domingo, 2 de agosto de 2009

ALTA POLÍTICA: UM PINCEL PARA A EUROPA

Foto Leon Neal -AFP
Uma vez que é a União Europeia que vai pagando o essencial dos nossos devaneios, bem como algumas (raras) obras realmente úteis, pareceu-nos útil tentar informar os eleitores europeus (que somos todos nós, ainda que por vezes contrariados) sobre o modo como se vai fazendo política, "lá por cima" e em Bruxelas.
"Era o segredo mais bem guardado do reino. Mas foi violado. Glenys Kinnock, a nova ministra dos negócios estrangeiros de Inglaterra, nomeada por Gordon Brown após o escândalo das despesas dos senhores parlamentares, soltou-se e revelou que "o governo britânico proporá a candidatura de Tony Blair para a presidência da Europa". Foi até mais precisa perante o parlamento europeu, em Estrasburgo: "Estou certa de que o governo (mais precisamente Gordon Brown) não o apoiaria sem ter falado antes com ele".
O porta-voz de Blair foi lesto a desmentir, mas sem convicção -"Não pode haver candidatura enquanto a função não existir". Ninguém se deixou confundir. Assumindo a candidatura do ex-primeiro-ministro seu antecessor em nome da Inglaterra, Brown admite nitidamente a hipótese -plausível- da adopção final do Tratado de Lisboa pela Irlanda, no próximo referendo. Por conseguinte, o surgimento de um presidente da União, eleito pelos 27 Chefes de Estado e de governo, e capaz finalmente, como desejava Kissinger, de pegar no telefone e falar em nome da Europa.
Blair, presidente da Europa? O mais europeu dos britânicos, o inventor da "terceira via", padece como representante do Quarteto (USA, ONU, UE, RÚSSIA) para a paz no médio-oriente. Os resultados medíocres obtidos até agora, numa região onde não conseguiu acabar com a colonização judaica na Cisjordânia, como pretende Obama, explicam a sua vontade de mudança. Sem, todavia, legitimarem de forma incontestável a sua candidatura. Porque a Grande-Bretanha é o menos europeu dos 27 estados membros. E, em caso de vitória nas próximas legislativas, o conservador David Cameron prometeu um novo referendo sobre o tratado. Ainda assim, a candidatura anunciada de Tony Blair vai desencadear mais um jogo de "cadeiras musicais". Em troca do seu apoio (a Allemanha é contra), a França vai exigir compensações. Por exemplo a substituição de Durão Barroso, cuja recondução como presidente da Comissão parece cada vez mais problemática, por um candidato menos hiper-liberal. Ou, (em alternativa?) o apoio do governo inglês para as nomeações nas comissões que decidem realmente. Onde se faz e desfaz a política europeia".

Jean-Gabriel Fredet - NOUVEL OBS
Introdução, tradução e adaptação de A.R.
O negrito é da responsabilidade do tradutor.

5 comentários:

Mariana disse...

Pergunta: "Onde se faz e desfaz a política europeia".

Resposta: na América (USA)

Mariana disse...

Pergunta mais dificil: E onde se faz a politica de Tomar?

Resposta: ?????????

Anónimo disse...

Fazia-se no café Paraíso. Agora não sei se fará nalgum local da cidade, se em Coimbra, ou se a compram já feita e pronta a usar. Que lhes parece?

Anónimo disse...

Mentira! No café Paraíso as senhoras finas cá do sítio juntavam-se às 5 horas da tarde para beber chá. Traziam uma toalhinha de renda e tudo. Juntavam mesas e estendiam a toalhinha. Só que não era chá o que bebiam. Era vinho branco, servido pelos antigos empregados de mesa sr. Graça e sr. Joaquim em chávenas de chá e trazido à mesa no respectivo bule do chá, . Tudo aparentava uma sessão de chazinho normal. Essa era a primeira mentira.

Os homens entretinham-se a conversar boa parte da manhã sobre caça, muitas vezes clandestina mas a coberto das autoridades, nomeadamente a Venatória e posteriormente a GNR - até porque muitos deles tinham boas relações com as chefias dessas forças - e de futebol. Era raríssimo falar de política e sobretudo de dinheiro, até porque muitos desses "bigodes" eram gente falida, mas a quem interessava manter a imagem. Não interessava pôr a nú certas fragilidades sociais. O silêncio sobre isso era acordo tacitamente respeitado. Segunda mentira.

Estou a reportar-me, evidentemente, às duas últimas gerações. É lógico que sobre as anteriores não poderei obviamente pronunciar-me!

O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS

Anónimo disse...

Aliás, deixem-me completar a minha intervenção anterior dizendo que o café Paraíso tinha dante uma alcunha sui-generis, por causa so tipo de pessoas que o frequentavam e pela grande montra de vidro único que chegou a ter: AQUÁRIO DOS IMBECIS.

O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS