sexta-feira, 5 de julho de 2013

Política local: impotências e fraudes

Com o agudizar da crise, até os pesos pesados da política se desorientam, como bem mostra o caso Paulo Portas, quanto mais agora os aprendizes locais. Não espantará por isso, mas deve preocupar muito seriamente que, a menos de 90 dias do próximo acto eleitoral, os seis candidatos locais devam com pertinência ser integrados em dois grupos -as impotências e as fraudes.
As impotências são a CDU, o CDS e o BE. Os seus candidatos têm ideias, planos, coragem e frontalidade, faltando-lhes porém o essencial: peso eleitoral que lhes permita ser eleitos e logo levar à prática as suas propostas. São portanto impotentes, não fisicamente, mas  em termos políticos.
Já os arautos do PSD, do PS e dos IpT são verdadeiras fraudes, ou pássaros de bisnau, em linguagem mais apimentada. Não se trata, bem entendido, de fraudes puníveis por lei. Apenas de fraudes políticas, como se passa a tentar demonstrar. 
O senhor Carlos Carrão está convencido de que pode vencer e depois continuar durante mais quatro anos a despachar os assuntos correntes, de forma atabalhoada e fora de tempo, como sempre tem feito até agora. Para facilitar a vitória insiste nas habituais práticas: Festas, inaugurações, comemorações, passeatas, comezainas bailaricos e muito tintol. Tudo à custa dos contribuintes e para os eleitores que nem sequer pagam IRS. Ainda há pouco presidiu o nosso honrado presidente-substituto a mais uma dessas maratonas digestivas, lá para as bandas de Alcobaça, com 300 idosos das freguesias da Bezelga e de Além da Ribeira. Ao que nos foi dito, cada conviva alinhou 10 euros, mas mesmo assim a coisa terá custado 8 mil euros à autarquia. Por 300 votos, até nem é caro. Em todo o caso muito mais barato que as oliveiras centenárias. Mas será esse o caminho?
Sem fundos públicos para alimentar gulosos, Anabela Freitas vinga-se nos cartazes king-size e nas promessas para todos os gostos. Apenas nestas duas semanas já prometeu a requalificação urbana e a recuperação dos bairros sociais. Só! Como bem evidencia o seu mote eleitoral "Mudança é agora", com óbvia origem parisiense, trata-se da síndrome Hollande. Prometa-se o que for preciso, desde que isso permita vencer.
Em França, o resultado já é infelizmente conhecido. Hollande ganhou, mas a sua popularidade, após 15 meses no poder, é inferior a 25%. A mais baixa de sempre em França. E sem tendência para melhorar. Apesar  de ser diplomado  pelas três melhores escolas francesas: ENA, Sciences Po, HEC. Dado que a candidata socialista é licenciada só pelo IPT, que não será propriamente uma das melhores escolas portuguesas, caso venha a vencer, dois anos mais tarde ou já se terá demitido ou andará em consultas psiquiátricas. Ganhar será portanto o pior que lhe poderá acontecer. E ela não merece tal castigo.
Resta a incógnita Pedro Marques. Regressado à política em 2005, tendo como principal objectivo combater António Paiva, oito anos mais tarde continua a tentar flutuar no pântano nabantino. Sem que até agora alguém tenha conseguido perceber quais são realmente as suas propostas.
E perante tais concorrentes ainda querem que eu vá votar?  Posso ser burro, mas não sou cego...

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