ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

Empreiteiro pediu prorrogação ao executivo, escreve CIDADE DE TOMAR, a propósito das infindáveis obras da Rotunda, o melhor exemplo de desorganização jamais acontecido em Tomar. Na mesma página 4, podem ler-se igualmente várias opiniões sobre a decoração final para aquele local, com maioria a favor dos tabuleiros. A homenagem aos templários, levada a efeito na Igreja de Santa Maria dos Olivais, ocupa toda a página 5, com várias fotografias. Nelas se podem ver vários cidadãos com o manto dos templários, numa profanação colectiva que outros tomarenses mais idosos nunca ousaram. Realmente, parecem ter chegado os tempos da barbárie, em que já não se respeita nada nem ninguém. É tudo como nas telenovelas -a fingir.

Noutras páginas, o semanário de António Madureira dá conta, de diversas formas, do agitado clima reinante na coligação que localmente nos devia governar. Devia...

O MIRANTE inclui esta semana um destacável de 8 páginas sobre a nossa Feira de Santa Iria, com um anúncio de página inteira a cores, bem como uma entrevista de página e meia a Casimiro Serra, chefe de gabinete do vice-presidente Carrão. Dessa entrevista, destacamos estas duas passagens: "Eu não sou homem de gabinete, embora esta afirmação possa parfecer contraditória num chefe de gabinete. ...A maior parte das pessoas nem sabe exactamente quais são as minhas funções." ..."Muitas vezes não sou culpado de nada, mas como sou eu que dou a cara, é comigo que as pessoas desabafam. Se têm que insultar o político que decidiu, e não o encontram, descarregam em mim." Quem fala assim, naturalmente que não merece castigo. Até porque nos dá mais uma preciosa achega para percebermos como não funciona a câmara nabantina. Quanto a "insultar o político que decidiu", a maior parte das vezes não será antes porque decidiu não decidir nada?

Igualmente no semanário sediado na Chamusca, uma recensão dos casamentos gay já celebrados no distrito, três segundo o jornal, dos quais o primeiro em Tomar, e o prolongamento temporal das obras da Rotunda. É indesmentível na verdade que nós, tomarenses, não temos tido nem estamos a ter sorte nenhuma. Apetece até parafrasear Augusto Gil -Que quem é pecador/Sofra tormentos enfim!/ Mas os tomarenses Senhor/ Porque lhes dais tanta dor?/Porque padecem assim?

N'O TEMPLÁRIO, o caso bem triste da menina de 4 anos que não fala nem anda, e cuja maleita os médicos não conseguem identificar. Destaque igualmente para os sucessivos adiamentos da abertura da tenda do mercado, e para a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, que vai ter de ser reduzida. Na página 9 o "Caos no trânsito durante dois dias", a lembrar aquela salganhada da Rotunda, agora muito bem acompanhada pelo Largo do Pelourinho. Com recomeço previsto para a passada segunda-feira, as obras de calcetamento, afinal só começaram nesta quinta-feira, a partir das 4 e meia da tarde. Primeiro foram os automóveis estacionados, depois foi a necessidade de terraplanar, seguiu-se a falta de pedra e de serrisca, já com os calceteiros por ali sentados à espera, e por fim lá se começou. Para os calceteiros não houve prejuízo, uma vez que se trata de uma empreitada por ajuste directo...A câmara, se calhar, é que...

Para finalizar, um curioso anúncio, na página 34: "CAVALHEIRO procura senhora com idade entre os 30 e 40 anos para fins de amizade, podendo tornar-se assunto sério. Sinto-me carente devido a companheira se ter ausentado. Contacto..."

A companheira ter-se-á ausentado porquê? Falta de pilhas? Artilharia subdimensionada? Calibre exagerado? Falta de jeito do artilheiro?

Alguma coisa foi. E a informação não nos parece de molde a tranquilizar as eventuais pretendentes à sucessão. Ou será? Com todas estas mudanças de paradigma, se calhar até é capaz de já ser...