sábado, 15 de agosto de 2009

CORVELO DE SOUSA TEM RAZÃO!

É sabido que não somos propriamente admiradores da actuação política de Corvêlo de Sousa. Apesar do nosso bom relacionamento enquanto cidadãos e conterrâneos, há mais 40 anos. Os nossos escritos falam por nós. Dito isto, desta vez somos forçados a descer a terreiro em defesa do actual presidente da edilidade.
Com todo o respeito e consideração, devidos a um blogue de excelente qualidade, é nosso entendimento que neste caso o nosso ilustre colega se estatelou na relva sintética do antigo estádio. Isto porque não se pode comparar o que de modo algum é comparável. Vejamos. No caso dos tabuleiros, com cuja forma de organização artesanal e dependente nunca concordámos, a autarquia não tinha alternativa, após seis longos anos de triste gincana. Tratava-se de tentar desenxovalhar o prestígio e respeitabilidade de Tomar e dos tomarenses, mas igualmente de honrar compromissos implícitos.
Quem vende a crédito para a "Comissão da Festa dos Tabuleiros" não ignora que o mordomo, seja ele quem for, é escolhido pelo povo no salão nobre dos Paços do Concelho e na presença de toda a vereação e membros da Assembleia Municipal. Sabe igualmente que, por tradição, o presidente da autarquia é sempre, por inerência da função para a qual foi eleito nos termos da lei, presidente da "Comissão Central da Festa dos Tabuleiros". Sempre assim foi, desde "o Jones", em 1950. Nestas condições, se a câmara não honrasse dívidas contraídas pela e para a Festa Grande, o bom nome da nossa terra e mesmo a própria continuidade da festa poderiam estar definitivamente comprometidos. Assim o entenderam os membros do executivo, e ainda bem. Só é lamentável que tenham necessitado de 6 anos para chegarem a tão óbvia conclusão.
Resta a questão de saber como foi possível contraír dívidas de tão elevado montante, bem como os moldes desadequados e arcaicos usados para erguer a festa, mas isso são problemas distintos, a resolver nos locais próprios e quando tal for considerado oportuno.
Liquidar dívidas ao fisco, feitas por um clube desportivo, que se furtou a entregar verbas cobradas em nome do estado, seria descer ao nível de Alberto Jardim. Seria fazer como se os vários orçamentos guarnecidos com os nossos impostos, fossem vacas fornecedoras de leite para qualquer pessoa ou entidade. Começa logo pelo montante -mais de 110 mil euros, correspondentes a 22 mil contos sonegados às finanças públicas. O que, para um clube tão pequeno, testemunha uma gestão pelo menos atribulada e curiosa. Para não dizer outra coisa...
Dir-se-á que o clube permite às camadas jovens a prática do desporto. É verdade e é louvável. Mas para isso recebe subsídio ou subsídios anuais da autarquia, agora penhorados pelo fisco. E depois temos de aceitar que ficar com verbas cobradas a particulares a título de IVA não é uma prática nada recomendável. Acresce que, tendo em conta os mais recentes desenvolvimentos da crise unionista, que naturalmente lamentamos, parece haver da parte dos seus dirigentes e associados uma nítida preferência pelos dinheiros públicos, bem com a crença enraízada segundo a qual a câmara tem a obrigação moral de ajudar sempre o clube da terra. O que é falso e contrário aos ditames oficiais, os quais proibem que se financiem, com dinheiros públicos, organizações com fins lucrativos. Sem contar que, como bem notou o próprio Corvêlo de Sousa, se criaria assim um precedente, com base no qual todas as futuras dívidas do União seriam liquidadas com subsídios ou donativos da autarquia. Para um município atascado em dívidas até às orelhas, com as despesas a aumentar continuamente e as receitas a diminuir, seria realmente uma perspectiva bem sombria aplicar no desporto, mais especificamente no futebol semi-profissional (?) recursos que fazem tanta falta noutros sectores bem mais vitais para todos.
Por tudo isto, pensamos que a actual maioria liderada por Corvelo de Sousa tem razão neste caso e que os colegas do Nabantia não estão a compreender o filme como deve ser. Adversários políticos sim; criticar de forma agreste concerteza; acusar alguém por tem cão e logo a seguir por não o ter, comparando até as duas situações, NÃO É DE FORMA ALGUMA ACEITÁVEL.
Os dirigentes e sócios do União de Tomar que tratem de mudar de mentalidade, passando a viver sempre e só com os recursos disponíveis, em vez de estarem constantemente a contar com o ovo no cu da galinha autárquica. Num país em profunda crise, seria mais um escândalo. Caso não consigam sobreviver em condições dignas, há sempre a solução final. Os zebras do Alvito, o Ateneu, a Tuna, os Tomarenses, os Fixes e a Floresta do Nabão, entre outros, também fecharam portas e não morreu ninguém. Tal como as pessoas, os animais ou as árvores, as instituições nascem, desenvolvem-se, definham e morrem. É a lei da vida, à qual nada nem ninguém escapa, mais tarde ou mais cedo.

12 comentários:

Anónimo disse...

Concordo.

Anónimo disse...

Senhor Rebelo não lhe parece que estes novos cabeças de lista surgiram para aranjarem poleiro para a Miliciano e o Ivo?
Pedro Marques nem para vereador.
Como dizio um leitor: são todos uns interesseiros.
Tomára que algum destes atrás conseguissem ter a visão, a sabedoria e a razão do Senhor Rebelo. Nem Côrvelo, nem Godinho, nem Vitorino... nem nada.

Anónimo disse...

Este Corvêlo até mete nojo. Como se atreve a dizer que agora os outros devem ajudar o UFCIT? Se ele tivesse coragem deveria dizer que o UFCIT deveria fechar. Esse tal de Jorge ou JOCA para os amigos anda a governar-se bem. Eu sei bem como esse atrofiado ganha dinheiro! O UFCIT é gerido por aprendizes que ainda não chegaram à brilhante conclusão de que o futuro desportivo de Tomar passa pelo desporto escolar. Como se atrevem estes atrasados a pagar pela inscrição de um cabo-verdeano? TOMAR ESTÁ CHEIO DE IMCOMPETENTES. NO UFCIT SÃO TODOS: MOURA, EDUARDO, JOCA, GRAÇA, CORREIA LEAL, ETC. TODOS COMEM.

Anónimo disse...

O texto apesar de ser uma boa análise do problema tem algumas falhas.
Em Portugal, e em Tomar, toda a gente aspira a viver dos dinheiros públicos. Há dias neste blog, num texto muito bom a defender a especialização de Tomar em cultura, que eu rejeito tal especialização, o autor termminava avisando que tal especialização e a transformação de Tomar em altar da cultura nacional tinha de ser financiada com dinheiros públicos. O País a produzir para Tomar gastar.
A credibilidade da Festa dos Tabuleiros, junto de eventuais credores, ficou abalada por muito e largo tempo. A estrutura da sua organização coloca sempre incertezas em relação ao pagamento das dívidas. E é muito bem possível que no futuro venha existir um outro Mordomo e outra equipa que dirijam a Festa à campião, e que consigam situação idêntica à de 2003.
O prestítio e a respeitabilidade de Tomar há anos que andam por muito baixo. A causa não tem a ver só com a Festa 2003, mas com todo o processo de falta de desenvolvimento do Concelho.
o União chama-se União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, o que demonstra um objectivo: o de unir sectores económicos, como o comércio e a indústria, com o desporto, em prol do bem-estar da comunidade, e criar um veículu de promoção de Tomar, na região, no País, e quiçá no estrangeiro.
A Grande Festa é de 4 em 4 anos. O União devia ser de todos os dias.
A situação a que chegou o União é culpa dos sócios, mas também reflecte a situação a que chegou Tomar.
Tomar tem falta de políticas, falta de desenvolvimento, e uma visão da vida, do mundo e de si próprio extremamente pequena e irrealista. Um novo modelo de desenvolvimento para Tomar, com novas e modernas empresas, possibilitaria a existência de patrocionadores com poder, para o União, para a Festa dos Tabuleiros, e para outras actividades.
Comparar o encerramento do UFCIT com o de outros clubes na cidade ou na parte rural é errado, e injusto para a História de Tomar.
O União é exemplo do erro que é servir de trampolim para carreira política,e de, como tudo o mais em Tomar, esperar dos dinheiros públicos para vivver. Para as próximas eleições autáquicas quantos candidatos vão a sonhar em beneficiar dos dinheiros públicos para apoio de projectos ditos culturais e desportivos?
Em Tomar não tem havido política desportive nem cultural. A falta de uma cidade desportiva fora da cidade demsonstra isso bem. Os equipamentos desportivos construídos visaramm apenas a caça ao voto. Mesmo a Festa dos Tabuleiros podiam ter mais impacto para além do popularucho. Mais impacto em termos religiosos, culturais, económicos e políticos. Uma festa do Espíto Santo visou sempre o social, o cultural, o económico e o político. Mas os tomarenses apenas querem o colorido...
O problema do União é a falta de união dos tomarenses no desenvolvimento da sua terra.

SAMURAI

Anónimo disse...

Adenda
"Tal como as pessoas, os animais, ou as árvores, as instituições nascem, desenvolvem-se, definham e morrem".
Certo. O mesmo se aplica aos países, ás regiões, ás autarquias e a todas as comunidades.
Diserram o mesmo quando a empresas começaram a fechar em Tomar - os resultados de tanto conformismo estão à vista...

SAMURAI

Anónimo disse...

OH SAMURAI EU ACHO QUE O UFCIT DEVERIA FECHAR O ESCALÃO SÉNIOR.
SABES AS PESSOAS ESTÃO FARTAS DE FUTEBOL PORQUE QUALQUER TERRIOLA TEM UM CLUBITO NÃO É?
NO TEU TEMPO HAVIA A INDÚSTRIA QUE APOIAVA E OS MECENAS QUE SE APROVEITAVAM NÃO ERA?
OLHA QUERIDO COMEÇOU ONTEM A LIGA SAGRES E REPARASTE NAS ASSISTÊNCIAS? SÓ O SLB, o FCP E O SCP PODERÃO ENCHER OS ESTÁDIOS E NEM SEMPRE.
PORTANTO VAMOS ACABAR COM O TEU UNIÃO E DAR MAIS saúde a cada um dos tomarenses fazendo-os praticar jogging ou natação... seu burro. Mais saúde menos avc's; melhor alimentação e menos despesas com a saúde. Ganhas tu que tiras essa barriga e ganha o Estado que não tem que afectar meios humanos, logísticos e financeiros a desentupir-te as coronárias, PÁ. E melhoras a tua auto-estima. SE NÃO PERCEBES ISTO É PORQUE ÉS UM GRANDESSÍSSIMO BURRO OU INTERESSEIRO POR DINHEIRO OU PODER.

Anónimo disse...

Mas será que o Rebelo não sabe que quem semore puxou o assunto da Festa dos Tabuleiros e fez propostas concretas para resolver o assunto foram os Independentes?
Ou será que sabe e por alguma razão não o diz?
tal como com o parque de Campismo, que reabre por força da pressão que os Independentes sempre fikzeram e na sequência de uma proposta que eles fizeram aprovar.
Já se esqueceram de que foi o Corvelo que propõs o encerramento do Parque e que recusou sempre a sua reabertura.
Espera-se que o Dr. Rebelo reponha a verdade e não esteja sempre a ignorar o que os Independentes conseguiram.

Anónimo disse...

Imaginem que acabei de chegar a Tomar e visitei as entrevistas na rádio hertz de alguns tomarenses de nascimento ou adoptados.
Fiquei estupefacta:
Ivo Santos; Francisco Faria; Luís Vicente; Carlos Carrão; Eduardo Fortes; Bruno Graça; Pires da Silva e Carlos Silva - Todos eles têm problemas de dicção graves e alguns manifestam mesmo a sua incultura e impreparação. Como é que esta gente ocupa um lugar de mais ou menos responsabilidade em Tomar? Ocupando... e por isso a terra está como está... CHEIA DE INCOMPETENTES E AZELHAS.

Anónimo disse...

"Oh Rebelo, aproveita para te informares sobre as dividas do União e verás que sómente cerca de 25% se referem a divida de IVA.
Tudo o mais são coimas e IRC, por as Finanças terem entendido tributar as receitas de algumas actividades, como foi o caso de Festas da Cerveja.
Injusto e sem sentido esta atitude das Finanças.
O que aconteceria se tributassem os lucros de todas as festas que ocorrem noconcelho?
Acabavam e teriamos por aí muito boa gente a arcar com problemas fiscais.
Acham que isto faz algum sentido?"

Cá temos mais um exemplo claro de um azelha. O homem nem sabe escrever!

Anónimo disse...

Oh anónimo da 1:07 queres acabar com o U. Tomar, mas fica a saber que quando fores desta para melhor, o clube ainda irá continuar por cá. Ainda te babavas e já o clube existia. Não ofendas os outros para defender as tuas ideias. Sê homenzinho. Nem todos são obrigados a gostar do amarelo quando há muitas outras cores. Tens discurso de político frustrado.

Leonel Vicente disse...

A propósito desta notícia da Rádio Hertz, não posso calar - não obstante o tom categórico, quase dogmático com que é expressa a opinião - algumas interrogações relativamente a texto publicado no blogue Tomar a Dianteira, sob o título "Corvelo de Sousa tem razão!".
Socorrendo-me das próprias palavras do autor: «Isto porque não se pode comparar o que de modo algum é comparável». O que faz o autor se não "comparar o que de modo algum é comparável", quando cita os casos de Zebras do Alvito, o Ateneu, a Tuna, os Tomarenses, os Fixes e a Floresta do Nabão?
Sem de todo pretender desmerecer estas associações, que outra instituição terá contribuído mais para a divulgação e promoção do nome de Tomar que o União, ao longo da sua quase centenária existência?
E, mais adiante, «O que é falso e contrário aos ditames oficiais, os quais proibem que se financiem, com dinheiros públicos, organizações com fins lucrativos», o que me suscita nova interrogação: será o União de Tomar uma organização com fins lucrativos?
E ainda, perante um quase incitamento ao fim do clube, ao concluir que - a propósito das associações antes referidas - «também fecharam portas e não morreu ninguém. Tal como as pessoas, os animais ou as árvores, as instituições nascem, desenvolvem-se, definham e morrem», concordará o autor que tais palavras sejam aplicadas, num tão infeliz como legítimo paralelismo, à sua inquietação com o facto de «a própria continuidade da festa poderiam estar definitivamente comprometidos»?
Admitindo não ser profundo conhecedor dos meandros orçamentais das autarquias locais, termino com uma última interrogação: não excederão largamente os serviços prestados pelo União a Tomar e aos tomarenses - ao longo de 95 anos de história - os parcos subsídios camarários atribuídos ao clube?

Publicado em http://tomar-actual.net e em http://uniaotomar.wordpress.com

Rebélésco disse...

Por este andar quando eu não pagar os impostos devidos, irei pedir um subsídio (?)à Câmara de Tomar e andarei a comer à custa do Zé Povinho!!!Tantas fábricas que fecham, porque não há-de fechar também o União de Tomar? O que seria correcto era saber quem são os causadores de tamanha "falência". Nem as contas do Festival Anual de Cerveja aparecem.Porquê? Será que para alguns ditos dirigentes desportivos (do futebol) não existe o deve e haver?
A ver vamos, como diria o cego...