quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ENTREMEZ POLÍTICO NABANTINO

Foto copiada do site "O Templário", com os nossos agradecimentos.

Numa altura de grande incerteza a nível nacional, tanto em relação à eventual aprovação do orçamento, ou à rejeição do mesmo, como no que toca às consequências gravosas nele previstas, os cidadãos anseiam naturalmente por notícias animadoras, optimistas, que lhes demonstrem estarmos numa situação difícil, mas a caminho de dias melhores. A tal luz ao fundo do túnel... Neste contexto nacional, os tomarenses têm todos os motivos para se lastimar de que não têm sorte nenhuma. Não só padecem da turbulência lisboeta, como vão arcando com uma realidade local assaz peculiar.
Desde o seu início, em Outubro do ano passado, que aqui foi escrito ser a actual coligação PSD/PS um mero casamento de conveniência, em que o "pai da criança" estava sem base eleitoral na altura do precipitado parto, mas depois veio a recuperar um lugar de projecção nacional, que já ocupara anteriormente. Daqui resultou que os recém-consorciados acentuaram deste então as suas mútuas desconfianças, uma vez que sempre foram e continuam a ser acérrimos adversários. Dois galos para o mesmo poder, numa frase curta.
Temos assim sido presenteados com actuações políticas em que tanto os laranjas como os rosas vão fazendo o estrito mínimo para assegurar a manutenção do casamento, ao mesmo tempo que procuram desacreditar o mais possível o outro cônjuge. Enquanto Corvêlo de Sousa têm sido sempre a sombra de Luís Ferreira em todos os actos públicos, os eleitos socialistas nunca deixaram de criticar asperamente os social-democratas.
Neste quezília permanente, o PSD tem estado na mó de baixo, designadamente por duas razões principais. Por um lado, dos seus três membros do executivo, apenas um (Carlos Carrão) é militante. Os outros são independentes, com todas as virtudes e defeitos desse estatuto. Estão portanto os laranjas em inferioridade numérica perante os dois militantes e dirigentes PS José Vitorino e Luis Ferreira. Por outro lado, o clima entre os três eleitos PSD parece não ser o mais adequado a um correcto desempenho dos cargos que ocupam. Como entender de outra forma que quatro meses após o encerramento compulsivo do mercado, a tenda provisória, que já vai em quase 300 mil euros, ainda não esteja a funcionar? Será que o vice-presidente Carrão, responsável pelo pelouro dos mercados e feiras, -interessado em substituir Corvêlo de Sousa logo que este renuncie-, tem feito o melhor que sabe para acelererar a entrada em funcionamento da tenda? Ou estaremos na fase de "quanto pior, melhor para mim"?
Neste enquadramento de enormes incertezas e horizontes muito sombrios, os novos dirigentes do PSD/Tomar prosseguem a sua política, definida logo após a eleição, a qual tem por objectivo final acabar com a coligação, forçar a renúncia de Corvêlo de Sousa, colocar Carlos Carrão na presidência e José Perfeito na vereação. Nessa perspectiva, caiu-lhes que nem sopa no mel o chamado "incidente Lobo Antunes". De tal forma que logo decidiram aproveitá-lo como pretexto, e até conseguiram que uma insólita moção do BE, contra Luís Ferreira, merecesse o voto decisivo e favorável de Miguel Relvas, justamente o "pai da criança", que entretanto terá resolvido entregá-la para adopção, dados os evidentes problemas de saúde e o seu novo estatuto, entretanto recuperado, de figura nacional.
Após várias tentativas infrutíferas para que Corvêlo retirasse os pelouros da Cultura e do Turismo a Luís Ferreira, consta agora que terão finalmente conseguido a sua anuência. Está marcada uma conferência de imprensa para esta tarde, às 15 horas, na sede da Rua da Fábrica, durante a qual, em princípio, será anunciada a referida "despromoção" do vereaor socialista. Há, contudo, grandes e fundadas dúvidas sobre o que os representantes da comunicação social irão ouvir. Eis algumas das hipóteses, todas prováveis, porém algumas mais plausíveis que outras: A - Luís Ferreira fica sem os pelouros citados, mantendo os bombeiros, a protecção civil e o tempo inteiro, podendo até vir a herdar mais um ou dois pelouros "para o calar", continuando tudo como até aqui; B - Corvêlo recusa-se a aceder às exigências do PSD, invocando as suas competências e o seu estatuto de independente, o que levará os laranjas a retirarem-lhe a confiança política, pondo em causa a aprovação do orçamento municipal para 2011; C - Cansado e farto de tanta luta intestina, o actual presidente renuncia, deixando o lugar para Carlos Carrão, que poderá ou não romper a coligação, seja agora, seja mais tarde.
Qualquer que venha a ser o resultado final desta manobra, que é por assim dizer um entretém, um entremez político para distrair os cidadãos do essencial, será então a vez dos socialistas esclarecerem a sua posição. Optarão pelo conforto e pela carteira, como até aqui? Ou pela coerência e pela coragem, tendo em conta o futuro? A resposta não tardará.

10 comentários:

Anónimo disse...

Uma das medidas para honrar minimamente (se é que isso é possível) o executivo tomarense seria destituir o vereador Luis Ferreira de todos os cargos autárquicos que agora tem. E apenas isso! Nada de os substituir por outros "rebuçados". Esse indivíduo está farto de demonstrar a sua falta de ética e educação para ocupar um cargo político autárquico.
Está muito bem como está dentro da célula concelhia do PS onde não destoa dos outros.

Anónimo disse...

Em menos palavras: tudo como dantes,” quartel-general em Abrantes”;
Mas o meu amigo, qual Marcelinho de trazer por casa, acredita que alguma coisa vai mudar no estado tomarês? Queria! Queria! Mas descanse Dr., que até 2013 a vontadinha do povão vai ser respeitada, e, por muita azia infectada que lhe provoque, vai ter Corvelo até ao fim para o bem e o menos bem!
Uma apostinha? (quem poderá ver-se obrigado, pelas circunstâncias, a apear-se do burro será, obviamente, e pelas razões mais do que demonstradas, o seu (do Dr.) protegido, afilhado politiko e predilekto, vereador LF.


esilàna

Anónimo disse...

O Dr. Corvelo aplicou à letra a conclusão da moção do BE que diz:
o vereador luis ferreira não reúne condições para continuar a exercer os pelouros da Cultura e do Turismo.

Perante isto e depois de muitas pressões o Dr. Corvelo retirou ao ferreira das farturas os pelouros da Cultura e do Turismo, mantendo-o nos outros que o BE não questionou.

E agora digam que o Dr. Corvelo e os do PSD são nabos!

São mais espertos do que querem fazer crer.

E na tese do Prof. Rebelo a combina entre o Relvas e o BE cumpriu-se, a bem de todos!

Amen.

Anónimo disse...

Curvelo nunca deveria ter aceite o convite de Manuela Ferreira Leite para concorrer a Presidente.
Ele é homem demasiado bom (e honesto) para entrar num jogo político com um Partido Social Democrata que tem facções em demasia e um Partido Socialista capaz de tudo fazer para chegar ao poder. Está a ser consumido. Primeiro em lume brando mas mais recentemente em grande labaredes. Mas a verdade é que se pôs a jeito, quando afinal já se sabia que não tinha jeito nenhum para esta "coisa"...

O Lacrau do nabão

Anónimo disse...

E o vereador Ferreira a rir-se.

Realmente são quase todos uns lorpas.

Anónimo disse...

Estarei a ver mal a "coisa" ou o que fica evidente é que a concelhia do PSD teve medo dos resultados do trabalho de Luís Ferreira no Turismo e na Cultura?
Se a conclusão é que não tem condições, só faz asneiras, esbanja, etc... faz algum sentido mantê-lo como vereador, ainda por cima a tempo inteiro?
A resposta é óbvia... claro que não.
Mas evidentemente a única preocupação é retirar-lhe protagonismo e aí só a ingenuidade própria dos novatos e imaturos dirigentes laranjas locais acredita que esta é a solução.
É preciso não conhecer minimamente Luís Ferreira para pensar que ele desiste...
Este é o caminho para a vitória do PS nas próximas autárquicas e muito por demérito do PSD...

Anónimo disse...

É mais fácil o mar dar batatas do que o PS/Tomar dirigido pelo Labrosta e seus apaniguados ganhar eleições autárquicas em Tomar.

O PS só não caíu ainda mais nas autárquicas de 2009 porque os IpT consentiram a recandidatura de Pedro Marques e albergaram o desacreditado José Soares.

Aliás,os IpT só não foram vencedores em 2005 por duas razões principais :

- Pedro Marques estar mesmo "queimado" junto de largas faixas do eleitorado.

- Não ter beneficiado do arrasto de votos das freguesias para o município que só a candidatura às freguesias permite.

E tudo isto se ficaria a dever à gestão ruinosa e arrogante do Paiva e a um PS refém de um presidente DESQUALIFICADO,um verdadeiro "chulo" daquilo em que se transformou a política.

CAVALEIRO TEMPLÁRIO

Anónimo disse...

Correcta a análise do CAVALEIRO TEMPLÁRIO, à atenção de Pedro Marques e dos IpT!

Com os erros de uns ganham os outros!!!!!!!

Anónimo disse...

Os IPT sem o Pedro Marques não existiam eleitoralmente. Têm dúvidas? Então, porque é que apesar do efeito negativo do Soares, não perderam muitos votos com a saida do Rosa Dias?
Quem manteve o eleitorado foi o Pedro Marques.
Percebemos muito bem porque é que em particular o PS defende esta teoria, pois sabe que enquanto os IPT concorrerem com o Pedro Marques nunca mais o PS consegue ganhar eleições. No entanto, pode ser que o consigam, já que o Pedro Marques tem desabafado, dizendo que anda farto e cansado de tanta incompetência na gestão camarária, no despesismo do Ferreira e que não está para compactuar com tanta mediocridade.
Veremos se aguenta e até quando?
Os incompetentes continuam a desbaratar os dinheiros públicos e o futuro de Tomar e aqueles que apesar dos ataques infames de alguma comunicação social de outrora, fizeram algo por este concelho, são marginalizados e dispensa-se os seus conhecimentos, capacidades e experiência.
O que é que Relvas, Luis Ferreira, Carrão e outros tais, já fizeram por Tomar.
Nada, a não ser servirem-se!

Anónimo disse...

O Carrão a Presidente!!!
Já agora, porque não o Zé Carlos da Capela de São Gregório ou do Cavalo de Pau?
È tal a incapacidade do Carrão que mete dó a sua acção politica.
Se o Carrão for Presidente fica demonstrado o triste e miserável trabalho, contributo e falta de respeito dos partidos para com os cidadãos e o país.
Mas, que fazer se são eles que detêm o poder e escolhem os amigos para os lugares públicos.
Este sistema tem de acabar, pois qualquer dia não há quem respeite os politicos ou então estaremos a caminho de alguma ditadura.
Trabalho, honestidade e competência é o que se precisa, por isso é necessário acabar com esta coligação. Alguém viu por aí o Delgado?
Não viram!
Então está tudo explicado.
Divirtam~se e continuem com a farra.