segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mazelas Tomarenses

 O progresso e a esperteza saloia

Foto 1
A política tem destas coisas. Delineada no reinado paivino, a empreitada da Envolvente ao Convento de Cristo, que nada justificava além da ganância perante os fundos de Bruxelas, foi candidatada com um projecto feito à pressa e por aprendizes. Do que resultaram erros crassos, como o rebaixamento do parque de estacionamento da Cerrada dos Cães, que veio a provocar a queda das pinheiras cinquentenárias, excepto uma.
Nesta segunda fase, tratava-se de implantar um parque de estacionamento para nove autocarros de turismo, junto à fachada norte do Convento de Cristo e ao arrepio das recomendações europeias no sentido de afastar dos monumentos os veículos diesel, devido às emissões excessivas de CO2. Segundo me foi dito por fonte sabedora, inicialmente os ditos autocarros estacionariam "em espinha" no novo parque. Devido a mais um erro de concepção, após onerosas expropriações e custosas obras de sustentação do talude situado a norte concluiu-se, que afinal o espaço previsto era insuficiente. Os autocarros não cabiam em "espinha", pois têm geralmente onze metros de longo e o novo parque nem isso tem de largura, uma vez implantados os passeios.
Entrou então em cena o habitual desenrascanço, também conhecido por esperteza saloia. Em vez de emendarem as coisas, não senhor. Já que não podem estacionar "em espinha", estacionarão longitudinalmente, ou seja, ao longo do passeio da direita. Donde aquela reentrância tão estética e prática para os motoristas, logo ali na curva da entrada (foto 2). Azar dos azares, segundo informação de António Freitas, um dos raros periodistas locais a lutar pela sua terra e a interessar-se por estas minudências, os novos autocarros de turismo (ver foto 1) são de três eixos, para maior estabilidade e conforto das pernas, tendo 15 metros de comprimento. Vai daí, não estou a ver como vão conseguir fazer aquela curva à primeira tentativa. E daí a irem dizer mal de Tomar...

Foto 2

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