quinta-feira, 13 de agosto de 2009

CULTURA E CONJUNTURA

Ante a fixação na cultura de todas as forças políticas em compita pelo poder local, será oportuno saber que, de acordo com os dados disponibilizados pelo INE, referentes a 2006, cada agregado familiar dispendeu nesse ano, em média, 997 euros. Tendo em conta o nosso fraco nível de vida, é excessivo, pois coloca-nos praticamente ao nível da França, e vem confirmar que vivemos acima das nossas posses.
Nesse ano, venderam-se em Portugal 16,3 milhões de bilhetes de cinema, 2 milhões de teatro, 6 milhões para espectáculos de música ligeira, 600 mil para música erudita e 300 mil para touradas, mas convém interpretar com cuidados estas cifras, pois por exemplo os espectadores da festa brava foram apenas metade dos de música erudita, mas renderam 5 milhões de euros, contra apenas 3,5 milhões para esta. Há portanto um vasto mercado a explorar, mas trata-se de uma tarefa bastante difícil. Na verdade, se há muitas cidades que vivem sobretudo da cultura, não o é menos que exploram apenas uma vertente dessa cultura, geralmente sob a forma de turismo. Temos assim Veneza, com o património e o romantismo, Salzburgo com a música, Marrakech com as tradições, Benares, Guadalupe, Lourdes ou Fátima com a religião, a Patagónia com os glaciares, etc etc. Em todos estes casos, há intensas actividades relacionadas com a procura turística e que facultam retornos superiores aos investimentos. Só assim é possível crescer -ou elevado retorno/unidade ou fraco retorno/unidade, compensado pela quantidade.
Em todo o caso, não há qualquer exemplo conhecido de um país que viva sobretudo da cultura. Sabe-se até que nos países de economnia estatizada, tanto nos ex como nos actuais, o esforço na área cultural nunca conseguiu resolver, nem de perto nem de longe, os problemas económicos. Os cubanos, herdeiros do humor corrosivo dos espanhóis, tem até um chiste para ilustrar esse problema. Contam eles que o fidelismo averba três grandes sucessos - educação, saúde, desporto- e três enormes malogros -pequeno almoço, almoço, jantar.
No nosso caso, o que parece, ao ler as propostas programáticas dos concorrentes às próximas autárquicas, é que se esqueceram da realidade envolvente: uma crise mundial, uma crise portuguesa e uma crise tomarense. Neste enquadramento, ficou demonstrado que a segurança social, o subsídio de desemprego, a relativa segurança de emprego e outros subsídios, o tal modelo social europeu, constituem excelentes amortecedores anti-crise, mas igualmente que os orçamentos de estado não conseguem financiar tais despesas durante muito mais tempo, excepto a Alemanha. Temos portanto que quaisquer propostas culturais terão de apostar sobretudo nos retornos transacionáveis em detrimento de tudo o resto, sob pena de estarmos a tentar apagar o fogo com gasolina. E foi este aspecto que até agora tem sido esquecido nas várias propostas já conhecidas. Doravante, além do quem paga, é necessário saber também que retorno faculta. E estamos a falar de retorno directo e negociável.

14 comentários:

Anónimo disse...

Bom Trabalho.
A escolha dos painéis de Nuno Gonçalves é feliz, liga Tomar ao Universalismo, o que é um drama para muits tomarenses, que considerarão uma heresia, já que a ilustração devia ser só sobre a cidade de Tomar, o umbigo do concelho.
Ninguém vive só de cultura. Veneza tem uma boa base industrial. Marrakech tem miséria a rodos, bem como Cuba.
Salszburgo não vive só da música, vive da agricultura e de pequena indústria.
Os dados estatíticos relativos a Portugal são de 2006, entretanto a crise agravou-se, e neste momento temos imensos concertos de música a serem cancelados por falta de espectadores.
Como se sabe, hoje em Portugal os hotéis para terem clientes estão a baixar or preços fortemente. As Pousadas fazem campanhas para três dias 95 euros; os hotéis da Serra da Estrela vendem 45 euros dia. Em Lisboa os hotéis estão a perder 23% dia por quarto.
A cultura e o turismo dependem do resto da economia e não o contrário. Tomar a viver da cultura e do turismo é sonho de quem vive do Orçamento de Estado,vive de fantasias e não sabe o que é produzir. Mas preparem-se que os tempos das vacas magras vão piorar.

Frei Gualdim disse...

Thomar é cultura.
Contudo não se aproveitam os seus pontos fortes. A cultura thomarense parece coutada de meia dúzia de senhores que assumem como cultura tudo o que produzem, ...mas só o que eles produzem. Arrebanhando recursos escassos.

Thomar, sendo um livro de arte em céu aberto, baluarte das Ordens do Templo e de Cristo e capital esotérica reconhecida internacionalmente, deveria ver a cultura com outros olhos. Deveria haver uma visão estratégica para esta área do saber. Algo que não existe.

Dividir para reinar tem sido o mote para domesticar as iniciativas culturais locais e manter entretido o povo. Este povo mouro que há falta de liderança, prefere as festas de coratos e as romarias de água benta a medidas e programas de fundo que coloquem Thomar no mapa da cultura e da intelectualidade.

E depois, este povo mouro que tanto trabalha quando lhe pedem, vai perdendo o seu tempo a trocar galhardetes e acaba por ser ultrapassado por outros municípios.

A falta de liderança nota-se aqui. Thomar não pode ser mais um concelho idêntico a dezenas (ou centenas) de outros. Tem particularidades que urge aproveitar.

De centro de saber no tempo dos descobrimentos, Thomar é hoje um centro universitário sem marca de relevo. O que tem falhado?...

Enquanto isto vou divagando a mente às voltas na minha tumba (ainda não descoberta...).

Anónimo disse...

Querem ver que agora Tomar também é capital do Misticismo?
Ele anda por aí gente com cada umbigo!!!

Frei Gualdim disse...

O meu já foi comido pelos bichos.

Anónimo disse...

A síntese de conjuntura do INE diz que Portugal cresceu 0,3% no 2º trimestre, o que leva alguns a dizer que o País é o que melhor resiste à crise. Riam.
Dizem que no 2º trimestre a economia da França e da Alemanha, inesperadamente, cresceram.Riam.
Sobre a possibilidade de a Alemanha, a Suécia e toda a Europa do Norte entrarem em estoiro financeiro, como é reconhecido internacionalmente e também pelo Banco Central alemão, isso não dizem.
É a cultura da manipulação da conjuntura.
A manipulação dos povos é apaixonante.

Anónimo disse...

Encara-se com algum desdém a forte aposta na cultura da maioria das listas nos seus programas, usando como argumento principal a crise, a falta de verbas oficiais. Essa quase unanimidade dos concorrentes à autarquia revela só por si que a situação económica do país e as características da cidade apelam a seguir esse caminho. Os partidos mais à direita têm uma visão diferente e percebe-se porquê.... Tomar e o concelho está vocacionado (talvez condenado) a centrar o seu desenvolvimento no turismo, serviços e ensino e a componente cultural enquadra-se aqui bem. Se voltarmos umas décadas atrás, damos conta que dos anos 60 até 80 do séc. passado multiplicaram-se iniciativas culturais na cidade e ainda hoje o que mais de relevante se manifesta são acções nesse sentido. Porque esmoreceram? Por falta de formação. Passou-se em Tomar como na maior parte do país.

Apostar na cultura é reunir as pessoas, não apenas para se divertir, mas para exprimir a sua unidade, enriquecer a sua consciência cívica e espírito crítico. E é nos períodos de crise que a cultura desempenha um papel decisivo. Faz todo o sentido. É urgente trazer as artes para a "rua", actualmente ao dispôr de grupos e elites sem nenhuma consequência para a formação de uma identidade local e nacional - antes pelo contrário. Visto assim, a cultura é um factor indispensável de desenvolvimento social e económico do concelho e do país.

Cultura é uma manifestação de "Pompa" em que participam as grandes massas populares. Começaram por se manifestar em cortejos, romarias, festas, fuga aos templos e espaços restritos e fechados, libertação de toda a casta de "sacerdotes" em que participavam associações de homens, de jovens, de mulheres e de crianças. Manifestações culturais em que a História, a vida, são representados com máscaras, cânticos, danças e teatro: Teatro, Música, Dança, fazendo a apologia da paz, da fortuna, da saúde, a crítica, o sarcasmo, a ridicularização do poder e dos poderosos quando sonegam ao povo o seu direito a intervir e decidir. Ousar criticar, ser livre, para melhor participar na vida colectiva. Formar agentes da cultura e das artes. Penso que é disto que Portugal precisa urgentemente.

E Tomar, uma mania minha, reúne todos os factores para apostar ser um grande Centro de Cultura do país. Obviamente que os poderes oficiais devem apoiar e financiar.

Anónimo disse...

Segundo "O Mirante" vai haver um Plano Estratégico para o desenvovlimento urbano e industrial...em Coruche, que tire proveito da proximidade do novo aeroporto.
O que diz a isto Miguel Relvas, presidente da AM de Tomar, e sócio de uma empresa de consultadoria que terá sede em Coruche?

Anónimo disse...

Para o interventor das 14.34 : leia a teoria da pirâmide das Necessidades de Maslow, verá que Portugal e Tomar ainda vão na satisfação das necessidades básicas.
O exigir o impossível dos anos 60 do século XX não deu resultado, apenas cultivou a inocência num mundo em guerra constante.

Anónimo disse...

Em prol da cultura e da conjuntura há que visitar:


http://www.psdtomar.com/


tangerina

Anónimo disse...

Estes tipos do PSd são impagáveis: Durante anos nada disseram à comunidade virtual. Durante anos governaram Tomar sem Programa. Durante anos delapidaram o futuro do nosso Concelho e agora vêm com um site, pago, para nos tentarem enganar.

Não há pachorra. Faz-çhes um MANGUITO, e vota nos outros.

Anónimo disse...

Olha a invejazinha a falar! Ou antes, a dor de chavelho!

Estes tipos do PS, mais seus apêndices próximos e afastados são do baril!
Há anos que falam, falam, falam.. mas, não dizem nem fazem nada!

Pobreza confrangedora de ideias, que mais de obra!

“Programas” minorcas viciadas do mesmo mal de sempre: luz-lhes apenas a ânsia e sofreguidão pelo querer mandar!...

Naturalmente, a comunidade para quem falam é só “virtual”…

Que o Alto vos alimente!

Ah, e visitem o site! Vale a pena! http://www.psdtomar.com/



tangerina

Anónimo disse...

Vale a pena!?!?
Mas há lá alguma coisa para ver?

Anónimo disse...

Que iniciativas culturais existem em Tomar para comemorar o 14 de Agosto?

CAPELA DE S. LOURENÇO NA ROTA DE ALJUBARROTA

A capela de S. Lourenço aberta 14 e 15 de Agosto para comemorar a junção dos exércitos de NAPereira com o de D. João I.

Que hajam bandas a tocar, o povo a dançar, actores a representar - uma festa popular!

CANTO IV - "LUSÍADAS"

"Ó tu Sertório, ó nobre Coriolano,

Catilina, e vós outros dos antigos

Que contra vossa pátria, com profano

Coração, vos fizestes inimigos:

Se lá no reino escuro de Sumano

Receberdes gravíssimos castigos

Dizei-lhe que também dos portugueses

Alguns traidores houve algumas vezes."

Tomar tem mais isto para se assumir como Cidade de Cultura. Temos vergonha de quê?

Anónimo disse...

Site do PSD Tomar bulé de bom.
Mim achale ele melhor do Mundo.
Mim ficale supleso com qualidade.

Mim achale que devem tele complado ele na lioja do chinès. Mima apoia comércio do chinÊs.