terça-feira, 2 de julho de 2013

Promessas...

 Foto 1

 Foto 2

 Foto 3

 Foto 4

Foto 5

Como sempre, desde 1975, começada a pré-campanha eleitoral, começam também a brotar as promessas de toda a ordem. Compreende-se. Sem ideias próprias nem bagagem intelectual que se veja, cada candidato faz com que o período de esclarecimento/propaganda eleitoral não passe afinal de um albergue espanhol, no qual, como é sabido, cada um só encontra o que para lá leva. No caso, professores prometem ensino e cultura, engenheiros vão para as estradas, obras e saneamento, arquitectos preferem requalificações e reordenamentos urbanísticos, técnicos de serviço social atiram-se ao desemprego e às instituições de solidariedade social, e assim sucessivamente, com os advogados a prometerem regulamentar tudo e mais alguma coisa. E o simpático e mãos largas presidente Carrão, triste e desesperado por não poder avançar com os tradicionais argumentos que até agora nunca lhe  falharam: comezaina, tintol, bailarico, passeata à borla... Pois é! Mas falhou o financiamento! Não há bem que sempre dure!
Aconchegada com um mandatário da velha guarda local, que já há muito abandonara a política activa, onde de resto não deixou grandes recordações, bem como por um arquitecto com alguma experiência numa terra decadente como Tomar, Anabela Freitas começou com as promessas nas quais só acreditará quem realmente queira. Desta vez falou de reabilitação urbana, tema naturalmente soprado pelo tal arquitecto, influenciado pelas SRU. 
SRU é o acrónimo de Sociedade de Reabilitação Urbana, uma receita que na óptica dos seus autores deverá permitir -à custa dos dinheiros de Bruxelas- continuar com o maná das obras públicas, agora que deixou de ser possível ou sequer decente continuar com rotundas, pavilhões e quejandos. O problema é que, excepto nas grandes cidades, que são muito poucas, ainda ninguém explicou como podem as autarquias substituir os privados e para que servirão as casas recuperadas agora devolutas. Para habitação social? E quem pagará os volumosos diferenciais entre os elevados custos e os miseráveis benefícios?
Em Tomar é anedótico, para não dizer outra coisa, prometer qualquer acção na área da recuperação urbana, uma vez que a autarquia não tem estruturas, nem pessoas, nem vontade, nem experiência. Basta pensar no triste estado em que se encontram os bairros da Senhora dos Anjos e 1º de Maio. Ou nas inúmeras argoladas cometidas ao longo dos anos pelos digníssimos autarcas ora canditados, com o silêncio cúmplice dos outros.
As fotos 1 e 2 mostram o estado em que se encontra um imóvel da Rua Sacadura Cabral, em pleno centro histórico. Comprado por um particular, que pretendia recuperá-lo para posterior arrendamento ou venda, acabou no alforge da autarquia, que exerceu o seu direito de opção. Para quê, se passados anos está como se vê? E não se trata de caso único...
As restantes fotos testemunham algo do mesmo tipo mas ainda mais grave. Um monumento do século XV que é o mais antigo do país e um dos poucos na Península Ibérica, visitado por milhares de turistas todos os anos, encontra-se em avançado estado de degradação, apesar de pertencer ao município. Agora com mais um aspecto alarmante: a foto 5 mostra que um dia destes parte da abóbada gótica vai ruir. Depois, os agora candidatos irão dizer, convictos como sempre, que ninguém podia prever. E viva a propaganda eleitoral, que tão bons frutos tem dado!

Sem comentários: