terça-feira, 16 de julho de 2013

Vendo bem...

Arranjo urbanístico da fachada norte do Convento de Cristo - Ante-projecto - Arquitectos Mota Lima e Mata de Oliveira  1962. O que era e o que está. Ó tempo volta pra trás!

Andam cada vez mais abespinhados comigo os senhores autarcas e funcionários superiores, sobretudo após os meus dois escritos mais recentes. Terão as suas razões, algumas das quais a razão pura desconhece. Noutros termos e sem sofisma -Parece-me que, vendo bem, estão a ver o filme ao contrário. Isto porque, ao arrepio daquilo que sustentam em público, a cidade, o concelho e a autarquia não estão assim por causa da crise. Pelo contrário, a crise é que está assim devido à reiterada actuação da autarquia, dos seus eleitos e dos seus técnicos, quase todos com excessiva tendência para confundirem os eleitores tomarenses com vacas leiteiras de elevado rendimento. Donde resulta a cada vez mais acentuada debandada, uma vez que ninguém gosta de ser esfolado vivo...para ajudar a sustentar pançudos medíocres e pouco mais que inúteis. Estou enganado? Então porque é que nas Caldas, em Óbidos, em Leiria ou em Ourém as coisas não estão assim tão mal? É porque, a exemplo das Caldas, são terras do dito?
Desta lamentável e muito prejudicial confusão entre causa e efeitos advirão um dia destes, bem mais cedo do que alguns julgam, tempos complicados para todos. Para os autarcas demasiado gulosos e atrevidos como para os funcionários demasiado convencidos. Aqueles ainda acabarão por se arrepender de ter começado a trilhar semelhante caminho, estes irão finalmente perceber à sua custa que neste mundo tudo é cada vez mais transitório. Mesmo os lugares de nomeação política, a partir do momento em que não haja dinheiro para lhes pagar.
Porque se irão arrepender os por agora entusiasmados candidatos? Porque, não passando de meros palermitas políticos, apesar de não nascidos em Palermo, (que alguns nem sabem sequer onde fica), tendem a confundir os seus desejos com a realidade. Sucede que, uma vez eleitos, há que governar = tomar decisões, optar, resolver, agir. Reduzir benesses, como por exemplo as despesas de representação; fechar o cine-teatro; fechar as piscinas de água quente; devolver o autocarro; acabar com os TUT; desligar definitivamente o ar condicionado dos Paços do Concelho; acabar com os subsídios anuais e eventuais às colectividades; suspender sine die as obras da Levada (enquanto é tempo!!!); despedir pelo menos 100 funcionários... e por aí adiante. É muito duro? É injusto? Vai roubar votos? Sem dúvida. Mas quando a gangrena a isso obriga, os médicos nunca hesitam em cortar até onde é preciso. Se o não fazem, o doente morre. Tal é a situação trágica da autarquia tomarense. Após anos e anos de abusos e outras palermices, agora só poderá sobreviver e recuperar reduzindo preços, taxas, derramas, outros impostos e sobretudo eliminando funcionários inúteis e a asfixiante e onerosa burocracia local. Sem isso nada feito. Ontem já era tarde...
Não acredita? "Dá tempo ao tempo, que o tempo dar-te-à todas as respostas". Fica combinado?

PS - Dado que as candidaturas podem ser entregues no tribunal da comarca até 05 de Agosto, os mais ou menos respeitáveis candidatos a candidatos ainda dispõem de algum tempo para acertar o passo com o tempo actual. Depois não venham lastimar-se com lágrimas de crocodilo, dizendo que ninguém os avisou com tempo.

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