quarta-feira, 26 de junho de 2013

Cegos? Ou nem tanto?

Ante uma crise que não há meio de dar tréguas, à beira-Tejo sucedem-se as tentativas (até agora infrutíferas) para ultrapassar o evidente bloqueio político em que estamos mergulhados. Após a direita, mais ou menos encapotada, com os diversos movimentos ditos alternativos, a esquerda resolveu aproveitar a boleia. De Carvalho da Silva e Vasco Lourenço a Mário Soares e Rui Tavares, todos julgam que faz falta uma nova agremiação partidária canhota, como forma de levar o país para a frente.
Ou muito me engano, ou há por ali muito fingimento e demasiado calculismo. Porque não cabe na cabeça de ninguém minimamente dotado que tão ilustres massas cinzentas ainda não tenham percebido o essencial. Sendo certo que as diversas bíblias partidárias -particularmente à esquerda- se estão revelar face à crise escandalosamente obsoletas- o bloqueio político a que assistimos e que não conseguimos ultrapassar não provém só nem essencialmente daí. Resulta, isso sim, do absurdo colete de forças que é a Lei eleitoral que nos foi imposta e continua em vigor, a qual apenas visa perpetuar um monopólio partidário que já nada justifica. Faz lá algum sentido, em plena época de comunicação instantânea, obrigar os cidadãos contribuintes e eleitores a passar obrigatoriamente pelo prostituído crivo partidário, tanto para se candidatar como para votar? Alguma vez se referendou, ou pensou sequer em referendar, tão aberrante processo? Não seria muito mais rápido e eficaz acabar com semelhante espartilho? Os partidos seriam muito prejudicados? Pois seriam. E daí? O que queremos afinal? Partidos prósperos e monopolistas, que são também, por isso mesmo, alfobres de corruptos? Ou um país de todos e para todos, trabalhando afincadamente para ultrapassar as dificuldades que nos afligem?
A resposta cabe aos senhores de Lisboa, uma vez que, nas suas cabecinhas pensadoras, "o resto é paisagem".

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