quinta-feira, 4 de julho de 2013

Quanto menos o povo souber...

O MIRANTE, 04/07/2013, página 2

É quase sempre assim. O papel está caro e a tinta nem se fala. Quanto ao chamado jornalismo de investigação, fica caríssimo em ordenados e despesas anexas, dando em geral mais chatices que proveitos. De forma que, na notícia supra, que é já uma segunda versão, fica o povo sem saber como se chegou à decisão de comprar trinta oliveiras centenárias por ajuste directo, quem resolveu comprá-las à AEROFLORA Lda., quem fixou o preço, quem são os sócios da dita sociedade e quais a suas eventuais ligações, familiares ou outras, com membros do executivo abrantino.
Para os leitores terem uma ideia da falta que fazem esses dados sobre a envolvência da questão, basta dizer que as ditas 30 oliveiras foram adquiridas, por ajuste directo e por 59.950€ + IVA = 73.738,50€ = 14.747 contos, o que dá 2.457€ cada, a uma empresa cuja capital social é de 10 mil euros = 2 mil contos. Suponho que nem as oliveiras milenárias do monte das ditas, na Palestina, valerão tanto dinheiro, apesar de sagradas. Ele há coisas!!!Mas pronto; é dos livros: quanto menos o povo souber, mais contente anda. Anda Pacheco! Incitava a saudosa Hermínia...

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