quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quanto mais se mexe na dita...


Na Praça Sintagma, frente ao Parlamento, ao lado do  evzoni de serviço. Não vá dar-se o caso de algum dos usuais caluniadores de serviço começar por aí a espalhar que afinal eu nunca estive sequer em Atenas. Não se consegue distinguir o rosto do soldado? Pois não, que o homem não se pode queimar. Mas eu, como já estou queimado há muito...

Lá como cá, os malditos fundos de Bruxelas permitiram chagas destas: sistemas de rega por aspersão que depois nem sequer funcionam. Porque o importante era sacar a maquia.
No Mouchão havia um sistema de rega totalmente ecológico, a partir da água da roda secular. Foi destruído e substituído por uma rede de aspersores que agora -quando funcionam- molham os incautos turistas. Foi mais uma obra paivina.

Na Acrópole de Atenas (12 euros cada entrada), o Partenon está assim. Perante semelhante barbaridade, apenas duas humildes interrogações: Sem volumosas lajes de betão nem pesadas gruas, como conseguiram os gregos antigos, séculos antes de Cristo, erguer semelhantes maravilhas? Se eles conseguiram, qual a real utilidade de semelhante estardalhaço técnico, milénios mais tarde?

Mal acabo de chegar é já há queixas. Lastimam-se alguns leitores, (apenas dois ou três), que "estão às escuras", pelo que solicitam escritos sobre a tristérrima realidade política local. Peço-lhes desculpa. A eles e a todos os restantes. Ainda impressionado com a homologia Grécia-Portugal no campo das desgraças, a confirmar que "as mesmas causas, nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos" (Lavoisier), tenho procurado abster-me de considerações políticas sobre o nauseabundo pântano tomarense. Logo que me preparo para começar, lembro-me do conhecido dito popular "Quanto mais se mexe na dita, mais mal ela cheira". E como a pestilência é já tanta...
Mas pronto. Concordo que o que tem de ser, tem muita força. Devidamente tapadas as narinas e desactivada a pituitária, mãos à obra.
Nesta altura do campeonato político local, convém dividir os intervenientes em diversas categorias, para melhor entendimento posterior. No meu entender, além dos clássicos competidores com hipóteses e dos simples "animadores de pista", desta vez convirá introduzir em cada um desses tipos três subdivisões: as figuras, os figurões e os figurantes. Quase 40 anos após o 25 de Abril, os eleitores nabantinos já serão assaz crescidos politicamente para identificar cada um deles, sem necessidade de que lhes faça um desenho.
Indo ao produzido até agora em termos de informação política aos eleitores, a situação não é brilhante. Quanto a planos, projectos, ideias = zero. Quanto a blábláblá, bastante. Por ordem decrescente dos resultados de 2009:
1 - O PSD mantém um rigoroso silêncio, apenas quebrado quando de todo em todo se impõe. Compreende-se. Procuram mexer-se o menos possível, temendo quebrar a pernada na qual estão sentados há mais de 15 anos. Por isso ainda nem sequer começaram a sua a sua pré-campanha eleitoral. Não há palavra de ordem nem cartazes. A demonstrar que os laranjas nabantinos tendem a confundir a pernada em que estão instalados com o "direito de pernada". O que não é bem a mesma coisa, como a seu tempo irão constatar.
2 - O PS parece ter adoptado o anexim "candeia que vai à frente, alumia duas vezes". Já tem cartazes e até um slogan, por sinal muito original: "Mudança - É agora!" Por acaso na campanha para as  presidenciais francesas do ano passado, o slogan do candidato vencedor, o socialista François Hollande, era "Le changement c'est maintenant" = A mudança é agora. Mas deve tratar-se de simples coincidência, sendo certo que até agora o novo presidente não mudou nada de substancial, apesar de repetidamente instado nesse sentido pela senhora Merkel.
Outra originalidade dos socialistas nabantinos foi a escolha do arquitecto Serrano (tomarense, ex-PSD apoiante entusiástico de António Paiva e actual vice-presidente da câmara abrantina), para segundo de Anabela Freitas. Tal como em 2009, o PS resolve assim avançar com um arquitecto tomarense, ex-PSD e com experiência autárquica. Antes Vitorino, agora Serrano. Com o mesmo treinador. O problema é que Abrantes tem indústria, mas não tem património monumental e em Tomar sucede exactamente o oposto. Como vai ser?
3 - Os IpT lá vão procurando fazer pela vida. Desta vez com o mote "A força da cidadania". O problema é que desde 2005 os tomarenses procuram debalde perceber quais as linhas de força da dita agremiação. Força da cidadania? Que força, que cidadania, se nem com maioria no executivo conseguiram alguma vez controlar uma desastrada maioria relativa PSD?
4 - BE, CDU e CDS? Sem quaisquer hipóteses reais, tendo em conta o evoluir da situação. Votar em qualquer deles será apenas uma questão de fé. Ou de crença, se preferirem. Permitirá "contar espingardas" uma vez mais. E apenas isso.

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