sábado, 28 de julho de 2012

Razões que me escapam...

A comunicação social nacional deu alguma difusão ao recente relatório da OCDE sobre Portugal. Tratando-se de documento sobretudo económico, compreende-se que possa ser de leitura árida para os não especialistas. Ainda assim, por razões decerto sólidas, mas que me escapam, julgo que só um periódico teve a coragem (ou a inconsciência?) de publicar uma das recomendações constantes do referido documento que mais tinta vai fazer correr. Ei-la: "O governo deve estar preparado para aceitar a insolvência de alguns municípios, condição prévia para uma posterior gestão mais rigorosa dos mesmos."
Noutros termos, menos técnicos: A presente situação de penúria a nível autárquico não vai melhorar. Pelo contrário, tenderá a agravar-se muito rapidamente, devido à falta de recursos para manter o estado actual de coisas. Por isso o primeiro-ministro já avisou: "Que se lixem as eleições!" E o sempre previdente e cauteloso Moita Flores, já abandonou o cadeirão da autarquia escalabitana, uma das mais endividadas do país.
Factos convergentes, a indicar que a lixa já vem a caminho. Vai a autarquia nabantina conseguir resistir à sua acção abrasiva e à fortíssima erosão de meios de pagamento? Ou será uma das primeiras a declarar a insolvência? Quanto mais tarde, pior maré...

2 comentários:

Unknown disse...

Daqui até à alteração legislativa que permita ao Estado e às autarquias despedir funcionários públicos efectivos será um pequeno passo!
Neste caso serão os funcionários das autarquias que começarão a sentir na pele o sabor amargo do desemprego...
Ou muito me engano ou está para breve(2013)

Leão_da_Estrela disse...

Caro tomarense,

Não me parece que isso venha a acontecer (não o desejo, por razões de umbigo até), porque, se se lembrar, no rebatido memorando assinado com a troika, estava lá escarrapachado que deveria ser reduzido o número de municípios e o governo, perante as pressões dos srs. presidentes de câmara e dos barões dos partidos, meteu a viola no saco.

É que não se chega a presidente do partido e a primeiro-ministro, sem o apoio dos presidentes de câmara, que regra geral são os presidentes das comissões políticas concelhias, que elegem delegados aos congressos, etc., etc.,etc...

Acabam com as freguesias (que não têm dívidas), porque os presidentes, coitados, pouco riscam nas hierarquias partidárias e assim se faz uma manobra de cosmética para alemão ver...

Como dizia um familiar meu, já falecido, "isto é mas é tudo uma candonga!"

Cumprimentos