quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PONTOS DE VISTA LATERAIS

Pouco a pouco, tem vindo a alargar-se o número de comentadores de Tomar a dianteira, a maior parte dos quais com contribuições muito positivas, mesmo se nem sempre, ou até raramente, agradáveis para os visados. É a tal crítica robusta, à qual apenas podemos apontar um pequeno óbice: não ser feita dando a cara. Vivemos, porém, numa sociedade ainda não propriamente europeia, salvo em termos geográficos, pelo que havemos de aceitar as coisas como elas são.
Há também um grupo de comentadores que, aparentemente com as melhores intenções deste mundo, tenta quase sempre jogar a bola para fora. Ainda hoje, por exemplo, comentando o nosso escrito sobre o livro de Vítor Bento, um leitor escreveu que se trata de um porta-voz de Cavaco Silva. Anteriormente, já houve também quem escrevesse que o vereador Luís Ferreira conduz mal, que a vereadora Rosário Simões é antipática, ou que a vereadora Graça Costa mais isto e mais aquilo.
Estamos numa sociedade felizmente com total liberdade de opinião, sendo por isso normal e muito saudável que nem todos os cidadãos se guiem pelos mesmos parâmetros comportamentais. No entanto, se queremos realmente contribuir pela positiva para melhorar a vida no seio da nossa comunidade, chutar para fora não será concerteza a melhor atitude. Pegando nos casos enunciados, é visível que tais críticas se situam nitidamente fora daquilo que se deve considerar o seu âmbito normal. Em relação a Vítor Bento, o que nos deve importar é a substância do que escreve. Sem nos preocuparmos com porta-vozes, posições ideológicas, ou lugares ocupados. Tem razão ou não, naquilo que escreve? Não tem? Porquê? Em virtude de que factos?
Da mesma forma, que importância poderá ter que Luís Ferreira conduza bem ou mal, ou que Rosário Simões seja mais ou menos simpática? Foi para conduzir que Ferreira foi eleito? Está escrito nalgum sítio que as vereadoras ou vereadores devem ser simpáticos? E Graça Costa, que temos nós a ver com mais isto ou mais aquilo? Em todos estes casos, tal como nos omitidos, o que nos deve preocupar exclusivamente, enquanto cidadãos eleitores, é a qualidade do desempenho das funções para as quais os visados foram eleitos. O resto não passa de perda de tempo ou, pior ainda, de tentativas bem urdidas para desviar a atenção dos problemas essenciais, que não são poucos por estas bandas, infelizmente. Ou ainda de aproveitar a liberdade de opinião para ir trabalhando no sentido de desacreditar o regime democrático em que vivemos, e que nos foi oferecido de bandeja pelos militares, há 36 anos.
Se subsistem dúvidas a tal respeito, pensem um bocadinho no famoso incidente na Sala Oval, ocorrido quando Bill Clinton era presidente. Apesar do escândalo desencadeado por alguma informação escrita e televisionada, a esmagadora maioria dos americanos limitou-se a constatar que, mesmo com o apregoado escândalo de índole sexual, Clinton era um bom presidente. E a artificial tempestade amainou bruscamente, apesar de os Estados Unidos serem um país muito mais puritano do que o nosso.
Numa outra direcção, qualquer que seja a nossa posição em relação à religião, é perfeitamente legítimo questionar a posição do Papa e da Igreja Católica em relação ao preservativo, ao aborto, ou ao celibato dos padres. Seria porém rídiculo, porque totalmente deslocado, criticar o papa por usar sapatos encarnados.
Vamos, por conseguinte, esforçar-nos no sentido de responder a argumentos com outros argumentos, a ideias comn outras ideias, a ataques com contra-ataques. Chutar sempre para fora é anti-jogo, e desmotiva os outros jogadores. Valeu?

12 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. António Rebelo,

Não compreendo,nem me parece justo etiquetar-me como comentador que "joga a bola para fora" só pelo facto de considerar o Dr. Vitor Bento como porta-voz de conveniência de Cavaco Silva.

Disse-o e reafirmo-o.

Limitei-me,julgo que com todo o direito e legitimidade,a dar uma opinião política sobre uma pessoa que considero um arrivista político,disposto a desempenhar o papel de dar cara e voz a opiniões de terceiros,a troco da honraria de Conselheiro de Estado.

É a minha opinião,tão discutível como a sua. Só isso.

Sobre o valor intrínseco dos pensamentos e análises da dita "sumidade",como o trecho que reproduz,tenho a opinião de se tratar de um discurso redondo, banal,sem algo de novo,sem desasombro,sem coragem,típico de um académico que, da vida real das pessoas e empresas,pouco sabe ou nada.

É mais um daqueles senhores,muitas vezes descendentes de boas famílias,sem alguma vez terem sentido provações,que tiram o seu curso superior,dão umas aulas,escrevem uns artigos,fazem umas invetigações em casa ou em bibliotecas e que depois,por obra e graça não sei de quem,aparecem como "gurus".

Se lhes dessem uma grande ou uma média empresa onde o dinheiro não abundasse,onde não houvesse chorudos vencimentos e outras benesses,mas que fosse necessário reestruturá-la e pô-la no caminho certo,davam,de imediato,"às de vila diogo".

Aliás,seria um interessante teste a fazer à maioria dos quadros superiores responsáveis pela gestão de organismos do Estado e de bancos e outras empresas onde abunda o dinheiro para gastar,esbanjar e...até roubar.

Aí é que eu gostava de os ver e avaliar as suas reais capacidades e competências como gestores,como "gurus"...

Ter e expressar estas opiniões é "jogar a bola para fora" ?

Francamente...!!!

Haja paciência para estes Drs. que se julgam donos exclusivos do saber,da inteligência e da capacidade de perceber o "porquê das coisas".

MARIA DA FONTE

Anónimo disse...

Compreenda-se que falta a paciência para continuar a ouvir gente que discretamente "saca" milhões ao Estado e vem responsabilizar quem ganha 1000 euros/mês pela crise nacional.
Ou os que se dizem privados de sucesso mas que só facturam com negócios "gordos" com o Estado.
Ou os gestores das empresas do regime (EDP,PT,EPAL)sem concorrência e protegidas pelo Estado.
Tambem há tratamentos reverenciais questionaveis nos tempos de hoje: "um distinto professor universitário".Convem saber onde, porque há cada universidade e cada presidente...A Universidade Moderna e o dr.Pires da Silva são exemplos.
Quanto à importância de ser "conselheiro de Estado escolhido pelo dr.Cavaco" temos o caso de Dias Loureiro. Outras suas escolhas: Oliveira e Lima.Não são propriamente exemplos de elevada estatura moral!
Pedro Miguel

Unknown disse...

Cara Maria da Fonte:
A sua escrita, vai-me perdoar, parece-me assaz viril para uma Maria da Fonte. Não será antes um Manel? Em qualquer caso, se voltar a ler o que aqui se escreveu, reparará concerteza que se reconheceu a cada cidadão o inteiro direito e legitimidade para escrever o que entender. Aquilo que se questionou foi só a adequação entre a prosa e a realidade envolvente. O chamado contexto, neste caso mais ou menos tido em conta no que se vai escrevendo.
Sobre Vítor Bento, apenas três notas: 1 - Não é aqui conhecido, a não ser a partir daquilo que escreve. 2 - O facto de o citarmos, não significa que estejamos sempre de acordo com ele. Podemos estar ou não. 3 - Foi sucessivamente Administrador do Instituto de emissão de Macau, Director do Departamento Estrangeiro do Banco de Portugal, Director-geral do Tesouro, Presidente do Instituto de Gestão do Crédito Público,membro do Comité Monetário da UE, dirigente da SEDES e do Fórum para a Competitividade. Actualmente é Presidente da SIBS. Acha pouco?

Escreva sempre.

Com cordialidade

A.R.

Anónimo disse...

"Conheço à alguns anos o hoje Presidente do Politecnico de Tomar e estou convicto da sua visão e profissionalismo de actuação estratégica, num mundo globalizado e numa (sub)região que procura ainda o seu papel."


É assim que escreve o nosso Vereador da Cultura!
Ainda não aprendeu a escrever há do verbo haver...
E, já agora, o que quererá dizer com esta sucessão de palavras neste parágrafo que escreveu no seu "vamos por aqui"?

Anónimo disse...

"
O problema da economia é político.
A Democracia tem convidado à demagogia. O populismo é fácil e garante poleiro duradouro. Faltam decisores. Abundam charlatões.
Eu pela minha parte não estou contra que quem trabalha deva ser (bem) remunerado pelo serviço que presta. Seja nas escolas, nos hospitais ou nas empresas, mesmo nas públicas. Por outro lado, já me dá urticária que os que se reformam mantenham regalias como quando estavam a trabalhar. O Estado Social como o conhecemos tem de ser contido.
A Caixa Geral de Aposentações irá ter de receitas em 2011 cerca de 4 mil milhões de euros, mas irá pagar em reformas 8,5 mil milhões. Onde é que está a sustentabilidade deste sistema?...
A.A.
"

- Parece o discurso do PP e de Paulo Portas. Mas agora a sério, como é que os (bem-)reformados deste país iriam reagir a uma quebra substancial nos vencimentos que auferem?...

Anónimo disse...

Caro Dr. Rebelo,

Sim,acho pouco.

E vou voltar a explicar-lhe porquê.

São tudo lugares,funções,onde nunca conheceu dificuldades de dinheiro,onde o dito abunda,onde gastam em decoração e luxo o que falta a uma empresa para comprar uma máquina ou outro(s)equipamento(s) fundamentais para o seu desenvolvimento e prosperidade.

É esta dimensão da gestão que falta à maioria dos "gurus".

Só conseguem gerir em abundância,sem ter que equacionar entre o essencial e o supérfluo.

Para esta gente,150.000,200.000,500.000 euros são trocados...

Daí não terem o menor pudor em fixarem a si próprios vencimentos,prémios de "gestão" e outras mordomias no valor de MILHÕES de euros anuais.

São as sanguessugas da riqueza nacional.

E,para mal de todos nós,vão sempre subindo na "carreira" e ganhando novas e poderosas forças para o tráfico de influências e para a mistificação oficial da realidade.

E anda um país inteiro a trabalhar e a fazer sacrifícios para esta gentalha impertigada,petulante e sorvedoura...

Sei que,individualmente,pouco ou nada posso fazer para inverter todo este regabofe,esta imoralidade de lesa-pátria,mas não abdicarei do direito à denúncia e à indignação.

De resto,e desculpe-me,deixe-se de balelas como "adequação entre a prosa e a realidade envovente" e "o chamado contexto",porque não passam de ôca retórica.

E não se deslumbre com estrelas cadentes ou com meteoritos...

MARIA DA FONTE,
mulher de armas e de combate.

Anónimo disse...

Para anónimo das 10:55.
Para alem do português atabalhoado do vereador (apesar desse português não chegar aos calcanhares do do Pires da Silva), não se vê onde é que o homem foi buscar a "actuação estratégica" do dito. Serão as almoçaradas de Abrantes?
Quanto à declaração de que a região "procura o seu papel" fica confessada a incompetência do político!

Anónimo disse...

Não se quer nem se deve tirar valor a V.Bento. Mas muitos portugueses legitimamente duvidam de certos "especialistas" que mais parece tratarem os números conforme as opções políticas (suas ou encomendadas). Vejamos:
-Até 2008, a Irlanda era um caso de sucesso a imitar.Até alguma esquerda embandeirou com o facto de não se ter gasto dinheiro em alcatrão:um recado para Cavaco. Mas a economia Irlandesa estoirou!
-A Irlanda ao "tomar medidas certas" contra a crise(baixar os salários dos funcionários) era o exemplo de como bem tratar o problema rapidamente. Hoje a Irlanda está pior que Portugal. Se o grave defice cá é de 7%, na Irlanda este ano vai ser 32%. A nossa "assustadora" dívida parece ser de 120% do PIB. Na Irlanda vai ser superior a 1000%.
Palavras para quê? O único comentador de economia em que o nome parece dar com a mensagem è um tal Prof. Cantigas que aparece na SIC!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Ora aí está o lápis azul do ti Rebelo a funcionar! Opinião para todos, todos com tratamento igual, pois, pois!!!

Anónimo disse...

Não machuquem o ego do dr. Rebelo senão ele zanga-se e bate com a porta. Ele que até tem um plano salvador do concelho..

...calculem!!!!!!!!

Unknown disse...

Para Anónimo em 22/10 07:25

O seu comentário enquadra-se perfeitamente no âmbito do post -é um ponto de vista lateral, bem ao gosto dos tomarenses que pretendem sacudir a água do capote. Para dormirem melhor?
Podia ir pelas bandas daquela posição, segundo a qual "a ignorância é atrevida". Não o farei, porém, dado que você acertou ao acaso no alvo: lá para 2014, salvo algum imprevisto grave, tenciono encerrar Tomar a dianteira, caso os outros administradores concordem. Mas sem bater com a porta. Fica o aviso.
Sobre o plano que tenho para Tomar, nunca disse ou escrevi que era para salvar o que quer que fosse. É apenas um módico para levar os tomarenses, calmamente e com boas maneiras, como convém, a mudar de caminho. E olhe! Se já estivesse a ser implementado teria evitado aquela argolada votada na sessão de ontem da autarquia (ver post "Mais uma asneira monumental")

Escreva sempre.

Cordialmente,

António Rebelo

Unknown disse...

Para anónimo em 21/10, 13:45

Obriga-me a repetir aquilo que já aqui foi escrito várias vezes. Mostra assim que é teimosa/teimoso, (consoante o caso), mais eu também costumo ter continuidade nas ideias. Afinal somos os dois tomarenses, não é verdade?
Pois então faça favor de tomar nota: Assinado por baixo e devidamente autenticado com fotocópia do BI ou do CC (enviada para o mail), publicamos tudo. Incluindo a nossa sentença de morte,se for o caso. Anónimo, ou com nome suposto, só publicamos aquilo que julgamos conveniente. É a vida moderna!

Cordialmente,

A.R.