons conhecedores da casa, secundados por dois principiantes em política autárquica? Carrão e Perfeito já demonstraram não ter qualquer programa credível ou sequer vontade de o apresentar. Os outros dois têm? Vai daí, A ser assim, vamos ter mais quatro anos de continuidade sem evolução. Triste sina a nabantina!

Mazelas Tomarenses

 O progresso e a esperteza saloia

Foto 1
A política tem destas coisas. Delineada no reinado paivino, a empreitada da Envolvente ao Convento de Cristo, que nada justificava além da ganância perante os fundos de Bruxelas, foi candidatada com um projecto feito à pressa e por aprendizes. Do que resultaram erros crassos, como o rebaixamento do parque de estacionamento da Cerrada dos Cães, que veio a provocar a queda das pinheiras cinquentenárias, excepto uma.
Nesta segunda fase, tratava-se de implantar um parque de estacionamento para nove autocarros de turismo, junto à fachada norte do Convento de Cristo e ao arrepio das recomendações europeias no sentido de afastar dos monumentos os veículos diesel, devido às emissões excessivas de CO2. Segundo me foi dito por fonte sabedora, inicialmente os ditos autocarros estacionariam "em espinha" no novo parque. Devido a mais um erro de concepção, após onerosas expropriações e custosas obras de sustentação do talude situado a norte concluiu-se, que afinal o espaço previsto era insuficiente. Os autocarros não cabiam em "espinha", pois têm geralmente onze metros de longo e o novo parque nem isso tem de largura, uma vez implantados os passeios.
Entrou então em cena o habitual desenrascanço, também conhecido por esperteza saloia. Em vez de emendarem as coisas, não senhor. Já que não podem estacionar "em espinha", estacionarão longitudinalmente, ou seja, ao longo do passeio da direita. Donde aquela reentrância tão estética e prática para os motoristas, logo ali na curva da entrada (foto 2). Azar dos azares, segundo informação de António Freitas, um dos raros periodistas locais a lutar pela sua terra e a interessar-se por estas minudências, os novos autocarros de turismo (ver foto 1) são de três eixos, para maior estabilidade e conforto das pernas, tendo 15 metros de comprimento. Vai daí, não estou a ver como vão conseguir fazer aquela curva à primeira tentativa. E daí a irem dizer mal de Tomar...

Foto 2

domingo, 28 de julho de 2013

HOMENS e minhocas...

Aqui está um caso de flagrante diferença, a pouco mais de 40 quilómetros de distância. Em Leiria há homens políticos. Em Tomar há apenas minhocas políticas. E não só. Por isso Leiria continua a crescer. Já ultrapassou os 100 mil habitantes. Por isso Tomar continua a mirrar. Já desceu abaixo dos 40 mil habitantes. Aproveite igualmente para comparar o jornal leiriense com os nabantinos. São muito parecidos, não são? Até têm primeira página e tudo!


sábado, 27 de julho de 2013

Por este caminho temos futuro?


Pago 35 euros por cada recibo de água + taxas diversas. Nos concelhos vizinhos, segundo consultas feitas, pagaria menos de 30 euros. Entreguei recentemente um projecto de obras, para apreciação e posterior obtenção da indispensável licença camarária. Paguei 476 euros. Num concelho vizinho, cujo funcionário pediu o anonimato total, como condição para comparar, teria pago apenas 228 euros.
Precisei há dias de uma ambulância, para transportar a mãe do meu filho, gravemente enferma, a Coimbra. Tive de recorrer aos bombeiros de Constância. Os de Tomar não têm ambulâncias em condições de fazer o trajecto com absoluta segurança, segundo me foi dito.
Se fosse um subsídio para uma actividade cultural, desportiva ou mais ou menos, uma cedência do autocarro "à borliú", a utilização gratuita de um pavilhão ou uma passeata comezaina-tintol-bailarico-lanche ajantarado, a 10 euros por cabeça, era trigo limpo. Ambulâncias é que não pode ser. Os enfermos que vão à pata, que andar faz bem à saúde!
Com estas opções e por este caminho temos futuro? 
Cada qual que responda como entender no próximo 29 de Setembro. 
A minha posição já é conhecida. Não jogo mais enquanto não mudarem o baralho, cujas cartas estão viciadas.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Funcionários públicos

Alguns leitores deste blogue ficam muito enxixarados quando aqui prevejo que vai haver despedimentos importantes de "servidores do Estado". Deduzem -erradamente, mas deduzem- que sou contra os funcionários. É mais ou menos como sustentar que sou contra a chuva se escrever que no próximo inverno vão ocorrer algumas inundações.
Na verdade, nada tenho contra os trabalhadores e como é sabido até fui funcionário público durante quase 40 anos. Com uma importante particularidade porém -andava a toque de compaínha, ao ritmo 50-10-50-10. E tinha falta a justificar se chegava 10 minutos mais tarde. Para que conste...
Quanto aos funcionários camarários em geral, não duvido nem por um segundo que são leais e profícuos servidores da autarquia e, através dela, de toda a comunidade tomarense. O que não significa que sejam mártires do trabalho, como as atitudes de alguns pretendem dar a entender. Não sendo possível andar a espreitar o que se passa nos cada vez mais serviços camarários dispersos pela urbe, só posso escrever como conhecimento visual daquilo que acontece cá fora.
Esta manhã, antes das nove, fui ao mercado semanal. À entrada da ponte nova, de um lado dois funcionários da varredura discutiam animadamente. Um terceiro observava interessado do lado oposto. Regressei a casa e fui ao pão. À sombra da igreja de S. João, um outro funcionário da varredura conversava animadamente com um cidadão. 
Vindo da padaria, dirigi-me para a Rua do Pé da Costa de Baixo. Nas traseiras dos Paços do Concelho, lá estava outro funcionário da limpeza urbana a observar atentamente um jornal. Finalmente, já na Rua do Pé da Costa de Baixo, tive então o gosto de ver um outro "varredor" a arrancar ervas de um muro leproso. Pareceu-me novo nestas andanças. Ainda não terá adquirido os hábitos da casa. Nem tudo está ainda perdido. Mas já faltou mais. Por isso, deixem-se de queixas e de tretas. Por este caminho não vamos longe. 
Lavoisier escreveu que "as mesmas causas, nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos". Confirmando este axioma, Einstein viu as coisas de outro modo: "Loucura é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes." Exactamente a triste situação dos candidatos autárquicos tomarenses, cuja principal qualidade é a teimosia.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Doenças graves

Informei os leitores em tempo oportuno que iria suspender os escritos neste suporte, devido a problemas graves de saúde na família. E assim tem sido, ou quase. Apenas procuro publicar os incidentes mais urgentes, preocupado e assoberbado que ando com a doença da minha senhora (acho o vocábulo "esposa" inadequado por demasiado piroso). Para mal dos meus pecados (que são muitos, bem sei), outra doença me atazana o espírito, por ser de certo modo ainda mais grave que a antes mencionada. Falo da decadência aguda da comunidade tomarense.
E refiro de certo modo mais grave porque, enquanto no caso da mãe do meu filho, tudo está a ser feito para  ultrapassar a maleita, havendo até já um projecto para a levar ao estrangeiro, se tal vier a ser necessário, no caso da cidade e do concelho -NADA! A autarquia e os autarcas nabões continuam alegremente a nadar.
O senhor Carlos Carrão, que é o mais humilde dos três da troica do poder, tem pelo menos o mérito de nada prometer, além das usuais festarolas bem regadas e de uma nova etapa, ninguém sabe com quem, para onde, porquê ou para quê. Na verdade apenas procura manter o seu ganha-pão actual, que lhe é indispensável para poder continuar a assegurar a educação dos filhos. Quanto à sua actuação política, basta lembrar que o executivo decidiu contratar mais funcionários efectivos, numa altura em que por esse país e por essa Europa fora se fala sobretudo em despedir "servidores" do Estado, tornados redundantes pelos servidores informáticos.
A senhora licenciada Anabela Freitas -uma simpatia, que todavia não responde às ofertas de ajuda- dá mostras de grande entusiasmo na divulgação da cartilha socratino-segurista, prometendo tudo a todos, a começar pela MUDANÇA, que por enquanto ninguém sabe em que consiste. Exactamente como o seu secretário-geral, que apregoa medidas como por exemplo a renegociação do memorando de entendimento ou os eurobonds, sem previamente ter consultado os nossos credores, que obviamente não estão para aí virados. O senhor licenciado Seguro anda portanto a difundir balelas oportunistas e a senhora licenciada Anabela idem.
Não estando em causa a pessoa, ainda que o seu feitio tenha umas arestas que se fossem limadas só o beneficiariam, o licenciado Pedro Marques e a sua formação IpT constituem uma verdadeira chaga no cada vez mais mirrado corpo nabantino, ao implicar quase obrigatoriamente um poder a três, fórmula que não será a  melhor para encetar novos e indispensáveis caminhos por estas bandas. Como é sabido, capitaliza sobretudo votos que seriam do PS, partido com o qual de facto não quer negociar. Beneficia assim um PSD exausto e seco de ideias, que nos arrasta para a irrelevância regional.
Restam os outros três intervenientes, com destaque para o engenheiro Bruno Graça, que tem prestígio e obra feita, mas está outra vez numa formação cujo futuro já foi. Como sucedeu com as defuntas UDP, FEC/ML e  OCMLP. É pena.
Bem sei que há as tertúlias, ao que parece muito frequentadas e animadas. Porém, mesmo tendo em conta que em política o que parece é, na verdade o tempo das tertúlias, das doutrinas tentadoras e da esquerda em geral já passou. Agora chegou a era do res non verba. Nós é que continuamos bastante atrasados nas ideias dominantes em relação à Europa e ao Mundo. A nossa doença do costume. Insistimos de forma obstinada na falsa ideia de que os outros vão esperar por nós...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Obras cada vez mais mal enjorcadas


As infindáveis obras da Envolvente ao Convento de Cristo estão cada vez mais mal enjorcadas. Confirmam o velho dito popular: "O que nasce torto tarde ou nunca se endireita". Olha-se para a nova entrada da Estrada do Casal do Láparo e não se acredita. Com aquele passeio em bico do lado direito, como é que os autocarros de mais de 11 metros de longo, idos da Cerrada dos Cães (da esquerda, portanto) e obedecendo ao painel obrigatório nesse sentido, vão conseguir dar a volta? Mistério...
Entretanto a directora do Convento protestou, por terem escavado os alicerces do monumento, agora à vista desde o Portal da Micha ao Portão dos Carrascos. E proibiu que afundassem mais, como pretendiam. Fez muito bem! E devia até alertar Lisboa quanto antes, que aquele desaterro vai ter consequência graves na estabilidade de partes do monumento. É só esperar pelas chuvas de inverno, mas já há uma fenda bem visível no muro do Pátio dos Carrascos...
É só argoladas!

Filme político certamente

 Grande aparato na Praça da República, com bar aberto bem abastecido e os passantes muito admirados.

Há material com fartura...


...e a indicação de que se trata de filmagens.

A ser assim, trata-se de um filme político certamente. Com máquina de fumo para tornar as imagens mais transparentes. Exactamente como na vida real. Ele há coisas!



domingo, 21 de julho de 2013

Ele merece

Incansável defensor e difusor da boa cozinha portuguesa, o tomarense José Quitério, figura central da escrita gastronómica lusa,  bairrista até ao tutano, é também humilde, discreto, avesso a mundanidades cor de rosa. A tal ponto que de tempos a tempos vem a Tomar, pernoita na casa de família, ali ao cimo da Corredoura, sempre a procurar não fazer ondas, a tal ponto que poucos dão por ele. Apenas aparece no Paraíso, praticamente anónimo, para a clássica torrada da merenda.
Miguel Esteves Cardoso entendeu agora oportuno escrever sobre tão grata figura da cultura portuguesa. Ele que é dos mais notáveis escritores portugueses de sempre. Merci MEC! José Quitério est un mec au poil!


PÚBLICO, 21/07/2013, página 53

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Arma encravada

Continua a incomodar alguns que por aqui se escreva ser a abstenção de protesto a única opção eficaz nas próximas autárquicas. Insistem no velho refrão "O voto é a arma do povo!". Pois é. Mas aqui em Tomar está encravada. E mesmo no país, não sei não...
Aqui pelas margens do Nabão, ao contrário do que sucede a nível nacional, temos três forças potenciais vencedoras de eleições -PSD, PS e IpT. Donde resulta ser praticamente certo que, com qualquer resultado,  teremos novamente um executivo 3-2-2 no qual, não havendo entendimento a 2+2, tudo será como até agora: natação em copos de iogurte, com alguns a garantir que são piscinas olímpicas. Isto porque, a dois meses do escrutínio, continuam por conhecer as opções programáticas da cada cabeça de lista, tudo levando a crer que será como dantes: Programas para quê? Se ganharmos logo se vê!
Sem programas, e abstraindo a personalidade de cada candidato, o que distingue políticamente cada um dos três candidatos putativos vencedores, de cada um dos outros dois? Há alguma diferença política distintiva? Se afirmativo, confesso que ainda a não detectei...
Acresce que, seja qual for o vencedor, a sua actuação está traçada de antemão: fazer figura de corpo presente, receber ordenados e mordomias, prometer, assinar de cruz o que os técnicos superiores lhe ponham à frente. Como sempre, pois, como escreve José Gomes Ferreira, "Durante décadas [os funcionários superiores] criaram burocracias sobre burocracias, regulamentos, regras de licenciamentos, taxas, multas e outras penalidades, para aumentar a receita do Estado e justificar a sua própria existência e a contratação de mais e mais funcionários públicos, à custa de uma economia frágil.
Políticos fracos, de direita e de esquerda, demagogos ávidos de serem reeleitos, sempre atenderam as suas reivindicações e por causa disso atiraram as despesas dos orçamentos de Estado para a estratosfera, sem cuidar do dia de amanhã." (José Gomes Ferreira, O meu programa de governo, página 62).
A confirmar este triste estado de coisas, no vale nabantino até se continuam a pagar despesas de representação a quem nada representa. E a assinar de cruz decisões técnicas cheias de alçapões. Adiante...
Perante tudo isto, quer-me parecer que, pelo menos em Tomar, ir votar em Setembro equivale a aceitar disparar com uma arma encravada, com grandes hipóteses de o tiro vir a sair pela culatra. É isso que querem? Se afirmativo, não hesitem. Façam de conta que ninguém vos preveniu. Mas depois não venham lastimar-se!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O livro político deste Verão



É o livro político da saison, que já vai na 2ª edição em apenas dois meses, coisa rara para este tipo de obra. Assina-o o nosso conterrâneo José Gomes Ferreira, jornalista, comentador e subdirector de informação na SIC. São 475 páginas de linguagem directa, substantiva e sem rodriguinhos. Logo na introdução, o autor é frontal: "Não, não estou a candidatar-me a nada. Não sou político. Sou jornalista, como muito orgulho."
O que lhe permite, 328 páginas mais adiante, citar esta "mensagem que corre na Internet e nas redes sociais, de autor que não consegui identificar":
"Já se perguntaram por que razão os partidos governam tão mal? É porque podem! Não há nada que penalize os seus chefes. Os portugueses julgam que "vivem" em "democracia" porque têm um "voto", mas este sistema eleitoral de listas "fechadas" sem voto nominal, não lhes permite sequer IMPEDIR que os candidatos colocados nos primeiros lugares das listas sejam sempre "eleitos". Como a ordem de atribuição dos lugares... ...é IMPOSTA pelo partido, em vez de ser em função de quem tem mais votos, os caciques elegem-se a si próprios! Vivem eternamente blindados contra o escrutínio e não há nada que os obrigue a pensar no bem público.
TEMOS O SISTEMA ELEITORAL DA ALBÂNIA, UCRÂNIA E RÚSSIA!"
Conforme venho escrevendo há meses, contra tão bizarra situação de abuso há um único remédio: a abstenção como forma de protesto cívico. Mais nada!

O saque continua...

Cidade de Tomar, 19/07/2013, página 26

Os saqueadores do costume insistem, que a isso obriga o calendário eleitoral, e o saque continua. Há que honrar compadrios, satisfazer compromissos, comprar votos, adoçar a boca aos eleitores, sossegar os funcionários mais renitentes...
Temos assim que, numa altura em que o governo PSD procura afanosamente reduzir o funcionalismo público, conforme lhe foi exigido pela troika, (e está a acontecer noutros países europeus), o município PSD de Tomar resolve fazer o exacto inverso: aumentar o número de funcionários ao seu serviço, mediante concurso público EXCEPCIONAL. E logo para a categoria que mais despedimentos virá a sofrer a nível nacional, porque mais numerosa e com menos dotes profissionais -Assistente Operacional! Valha-nos Deus! Não haverá, numa autarquia com gente a mais, funcionários a transferir para onde fazem falta? Temos dois PSD, o das vacas magras e da austeridade em Lisboa; o das vacas gordas e das farturas em Tomar?
Lembrem-se da ameaça do outro: Gozem mas não abusem, que o povo pode acordar. E nesse dia...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Convém ler com atenção...

Convém ler com atenção o que diz e pensa uma parte da guarnição do "rebenta-minas da austeridade" - a Grécia. 

Os que, como eu, foram mandados para a guerra em África e aí cumpriram a sua obrigação de então para com a Pátria, sabem do que falo: Daqueles dispositivos e veículos preparados para suportar o rebentamento de minas enterradas no solo, os quais, sempre na dianteira das "colunas" militares, salvaram muitas vidas. Pois quarenta anos mais tarde, no clima de conturbada e prolongada crise em que vivemos, é a Grécia que faz de "rebenta-minas" da austeridade. Todas as medidas gravosas são primeiro impostas lá. Só depois são sugeridas aos outros países sob assistência financeira. Importa por isso conhecer antecipadamente as reacções dos eleitores helenos...que se vêem gregos para aturar a exigências da troika. Ora faça o favor de ler:

"É a derrocada das nossas vidas", dizem os funcionários  em vias de despedimento"

"Terça-feira 16 de Julho haverá mais uma greve geral na Grécia, convocada pelas principais centrais sindicais e contra o voto pelo parlamento, até 19 de Julho, de um projecto de lei permitindo designadamente o despedimento de funcionários públicos. Administrações fechadas e transportes públicos parados. A Grécia funcionará a meio gás durante 24 horas e está prevista mais uma manifestação junto ao parlamento.
A mobilização social dura contudo desde o anúncio pelo governo do citado projecto de lei, há uma semana, com manifestações todos os dias e a ocupação de várias autarquias pelos funcionários respectivos. É o caso do pequeno município de Agios Dimitrios, a sul da capital. "Assim do pé para a mão, o governo que nos tinha prometido que não haveria mais medidas de austeridade, anunciou a supressão inevitável de 4 mil empregos públicos até ao fim do ano e que 12.500 funcionários têm de aceitar sem condições mudanças de colocação até ao final de 2014", refere indignada Maria (o nome foi alterado), assistente operacional há 17 anos. "Acusam-nos de haver pessoal a mais nos municípios mas, dos 70 mil funcionários das 300 câmaras municipais da Grécia, em 2012, já só restam 65 mil, devido às aposentações. Se suprimem ainda mais lugares, algumas autarquias vão ficar numa situação de incapacidade para cumprir as suas missões. Não é por acaso que os presidentes de Câmara nos apoiam", acrescenta Maria.
As câmaras manter-se-ão encerradas até ao dia do voto do projecto-lei, previsto para 17 de Julho, documento legislativo que prevê a mobilidade ou a passagem à disponibilidade dos funcionários públicos territoriais, mas igualmente a supressão pura e simples de alguns serviços públicos, entre os quais as polícias municipais (3.500 empregos), os guardas escolares (2.227 empregos) e departamentos completos nos liceus técnicos do país. "Cerca de 2.500 colegas estão sob ameaça de despedimento", diz-nos Nicky Bey, professora de grego num liceu de Atenas, durante uma das manifestações organizadas quase diariamente pelo sindicato de professores OLME nas ruas de Atenas, desde o anúncio oficial do novo plano.
"Dizem aos nossos colegas que vão colocá-los na disponibilidade durante oito meses, com direito a 75% do vencimento, que é de cerca de 900 euros mensais com horário completo, explica-nos Nicky. E a seguir? Querem convencer-nos que, durante esses oito meses, haverá um processo de avaliação e que  uma parte dos disponíveis será transferida para outros serviços, mas ninguém acredita nisso! Disponibilidade = despedimento, ponto final."
Devem por isso manter-se encerradas até 22 de Julho cerca de cinquenta fileiras do ensino técnico entre as quais, por exemplo, os departamentos de formação de ajudantes de enfermagem, de assistentes dentários e de ajudantes técnicos de farmácia.
"O que vai ser dos alunos inscritos nestas formações?, interroga-se Thémis Kotsifakis, dirigente do sindicato OLME. Vão ser forçados a ingressar nos IEK, os institutos privados de ensino técnico e nem todos têm os 5 mil euros que estes caça-dinheiro exigem anualmente a cada aluno como despesas de escolaridade."
A estupefacção é ainda maior nas fileiras da polícia municipal. "É totalmente injusto privar-nos assim do nosso ganha-pão. E não desconfiámos de nada! É a derrocada da nossa vida", comenta ainda incrédula Elenie, uma jovem de 30 anos, que se julgava protegida do desemprego pelos seus nove anos de antiguidade na polícia municipal de Atenas.
O governo prevê colocar na disponibilidade em 23 de Setembro próximo o conjunto dos 3.500 agentes da polícia municipal, ao mesmo tempo que anuncia a transferência de alguns deles para a polícia nacional. "Não temos qualquer indicação do nosso ministro a esse respeito. Nenhum total previsto para os abrangidos pela eventual transferência, nem qualquer precisão sobre os critérios de selecção. É a confusão total.", comenta Elenie.
Numa entrevista concedida na passada sexta-feira ao jornal populista grego Proto Thema, o primeiro ministro Samaras  convidou claramente os gregos a escolher entre "uma polícia municipal que só serve para passar multas e uma polícia nacional reforçada, para lutar contra o comércio das falsificações e proteger os bairros".
Estigmatizar a ineficácia dos funcionários públicos em vias de despedimento é uma táctica usada desde há meses pelos dirigentes gregos, a qual visa conseguir a aceitação pela população destas medidas muito impopulares.
Mas não é certo que os gregos estejam totalmente convencidos. Segundo uma sondagem do instituto Metron Analysis, publicada no último sábado,  47% dos interrogados são favoráveis a uma redução dos efectivos do funcionalismo público, mas 50% declaram-se contrários a estes despedimentos. E uma nítida maioria de 62% opõe-se à supressão das polícias municipais.
A mobilização social não parece ter por agora qualquer efeito na determinação do governo em fazer de uma vez por todas a reforma da função pública grega, exigida desde há meses pelos seus credores."

Adéa Guillot, Le Monde, 16/07/2013, página 12

Detalhe importante a fixar: Os 300 municípios gregos empregam 65 mil funcionários. Os 308 municípios portugueses albergam mais do dobro, (SICNotícias on line, em 29/04/2013): 147.495 funcionários, dos quais 115.562 nas autarquias, 17.095 na Madeira e 14.838 nos Açores. Se apenas com 65 mil vencimentos mensais na Grécia, a troika exige mesmo assim mais despedimentos na administração local, imagine-se o que aí vem... Segundo a mesma fonte "Rescisões no Estado deixam em risco 214 mil funcionários públicos"
Por isso Cavaco Silva procura conseguir um acordo tripartidário de salvação nacional. Nada acontece por mero acaso...

Cuidado senhores políticos

"Verão total", o programa hoje transmitido em directo pela RTP 1 a partir do Mouchão, mostrou algo de preocupante, mas só para os mais atentos: 39 anos após o 25 de Abril, a população tomarense revelou na prática já ter regressado ao antes de. Tal como então, descontando os participantes directos e os convidados, terão estado a assistir presencialmente menos de 100 pessoas. Um desastre. A evidenciar o cada vez maior abismo entre os políticos locais e a população, farta de ser enganada, abusada, ludibriada, iludida, explorada, esmifrada, levada à certa. Bastou dizer que era o início da campanha do PSD local e foi um ver se te avias -baldaram-se todos. Já na apresentação do candidato Carrão acontecera o mesmo...
Se em Setembro próximo, como tudo parece indicar, se mantiver este fraquérrimo nível de participação, será o bom e o bonito. Com três formações "do arco do poder", tal como a nível nacional, o resultado já é conhecido: vamos ter mais um mandato com 3-2-2, ou seja um executivo minoritário e atado de pés e mãos, desprovido de ideias e com cada vez menos meios. Só falta saber qual a sua cor. Laranja? Rosa? Azul? Tanto faz, pois nenhuma formação apresentou ainda ideias novas e fecundas, sendo quase certo que nunca o farão. Portanto, serão mais quatro anos de "vira o disco e toca o mesmo" = despachar os assuntos correntes, tarde e mal. Desta vez porém com o brinde: a inadiável reforma estrutural da autarquia, pois a cadela já não pode com tanto cachorro. E quando assim é...
Consciente de que a próxima fase de reforçada austeridade implica a inevitável,  profunda e muito dolorosa reforma estrutural do Estado, Cavaco Silva exigiu um "consenso de salvação nacional", visando evitar que o PS de Seguro prossiga com a política de agravar o mal com a caramunha. Depois de ter levado o país à beira da bancarrota, chamado a troika e assinado o inevitável memorando de entendimento, a liderança socialista tem insistido em cantar de poleiro, como se tivesse soluções alternativas, que de resto nunca enunciou, ficando-se pela demagogia politiqueira. "Há outro caminho?" Qual?
A nível local, a situação é ainda mais retorcida. Segundo Anabela Freitas e Pedro Marques, a actual liderança de Carlos Carrão não presta. É preciso mudar. Anabela Freitas até já promete uma equipa permanente de bombeiros no triângulo Junceira - Olalhas - Serra. E substituição total das actuais ambulâncias por outras novas. Seja! Mas então, uma vez que PS + IpT são maioritários desde 2009, tanto no executivo como na AM, porque será que nunca tentaram provocar eleições antecipadas? Bastava deixar o executivo sem quórum... e depois começar a comprar as ambulâncias, que tanta falta fazem. Mas não!
É mais fácil ir aproveitando a situação e intrujando o pessoal, não é? Mas eis que chega a hora da verdade e os eleitores já não vão em balelas de ocasião. Em setembro próximo, o melhor é poupar tempo e solas, que os tempos são de penúria. Votar? Em quem e para quê? Para continuarmos a ser explorados e enganados? Comigo não contem!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Os europeus são uns palermas...

Nouvel Obs, 11/07/2013, página 12

Pois é! Os europeus que procuram afastar o trânsito e o estacionamento dos monumentos, são uns palermas. Os tomarenses é que sabem: Onde já havia um parque de estacionamento para ligeiros, vá de encavalitar outro parque de estacionamento para autocarros de turismo. Refiro-me ao Convento de Cristo, Património da Humanidade, tal como o Coliseu de Roma. Contente por verificar que, felizmente e graças aos usuais erros de projecto, os futuros utilizadores não cabem lá, não posso ainda assim deixar de traduzir a local supra:

"O automóvel ameaça o Coliseu"

"O Coliseu, concluído pelo imperador Tito no ano 80 da nossa era, resistiu a todas as agressões da história. Mas a poluição automóvel que o contamina pode vir a ser-lhe fatal. Foram por isso iniciadas mais obras de restauro. Faltava porém proibir o trânsito e o estacionamento na Avenida dos Foruns Imperiais [à esquerda no mapa, acima do Foro Romano]. O novo presidente da câmara de Roma, Ignazio Marino, acabou por concordar. A proibição entra em vigor no próximo mês."

Le Guide du Routard, Rome

Mais um palerma, digo-vos eu! Os autarcas tomarenses é que sabem! Por isso os tomarenses estão cada vez mas contentes. E têm carradas de razão para isso! Ó se têm!!!

Vendo bem...

Arranjo urbanístico da fachada norte do Convento de Cristo - Ante-projecto - Arquitectos Mota Lima e Mata de Oliveira  1962. O que era e o que está. Ó tempo volta pra trás!

Andam cada vez mais abespinhados comigo os senhores autarcas e funcionários superiores, sobretudo após os meus dois escritos mais recentes. Terão as suas razões, algumas das quais a razão pura desconhece. Noutros termos e sem sofisma -Parece-me que, vendo bem, estão a ver o filme ao contrário. Isto porque, ao arrepio daquilo que sustentam em público, a cidade, o concelho e a autarquia não estão assim por causa da crise. Pelo contrário, a crise é que está assim devido à reiterada actuação da autarquia, dos seus eleitos e dos seus técnicos, quase todos com excessiva tendência para confundirem os eleitores tomarenses com vacas leiteiras de elevado rendimento. Donde resulta a cada vez mais acentuada debandada, uma vez que ninguém gosta de ser esfolado vivo...para ajudar a sustentar pançudos medíocres e pouco mais que inúteis. Estou enganado? Então porque é que nas Caldas, em Óbidos, em Leiria ou em Ourém as coisas não estão assim tão mal? É porque, a exemplo das Caldas, são terras do dito?
Desta lamentável e muito prejudicial confusão entre causa e efeitos advirão um dia destes, bem mais cedo do que alguns julgam, tempos complicados para todos. Para os autarcas demasiado gulosos e atrevidos como para os funcionários demasiado convencidos. Aqueles ainda acabarão por se arrepender de ter começado a trilhar semelhante caminho, estes irão finalmente perceber à sua custa que neste mundo tudo é cada vez mais transitório. Mesmo os lugares de nomeação política, a partir do momento em que não haja dinheiro para lhes pagar.
Porque se irão arrepender os por agora entusiasmados candidatos? Porque, não passando de meros palermitas políticos, apesar de não nascidos em Palermo, (que alguns nem sabem sequer onde fica), tendem a confundir os seus desejos com a realidade. Sucede que, uma vez eleitos, há que governar = tomar decisões, optar, resolver, agir. Reduzir benesses, como por exemplo as despesas de representação; fechar o cine-teatro; fechar as piscinas de água quente; devolver o autocarro; acabar com os TUT; desligar definitivamente o ar condicionado dos Paços do Concelho; acabar com os subsídios anuais e eventuais às colectividades; suspender sine die as obras da Levada (enquanto é tempo!!!); despedir pelo menos 100 funcionários... e por aí adiante. É muito duro? É injusto? Vai roubar votos? Sem dúvida. Mas quando a gangrena a isso obriga, os médicos nunca hesitam em cortar até onde é preciso. Se o não fazem, o doente morre. Tal é a situação trágica da autarquia tomarense. Após anos e anos de abusos e outras palermices, agora só poderá sobreviver e recuperar reduzindo preços, taxas, derramas, outros impostos e sobretudo eliminando funcionários inúteis e a asfixiante e onerosa burocracia local. Sem isso nada feito. Ontem já era tarde...
Não acredita? "Dá tempo ao tempo, que o tempo dar-te-à todas as respostas". Fica combinado?

PS - Dado que as candidaturas podem ser entregues no tribunal da comarca até 05 de Agosto, os mais ou menos respeitáveis candidatos a candidatos ainda dispõem de algum tempo para acertar o passo com o tempo actual. Depois não venham lastimar-se com lágrimas de crocodilo, dizendo que ninguém os avisou com tempo.

domingo, 14 de julho de 2013

Deve ser pouca sorte. Só pode!

É ponto assente que todas as obras camarárias do consulado paivino deram buraco. Todas! Umas por isto, outras por aquilo. Agora com Carlos Carrão, a moléstia continua. Na chamada "Envolvente ao Convento de Cristo", os autocarros deixaram de poder descer a Estrada do Convento, por impossibilidade de cruzamento com outro autocarro, e as pinheiras da Cerrada dos Cães, velhas de 53 anos, não resistiram a tão bem elaborado projecto de requalificação, o qual implicou o corte de boa parte das raízes, por manifesto erro de cálculo do nível do solo.
Entretanto, a conclusão da obra, prevista para Fevereiro, depuis para Abril e mais tarde para Junho, continua a decorrer, sem que se vislumbre ainda quando estará concluída. O pior porém é que na visita desta tarde foi possível constatar mais uma série de erros, que se passam a documentar, para anular de antemão as usuais desculpas de circunstância:

Foto 1 - No estado actual da obra vê-se perfeitamente que os modernos paredões são supérfluos. Mesmo com o piso rebaixado, o velho alambor templário, apesar dos seus 800 e tantos anos, continua a amparar a barreira. Menos na parte que destruiram... A verdade tem muita força!


Foto 2 - Por razões certamente de peso, que todavia escapam ao leigo que sou, foi resolvido rebaixar a estrada mais de meio metro...

Foto 3 - ...e proceder à contenção do terreno do lado norte mediante um talude com blocos de pedra encarcerada, ao que foi dito e consta do mal amanhado projecto, para parque de estacionamento de nove autocarros de turismo.


 Foto 4 - À direita o espaço reservado aos peões; à esquerda o espaço para trânsito e estacionamento.

 Foto 5 - O amplo espaço para peões...

 Foto 6 -...e o acanhado espaço para peões, trânsito e estacionamento de autocarros de turismo, do lado direito.

Foto 7 - Aspecto da obra, a poente do Convento, junto ao Pátio dos Carrascos.

Foto 8 - Escada de acesso à antiga enfermaria conventual, depois Hospital Militar.

Salta aos olhos de qualquer pacato cidadão que afinal, após mais quase dois milhões de euros gastos, os autocarros de turismo continuarão a não dispor de um parque decente. Conforme mostram as fotos 4, 5 e 6, os peões vão ter espaço amplo, demasiado amplo, enquanto os autocarros de turismo, com os seus mais de 10 metros de comprimento, só poderão estacionar em linha, porque em "espinha" não cabem, tendo em conta que terá de haver sempre passeios e pelo menos uma faixa livre para o trânsito em ambos os sentidos, ou mesmo num único. Ou seja, apesar das expropriações e do avantajado talude, tudo indica que em termos de estacionamento para profissionais de turismo (justamente os que interessa cativar, em termos de desenvolvimento futuro), a obra não serve para nada. Com quatro ou cinco autocarros o espaço fica esgotado. Pelo que, na época alta, vai ser um sarilho ainda maior do que anteriormente. Com os profissionais a evitarem o Convento sempre que possível. É isso que se pretende? A oposição maioritária não tem nada a dizer ou a fazer? Preferem continuar a lavar as mãos, armados em Pilatos?
Outro tanto se diga da fotos 7 e 8, os habituais rodriguinhos tipo estilo manuelino. Naquela, custa a entender a utilidade de semelhante construção, numa curva praticamente a 90 graus. Na da escada, aquele primeiro degrau - com quase o dobro da altura de cada um dos outros- é mesmo uma vergonha e uma ofensa a quem paga impostos. A empresa que deixou aquilo assim devia  ser proibida de voltar a trabalhar para o sector público.
Nesta questão das obras, como em todos os outros casos que assolam a infeliz comunidade tomarense, tudo indica que deve ser pouca sorte. Só pode! Ou estarei a ver mal?

Mazelas tomarenses

A comunicação social nabantina, não sendo cega nem miope, tem todo o aspecto disso. Por razões conhecidas, bem sei. Que não vêm agora ao caso.  Facto é, porém, que até os politiquelhos que sustentamos contrariados (os que sustentam, bem entendido), estão mal habituados. São alérgicos à crítica, embora uns mais do que outros. Justiça lhe seja feita, é do domínio público que Carlos Carrão, mau autarca e péssimo político, não é no entanto o que tem pior feitio. Pelo contrário. Mostra tolerância e não parece retaliar contra quem o critica, ou sequer ser rancoroso. Nem todos podem dizer outro tanto...
Um dos argumentos que faz saltar a tampa aos ilustres eleitos que temos, consiste em acusá-los de nem sequer prestarem para despachar os assuntos correntes, quanto mais agora para médios ou grandes projectos. Os da maioria laranja desculpam-se logo com a actual penúria, a falta de pessoal e a má vontade dos críticos, quando afinal o problema são eles próprios, incapazes de dar conta do recado.
Quanto à "oposição", ferve em pouca água. Basta dizer-lhes que, em termos de eficácia, quatro bonecos fariam exactamente o mesmo serviço, ou quase. Ficariam muito mais baratos e poupar-se-ia muito tempo, uma vez que, sendo mudos, deixaria de haver intervenções para mobilar e outras para sacanear. Vão logo aos arames. Há gente que nunca muda. Como reza o aforismo, "a raposa muda de pelo, mas não muda de hábitos". 
"Uma nova etapa"? Em que percurso? Para chegar onde?  Quando? Com quem? Para quê? "A mudança. É agora!"? Será a tal mudança de pelo da raposa? Há partidos excelentes a distribuir (Cavaco, Guterres, Sócrates...), desde que haja recursos para isso. E não há. "A força da cidadania"? Que força? Que cidadania? Oito anos, durante os quais o PSD  fez quanto quis, apesar de minoritário nestes últimos quatro, ainda não chegaram para perceber que o caminho não é esse? Que o tempo não volta para trás?
Aqui fica portanto, mais uma vez, o aviso à navegação: aqui em Tomar, nenhum dos candidatos com hipóteses de vir a ser eleito merece a deslocação para ir votar. Não prestam. Não têm envergadura cultural, nem gabarito político, nem força anímica, nem experiência de vida para recuperar desta desgraçada situação em que deixaram cair Tomar. Nem sequer servem para despachar capazmente e em tempo útil os assuntos correntes. Mais um exemplo? Aqui vão três:

Uma sarjeta numa rua do Centro Histórico. Há quantos anos estará sem manutenção adequada? Não há pessoal? Mas então as gravosas taxas de saneamento e de resíduos sólidos, que correspondem a quase metade da factura da água, servem para quê? Para financiar as despesas de representação de funcionários e autarcas? Que representam o quê?

Beldroegas de agricultura biológica (sobretudo pastéis de gato e de cão) numa rua da cidade velha. Será já uma preparação para a medieval "Sopa de beldroegas" da próxima "Festa templária?" Ou prevê-se já a compra pela autarquia de alguns cordeiros e cabritos para celebrar a próxima vitória eleitoral?

O perfeito retrato tomarense. Construções leprosas, falta de limpeza, sinais de abandono, verdura por todo o lado, que a terra é fértil. A população é que nem tanto. No poder, na oposição ou na rua, impera o deixa andar, que depois logo se vê. Como dizia o cego, que por isso mesmo nunca chegou a ver nada.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Suspensão de actividade

Devido a problemas de saúde de um familiar, Tomar a dianteira suspende a sua actividade por tempo indeterminado. Agradecemos a compreensão dos nossos leitores habituais, a quem apresentamos as nossas desculpas por este imprevisto.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Política local: impotências e fraudes

Com o agudizar da crise, até os pesos pesados da política se desorientam, como bem mostra o caso Paulo Portas, quanto mais agora os aprendizes locais. Não espantará por isso, mas deve preocupar muito seriamente que, a menos de 90 dias do próximo acto eleitoral, os seis candidatos locais devam com pertinência ser integrados em dois grupos -as impotências e as fraudes.
As impotências são a CDU, o CDS e o BE. Os seus candidatos têm ideias, planos, coragem e frontalidade, faltando-lhes porém o essencial: peso eleitoral que lhes permita ser eleitos e logo levar à prática as suas propostas. São portanto impotentes, não fisicamente, mas  em termos políticos.
Já os arautos do PSD, do PS e dos IpT são verdadeiras fraudes, ou pássaros de bisnau, em linguagem mais apimentada. Não se trata, bem entendido, de fraudes puníveis por lei. Apenas de fraudes políticas, como se passa a tentar demonstrar. 
O senhor Carlos Carrão está convencido de que pode vencer e depois continuar durante mais quatro anos a despachar os assuntos correntes, de forma atabalhoada e fora de tempo, como sempre tem feito até agora. Para facilitar a vitória insiste nas habituais práticas: Festas, inaugurações, comemorações, passeatas, comezainas bailaricos e muito tintol. Tudo à custa dos contribuintes e para os eleitores que nem sequer pagam IRS. Ainda há pouco presidiu o nosso honrado presidente-substituto a mais uma dessas maratonas digestivas, lá para as bandas de Alcobaça, com 300 idosos das freguesias da Bezelga e de Além da Ribeira. Ao que nos foi dito, cada conviva alinhou 10 euros, mas mesmo assim a coisa terá custado 8 mil euros à autarquia. Por 300 votos, até nem é caro. Em todo o caso muito mais barato que as oliveiras centenárias. Mas será esse o caminho?
Sem fundos públicos para alimentar gulosos, Anabela Freitas vinga-se nos cartazes king-size e nas promessas para todos os gostos. Apenas nestas duas semanas já prometeu a requalificação urbana e a recuperação dos bairros sociais. Só! Como bem evidencia o seu mote eleitoral "Mudança é agora", com óbvia origem parisiense, trata-se da síndrome Hollande. Prometa-se o que for preciso, desde que isso permita vencer.
Em França, o resultado já é infelizmente conhecido. Hollande ganhou, mas a sua popularidade, após 15 meses no poder, é inferior a 25%. A mais baixa de sempre em França. E sem tendência para melhorar. Apesar  de ser diplomado  pelas três melhores escolas francesas: ENA, Sciences Po, HEC. Dado que a candidata socialista é licenciada só pelo IPT, que não será propriamente uma das melhores escolas portuguesas, caso venha a vencer, dois anos mais tarde ou já se terá demitido ou andará em consultas psiquiátricas. Ganhar será portanto o pior que lhe poderá acontecer. E ela não merece tal castigo.
Resta a incógnita Pedro Marques. Regressado à política em 2005, tendo como principal objectivo combater António Paiva, oito anos mais tarde continua a tentar flutuar no pântano nabantino. Sem que até agora alguém tenha conseguido perceber quais são realmente as suas propostas.
E perante tais concorrentes ainda querem que eu vá votar?  Posso ser burro, mas não sou cego...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Quanto menos o povo souber...

O MIRANTE, 04/07/2013, página 2

É quase sempre assim. O papel está caro e a tinta nem se fala. Quanto ao chamado jornalismo de investigação, fica caríssimo em ordenados e despesas anexas, dando em geral mais chatices que proveitos. De forma que, na notícia supra, que é já uma segunda versão, fica o povo sem saber como se chegou à decisão de comprar trinta oliveiras centenárias por ajuste directo, quem resolveu comprá-las à AEROFLORA Lda., quem fixou o preço, quem são os sócios da dita sociedade e quais a suas eventuais ligações, familiares ou outras, com membros do executivo abrantino.
Para os leitores terem uma ideia da falta que fazem esses dados sobre a envolvência da questão, basta dizer que as ditas 30 oliveiras foram adquiridas, por ajuste directo e por 59.950€ + IVA = 73.738,50€ = 14.747 contos, o que dá 2.457€ cada, a uma empresa cuja capital social é de 10 mil euros = 2 mil contos. Suponho que nem as oliveiras milenárias do monte das ditas, na Palestina, valerão tanto dinheiro, apesar de sagradas. Ele há coisas!!!Mas pronto; é dos livros: quanto menos o povo souber, mais contente anda. Anda Pacheco! Incitava a saudosa Hermínia...

Quer ser suicidado?

Amigos têm-me reprovado a minha atitude em relação às autárquicas de Setembro. Dizem-me que em democracia se deve votar sempre, mesmo quando se é forçado a escolher os menos maus e não os melhores, que esses já antes foram arredados pelas camarilhas partidárias. E insistem na sua posição, apesar de lhes explicar que, no caso de Tomar, tanto faz dar-lhe na cabeça como na cabeça lhe dar. Os dois candidatos com algum arejamento mental -o Bruno e o Ivo- um  pró-sector público, o outro pró-sector privado, não têm quanto a mim qualquer hipótese razoável de eleição, quanto mais de vencer. Custa a dizer, mas é assim.
Sobre os outros três, já estamos sobejamente conversados. São farinha do mesmo saco, sopa da mesma panela, frutos da mesma árvore. E contrariamente ao que alguns pensarão, esta minha posição pode muito bem não ser assim tão minoritária, ou sequer iconoclasta. Henrique Neto, um conhecido e respeitado empresário de Leiria, ex-deputado PS na Constituinte, ex-membro da Comissão Nacional socialista, não vai por portas travessas. Corta a direito: "Especialistas da retórica, demagogos por natureza, vazios de ideias por formação, ou por falta dela, os políticos portugueses dos últimos vinte anos... ...lançaram Portugal no descrédito e os portugueses na pobreza. Continuar a votar nesta gente é condenar Portugal ao suicídio colectivo." (Henrique Neto, Jornal de Leiria, 04/07/2013, página 2).
Substituindo portugueses por tomarenses e Portugal por Tomar, será necessário acrescentar mais alguma coisa? Quer ser suicidado? Então vai votar para quê?

quarta-feira, 3 de julho de 2013

E o Museu dos Coxos?

Diário de Notícias, 03/07/2013, página 50

Segundo o Secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, o novo Museu dos Coches, em Lisboa, foi um erro e não é sustentável. E o novo Museu dos Coxos, ali na Levada? Também é um erro? Tem plano museológico? Se afirmativo, há verba para o implementar? E para os custos de manutenção e funcionamento? E para pagar ao indispensável pessoal especializado?
Em pleno festival "Tomarimbando", tenho a impressão que os senhores eleitos também se estão marimbando para os eleitores, para os contribuintes e para o indispensável realismo. Mas será só enquanto houver dinheiro para lhes pagar ao fim de cada mês...

terça-feira, 2 de julho de 2013

Promessas...

 Foto 1

 Foto 2

 Foto 3

 Foto 4

Foto 5

Como sempre, desde 1975, começada a pré-campanha eleitoral, começam também a brotar as promessas de toda a ordem. Compreende-se. Sem ideias próprias nem bagagem intelectual que se veja, cada candidato faz com que o período de esclarecimento/propaganda eleitoral não passe afinal de um albergue espanhol, no qual, como é sabido, cada um só encontra o que para lá leva. No caso, professores prometem ensino e cultura, engenheiros vão para as estradas, obras e saneamento, arquitectos preferem requalificações e reordenamentos urbanísticos, técnicos de serviço social atiram-se ao desemprego e às instituições de solidariedade social, e assim sucessivamente, com os advogados a prometerem regulamentar tudo e mais alguma coisa. E o simpático e mãos largas presidente Carrão, triste e desesperado por não poder avançar com os tradicionais argumentos que até agora nunca lhe  falharam: comezaina, tintol, bailarico, passeata à borla... Pois é! Mas falhou o financiamento! Não há bem que sempre dure!
Aconchegada com um mandatário da velha guarda local, que já há muito abandonara a política activa, onde de resto não deixou grandes recordações, bem como por um arquitecto com alguma experiência numa terra decadente como Tomar, Anabela Freitas começou com as promessas nas quais só acreditará quem realmente queira. Desta vez falou de reabilitação urbana, tema naturalmente soprado pelo tal arquitecto, influenciado pelas SRU. 
SRU é o acrónimo de Sociedade de Reabilitação Urbana, uma receita que na óptica dos seus autores deverá permitir -à custa dos dinheiros de Bruxelas- continuar com o maná das obras públicas, agora que deixou de ser possível ou sequer decente continuar com rotundas, pavilhões e quejandos. O problema é que, excepto nas grandes cidades, que são muito poucas, ainda ninguém explicou como podem as autarquias substituir os privados e para que servirão as casas recuperadas agora devolutas. Para habitação social? E quem pagará os volumosos diferenciais entre os elevados custos e os miseráveis benefícios?
Em Tomar é anedótico, para não dizer outra coisa, prometer qualquer acção na área da recuperação urbana, uma vez que a autarquia não tem estruturas, nem pessoas, nem vontade, nem experiência. Basta pensar no triste estado em que se encontram os bairros da Senhora dos Anjos e 1º de Maio. Ou nas inúmeras argoladas cometidas ao longo dos anos pelos digníssimos autarcas ora canditados, com o silêncio cúmplice dos outros.
As fotos 1 e 2 mostram o estado em que se encontra um imóvel da Rua Sacadura Cabral, em pleno centro histórico. Comprado por um particular, que pretendia recuperá-lo para posterior arrendamento ou venda, acabou no alforge da autarquia, que exerceu o seu direito de opção. Para quê, se passados anos está como se vê? E não se trata de caso único...
As restantes fotos testemunham algo do mesmo tipo mas ainda mais grave. Um monumento do século XV que é o mais antigo do país e um dos poucos na Península Ibérica, visitado por milhares de turistas todos os anos, encontra-se em avançado estado de degradação, apesar de pertencer ao município. Agora com mais um aspecto alarmante: a foto 5 mostra que um dia destes parte da abóbada gótica vai ruir. Depois, os agora candidatos irão dizer, convictos como sempre, que ninguém podia prever. E viva a propaganda eleitoral, que tão bons frutos tem dado!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Para os crentes mais teimosos...

Para os crentes mais teimosos, nada melhor que a palavra do próprio Cristo. Neste caso de Alexandre Homem Cristo:

Foto Philippe Wojazer/Reuters

-Qual é a pressa? Sim, qual é a pressa?!?


"Hollande: obituário de uma fé socialista

A queda de Hollande arrasta consigo toda uma fé socialista que apregoava a solução do investimento público e do optimismo para vencer a crise

Quando foi eleito presidente da república francesa, François Hollande elevou a sua vitória a "uma grande data para a França, um novo início para a Europa e uma nova esperança para o mundo". As expectativas não podiam portanto ser mais altas. De tal modo que a esquerda (francesa, portuguesa e europeia) ficou extasiada. Eufórica mesmo. Nas palavras de António José Seguro, com Hollande chegara a "nova primavera para os povos europeus". Ora isto foi há 14 meses.  O que mudou entretanto? Quase tudo. Após a euforia inicial, veio a queda: um ano depois, Hollande viu-se com os mais baixos índices de confiança de que há memória (24%).
Enquanto candidato presidencial, François Hollande multiplicou-se em promessas a dois níveis. Primeiro, recuar em várias medidas impopulares de Sarkozy (uma abordagem populista). Segundo, dar um novo fôlego no combate à crise europeia, sem recorrer à austeridade (uma abordagem irrealista). Em boa verdade, e para infortúnio dos franceses, cumpriu a primeira parte. Acabou com a regra da contratação no Estado de apenas um funcionário por cada dois que saíssem. Reduziu a idade da reforma novamente para os 60 anos. E entregou na Assembleia a legislação para a contratação de 60 mil funcionários no sector da educação. Três medidas emblemáticas que significam um aumento acentuado da despesa do Estado.
Mas a sua esperada incapacidade em cumprir a segunda parte do seu compromisso eleitoral foi-lhe fatal. No plano europeu, não conseguiu negociar o Tratado Orçamental Europeu, nem impor os eurobonds, e muito menos mudar o rumo da política económica europeia. E por isso, no plano interno, apesar dos discursos contra as políticas de austeridade, impôs um aumento recorde de impostos, evitando os cortes na despesa do Estado. Assim, tudo somado,  (aumento da despesa do Estado, adiamento de reformas estruturais e aumento de impostos), a França está oficialmente em recessão, com o desemprego a subir e a atingir níveis só comparáveis a 1998. Os avisos acumulam-se.
Em termos de finanças públicas, a Cour des Comptes (o Tribunal de Contas francês) foi clara: são necessárias medidas de urgência. E já sem margem do lado dos impostos, é obrigatório arranjar soluções para a redução  da despesa pública -nomeadamente reduzir o número de funcionários públicos, congelar salários e bloquear progressões nas carreiras (ou seja, o contrário do que Hollande fez). Por outro lado, em termos políticos, a subida do Front National [extrema-direita nacionalista] foi um óbvio sinal de alarme. E a resposta do governo francês, que pela voz do ministro da Recuperação Produtiva (a ironia do cargo diz tudo), em vez de assumir a sua incompetência, responsabilizou Durão Barroso pela subida da extrema-direita, foi o sinal que faltava para confirmar o desnorte.
Já ninguém, mesmo entre os seus seguidores iniciais, tem dúvidas: atropelado pela realidade, Hollande é hoje um cadáver político. Não há aqui motivo para celebrações: a evolução da situação francesa é também determinante para o futuro europeu e, forçosamente, para o português. Mas, se a situação tem um lado preocupante, tem também um outro lado útil, pois a queda de Hollande arrasta consigo toda uma fé socialista que apregoava a solução do investimento público e do optimismo para vencer a crise. Que o caso sirva, pelo menos, de lição aos socialistas portugueses, e que estes deixem, por fim, de ser o bloqueio às necessárias reformas de que o país carece. Se assim acontecer, a morte política de Hollande não terá sido em vão."

Alexandre Homem Cristo, investigador, jornal i, 01/07/2013


Finalmente o bom-senso?

Consta que para os lados dos IpT -sobretudo após a argolada do mandatário, mais uma- "nada está ainda fechado; a porta continua aberta". Finalmente um ténue indício de bom-senso? Seja como for, uma coisa é certa. Nunca antes o clamor anti-listas foi tão intenso e convergente, a três meses da ida às urnas. É realmente o desalento geral. A desesperança em todos os quadrantes com hipóteses. O que se compreende. As listas já conhecidas são indignas de uma cidade como Tomar, mais parecendo agrupamentos destinados a envergonhar os nabantinos por esse país fora. No actual presidente, só alguns fiéis e os usuais dependentes ainda acreditam. No PS, a escolha do 2º da lista, ao que se diz envolvido num estranho caso de compra de oliveiras centenárias a preço de pau santo, está a entornar o caldo dentro e fora do partido. Nos IpT enfim, o usual quero posso e mando de Pedro Marques não augura nada de bom, antes pelo contrário. Não se iludem impunemente os eleitores ao longo de vários mandatos.
O desânimo é tal que a primeira das três grandes formações locais que ousar pôr tudo em questão, ganhará folgadamente. Mediante três condições prévias: A - Um cabeça de lista consensual, com ideias próprias, que não precise da política para nada, condição para poder bater-se por Tomar e só por Tomar. E que não esteja envolvido nas más políticas até agora seguidas; B - Um projecto capaz, exequível nas actuais circunstâncias; fecundo, que não seja uma mera sucessão de lugares comuns, como tem acontecido; C - Uma lista que não envergonhe os tomarenses.
E o Pedro Marques?, perguntarão os leitores. Se souber ser modesto, humilde e cordato, poderá vir a ser um excelente presidente da Assembleia Municipal. Um cargo bem melhor e mais prestigiante do que uma futura apagada e vil tristeza, caso os resultados eleitorais venham a ser um desastre, como tudo indicia neste momento. E o que vale para os IpT, vale igualmente, por maioria de razão, para o PSD e para o PS. Este verão anuncia-se mesmo como o mais agreste de sempre em termos políticos...

domingo, 30 de junho de 2013

E se...?


A recente evolução dos acontecimentos ligados à pré-campanha eleitoral em Tomar parece demonstrar que estamos perante mais uma cagada nabantina. Dois factos indignaram particularmente os cidadãos tomarenses. Tanto os futuros eleitores como os que, como eu, não tencionam ir votar. Um foi a escolha para segundo do actual vice-presidente socialista da câmara de Abrantes, antes apoiante de António Paiva e agora, segundo a imprensa diária, ligado a um curioso negócio de compra pela autarquia de algumas oliveiras centenárias por um preço jeitoso, a familiares da socialista presidente da câmara. Ao que parece, as ditas oliveiras destinaram-se a um logradouro escolar. Pelo preço que custaram aos cofres municipais, o melhor será mandar a PSP vigiá-las, para evitar tentações.
O outro facto foi a indicação, por uma conhecida formação política local, de um futebolista reformado para seu mandatário. Um pontapé no bom-senso, uma bofetada na elegância, uma clara demonstração de ausência absoluta da noção de ridículo, segundo diversas fontes ouvidas por Tomar a dianteira.
Dando razão a quem assim pensa, sobretudo aos mandatários das outras formações, nesta altura decerto a meditar que mais vale só que mal acompanhado, quer-me parecer que as referidas reacções podem também ter uma outra dimensão.
Até agora, no país em geral e nas margens do Nabão em particular, o importante tem sido ganhar as eleições. Conseguido isso, o resto é só facilidades. Pelo menos na óptica dos reles candidatos que temos tido e vamos continuar a ter. Contudo, as recentes manifestações espontâneas, com destaque para o Brasil, o Egipto e a Turquia, tendem a mostrar que o clima político pode estar a mudar. Mesmo nas usuais pasmaceiras como Tomar. E se assim for?
Se assim for, os candidatos em liça no lamaçal tomarense podem muito bem vir a estar lixados. Sem ideias, sem propostas próprias, sem cultura económica e política apresentável, sem Mundo, se confrontados com substantivas manifestações populares, só lhes restará calçar os patins e pôr-se na alheta. Formulo desde já votos para que assim suceda. Seja qual for o vencedor, Tomar continuará a perder oportunidades. Porque quem ousa apresentar-se ao voto apesar de se saber pouco qualificado, também é capaz de bem piores tropelias. E os tempos que aí vêm serão bem mais exigentes para todos. Finalmente!

sábado, 29 de junho de 2013

Sobre emigração e informação

A acreditar na comunicação social portuguesa, a emigração tende a aumentar, tal como sucedeu nos anos 60-70 do século passado, agora com destaque para os jovens com diplomas universitários. Acontece contudo que a imprensa estrangeira relativiza o fenómeno, considerando mesmo Portugal um caso diferente:

"Diplomados do sul procuram emprego a norte"

"A Alemanha atrai jovens espanhóis, italianos e gregos, que fogem da penúria de empregos qualificados e bem remunerados"

"O movimento é ainda modesto, mas há claramente uma dinâmica que se acentua: a crise económica está a redesenhar o mapa dos fluxos migratórios intra-europeus. Jovens diplomados do sul do continente são cada vez mais numerosos a procurar os países mais prósperos da União Europeia. 
Desde a crise de 2008, os fluxos mais dinâmicos provêm de Itália e de Espanha. O afundamento das economias da Europa do sul reactivou uma emigração que quase acabara desde meados do século XX. Entre 2007 e 2011 a emigração italiana aumentou mais de 30%, a espanhola mais de 140% e a grega ultrapassou os 200%. Principal destino destes emigrantes -a Alemanha.
Nesta paisagem, os portugueses são um caso particular. A emigração lusa aumenta desde 2010, mas unicamente para a Suiça e para Angola, uma antiga colónia portuguesa que tem registado um forte crescimento económico desde há dez anos. Globalmente, em valor absoluto, a emigração portuguesa para os países da União Europeia até baixou 16%.
A principal novidade deste cenário, inimaginável há apenas cinco anos, é o fim da hegemonia do fluxo migratório Leste-Oeste. Até então, os países que forneciam mais candidatos à emigração eram a Polónia e a Roménia, com respectivamente mais de 320 mil e 530 mil saídas registadas em 2007. Estes emigrantes dirigiam-se sobretudo para quatro destinos: Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha.
De um modo geral, estes novos movimentos migratórios devem contudo ser relativizados. "Há um crescimento da emigração nalguns países, mas como se parte de pequenas quantidades anteriores, continua a tratar-se de algo moderado", esclarece o perito da OCDE Thomas Liebig. "As migrações provenientes de Itália, Espanha ou Grécia dizem respeito a 50 mil pessoas em média, em 2011", acrescentou. A título comparativo, apesar da sua relativa saúde económica, a Alemanha forneceu desde 2007 mais de 100 mil emigrantes anuais, designadamente para a Suiça e para a Áustria.
Por outro lado, tanto na Alemanha como em Espanha ou na Itália, a taxa de emigração não ultrapassa por enquanto um a três por mil da população total respectiva. Trata-se portanto de um movimento que nada tem a ver com os dois milhões de portugueses que emigraram nos anos 60 e 70, o que corresponde a 23% da população total.
No caso da Espanha, o movimento migratório para o norte da Europa poderá muito bem ser actualmente sobretudo o de anteriores imigrantes chegados aquando do boom económico do início do século XXI. De acordo com Thomas Liebig: Houve então uma vaga de naturalizações e, com a crise, alguns aproveitaram a livre circulação para se instalarem noutros países. 
Se desde 2007 os fluxos migratórios provenientes da Polónia e da Roménia diminuíram bastante (respectivamente 18% e 43%), não cessaram contudo completamente, continuando a ser, em volume, os mais importantes da Europa.
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Exceptuando um pequeno número de espanhóis e portugueses, a atracção dos europeus pelos países emergentes é também globalmente limitada. O único movimento importante observado, no que concerne a esses países, é o do retorno de Latino-Americanos residentes designadamente em Espanha.
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Elise Vincent, Le Monde, 28/06/2013, página 2

Os destaques coloridos são de Tomar a dianteira, tal como os cortes efectuados devido ao tamanho do texto original, que se encontram devidamente assinalados.


Apenas detalhes, mas...

Certamente para melhorar as condições de acesso ao nosso principal monumento (ou terá sido antes para sacar fundos de Bruxelas + as suas usuais escorrências por baixo da mesa?) a autarquia resolveu fazer filhos em mulher alheia. Gastou 200 mil euros na Mata, com a via pedonal para o Convento, as casas de banho com recepção e estas plantas ornamentais. Esquecidas nas traseiras das ditas instalações sanitárias, são agora o testemunho de que quando o tempo aquece, a água apetece. Se houver quem a forneça. Infelizmente ainda não há fundos europeus para custear a rega de plantas ornamentais. Mas, pelo caminho que as coisas levam, lá chegaremos.

As malfadadas obras junto ao Convento lá vão prosseguindo, ninguém sabe até quando. Aqui há tempos, pressionados pelos protestos, os senhores técnicos municipais condescenderam em mandar cortar na altura dos paredões e a coisa melhorou um pouco em termos estéticos. Infelizmente, agora rebaixaram a estrada, daí resultado que o paredão apresenta de novo uma cércea exagerada. Basta comparar com o alambor à esquerda. Impõe-se novo corte.

No ParqueT, a julgar pela foto, a autarquia lá terá acabado por perceber que os tempos não estão para sustentar burros a pão de ló ou seguranças a mastigar marmelada, mas pagos a peso de ouro.

São apenas detalhes, mas sem eles quem consegue entender cabalmente o conjunto?