sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ANÁLISE DA IMPRENSA LOCAL E REGIONAL

Esta semana a imprensa regional (O Mirante e O Ribatejo) dedica pouco espaço a Tomar. Para além do dia-a-dia, O Ribatejo aborda apenas a integração de Tomar na Rota dos Monumentos Património da Humanidade, citando o presidente Corvelo de Sousa a afirmar que se espera atrair muitos turistas. Pois!
N'O Mirante, fala-se ainda da Feira das Passas, com foto de página inteira, da recuperação (mais uma!) da Mata dos Sete Montes, do cidadão que quer esculpir no ou próximo do eucalipto seco da Estrada da Serra, e publica-se uma carta muito curiosa de Luis Oosterbeek (Professor Coordenador no IPT), na qual refere e indicia soluções possíveis para o já anunciado problema da fusão com IPS. A ler quanto antes pelos interessados directos, para poderem confrontar com a recente intervenção de Pires da Silva, igualmente n'O Mirante. Quem vos avisa...
Na imprensa local, por vezes injustamente vilipendiada, o destaque vai, sem contestação, para a peça d'O Templário sobre a bronca ocorrida na Santa Casa da Misericórdia de Tomar, cujos órgãos competentes rejeitaram, sem quaisquer explicações ,convincentes ou não, a admissão como "irmãos" do Padre Borga, ex-vigário de Tomar, e de Luis Graça, ex-Governador Civil de Setúbal e professor catedrático na Universidade Católica. É realmente de bradar aos céus que uma irmandade santa recuse um sacerdote no seu seio, ou um cidadão exemplar que já é membro de três outras Misericórdias, exercendo até um cargo dirigente numa delas. Ainda por cima, não podem alegar desconhecimento, pois é já a segunda vez que lhe negam a entrada.
Cumpre realçar aqui a qualidade deste trabalho jornalístico d'O Templário, que embora incompleto denota empenhamento e vontade de acertar.
Tomar a dianteira está em condições de acrescentar que é grande a celeuma na cidade perante a triste decisão tomada, realçando muitos cidadãos que a antiga Santa Casa se está a transformar paulatinamente numa empresa da indústria humanitária, tendo como objectivo primordial o lucro. As nossas fontes, que pediram o anonimato, referiram que antigamente se era "irmão" para servir, enquanto que agora é para se servirem, mencionando o vencimento mensal de 1500 euros do actual provedor, que parece gostar mais de Baco que de Deus, a julgar pelo seu comportamento diário após o almoço (na melhor das hipóteses). Fala-se também da inclusão nas listas do filho do provedor e no passado menos pacífico de pelo menos um dos membros da actual direcção.
Como se tudo isto não bastasse, Cidade de Tomar, o principal semanário local, nem uma linha escreveu sobre o assunto. Contactado informalmente um elemento do jornal, foi-nos dito que "não tiveram conhecimento". Verificações feitas, António Madureira e Garcia Esparteiro, administradores do citado semanário, são "irmãos" e este último é até dirigente da Santa Casa. Para além disso, Corvelo de Sousa, anterior advogado de Cidade de Tomar, é agora o presidente da AG da Santa Casa, em substituição de Bento Moucho, que não se recandidatou. Julgamos estar assim explicado o mutismo de Cidade de Tomar.
Ainda no mais antigo semanário da cidade, o grande destaque vai para a construção de três novas unidades hoteleiras, anunciada pelo presidente Corvelo de Sousa. Trata-se, naturalmente, de declaração eleitoralista, do mesmo tipo daquela a anunciar um novo parque de campismo antes do próximo verão, feita há uma semana, mas sem indicar a respectiva localização, ou daqueloutra, na última campanha eleitoral, sobre o Parque Temático, do qual nunca mais ninguém ouviu falar.
Neste caso dos três hotéis, a redacção de Tomar a dianteira pensa que se trata de descarada propaganda, pois ainda que a construção das citadas unidades arrancasse este mês, os primeiros clientes só lá poderiam dormir dentro de três anos. Isto sem contar com a actual crise, a agravar-se constantemente e de que ninguém consegue prever o fim. Nestes termos, se considerarmos que as eleições terão lugar dentro de onze meses...
Deixamos de parte, para melhor ocasião, a questão de saber se Tomar tem mesmo necessidade das faladas três unidades hoteleiras mais a pousada no Convento, bem como a ideia absurda de imputar à Câmara a construção e posterior cedência do hotel no antigo convento de Santa Iria. Quando se sabe que em relação à Estalagem de Santa Iria, propriedade da autarquia actualmente em fim de concessão, subsistem problemas, e que aquando da última remodelação até o piano desapareceu sem deixar rasto, há no nosso entendimento muitas razões para os eleitores se alarmarem.

A redacção de Tomar a dianteira

3 comentários:

Arre Burro... Que amanhã é sábado disse...

Excelente análise.
A história das três unidades hoteleiras é só para a campnha.
O projecto do Pelourinho já tem mais de 10 anos.
Como o golf para os Pegões, ainda agora, só estamos no Plano de Pormenor que com muita boa vontade levará no mínimo cinco anos!
E assim vai a política. Lançar peira para os olhos do pagode!

IS

ACADÉMICO disse...

Obrigado, Luis Bonet!

O Sr. Luis Bonet deu por finda a sua passagem por este mundo. Deixou-se morrer no início desta semana, surpreendendo-nos a todos porque os seus 66 anos não deixavam adivinhar maleita de maior.

Não vamos cair em lugares mais ou menos comuns dizendo que Tomar ficou mais pobre e que o Sr. Luis Carlos Bonet foi uma das figuras de referência em Tomar. Se Tomar e os Tomarenses não sabem isso, então é porque somos todos um povo sem memória.

Ele que nos perdoe, com o espírito de entrega e fraternidade com que viveu e nos desculpe a magreza da despedida: obrigado Sr. Luis Bonet!

Anónimo disse...

Foi-se o homem, fica a memória! Foi respeitoso e respeitado. Também é certo que fez por isso.
Lutou bastante para que o CIRE se transformasse no que é hoje. Bem haja por isso!
O contrário sucedeu com o pai do sr. Duarte Nuno. Um ladrão que roubou o CIRE quanto pôde até que o dr. Sá Correia correu com ele. Desse indivíduo ficou o rasto...de ranho, pastoso e nojento!