domingo, 30 de novembro de 2008

AUTÁRQUICAS 2009

A QUADRATURA DO CÍRCULO
A manter-se até ao escrutínio a actual situação, teremos em Tomar, no outono de 2009, a escolha eleitoral mais difícil desde que há eleições livres para a autarquia. Uma verdadeira quadratura do círculo, posto que, tudo o indica neste momento, haverá quatro candidatos, praticamente com iguais possibilidades de vencer, e todos igualmente do 1º círculo do poder local. Convém por isso examinar com cuidado todos os elementos disponíveis, capazes de ajudar a formar uma adequada opção de voto. É o que se vai tentar fazer, em prol de um melhor futuro para todos nós.
De assinalar, antes de mais, que todos os candidatos são ainda relativamente jovens, nascidos e educados em Tomar. Todos têm formação universitária, excepto Carlos Carrão. Corvelo de Sousa e Pedro Marques são advogados, Becerra Victorino é arquitecto. Carrão é contabilista , Técnico Oficial de Contas e o único com origem rural (Freguesia de Casais). Excepto este último, que terá algumas luzes nessa área, os outros não têm qualquer formação económica, lacuna importante no currículo de quase todos os políticos actuais.
Sendo certo que os quatro são, ou já foram, autarcas a tempo inteiro, nenhum "tem mundo", para usar a feliz expressão de Carrilho, pelo menos que se saiba. De todos, Pedro Marques é o que averba mais experiência autárquica, pois foi presidente durante dois mandatos, a que convém adicionar o presente mandato como vereador. Segue-se Carlos Carrão, com três mandatos, Corvelo de Sousa, com dois e Becerra Victorino, com um, na autarquia presidida por Jerónimo Graça.
Pedro Marques e Carlos Carrão já beneficiam de pensão de aposentação, por exercício de cargos políticos, completa para este, parcial para aquele. Corvelo de Sousa também já terá direito a essa regalia no final do presente mandato, se a ela se candidatar. A situação de Becerra Victorino é menos conhecida, pois é professor efectivo, mas já foi autarca eleito durante um mandato.
Do ponto de vista estritamente político, praticamente nenhum dos candidatos tinha qualquer experiência política relevante, antes de figurar nas listas autárquicas. Acresce que a experiência que adquiriram em mandatos anteriores é agora de pouca ou nenhuma utilidade, visto que mudaram totalmente as condições envolventes, sobretudo na área da economia política. Com efeito, como é do conhecimento dos meios informados, passou-se desde o início deste ano do chamado período das vacas gordas para um regime de penúria permanente, que tudo indica se irá manter. Para autarcas habituados a gastar abundantemente, sobretudo desde que passaram a beneficiar dos fundos europeus, vão ser indispensáveis adaptações dificílimas. Estarão à altura?
Outra questão delicada, prende-se com o estilo de política a praticar pelos novos eleitos, sendo óbvio que terá de haver reduções drásticas de despesas. Carlos Carrão e Pedro Marques são à partida os mais prejudicados com a nova situação de carência. Sabe-se, com efeito, que tanto um como outro pertencem ao grupo dos chamados políticos populistas, com os consequentes custos. Excursões, festas, febras e vinho para Carrão, futebol, desporto e associações para Pedro Marques. Tudo opções a rever, por força das circunstâncias, em caso de eleição maioritária. Os eleitores potenciais terão pois toda a conveniência em ponderar esse aspecto, caso os dois candidatos continuem a alinhar as suas opções por esses parâmetros. Dos outros dois candidatos, apenas se conhece a paixão musical de Corvelo de Sousa e as suas ligações familiares à Associação Cultural Canto Firme, o que tanto o poderá beneficiar como prejudicar, consoante as pessoas e as circunstâncias.
Quanto a novos rumos para Tomar, apenas Becerra Victorino e Corvelo de Sousa já abriram ligeiramente o jogo. O arquitecto do PS avançou, basicamente, com a ideia de democracia participada e a criação de condições para a fixação de pessoas e de empresas, sem especificar de que forma ou formas. No que toca à democracia participada, trata-se de mera visão do espírito, sem qualquer possibilidade de implementação real num concelho como o nosso. Dito numa frase curta: é um pouco como propor frigoríficos aos esquimós. Acresce que Becerra Victorino, certamente vítima involuntária de deformação profissional, vem dizendo nas reuniões da autarquia, que convém libertar terrenos para construção. Trata-se de uma proposta irrealista, pois neste momento, só na Quinta das Avessadas, ali junto ao hospital, há terrenos livres para alojamentos capazes de albergar 13.000 pessoas, ou seja praticamente o equivalente da actual população de Santa Maria dos Olivais. E não chegam? Pois há também os da urbanização da estação de caminho de ferro, que continuam às moscas.
Corvelo de Sousa por seu lado, em recente entrevista, lá foi dizendo que tenciona continuar a cumprir as actuais directrizes traçadas por António Paiva até final do mandato, apresentando então um programa diferente, se vier a ser designado cabeça de lista pelo PSD.
Em todos os casos, tal como já previsto em textos da imprensa local, são os programas eleitorais que vão permitir seriar os candidatos, pois pessoalmente são todos cidadãos estimáveis e, para usar uma expressão popular agora na moda, "boa rapaziada". Infelizmente para eles e para quem os ajudar, não vai ser tarefa fácil, pois tudo indica que, com a crise, os eleitores, pelo menos os mais informados, que são os urbanos, vão querer saber mais do que as usuais listagens de boas intenções, pois já estão fartos de ser enganados, com promessas mirobolantes que não passam disso mesmo. Todos se lembram ainda, por exemplo, do célebre parque temático, prometido por António Paiva... E acontece que, aqui no concelho, são os resultados urbanos que decidem quem ganha. Vamos portanto aguardando e mantendo intacta a nossa esperança que, como se sabe, é sempre a última a morrer.

Jerónimo Foice

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Colaboração da PAPELARIA CLIPNETO-TOMAR
A notícia da semana em toda a imprensa local e da região foi, sem qualquer dúvida, a sentença do caso de sadismo julgado no Tribunal de Tomar, com o arguido condenado a 5 anos de prisão efectiva, tendo a sua advogada revelado que vai recorrer. Cidade de Tomar, O Templário e O Mirante deram à notícia o principal destaque na 1ª página, enquanto O Ribatejo se contentou com chamada a uma coluna na mesma página.
Outra notícia difundida pelos quatro jornais analisados é a inauguração do Serviço de Cuidados Paliativos no Hospital de Tomar, o primeiro na região do Médio Tejo. Para quem não saiba bem de que se trata, mas também tenha vergonha de perguntar, segue uma explicação acessível. Cuidados Paliativos é um tipo de medicina que podemos comparar à política. Não resolve nada, mas torna as coisas menos dolorosas. Por outras palavras, não cura as doenças mas permite melhor qualidade de vida para quem delas sofre.
A abertura solene do ano lectivo no Instituto Politécnico, com o discurso de despedida de Pires da Silva, foi também noticiada, com relevo diverso, pelos quatro semanários referidos. No caso dos que ilustram com fotografia, lá aparece Pacheco de Amorim, testemunhando que é difícil renunciar ao passado glorioso.
Cabe assinalar de modo particular, pelo seu interesse para os comerciantes locais, a entrevista do presidente da ACITOFEBA, publicada em duas páginas d'O Templário. Nela, o entrevistado queixa-se da crise, que a todos atinge, mas não parece entender as suas causas particulares, no que a Tomar diz respeito. Afirma que os 150 mil visitantes anuais do Convento de Cristo não descem à cidade e que faz falta um parque de estacionamento para autocarros. Tem razão nos dois casos, mas se calhar seria melhor ir além das repetidas queixas e visitar Alcobaça, Sintra, Mafra, Évora, Guimarães, etc., cujo património monumental se encontra em cada um dos centros históricos, e tirar de cada uma dessas visitas as conclusões adequadas ao caso tomarense.
Outro ângulo de estudo seria partir desta simples pergunta: Qual ou quais as razões que levam anualmente mais de 150 mil pessoas a deslocarem-se a Tomar e a pagarem 5 euros cada, para simplesmente verem coisas antigas, raramente descendo à cidade, onde também há coisas para ver e de graça? A repetir eternamente a mesma cantilena é que não conseguiremos ir a lado nenhum.
A visita do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, foi noticiada pelos dois órgãos nabantinos. No Cidade de Tomar, pode ler-se que a directora do Convento de Cristo aproveitou a sua presença para se lastimar, tendo focado designadamente a separação entre o Convento, por um lado, e o Castelo, Senhora da Conceição e Aqueduto, por outro, bem como as dificuldades dos autocarros na estrada de acesso ao monumento, quando se cruzam com veículos do mesmo tipo.
Se em relação ao Castelo e ao Aqueduto tem toda a razão, em relação à Senhora da Conceição não se vê qual a argumentação pertinente para justificar a sua junção ao Convento, sendo certo que até aos anos 80 do século passado sempre houve uma chave na então Comissão Municipal de Turismo, chave essa que veio a ser usurpada por um quadro do Convento, em circunstâncias ainda por esclarecer.
No que diz respeito à dificuldade de acesso dos autocarros ao Convento, que é real apenas quando se cruzam com outros autocarros, como referido acima, parece mais consensual arranjar outra saída que não passe pela introdução da circulação de automóveis (os autocarros nem lá cabem) na Mata dos Sete Montes, para bem da sua preservação em termos de calma, silêncio e ar puro.
Ainda com relevo esta semana, uma celebração escolar em Carrazede, que ocupa toda uma página d'O Mirante, as Santas do 14, em Chão das Maias, no Cidade de Tomar, e as obras de reparação dos estragos causados pelas intempéries em 2006, em todos eles.
Além do já referenciado, Cidade de Tomar desta semana tem muito mais para ler e pensar. A tomada de posse da nova Entidade Regional de Turismo mereceu reportagem com fotos e um artigo de opinião, ambos da autoria de António Freitas. O Rancho Folclórico do Cire teve direito a página inteira, enquanto o resultado da sondagem mandada fazer pelo PSD/Tomar vem, disfarçado de "boca", na penúltima página. Ele há coisas!
Cabe destacar igualmente, pelo que revelam da sociedade local, duas reacções. Na primeira, a Misericórdia de Tomar, em texto publicado na 2ª página, "lamenta notícias divulgadas", referindo-se a peças publicadas n'O Templário. Acrescenta que a "Actual gestão deve ser enaltecida, devido à forma como tem evoluído no apoio aos mais carenciados." Para além de não especificar cabalmente em que ponto os pontos diverge da notícia ou notícias que lamenta, o referido texto, que é formalmente uma moção de apoio, foi votado em Assembleia Geral, tendo-se contado 34 votos a favor, 4 contra e 1 branco. Para uma instituição multicentenária, com mais de 1.200 irmãos, temos de concordar que é uma votação insignificante, que parece denotar sobretudo a dificuldade de convivência dos seus actuais dirigentes com a natural pluralidade de opiniões.
A outra reacção é dupla e vem do Conselho Executivo e do Conselho Pedagógico da Escola EB 2-3 Gualdim Pais. Respondem à notícia "Professores de Tomar movimentam-se pela suspensão do modelo de avaliação", publicada em Cidade de Tomar. Escrevem que "As afirmações relativas à posição do Agrupamento... ...são abusivas, carecem de fundamento e não correspondem à realidade...". Todavia, mais adiante, no ponto 5, admitem que "Circulou efectivamente uma moção de repúdio a este modelo de avaliação, tendo sido assinada pela maior parte dos profissionais deste Agrupamento, em mais de dois terços da sua totalidade." Na opinião de Tomar a Dianteira, se isto não é movimentar-se pela suspensão do modelo de avaliação, então é o quê?
Tal como no caso anterior, tudo indica estarmos perante mais um exemplo de patente falta de genuinos hábitos democráticos, designadamente com respeito total pela liberdade alheia, incluindo a dos jornalistas.

A redacção de Tomar a Dianteira

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

CARRÃO TENCIONA AVANÇAR EM JANEIRO

Na sequência da nossa informação do passado dia 21, confirma-se a crescente tensão no PSD/Tomar, situação relacionada sobretudo com o facto de continuarem a ser desconhecidos os resultados da sondagem, bem como a data limite de Março 2009, escolhida para dar a conhecer o cabeça de lista do partido. Segundo fonte fidedigna, o vereador Carlos Carrão, visivelmente agastado com o tempo já decorrido desde o anúncio da sondagem, aguardou o regresso ao país do presidente da comissão política, Luis Vicente, para o questionar sobre o incómodo silêncio. Foi-lhe dito que tal silêncio se deve ao facto de haver necessidade de uma consulta no terreno, uma vez recolhidos e interpretados os resultados da consulta telefónica, o que entretanto já foi feito. Perante a nova situação, o vereador Carlos Carrão decidiu avançar como independente em Janeiro, a menos que entretanto o PSD o tenha designado como cabeça de lista.
Confirmada junto do próprio a informação que damos em primeira mão, tudo indica, neste momento, que teremos nas próximas autárquicas uma luta a quatro: Dois independentes, Carrão e Pedro Marques, sem que se possa dizer quem está à esquerda ou à direita de quem;e dois PSs, um a gasolina, outro a Diesel, sendo que o a gasolina, Victorino, também já foi a Diesel, o que torna quase impossível saber quem está à esquerda ou à direita de quem, tal como no caso dos independentes. Teremos assim uma compita eleitoral pelo menos a quatro num autêntico lenço de papel, tal é, para já, a proximidade de posições dos candidatos conhecidos.

ÀCERCA DA REQUALIFICAÇÃO DA CERCA

António Rebelo
Sucessivamente terreno comunitário, Cerca dos Frades e Cerca do Conde, a Mata Nacional dos Sete Montes vai ser novamente intervencionada. Será, de acordo com os antecedentes conhecidos, uma daquelas empreitadas que ninguém, fora dos meios informados da autarquia, sabe realmente em que consiste. Basta pensar na Ponte do Flecheiro, que os cidadãos cuidavam ser apenas mais uma ponte...
Este texto tem dois objectivos: informar os leitores e formular votos para que, desta vez, as coisas corram bem melhor. Sejam elas quais forem. É que, francamente, e salvo outra opinião fundamentada, as intervenções mais recentes naquele espaço verde de todos nós, estiveram longe de corresponder aos mínimos aceitáveis em empreitadas custeadas com os dinheiros dos contribuintes. Por nítida falta de planeamento adequado, de pessoal qualificado, de fiscalização rigoroso, ou de tudo isso, gastou-se muito dinheiro mas os resultados foram medíocres. Quem não concordar fará o favor de se pôr ao caminho e de observar com olhos de ver, de preferência sem "óculos partidários", sobretudo a parte nordeste. (Basta entrar, virar à direita e subir sempre em frente, rente ao muro).
Para já, a anunciada cooperação CMT/ICN/IGESPAR, não augura nada de bom, mas oxalá me engane. O mais provável, de acordo com os costumes, será que cada um confie nos outros dois para fazer o essencial. O velho hábito portuguê: "Vão lá tratando disso que eu já por aí apareço." Tanto mais que é questão de fundos europeus, e sabe-se como os responsáveis ficam tão deslumbrados perante tantos euros, assim do pé para a mão, que nem cuidam de verificar se são/foram bem aproveitados. Para já, apenas temos um projecto que custou a módica quantia de 90 mil euros e que só os dirigentes conhecem. O resto, como habitualmente, cá estaremos para ver. Mas pelo andar da carruagem...
No caso do IGESPAR, justificam-se todos os receios. Já demonstrou não conseguir sequer administrar capazmente, na óptica dos visitantes, o Convento de Cristo, que tranformou progressivamente numa espécie de armazém de funcionários, cuja forma de recrutamento é desconhecida. Apenas um pequeno exemplo -Presuntivamente para evitar correntes de ar a quem vende e controla os bilhetes, a entrada passou a fazer-se por um local ridículo, onde não cabem obesos, nem cadeiras de rodas, nem macas.
No sector das obras de restauro, para as quais o IGESPAR dispõe no Convento de vários técnicos superiores, a empreitada de limpeza e restauro do alambor ou sapata da muralha do Castelo, executada aqui há alguns anos, constata-se agora que foi um verdadeiro desastre, para não dizer nada mais forte. Por óbvia falta de fiscalização honesta, a argamassa usada no assentamento e nas juntas dos blocos de pedra era tão rica em cimento que o resultado salta agora à vista de todos. A vegetação arbustiva medra a olhos vistos. Dado que os arbustos, que se saiba, não dispõem de raízes em aço inoxidável, alguém deve ter feito batota da grande com o cimento. Alguém deve ter metido a mão na massa... Quem terá lucrado com isso?
A autarquia tomarense, que tem a sua sede e reúne a cem metros do local da vigarice, nunca julgou oportuno preocupar-se com o assunto. Deve ser a lógica pastoril: "cada qual toma conta das suas ovelhas". Aqui fica este aviso para a anunciada requalificação da Cerca, da Cerrada dos Cães, e mais ninguém sabe bem o quê. Para já a coisa não começou da melhor forma. A população interessada está praticamente a zero. Apenas sabe que vai haver obras. Mais nada.
Enquanto isto, a oposição mantém o prudente e profundo silêncio a que já estamos habituados, por razões que só os seus membros conhecem. Será segredo de estado? Considera-se que os eleitores não são suficientemente inteligentes para perceberem essas coisas? Ou haverá outros motivos menos prosaicos, como por exemplo o já denunciado "espírito de casta"? Aguardam-se respostas. De preferência mais elucidativas do que esta: "Quanto a oposição construtiva, temos desempenhado o nosso papel com determinação e entrega." Tem-se notado!

BREVE RECADO PARA QUEM ASSINA O BURRO

Esta é a última vez que, por piedade, me dirijo a quem se identifica como "O Burro". A menos que, lido este recado, peça desculpa publicamente e se identifique cabalmente.
Peço-lhe que me desculpe este tom agreste, mas tudo o que é demais parece mal e irrita. Penso que você, sem se dar conta, pois claro, pertence ao pior grupo de cegos -o daqueles que, por verem umas pequenas nesgas da realidade envolvente, juram a pés juntos e, eventualmente, por todos os santinhos, que não são cegos. E, no entanto, vai-se a ver...
Quando nos meus escritos afirmo que A ou B está a governar mal, ou que C não analisou a situação correctamente, por exemplo, faço-o na esperança de que as coisas possam melhorar. Pelo contrário, quando você diz de alguém que está velho ou senil, aguarda o quê? Nada! Apenas parece sentir-se feliz a tentar achincalhar, caluniar, ferir, esmagar, prejudicar os outros. Que lucra você com isso, para além da satisfação abertamente doentia?
Ex-simpatizante dos comunistas portugueses, a quem todavia continuo a reconhecer o papel importante desempenhado em prol da liberdade durante a ditadura, posso dizer-lhe sem rebuço que na ex-União Soviética também se usou, com fins políticos, um vocabulário idêntico ao seu. Muitos dos adversários do partido único foram internados no goulag ou em hospitais psiquiátricos, por serem velhos, senis, parasitas sociais, refuzniks, etc. etc. É isso que intimamente você deseja que venha a acontecer em Portugal? Não? Então passe a comportar-se como um cidadão comum, sem mais.

Saudações apesar de tudo cordiais do

Jerónimo Foice

terça-feira, 25 de novembro de 2008

CRÓNICA DA ODETE DAS FARTURAS

Hoje começo por saudar cordialmente os blogueiros Leonel Vicente Luis Ribeiro e Rui Ferreira que nos dirigiram palavras amáveis pedindo-lhes que na medida do possível não tornem a fazer isso dados os exemplos que passo a apresentar e cumprimentar IM e IS que defenderam algumas das nossas posições coisa que lhes peço que não voltem a repetir pelas razões que seguem e agradecer muito penhoradamente ao Senhor BURRO um verdadeiro caso patológico de logomaquia por todo o mal que de nós tem dito o que tanto bem nos tem feito designadamente aumentando o número de visitantes deste blogue e por isso o nosso companheiro Jerónimo procurou retribuir que isto o que dá realmente é ser vítima da má-lingua basta pensar no Salazar que governou descansadamente até cair da cadeira enquanto o Marcelo caiu cedo porque dele começaram a dizer bem por causa das reformas aos velhotes e mais próximo de nós o Isaltino o Valentim e a Felgueiras ganharam folgadamente e voltarão a ganhar pois praticamente toda a gente diz mal deles o que também acontece com o Santana Lopes que assim se arrisca a ganhar a câmara de Lisboa e aqui na Nabância o Relvas e o Luis Ferreira dominam à vontade porque continuam a dizer mal deles como acontecia com o Paiva mas já a actual Câmara pode ter os dias contados posto que a opinião geral é de que são todos boa gente ou boa rapaziada incluindo a oposição dito isto eu se estivesse no lugar do senhor Carrão ou do senhor Corvelo matutava muito bem antes de recusar um segundo lugar na lista encabeçada pelo outro para evitar desaires ainda evitáveis que isto quando as pessoas começam ou continuam a dizer bem algo vai mal e a situação é idêntica com o anunciado cabeça de lista do PS de quem muitos dizem que é uma excelente pessoa que apenas tem o hábito de se coçar para dentro mas esta eu não percebi e praticamente só dizem mal dele alguns companheiros de partido derrotados na eleição interna e o nosso companheiro Rebelo mas só em termos políticos o que não devemos estranhar porque ele praticamente diz mal de tudo e de todos se calhar por querer intimamente que isto por aqui fosse mais parecido com a França onde ele viveu o Maio de 68 que manifestamente lhe deixou marcas profundas conjuntamente com a guerra colonial mas isto é já outra história e eu ainda quero falar do caso do Padre Tiago que o nosso companheiro Salvador Sem Sorte pediu-me para esclarecer que ele se foi embora precisamente porque lá está toda a gente dizia bem dele o que significa que ninguém dizia mal e ele sentiu-se desamparado pelas suas ovelhas e pela sua hierarquia bem como incomodado com uma situação em que faz parte do clero de uma igreja que não o deixa casar nem namorar nem aceita mulheres como sacerdotes apesar de carecer cada vez mais de vocações e isto diz o senhor Salvador são muitas contradições juntas que a igreja nunca se viu tão pressionada por realidades exteriores que nunca evoluiram tão rapidamente a tal ponto que até a relação com o sagrado já está muito longe do que era e lá está praticamente ninguém diz mal da Igreja Católica a não ser os protestantes o que é um péssimo sinal na linha do que escrevemos acima e quer dizer que os velhos tempos não vão voltar nunca mais e vamos ter de nos adaptar quer queiramos quer não porque senão começam a dizer bem de nós e aí o fim estará próximo como acontece com esta crónica mas antes ainda quero esclarecer que quem desejar pode imprimir este naco de prosa e depois entreter-se sem que o chefe veja a colocar a respectiva pontuação o que ajudará a passar o tempo evitando o tédio ou as palavras cruzadas e permitindo ir aprendendo qualquer coisita desta língua tão linda mas tão complexa que nos separa ou une consoante os casos.

Um grande Xi-coração da Odete das Farturas (Imitada alhures mas nunca igualada)

domingo, 23 de novembro de 2008

SOBRE A BLOGOSFERA TOMARENSE

Jerónimo Foice
Caros blogueiros, esta é a minha primeira intervenção dominical sobre a blogosfera local, pelo que aproveito para vos saudar a todos, desejando o melhor para cada um. Dito isto, vamos ao tema.
São bastantes os blogues locais, mas de qualidade desigual. A bem dizer, os únicos actualmente com algum movimento, de acordo com os dados estatísticos disponíveis, são o d'O Templário, o que mais mensagens recebe, o Condado do Flecheiro, sem novas entradas desde 12 de Outubro, mas que continua a receber algumas mensagens, e este em que escrevo, que não tem tido mensagens por razões óbvias, sendo todavia aquele que apresenta mais conteúdo editorial trabalhado.
Os restantes blogues ou são partidários, caso de Vamos por Aqui, Algures por Aqui e PS/Tomar, ou carecem nuns casos de conteúdo original, noutros de qualidade, noutros ainda de ambos. Mas todos têm direitos iguais e estão sempre a tempo de melhorar.
O suprareferido blogue d'O Templário, por ser de longe o mais movimentado em termos de mensagens de seguidores, permite uma visão assaz curiosa da blogosfera tomarense, uma das dimensões cada vez mais importante da sociedade gualdina que realmente conta, pelo menos em termos de "opinion makers". Nesse blogue há diversos confrontos nitidamente perceptíveis. Desde logo o embate PS/IpT, no qual a qualidade, a serenidade e o polimento estão longe de ser as principais componentes. Apesar disso, os do PS parecem usar assiduamente uma habilidade, para mascarar o que não lhes convém: põem-se a citar textos mais ou menos longos de temas políticos nacionais ou internacionais. Quanto a mensagens originais, tudo indica que só Luis Ferreira tem algum fôlego, mesmo assim com o pé sempre a fugir-lhe para a chinela.
Pelos lados dos IpT, ultimamente tem sido o silêncio que, verdade seja dita, nunca prejudicou ninguém, como se verifica agora no caso da Tia Manela dos laranjas. Resta saber quanto tempo vai João Simões aguentar sem desabafar, ou os outros seguidores menos brunidos a absterem-se de urinar fora do penico.
No que ao PSD local se refere, certamente porque as coisas não estão nada fáceis, costumam tentar "tapar" as mensagens menos convenientes com comentários desportivos, prática que tem provocado alguns protestos de blogueiros mais atentos. Se calhar por causa dessas reacções, no caso do nossa peça "Tensão e insatisfação no PSD", calaram-se bem caladinhos, mas resolveram usar a chamada técnica dos dirigentes desportivos. Quando os resultados não são brilhantes e há falta de argumentos credíveis, avança-se com a promessa de um ou mais reforços milagrosos. Foi o que aconteceu agora. No dia seguinte ao nosso texto, apareceu uma mensagem não indentificada no blogue que estamos a abordar, revelando que o PSD tem uma figura nacional para encabeçar a lista nabantina. Está bem visto, sem dúvida alguma, mas não vai acalmar as hostes durante muito tempo. Todos vão querer saber de quem se trata. Até porque figuras relativamente conhecidas a nivel nacional, o PSD tomarense só tem duas -Miguel Relvas e Tó Lourenço, este pouco conhecido na sua própria terra.
Há depois, no blogue que tenho vindo a tentar dissecar, alguns "outsiders", o principal e mais complexo dos quais, embora não participe todos os dias, é O BURRO. Para meditação dele, pois que nem sempre parece conseguir manter a calma e compostura, e informação de todos aqueles que fazem o favor de nos ler, passo a transcrever a sua penúltima mensagem até à data, na qual se refere exclusivamente a Tomar a dianteira. Não usarei só maiúsculas, que ele utiliza sempre, por entender que, em linguagem blogueira, escrever em maiúsculas é igual a gritar com o leitor, atitude que não é nada cortês. Aqui vai a mensagem: "Esta gentinha do novo blogue é uma cambada de escumalha desiludida com o PS. Puta que os pariu. O blogue é de nojo. Um fracasso sem qualidade. Nem sei como esse Rebelo velho se atreve a escrever em matérias que ele dominou no passado mas que agora estão cheias de mofo e bolor. Mau exemplo profissional." Ou seja: O pessoal cá deste blogue só pode continuar a escrever, a gozar da liberdade, a votar, porque o senhor Burro não manda nada. Se mandasse íamos todos dentro, sem julgamento justo nem nada. É o que se depreende de texto tão "erudito".
No domínio do conhecimento, o Rebelo velho, como ele diz, que nunca lhe fez mal algum, é acusado implicitamente de ser velho e, por isso se calhar, de ter ideias velhas, cheias de mofo e de bolor. Já não é mau. Pelo menos fica-se a saber que tem ideias, o que não é assim tão comum, e que já dominou matérias no passado, o que é excelente, pois no domínio das sinapses ocorre algo parecido com a renovação da floresta: é no húmus resultante das folhas, ramos e troncos velhos que medra a nova cobertura vegetal. Por outras palavras, acontece com as ideias que é graças às velhas que as novas se podem desenvolver. Mas pronto, o pessoal tem tendência a esquecer-se de que (como costuma dizer justamente o Rebelo), "A escrita é a montra do pensamento." E chega por agora, que o relambório já vai longo. Saudações democráticas do

Jerónimo Foice

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

TENSÃO E INSATISFAÇÃO NO PSD/TOMAR

Fontes do PSD local, contactadas por tomaradianteira na sequência da entrevista de Corvelo de Sousa, hoje publicada no semanário Cidade de Tomar, manifestaram a sua insatisfação, por considerarem tais declarações redundantes e inoportunas. Acrescentaram não entender o que poderá ter levado o actual presidente a afirmar que só manterá as actuais orientações de António Paiva até final do mandato, quando é sabido que nunca dele discordou enquanto ocupou o lugar de vice-presidente. Os mesmos militantes disseram duvidar que Corvelo de Sousa, no caso de vir a ser designado cabeça de lista, consiga realmente elaborar, nas actuais circunstâncias, um plano de trabalho alternativo, sem a ajuda de Paiva.
Assinalaram igualmente que cresce a tensão no partido, por não se vislumbrar solução para o problema desencadeado por protagonismos e rivalidades pessoais, os quais tornaram praticamente impossível o surgimento de uma lista PSD unitária, integrando todos os elementos da actual maioria. No quadro actual, disseram, se Carrão for o cabeça de lista, Corvelo não aceita ir em 2º; mas se o cabeça for Corvelo, Carrão ameaça ir como independente à cabeça de outra lista.
Para agravar as coisas, os resultados da anunciada sondagem para desempatar, tardam em ser conhecidos. Um elemento do PSD, contactado informalmente por uma amigo deste blogue, estranhou que ainda não sejam conhecidos os referidos resultados, uma vez que já passaram três semanas e as sondagens se fazem normalmente em três dias, o que pode levar ao aparecimento de dúvidas sobre as reais intenções de quem encomendou a sondagem.
As fontes citadas em abertura manifestaram igualmente o seu desacordo com o facto de o futuro cabeça de lista do PSD poder vir a ser designado só em Março. Acham que para bem do partido, designadamente para o indispensável apaziguamento interno, o candidato a presidente devia ser conhecido antes do Natal e nunca depois.

Sebastião Barros

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Colaboração da Papelaria CLIPNETO


Morna, morna, morna, a actualidade local esta semana que agora termina. A tal ponto que Cidade de Tomar dedica o seu editorial ao caso dum funcionário da EPUL, alvo de processo disciplinar com vista ao despedimento com justa causa, por ter difundido junto dos colegas, via internet, aquele apelo da campanha de Obama, com a foto do candidato e o mote "Não vote em branco". Partindo daqui, o editorial alarga-se em considerações sobre o futuro presidente escolhido pelos americanos.Cavalgando onda semelhante, a "Crónica de campanha" do mesmo semanário versa sobre "Conselhos ao nosso distinto e digno governo." Tanto num caso como no outro, estamos, sem sombra de dúvida, perante temas de palpitante interesse para a comunidade local e para o progresso da comunidade concelhia.
Ainda em Cidade de Tomar, pela 2ª vez em pouco tempo, Corvêlo de Sousa fala à população e ao PSD, sobretudo ao PSD. À população diz que está a trabalhar com afinco, de acordo com as linhas traçadas pelo seu antecessor. Ao PSD, diz mais ou menos que "Estou aqui, pessoal! Disponível e interessado! Estão-se a fazer desentendidos, ou quê?." Dará resultado? Veremos, mas os sociais democratas anunciaram muito antes (e logo em Fátima!) que haveria uma sondagem e só depois seria anunciado o candidato, até Março. Dado que ainda nem chegámos ao Natal, que é altura de presentes, mas também de tréguas...
O Templário desta semana quase parece, involuntariamente é certo, o jornal da paróquia. Manchete sobre a renúncia ou simples suspensão do sacerdócio, por parte do Padre Tiago, até agora pároco de Olalhas e Junceira, conhecido treinador de dança e ordenado há um ano. Notícia sobre os 40 anos de pastoral do Padre Leopoldo, em Carregueiros, Pedreira e Sabacheira. Notícia também sobre o roubo de um menino Jesus, nas Cabeças, a mostrar que a relação das pessoas com a religião já não é o que era, nem lá perto.
Igualmente no Templário, o Editorial corajoso de Isabel Miliciano, sobre os actuais mesários da Misericórdia de Tomar. Ainda notícia breve do caso de sadomasoquismo, em julgamento à porta fechada, incluindo para a imprensa, no tribunal de Tomar.
O MIRANTE dá destaque ao caso do rebanho de ovelhas obrigado a atravessar a Peralva para se dirigir às pastagens, e publica uma excelente entrevista com Pedro Pimenta Braz, ex-lider da bancada PS na Assembleia Municipal de Santarém. Quem se interesse realmente pela política nabantina deve ler quanto antes essa entrevista, basicamente por dois motivos principais: 1º -constatar as diferenças entre esta e a de Corvelo de Sousa no Cidade de Tomar; 2º - Tentar entender a política local à luz da regional, e vice-versa.
Na sua entrevista, aquele militante socialista diz claramente que "O PS não tem sido uma oposição à altura em Santarém", afirmando que abandonou a liderança da bancada, devido à atitude condescendente dos seus camaradas em relação ao executivo PSD. Se a isto juntarmos os conhecidos acordos PS/PSD, no caso do turismo regional e na grelha de tempos da AM de Tomar,
os persistentes rumores a nível nabantino, segundo os quais o futuro cabeça de lista para Tomar foi escolhido em função de um acordo de cavalheiros PS/PSD, a nível regional, e finalmente uma frase desse mesmo cabeça de lista, num recente encontro socialista, onde afirmou que "Quanto a oposição construtiva, temos desempenhado o nosso papel com determinação e entrega," não restam dúvidas de que algo existe, implícito ou de facto, que isto na política, "o que parece é".
Ainda na imprensa local e regional, a habitual página de propaganda informativa, paga pela Câmara de Tomar. Esta semana abordam, entre outros assuntos, o 2º circuito dos transportes urbanos da cidade. Maneira encapotada de dizer aos tomarenses "Vão passear!"?

A redacção de tomaradianteira

terça-feira, 18 de novembro de 2008

CRÓNICA DA ODETE DAS FARTURAS

Esta semana tenho andado muito incomodada por causa daquilo da Santa Casa que continua a ser Santa Casa mas já não é bem a mesma coisa pelo menos enquanto os mesários que mandam não explicarem publicamente a ou as razões que levaram à recusa de admissão de dois cidadãos que a gente até agora sempre considerou sem mácula mas daqui para a frente começa a ter dúvidas porque as coisas nunca acontecem por acaso e como dúvida puxa dúvida está em causa o bom nome de dois cidadãos que merecem respeito e por isso sente-se algum mal-estar por essa cidade fora também por causa da moção aprovada contra a notícia do Templário que pode considerar-se um atentado à liberdade de informação e a missão da Santa Casa não é constituir-se ou tentar constituir-se em nova Inquisição mas cuidar dos pobres dos abandonados e dos necessitados que para essas questões de informação há uma lei e existem os tribunais e a população que já anda muito enfadada com a Câmara por causa da má programação das obras de saneamento não gosta dessas atitudes e um dia destes até um conhecido arquitecto tomarense que mora na cidade velha pomposamente chamada Núclo Histórico andava ali pelo Bairro das Flores a barafustar contra a demora na conclusão da pavimentação e a protestar contra o assassinato da calçada tradicional das ruas da cidade que resolveram substituir sem dizer nada a ninguém por tipos de pavimento sem lógica nem beleza nenhuma e até falou em criar um movimento de cidadãos o que deixa no ar a possibilidade de mais um movimento de independentes neste caso mais virado para o lado das três da tarde se é que me faço entender de forma que por este andar a actual gerência autárquica tem os dias contados pois caso não morra do mal morre da cura mas ainda faltam muitos meses e daqui até lá...

Um grande xi-coração para todos da Odete das Farturas

JÁ CHEGÁMOS Á MADEIRA, OU QUÊ???

É agora do domínio público que, durante a última reunião da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, ocorreram situações menos correntes. Desde logo, o reduzido número de presentes. Ao que nos foi possível apurar, menos de 40, numa agremiação com mais de 1.200 membros. Depois, as queixas repetidas de que antigos "irmãos" são agora designados por sócios, nos recibos das contribuições mensais. Quando solicitaram esclarecimentos, foi-lhes dito que o programa do computador não aceita a denominação de "irmão". Como se agora os computadores também começassem a emitir opiniões políticas.
Outra questão estranha, foi a apresentação e subsequente votação favorável, após ligeira alteração, de uma moção condenando uma notícia, publicada pelo semanário O Templário, sem todavia explicitar se na citada peça havia algum erro, exagero ou falsidade. E se não fora a oportuna e convincente intervenção de um dos "irmãos", até um antigo dirigente daquela Santa Casa teria sido criticado, por ter feito uso dos seus direitos legais, ao prestar breves declarações que o referido jornal publicou. Cabe acrescentar que o "irmão" em causa goza de grande prestígio e excelente reputação na cidade e no concelho, encontrando-se actualmente enfermo, pelo que não comparecera na mencionbada assembleia.
Facto igualmente insólito, é que a actual Mesa da Irmandade nem sequer pode alegar falta de experiência política, pois não só o seu provedor já foi vereador e é agora membro da Assembleia Municipal de Tomar, como a supracitada moção foi apresentada por ex-dirigente partidário e ex-autarca de um partido conhecido pela sua abertura e tolerância. Assim sendo, nos meios sociais muita gente se interroga sobre o caminho que a Santa Casa está a trilhar, posto que até já pretende impôr a "lei da rolha" à imprensa local, o que é intolerável e por isso aqui se denuncia.
A próxima assembleia daquela Santa Casa será em Março 2009, salvo se entretanto um grupo de 30 ou mais "irmãos" decidir solicitar a convocação de uma assembleia extraordinária, pois neste caso a referida reunião será obrigatória. De acordo com algumas fontes contactadas por Tomar a dianteira, esta última hipótese continua a ser fortemente ponderada.
A velha senhora indigna (com parte da redacção)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ECONOMIA TOMARENSE - QUE FAZER? 2

António Rebelo

Na passada quinta-feira, abordei aqui sucintamente o problema económico tomarense e o estranho estilo heróico/triunfalista do actual "breviário", usado como "folha de estrada" pela maioria autárquica que temos. Nesse documento de trabalho, "Tomar 2015 - Uma nova agenda urbana", pode ler-se igualmente que "No dealbar do século XXI, Tomar evidencia não só uma vitalidade patente em vários indicadores, como perspectivas para robustecer e diversificar a sua base económica, recuperando-a e actualizando as suas vocações históricas: cidade de serviços, pólo de inovação e de competitividade, cidade de cultura e de saber."
Agora que à crise local se juntaram a crise nacional e mundial, soa a discurso de outro planeta o excerto que acabo de copiar. Apetece até dizer, sem ponta de humor, era bom, era!!!. Infelizmente estamos perante um sofrível exercício propagandístico, encomendado pelos mesmos que não se coibem de criticar a propaganda socialista a nível nacional. "Que bem prega Frei Tomaz, oiçam o que ele diz, não olhem para o que ele faz."
Na realidade, a base económica tomarense, em constante e evidente decadência desde há três décadas, poucas alterações sofreu no sentido positivo. É verdade que algumas PME vieram substituir as papeleiras e a fiação, mas os maiores empregadores do concelho continuam a ser a autarquia, o Ministério da Educação, o da Saúde , o da Justiça e o das Finanças. Continuamos, portanto a viver num concelho "tipo alentejano", mesmo tendo em conta o acentuado declínio da componente militar local. Nestes últimos três decénios e na área económica, novo novo e com grandes potencialidades, se devidamente aproveitado, só o Instituto Politécnico, que lamentavelmente nem sempre se tem mostrado à altura das circunstâncias.
O supra referido tipo ou modelo alentejano nada tem de objectivamente condenável. No século passado, quando as coisas evoluiam bem mais devagar, os países ocidentais detinham nítida superioridade tecnológica, e beneficiavam de matérias primas a baixo custo, o que lhes possibilitava largas margens de valor acrescentado e os consequentes benefícios sociais, até se pensou que seria uma solução durável. Porém, tudo mudou. A hegemonia ocidental esvai-se pouco a pouco, as matérias-primas estão pelas ruas da amargura , as altas taxas de valor acrescentado são agora uma recordação e os benefícios sociais tendem a definhar, tal como o "emprego para toda a vida".
Neste novo enquadramento, Tomar terá de encontrar um novo figurino económico, e quanto mais cedo o fizer, melhor será para todos. Na verdade, não só os maiores empregadores do concelho atingiram os limites das suas capacidades respectivas em termos de emprego/encargos orçamentais, como vão ter de "emagrecer" os seus quadros pela força das coisas. Vivendo, exclusivamente ou quase, do Orçamento de Estado, dele não podem esperar aumentos, (salvo em véspera de eleições, como acaba de ocorrer), apesar das despesas correntes aumentarem continuamente. E não podem esperar ajuda do governo de Lisboa, porque este se encontra praticamente impossibilitado de aumentar os impostos, apesar de também aí aumentarem constantemente as despesas correntes, em virtude do paradoxo bem conhecido dos economistas: "Demasiado imposto mata o imposto." Por outras palavras, a partir de certos limites, quanto mais o estado aumentar os impostos, menos receberá no total porque aumentarão as fugas fiscais.
A nível local as coisas são ainda mais graves. Aos consideráveis aumentos de encargos do município tomarense, responderam os autarcas com aumentos de taxas de toda a espécie, de licenças e até da água, que é das mais caras do país. Resultado, os cidadãos aprenderam a votar com os pés, como já referi em texto anterior, indo fixar-se nos concelhos vizinhos, onde tudo é mais barato. Contribuiram assim para a criação do círculo infernal, (que se calhar um dia destes passará a ser conhecido pelo "círculo tomarense") , em que a autarquia vai aumentando os encargos para os contribuintes, mas estes vão diminuindo de tal forma que a autarquia se vê forçada a novos aumentos, e assim sucessivamente.
É claro -para mim pelo menos- que tudo isto tem remédio. Neste caso, até dois tipos de remédio:1 - diminuir as despesas e 2 - aumentar as receitas, sem recorrer ao aumento de encargos, para evitar a fuga fiscal.
Tendo em conta o meio utilizado para difundir as minhas ideias, usarei a partir daqui uma linguagem alegórica, mais fácil de interpretar do que o jargão económico.
Consideremos então que a economia concelhia é um automóvel. O modelo actual está velho, ultrapassado, gasta demasiado, anda pouco e é pouco confortável. Há por isso necessidade de comprar um novo. Surgem as perguntas: que marca? que modelo? com que capacidade? a gasolina? diesel? Qualquer que venha a ser a escolha, acabaremos por ter um produto que mais não será do que um conjunto de componentes. Mas daqui não se poderá deduzir que comprando um conjunto de componentes, teremos um automóvel. Isto porque, bem vistas as coisas, um automóvel é um conjunto de componentes, mas montados de determinada maneira, numa determinada sequência, o que exige tempo, ferramentas, mão de obra e, sobretudo, conhecimento.
Passa-se exactamente a mesma coisa com a situação concelhia. As peças estão aí, prontas para virem a ser componentes de um potente veículo. Só tem faltado quem as saiba montar e detenha os conhecimentos necessários. Tempo, ferramentas e mão de obra há por aí com fartura.
Era basicamente isto que quis dizer, aqui há tempos numa reunião partidária, quando referi que tinha um projecto. Quase ninguém ligou, se calhar porque não consegui fazer-me entender. Paciência! Continuarei a insistir.

sábado, 15 de novembro de 2008

CONDENADA JORNALISTA DO TEMPLÁRIO

Num acórdão datado de 1 de Outubro passado, o Tribunal da Relação de Coimbra considerou totalmente improcedente o recurso entreposto por Isabel Miliciano, na sequência do julgamento do Tribunal de Tomar-2º Juizo, de 26 de Novembro de 2007.
No referido julgamento, Isabel Miliciano foi condenada por dois crimes de difamação, referentes a dois textos seus, publicados n'O Templário, em meados de 2006 e nos quais, segundo o tribunal, pôs em causa de modo voluntário a honorabilidade do cidadão Manuel Faria, enquanto gerente da Sociedade Editora de Publicações O Templário. Por esses dois crimes, a arguida foi condenada no cúmulo jurídico de 800 Euros de multa.
Mais decidiu o douto tribunal, condenar a demandada ao pagamento de uma soma de 3.500 Euros ao cidadão Manuel Faria, por danos não patrimoniais. A Lei prevê uma pena máxima de de 2 anos de prisão para o crime de difamação, e Manuel Faria pedira uma reparação nunca inferior a 5.000 euros.
O douto acórdão da Relação de Coimbra, profusamente recheado de citações portuguesas, espanholas, italianas, latinas, e até de Habermas, num total de 39 páginas, começa assim: "Em dissenção com o julgado prolatado no processo supra epigrafado em que na procedência da acusação particular alavancada pelo assistente..." E já quase no fim: "Não se constitui, à luz da pauta comportamental de indivíduos arrimados a valores consonantes com um padrão de democracia, como tolerável que alguém porque possui um meio de comunicação ao seu dispor possa interpelar outrem para o cumprimento das suas eventuais obrigações, imputando-lhe factos litigiosos e que deveriam ter a sua sede de discussão nos locais próprios ou seja nos órgãos que o Estado de Direito constituiu para dirimir os conflitos entre particulares, os tribunais." (O vocábulo em itálico é da nossa lavra, por nos ter parecido que estava em falta, pois sem ele a frase carece, quanto a nós, de sentido.)
Os factos a que se reportam o julgamento e o acórdão, referem-se aos supra citados dois textos, nos quais Isabel Miliciano mencionou, entre outros factos, irregularidades praticadas por Manuel Faria na gerêncio do Templário, designadamente o desaparecimento do "montante que foi angariado através de uma campanha pública para o busto de Nni Ferreira, cerca de 3.500 euros".
Acatando, sem reservas de qualquer espécie, as doutas decisões dos merítissimos magistrados de Tomar e de Coimbra, a redacção de tomaradianteira decidiu: A)-Tornar pública a sua solidariedade para com Isabel Miliciano, jornalista frontal e corajosa. B)- Encorajá-la a recorrer novamente para os tribunais superiores adequados, designadamente europeus, por poderem estar em causa liberdades fundamentais, tuteladas pela Constituição Portuguesa, designadamente "o direito de informar e ser informados, sem impedimentos nem discriminações", citado pelo douto magistrado. c)- Lamentar que a maior parte daqueles que pagam os impostos que permitem financiar o funcionamento do Poder Judicial, cuja legitimidade ou existência não pretendem pôr em causa, não possam entender grande parte das suas doutas decisões, por uso e abuso de vocabulário e construção frásica manifestamente desadequados para a maioria dos eleitores, como provam as duas citações supra. Viva a República!
Po
Sebastião Barros com a redacção de Tomar a dianteira

USURPAÇÃO DE MARCA

Aqui na redacção do blogue sabemos bem que só as grandes marcas são usurpadas. Estamos por isso muito satisfeitos por termos constatado que alguém passou a assinar os seus contributos noutros blogues com a nossa designação oficial tomaradianteira.Teve até a amabilidade de enviar a mensagem com assinatura usurpada aqui para o nosso blogue. Não podemos senão agradecer a gentileza, bem como a promoção gratuita que decidiu fazer-nos. Quanto à mensagem-pirata, a notícia necrológica do cidadão sr. Luis Bonet, concordamos inteiramente com o seu conteúdo e intenção. Que descanse em paz.

A redacção de tomaradianteira

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Esta semana a imprensa regional (O Mirante e O Ribatejo) dedica pouco espaço a Tomar. Para além do dia-a-dia, O Ribatejo aborda apenas a integração de Tomar na Rota dos Monumentos Património da Humanidade, citando o presidente Corvelo de Sousa a afirmar que se espera atrair muitos turistas. Pois!
N'O Mirante, fala-se ainda da Feira das Passas, com foto de página inteira, da recuperação (mais uma!) da Mata dos Sete Montes, do cidadão que quer esculpir no ou próximo do eucalipto seco da Estrada da Serra, e publica-se uma carta muito curiosa de Luis Oosterbeek (Professor Coordenador no IPT), na qual refere e indicia soluções possíveis para o já anunciado problema da fusão com IPS. A ler quanto antes pelos interessados directos, para poderem confrontar com a recente intervenção de Pires da Silva, igualmente n'O Mirante. Quem vos avisa...
Na imprensa local, por vezes injustamente vilipendiada, o destaque vai, sem contestação, para a peça d'O Templário sobre a bronca ocorrida na Santa Casa da Misericórdia de Tomar, cujos órgãos competentes rejeitaram, sem quaisquer explicações ,convincentes ou não, a admissão como "irmãos" do Padre Borga, ex-vigário de Tomar, e de Luis Graça, ex-Governador Civil de Setúbal e professor catedrático na Universidade Católica. É realmente de bradar aos céus que uma irmandade santa recuse um sacerdote no seu seio, ou um cidadão exemplar que já é membro de três outras Misericórdias, exercendo até um cargo dirigente numa delas. Ainda por cima, não podem alegar desconhecimento, pois é já a segunda vez que lhe negam a entrada.
Cumpre realçar aqui a qualidade deste trabalho jornalístico d'O Templário, que embora incompleto denota empenhamento e vontade de acertar.
Tomar a dianteira está em condições de acrescentar que é grande a celeuma na cidade perante a triste decisão tomada, realçando muitos cidadãos que a antiga Santa Casa se está a transformar paulatinamente numa empresa da indústria humanitária, tendo como objectivo primordial o lucro. As nossas fontes, que pediram o anonimato, referiram que antigamente se era "irmão" para servir, enquanto que agora é para se servirem, mencionando o vencimento mensal de 1500 euros do actual provedor, que parece gostar mais de Baco que de Deus, a julgar pelo seu comportamento diário após o almoço (na melhor das hipóteses). Fala-se também da inclusão nas listas do filho do provedor e no passado menos pacífico de pelo menos um dos membros da actual direcção.
Como se tudo isto não bastasse, Cidade de Tomar, o principal semanário local, nem uma linha escreveu sobre o assunto. Contactado informalmente um elemento do jornal, foi-nos dito que "não tiveram conhecimento". Verificações feitas, António Madureira e Garcia Esparteiro, administradores do citado semanário, são "irmãos" e este último é até dirigente da Santa Casa. Para além disso, Corvelo de Sousa, anterior advogado de Cidade de Tomar, é agora o presidente da AG da Santa Casa, em substituição de Bento Moucho, que não se recandidatou. Julgamos estar assim explicado o mutismo de Cidade de Tomar.
Ainda no mais antigo semanário da cidade, o grande destaque vai para a construção de três novas unidades hoteleiras, anunciada pelo presidente Corvelo de Sousa. Trata-se, naturalmente, de declaração eleitoralista, do mesmo tipo daquela a anunciar um novo parque de campismo antes do próximo verão, feita há uma semana, mas sem indicar a respectiva localização, ou daqueloutra, na última campanha eleitoral, sobre o Parque Temático, do qual nunca mais ninguém ouviu falar.
Neste caso dos três hotéis, a redacção de Tomar a dianteira pensa que se trata de descarada propaganda, pois ainda que a construção das citadas unidades arrancasse este mês, os primeiros clientes só lá poderiam dormir dentro de três anos. Isto sem contar com a actual crise, a agravar-se constantemente e de que ninguém consegue prever o fim. Nestes termos, se considerarmos que as eleições terão lugar dentro de onze meses...
Deixamos de parte, para melhor ocasião, a questão de saber se Tomar tem mesmo necessidade das faladas três unidades hoteleiras mais a pousada no Convento, bem como a ideia absurda de imputar à Câmara a construção e posterior cedência do hotel no antigo convento de Santa Iria. Quando se sabe que em relação à Estalagem de Santa Iria, propriedade da autarquia actualmente em fim de concessão, subsistem problemas, e que aquando da última remodelação até o piano desapareceu sem deixar rasto, há no nosso entendimento muitas razões para os eleitores se alarmarem.

A redacção de Tomar a dianteira

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ESCLARECIMENTO E INFORMAÇÂO

Ante alegações, noutros blogues, de que tomaradianteira não teria qualidade, por não ter comentários dos visitantes, parece-nos útil esclarecer que não procuramos popularidade mas qualidade. Interessa-nos sobretudo quem saiba, quem saiba ler e quem goste de saber ler. Tudo o resto são falácias tomarenses.
Na senda do que acabamos de escrever, é com muito gosto que anunciamos, em estreia absoluta na blogosfera nabantina, uma análise crítica comparativa da imprensa local e regional que se refira a Tomar. Agiremos com a imparcialidade possível e com igual estima pelos três periódicos abordados, Cidade de Tomar, O Templário, O Mirante. Amanhã e todas as sextas-feiras seguintes, salvo quando metermos férias. Porque os cidadãos têm o direito de tentar preceber aspectos que sistematicamente lhes escapam, por isto ou por aquilo.

A redacção de Tomar a dianteira

ECONOMIA TOMARENSE - QUE FAZER?

Desde que em Março passado, no texto "Tomar posição por Tomar", alertei para a grave situação económica do concelho, vários têm sido o que me consideram "ave agoirenta", confundindo o mensageiro com o conteúdo da mensagem. Outros, felizmente mais ponderados, têm mostrado ter lido com atenção o que então escrevi, embora persistam alguns equívocos. É para estes o texto que segue.
Basicamente, o que eu disse foi que o anterior modelo de economia, alimentada sobretudo pelo sector público, tende a definhar cada vez mais e carece de alternativas urgentes. Posteriormente, tive ocasião de reiterar os meus pontos de vista, numa série da artigos no "Cidade de Tomar". Fi-lo por entretanto ter lido um documento de trabalho intitulado "Uma nova agenda urbana: Tomar 2015", do qual constam estas frases: "Estes projectos (Hospital Distrital, Instituto Politécnico e intervenções pontuais de requalificação urbana) contribuiram para a rápida e profunda tranformação produtiva de Tomar, caracterizada pela passagem de um modelo económico suportado na indústria transformadora, para uma nova economia urbana de comércio, serviços públicos e turismo... ...Tomar é hoje uma cidade em afirmação, recuperando protagonismo social, cultural , económico e urbanístico, colocando-se numa posição privilegiada de cidade prestadora de serviços para uma vasta área do Centro de Portugal." Face a tais posições triunfalistas, num documento datado de Janeiro 2008, encomendado e pago pela autarquia, cabe perguntar: Crise? Qual crise? Marasmo? Que marasmo? Decadência? Que decadência?
De acordo com o documento sucintamente citado, os tomarenses não devem alarmar-se. Estamos no bom caminho e basta esperar que crise passará. Será assim? No próximo texto tentarei responder.

António Rebelo

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

RESPOSTA AO BURRO

Agradecemos com grande ternura e afecto a disponibilidade manifestada, mas aqui no blogue não pagamos a ninguém. Palha só em Abrantes, e é bem boa! Passar bem.

JORNALISTAS ARROGANTES

Daniel Okrent, ex-editor da news magazine Time e ex-provedor dos leitores do New York Times, disse numa entrevista recente ao Público, que os jornalistas são implicitamente arrogantes porque, de certa forma, são donos da tinta e do papel e estão por isso numa posição em que julgam as outras pessoas, mas sem nunca se submeterem pessoalmente. Acrescentou que assumem uma atitude de defesa enquanto jornalistas: quando alguém os critica e acusa de serem parciais partidariamente, começam por identificar antes de mais a forma como aquela pessoa está errada, em vez de começarem por admitir que a mesma pessoa pode ter razão. Isto significa, continuou, que estão numa posição de fazer declarações, pelo que não dão igual tratamento a alguém que se queixa. Há aqui, concluiu, uma arrogância implícita, que os leva a considerar que a sua opinião tem mais importância.
Mais adiante, na mesma entrevista, esclarecendo a provável evolução do jornalismo, com a Net e os Blogues, referiu que estão a aparecer cada vez mais não-profissionais e amadores a praticar jornalismo...o que é muito perigoso. Mas é também uma oportunidade para que mais vozes sejam ouvidas, continuou, o que é uma coisa boa, particularmente nos pequenos jornais, em pequenas cidades, que estão em decadência.
Jornalistas arrogantes, pequenos jornais e pequenas cidades em decadência. Que se saiba, Daniel Okrent nunca viveu em Tomar, ou sabe sequer onde fica. Mas soube, apesar dessa carência, caracterizar perfeitamente a situação local. Não há nada melhor para compreender do que observar de longe e de cima. Querendo, claro!

Jerónimo Foice

terça-feira, 11 de novembro de 2008

OS PROFESSORES TÊM RAZÃO!!!

Serve este texto para apoiar Manuel Alegre e a luta dos professores. Apoiar Manuel Alegre porque, com os 70 passados, continua fiel ao "Pergunto ao vento que passa/Notícias do meu país/O vento cala a desgraça/O vento nada me diz...", dando a conhecer a sua preocupação com o que está a acontecer debaixo do nosso nariz. Rapaz da minha criação, Manuel Alegre mantém-se fiel aos seus e meus ideais.Estranho por isso que ele, como tantos outros, não tenha denunciado também o que julgo ser o verdadeiro âmago do diferendo entre o ministério e os professores. Refiro-me à evidente dualidade de critérios, que só não vê quem voluntariamente se alheia do problema. Com efeito, que autoridade tem o ministério para ordenar a avaliação dos professores, quando simultaneamente impõe regras que impedem, na prática quotidiana, qualquer avaliação dos alunos que não envergonhe intimamente quem a faz? Afinal as escolas devem servir sobretudo para ensinar/avaliar/classificar os alunos? Ou para avaliar/hierarquizar/condicionar os professores nas suas práticas? Quem conhece realmente o que se passa nas escolas? Os professores ou o ministério? Então para quê tanto papel com ordens, instruções, indicações, formulações, imposições, disposições, modelos, questionários, quadros estatísticos, percentagens, alterações, modificações, reformulações, se a situação é cada vez pior? Pensa o ministério que os professores é que são responsáveis pela degradação a que se chegou? Mas se eles não podem, na prática, reprovar alunos, castigar alunos, repreender alunos, expulsar alunos, impôr-lhes o que quer que seja, uma vez que serão julgados pelas notas atribuídas, estavam e estão à espera de quê? Quem semeia ventos, colhe tempestades, diz o povo e tem razão.
Aqui fica uma proclamação de apoio à luta dos professores em prol duma escola melhor, mais justa e mais realista. Com resultados de papel não vamos a lado nenhum!

A velha senhora indigna

CRÓNICA DA ODETE DAS FARTURAS

Senhor Fausto do blogue do Templário:
Eu bem avisei o sr. Sebastião dono deste blogue que a minha instrução se calhar não dava para escrever mas ele disse-me que com o que por aí vai eu até escrevo muito bem e lá me convenceu a avançar porque acredito muito nele que é uma pessoa muito culta que além de ter frequentado e concluído o curso numa boa universidade portuguesa coisa rara nos dias que correm também já andou em Harvard e até tirou lá uma foto na escadaria que eu já vi e também passou à porta do MIT portanto sabe muito mesmo sem ter frequentado porque basta respirar aqueles ares para se sentir logo outro e então agora com o Obama que Deus abençoe ainda melhor. Agora já repararam concerteza que a minha dificuldade é com a pontuação como diz o Sebastião que quando eu lhe pedi ajuda me disse logo que só preciso do ponto final para pôr quando quiser mudar de assunto e é o que eu estou a fazer agora que mudei da apresentação para a política local que vai cada vez pior porque a minha vizinha Narcisa do bacalhau falou-me em mais uma provável lista de independentes comandada pelo sr. Tó Paposseco que até já foi secretário de estado e tudo e agora é gerente daquela pousada de velhos ali ao pé da barragem e eu não acreditei muito porque ele conhece muito bem os tomarenses e não tem por hábito meter-se em alhadas mormente quando o PSD que é o partido dele nem sequer está no governo mas de qualquer maneira aqui deixo a notícia que também pode ser um aviso para ele porque já se fala por aí em tantas listas que um dia destes não há cidadãos disponíveis para as completar. Olhe sr. Fausto que suponho estar ligado aos Capelão mas não tenho a certeza a prosa já vai longa mas ainda lhe quero dizer que uma pousada no castelo e nos paços do infante não tem jeiteira nenhuma a não ser para o IGESPAR que está a procurar fazer ao contrário do governo que privatiza os lucros e nacionaliza os prejuizos enquanto eles procuram desfazer-se das partes em que não se pagam entradas e ficarem com as outras o que até nem está mal visto mas o pior é que a câmara também quer instalar um hotel de charme no antigo convento de Santa Iria pela módica quantia de 5 milhões de euros que correspondem a um milhão de contos com se alguém fosse nisso e não tem jeiteira nenhuma a pousada ou hotel na alcáçova e nos paços do infante porque aquilo tinha de ser tudo feito de novo e sendo bom para os arquitectos os turistas não gostam porque não é típico nem tem patine e também não tem acesso conveniente nem local para estacionamento sem contar que os tomarenses com os actuais hoteleiros à cabeça nunca vão consentir que turistas de meia tijela só porque têm dinheiro possam profanar locais sagrados do passado dormindo lá e fazendo bacorices e vindo às janelas mirar os pobres indígenas cá em baixo que são pobres sim mas parvos não. Um abraço para cada um da

Odete das Farturas

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

UMA POUSADA NO CONVENTO

Lidas as mensagens no blogue do Templátio, Tomar a dianteira procurou informar-se junto de quem conhece realmente o Convento. Garantido o anonimato, que os tempos começam a não estar fáceis outra vez, a nossa fonte começou por esclarecer que sempre foi e continua a ser favorável à instalação de uma unidade hoteleira na antiga Casa da Ordem. Discorda, no entanto, da projectada instalação no antigo Hospital Militar, anterior enfermaria dos frades, porque no seu entender é por ali que um dia se deverá fazer a recepção e entrada dos visitantes no monumento, quando ele estiver dotado de uma gestão capaz e inovadora, mais virada para os visitantes do que para os seus próprios funcionários. Tal transformação, disse, só poderá acontecer quando aquele património da humanidade, mas também dos tomarenses antes de tudo, sair da alçada do IGESPAR, que já demonstrou a sua incapacidade, e passar para uma entidade local, vocacionada para outros horizontes.
Sobre a unidade hoteleira, referiu que deverá ser instalada na parte que sempre serviu para receber hóspedes -o Claustro da Hospedaria e limítrofes. Como aquilo está actualmente, com uma entrada ridícula que nos envergonha a todos, funcionários em excesso e que pouco ou nada fazem, ausência de visitas guiadas e algumas pessoas que se julgam donas daquilo, É QUE NÃO PODE CONTINUAR, SOB PENA DE GRAVE DESCRÉDITO, concluiu.

Sebastião Barros/tomaradianteira

APRESENTAÇÃO

O blogue tomaradianteira adopta como lema de trabalho "Os neios de saber e a coragem de o dizer". Estes princípios não são da nossa autoria mas pareceram-nos os mais adequados para a época e o local em que escrevemos. Um dia, se disso houver necessidade, diremos onde fomos buscar a frase.
Se não fôssemos vários autores, seria condenável pretensiosismo usar o nós majestático. Por iso, aqui vão os nomes e as características que é possível tornar públicas dos intervenientes no blogue:
Sebastião Barros, tomarense dos últimos que cá nasceram efectivamente, formação superior
credível, não pode revelar a identidade real porque exerce funções no domínio da soberania,
as quais não lhe permitem expressão pública. Administrador do blogue
Anselmo Augusto Amadeu dos Anjos, tomarense nos 50 e tantos, formação secundária, gosta de
tauromaquia e de boas faenas, vota geralmente ao centro, mas não diz qual.
António Francisco Rebelo, tomarense na casa dos 67, aposentado, quando contactado disse-nos
que os outros habitantes da cidade e do concelho o conhecem bem, pelo que dispensa apresentações.
Se calhar é só prosápia, mas aqui fica o recado. Um esclarecimento: escreve os seus textos num velho
computador sem Internet. Nós é que as inserimos aqui, porque ele não está interessado em aprender
como se faz.
Jerónimo Foice, não diz onde nasceu mas anda por aqui há muitos anos. Tem apenas o antigo ciclo
preparatório, mas mesmo assim sabe escrever com correnteza. Vota geralmente PC ou CDU. Nas
últimas autárquicas votou IPT "cá por coisas", diz ele. Mostra-se desiludido tanto a nível local como
nacional.
Salvador Sem Sorte, ex-sacerdote, formado além fronteiras, já não celebra actos litúrgicos mas
mantém um estilo de prosa que o identifica logo. Não é tomarense, vive cá, e não disse em quem vota.
Confissões só nos locais próprios, afirmou.
A velha senhora indigna, não deseja revelar a sua verdadeira identidade, agora que conseguiu
finalmente um meio para escrever aquilo que pensa, sem ser identificada após algumas horas. Tem mais
de 50, (Nunca se pergunta a idade a uma senhora, seus malcriados). Vota geralmente à direita dos
canhotos, e mais não disse.
Odete das Farturas, nova (mas não diz se é a estrear), vai votar pela primeira vez no próximo ano. "A
vida tá fiche meus", foi o que nos disse. Aqui fica. Escreve de modo particular, como verão a seu
tempo.

E pronto. Feitas as apresentações, o resto fica para um dia destes, com votos de boa leitura, boa
disposição e dinheiro no bolso.