Desde que em Março passado, no texto "Tomar posição por Tomar", alertei para a grave situação económica do concelho, vários têm sido o que me consideram "ave agoirenta", confundindo o mensageiro com o conteúdo da mensagem. Outros, felizmente mais ponderados, têm mostrado ter lido com atenção o que então escrevi, embora persistam alguns equívocos. É para estes o texto que segue.
Basicamente, o que eu disse foi que o anterior modelo de economia, alimentada sobretudo pelo sector público, tende a definhar cada vez mais e carece de alternativas urgentes. Posteriormente, tive ocasião de reiterar os meus pontos de vista, numa série da artigos no "Cidade de Tomar". Fi-lo por entretanto ter lido um documento de trabalho intitulado "Uma nova agenda urbana: Tomar 2015", do qual constam estas frases: "Estes projectos (Hospital Distrital, Instituto Politécnico e intervenções pontuais de requalificação urbana) contribuiram para a rápida e profunda tranformação produtiva de Tomar, caracterizada pela passagem de um modelo económico suportado na indústria transformadora, para uma nova economia urbana de comércio, serviços públicos e turismo... ...Tomar é hoje uma cidade em afirmação, recuperando protagonismo social, cultural , económico e urbanístico, colocando-se numa posição privilegiada de cidade prestadora de serviços para uma vasta área do Centro de Portugal." Face a tais posições triunfalistas, num documento datado de Janeiro 2008, encomendado e pago pela autarquia, cabe perguntar: Crise? Qual crise? Marasmo? Que marasmo? Decadência? Que decadência?
De acordo com o documento sucintamente citado, os tomarenses não devem alarmar-se. Estamos no bom caminho e basta esperar que crise passará. Será assim? No próximo texto tentarei responder.
António Rebelo
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