domingo, 30 de junho de 2013

E se...?


A recente evolução dos acontecimentos ligados à pré-campanha eleitoral em Tomar parece demonstrar que estamos perante mais uma cagada nabantina. Dois factos indignaram particularmente os cidadãos tomarenses. Tanto os futuros eleitores como os que, como eu, não tencionam ir votar. Um foi a escolha para segundo do actual vice-presidente socialista da câmara de Abrantes, antes apoiante de António Paiva e agora, segundo a imprensa diária, ligado a um curioso negócio de compra pela autarquia de algumas oliveiras centenárias por um preço jeitoso, a familiares da socialista presidente da câmara. Ao que parece, as ditas oliveiras destinaram-se a um logradouro escolar. Pelo preço que custaram aos cofres municipais, o melhor será mandar a PSP vigiá-las, para evitar tentações.
O outro facto foi a indicação, por uma conhecida formação política local, de um futebolista reformado para seu mandatário. Um pontapé no bom-senso, uma bofetada na elegância, uma clara demonstração de ausência absoluta da noção de ridículo, segundo diversas fontes ouvidas por Tomar a dianteira.
Dando razão a quem assim pensa, sobretudo aos mandatários das outras formações, nesta altura decerto a meditar que mais vale só que mal acompanhado, quer-me parecer que as referidas reacções podem também ter uma outra dimensão.
Até agora, no país em geral e nas margens do Nabão em particular, o importante tem sido ganhar as eleições. Conseguido isso, o resto é só facilidades. Pelo menos na óptica dos reles candidatos que temos tido e vamos continuar a ter. Contudo, as recentes manifestações espontâneas, com destaque para o Brasil, o Egipto e a Turquia, tendem a mostrar que o clima político pode estar a mudar. Mesmo nas usuais pasmaceiras como Tomar. E se assim for?
Se assim for, os candidatos em liça no lamaçal tomarense podem muito bem vir a estar lixados. Sem ideias, sem propostas próprias, sem cultura económica e política apresentável, sem Mundo, se confrontados com substantivas manifestações populares, só lhes restará calçar os patins e pôr-se na alheta. Formulo desde já votos para que assim suceda. Seja qual for o vencedor, Tomar continuará a perder oportunidades. Porque quem ousa apresentar-se ao voto apesar de se saber pouco qualificado, também é capaz de bem piores tropelias. E os tempos que aí vêm serão bem mais exigentes para todos. Finalmente!

Sem comentários: