quarta-feira, 18 de julho de 2012

Louvado seja o senhor D. Januário!

É verdade! Leu bem. Louvado seja o bispo senhor D. Januário!, cujo discernimento de altíssimo coturno teve o imenso mérito de iluminar o meu tosco espírito de reles ovelha do Senhor. Aos factos. Como é sabido dos leitores assíduos, andava eu intrigado com o faustuoso estilo de vida do cidadão Sócrates Pinto de Sousa em Paris, uma das capitais mais dispendiosas do Mundo quando, graças ao ilustre e notável prelado, tudo se me tornou claro.
Afirmou Sua Eminência que, (cito de memória), "Quando comparados com os actuais, os membros do anterior governo foram uns anjos". Dado que Sócrates Pinto de Sousa foi durante anos o seu líder, a interpretação do dito ministro do culto permite explicar desde logo porque é que jamais alguém apodou o ex-governante socialista de anjinho. Chamaram-lhe muita coisa, mas anjinho nunca. Eis resolvido um primeiro mistério.
Segundo se pode ler aqui, nos comentários, Sócrates é de família endinheirada e pediu um empréstimo para custear a sua estada em Paris. Ao ritmo de três mil contos mensais, no mínimo, deve ter sido um empréstimo de muitos dígitos...
Sem querer duvidar, molestar ou contradizer o meu amigo Cristóvão, sinto-me contudo na obrigação ética de confessar que prefiro a justificação do senhor vigário castrense. Porque sou católico e porque de anjos e demónios percebe o senhor D. Januário. Cada qual no seu ofício! Temos portanto que, sendo Sócrates, ou tendo sido, o primeiro entre os anjos do anterior elenco governamental, faz todo o sentido que o seu master em ciência política, bem como os estudos dos seus filhos, estejam a ser financiados pela graça de Deus, quiçá por intermédio do Espírito Santo. Ou será antes através do Banco Ambrosiano, com excelentes ligações ao Vaticano e, em tempos idos, à loja maçónica P2?
Em qualquer caso, no lugar do primeiro-ministro de um estado laico, mas com um bispo católico das forças armadas, após esta intervenção política do ilustre vigário castrense, solicitaria ao senhor Presidente da República, na sua qualidade de Chefe do Estado e de Comandante Supremo das Forças Armadas (convém respeitar sempre o estatuto protocolar de cada um...) que sugerisse ao seu homólogo do Vaticano, Sua Santidade o Papa Bento XVI, uma promoção muito urgente do senhor D. Januário a Bispo Residente da Guarda Suiça Vaticana, pois não faz sentido que tão alto e preocupado dignatário da Igreja Católica, Apostólica, Romana seja forçado a servir numas forças armadas dependentes de um governo de gangsters, segundo as suas próprias palavras. O que de resto até já o levou a comentar que o senhor ministro da defesa não é o seu ministro. Mesmo tendo em consideração que se trata de um governo saído de eleições livres, que ninguém contestou, não estão na graça de Deus e pronto!
Em conclusão: Que bem prega Frei Tomás! Creiam no que ele diz. Não olhem para o que faz!

1 comentário:

Alfredo Guedes disse...

(Torgal Ferreira Vs Miguel Relvas)

As recentes declarações inflamadas e difamatórias da honorabilidade deste Governo, recentemente lançadas na televisão pelo controverso bispo Torgal Ferreira, outro motivo não tiveram que não fosse o de chegar ao momentoso caso da licenciatura de Miguel Relvas.

Tem parcialmente razão o dito bispo ao apontar o dedo a quem não cumpre os preceitos éticos, mormente aos que servem os destinos do País. Mas já me parecem ser declarações maldosas do mesmo prelado, quando ele deliberada ou descuidadamente confunde a árvore com a floresta. Ainda não consta por aí ou está em algum lugar provado que todo este Governo seja corrupto! Em meu entender, e para se livrar do feio labéu de difamador gratuito, seria bom para ele e até para todos os seus concidadãos, que agora junto das autoridades judiciais competentes, concretizasse com sólidas provas essas suas graves insinuações!

Bem sabemos que este bispo quando pretende protagonismo público diz qualquer coisa que lhe vem à cabeça. Já estamos habituados às suas pontuais boçalidades retóricas. Mas também já deu para verificar que ele é politicamente tendencioso. Já reparámos que o seus estados de alma apenas e só se incendeiam, sempre que no poder está o partido social-democrata! Por que razão o mesmo bispo nunca se indignou durante os seis anos de desastrada governação socialista? Por que razão nunca se pronunciou sobre a alegadamente falsa licenciatura de Sócrates? Há filhos e enteados no conceito democrático de Torgal Ferreira?

Pese embora perfilhar os ideais social-democratas, não me posiciono aqui e agora como defensor Miguel Relvas. Nem ele de mim precisa para tanto. Acho mesmo até lamentável que, tal como no seu caso pessoal, muitos outros chico-espertos antes e depois dele se tenham aproveitado duma iníqua lei emanada de um dos anteriores governos do PS - (as famigeradas equivalências e fantasmagóricos créditos académicos a esmo) – para fácil obtenção do sacrossanto canudo doutoral!

O que aqui propriamente me traz, é o propósito de perguntar aos estimados leitores deste jornal e aos meus amigos facebookianos, se concordam ou não com esta minha opinião que aqui vos deixo:
- Estando nós a atravessar uma enorme crise económico/financeira, sendo Portugal uma República laica, e não se conhecendo qualquer Pastor a representar outras confissões religiosas existentes no seio das Forças Armadas, será que faz qualquer sentido manter nelas um bispo católico, e pelos vistos já reformado com uma escandalosamente elevada Pensão mensal???