segunda-feira, 3 de junho de 2013

Triunfalismos balofos

Fonte: STAPE

O actual panorama político nabantino é algo intrigante. De um lado os eleitores em geral, causticados pela crise, descontentes com o governo e desalentados com a autarquia, muitos garantindo que não tencionam ir votar nas próximas autárquicas, a não ser que entretanto haja mudanças substanciais. Do outro os candidatos e respectivos responsáveis políticos locais, alardeando triunfalismos que não se vislumbra em que se possam fundamentar. Torna-se por isso importante e oportuno relembrar factos indesmentíveis:

1 - Se ainda há dúvidas sobre o descrédito total dos políticos locais, os números aí estão para as dissipar. Todos os partidos, excepto a CDU, obtêm de longe melhores resultados nas legislativas do que nas autárquicas. Porque será que os eleitores nabantinos preferem desconhecidos aos seus próprios conterrâneos? Simples embirração?
2 - Com uma candidatura forte, o PSD aproxima-se dos dez mil votos. Caso contrário fica-se pelos oito mil, em circunstâncias normais. Agora com o desgaste nacional e o total descrédito local, quanto vai conseguir?
3 - O PS vê-se forçado desde 2005 a repartir o seu eleitorado natural com os IpT. Em 2005 perdeu no confronto, conseguindo apenas um vereador. Em 2009 recuperou os 500 votos perdidos e o vereador. Para quem pretendia ganhar, foi um reles resultado.
4 - Ignora-se que objectivos persegue Pedro Marques, sendo certo que ou há uma lista unitária PS/IpT/CDU, ou o PSD ganha uma vez mais. Não por mérito próprio mas devido à manifesta incapacidade dos seus adversários. Desta feita com a agravante de um dos derrotados poder vir a perder um lugar para a CDU. PS? IpT?
5 - Perante os resultados supra, nomeadamente o constante do ponto um, se eu fosse candidato ou responsável político local, abandonava a atitude triunfalista, calçava os patins e ia quanto antes treinar para outro lado. Mas quem não tem vergonha, imagina que todo o mundo é seu.
6 - Entre 2009 e 2011 houve actualização dos cadernos eleitorais, tendo desaparecido 654 eleitores. Desta vez, com a desesperança que por aí vai, qual será o nível de abstenção?

Sem comentários: