sexta-feira, 26 de julho de 2013

Funcionários públicos

Alguns leitores deste blogue ficam muito enxixarados quando aqui prevejo que vai haver despedimentos importantes de "servidores do Estado". Deduzem -erradamente, mas deduzem- que sou contra os funcionários. É mais ou menos como sustentar que sou contra a chuva se escrever que no próximo inverno vão ocorrer algumas inundações.
Na verdade, nada tenho contra os trabalhadores e como é sabido até fui funcionário público durante quase 40 anos. Com uma importante particularidade porém -andava a toque de compaínha, ao ritmo 50-10-50-10. E tinha falta a justificar se chegava 10 minutos mais tarde. Para que conste...
Quanto aos funcionários camarários em geral, não duvido nem por um segundo que são leais e profícuos servidores da autarquia e, através dela, de toda a comunidade tomarense. O que não significa que sejam mártires do trabalho, como as atitudes de alguns pretendem dar a entender. Não sendo possível andar a espreitar o que se passa nos cada vez mais serviços camarários dispersos pela urbe, só posso escrever como conhecimento visual daquilo que acontece cá fora.
Esta manhã, antes das nove, fui ao mercado semanal. À entrada da ponte nova, de um lado dois funcionários da varredura discutiam animadamente. Um terceiro observava interessado do lado oposto. Regressei a casa e fui ao pão. À sombra da igreja de S. João, um outro funcionário da varredura conversava animadamente com um cidadão. 
Vindo da padaria, dirigi-me para a Rua do Pé da Costa de Baixo. Nas traseiras dos Paços do Concelho, lá estava outro funcionário da limpeza urbana a observar atentamente um jornal. Finalmente, já na Rua do Pé da Costa de Baixo, tive então o gosto de ver um outro "varredor" a arrancar ervas de um muro leproso. Pareceu-me novo nestas andanças. Ainda não terá adquirido os hábitos da casa. Nem tudo está ainda perdido. Mas já faltou mais. Por isso, deixem-se de queixas e de tretas. Por este caminho não vamos longe. 
Lavoisier escreveu que "as mesmas causas, nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos". Confirmando este axioma, Einstein viu as coisas de outro modo: "Loucura é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes." Exactamente a triste situação dos candidatos autárquicos tomarenses, cuja principal qualidade é a teimosia.

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