A quatro meses da próxima consulta eleitoral autárquica, o panorama nabantino é deprimente. Os eleitores já perceberam há muito que o actual executivo nem coiso nem sai de cima, e disso se lastimam cada vez mais. O que irrita até à medula, mesmo os menos sensíveis, porque não há maneira de se passar da lamúria à acção consequente. Como se tal não bastasse, é também cada vez mais óbvio que na prevista consulta outonal não há qualquer escolha real. A troika infernal vai continuar a monopolizar a maior parte dos sufrágios, dada a falta de novidades, daí resultando que iremos continuar a ter um grupelho mal aparelhado e sem projecto, a jogar em 3-2-2, em vez de uma equipa coesa com um claro e profícuo plano de jogo.
Nestas condições, a menos que entretanto surja alguma surpresa agradável e substantiva, capaz de alterar bastante a presente e prevista relação de forças, valerá a pena ir lá meter o papel na urna? Julgo que não. Caso se consiga uma abstenção muito acima do padrão habitual (que é da ordem dos 45%), talvez as encrencas que nos andam há anos a envenenar a existência se convençam finalmente que é chegada a altura de passar os berlindes a outros, com mais jeito para encovar.
E daí não sei. Sentem-se tão bem, têm tantas mordomias imerecidas, são tão altaneiros e obstinados nas suas asneiras crassas, que será bem difícil. A não ser que os tomarenses arregaçassem as mangas e resolvessem de uma vez por todas subir as escadas dos Paços do Concelho, a fim de exigir alterações rápidas e eficazes. Mas isso é o mesmo que pedir a nespereiras para produzirem melões. Digo eu...
2 comentários:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Vale sim senhor! Vale a pena ir lá meter o papel na urna.
Achas mesmo que sim? Ou estás só a contrariar? É que não basta proclamar para convencer. Tens de argumentar e contra-argumentar. Ou já te esqueceste que com achismos não vamos a parte alguma?
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