terça-feira, 15 de dezembro de 2015

MAIS UM TRAMBOLHO...

De há muito se sabe que a comunicação social local não vale grande coisa. Os seus responsáveis lamentam-se que as receitas não dão para mais. Os leitores, por sua vez, dizem que não compram por evidente falta de interesse = qualidade. Tipo círculo vicioso: não há qualidade por falta de leitores; não há leitores por falta de qualidade. Parece anedótico mas é a trágica realidade nabantina.
Apesar de tão lúgubre estado de coisas, aqui há tempos um grupo de esforçados obreiros locais anunciou tencionar ressuscitar esse monumento à comunicação social que foi o falecido O Nabão. Seguiu-se o silêncio que ainda perdura, não se sabe se aguardando o amadurecimento da ideia ou, o que é mais provável, porque entretanto lhes passou a bebedeira inicial do entusiasmo neófito.
Em qualquer caso, um desses esforçados próceres dessa peregrina ideia é o director do mais recente trambolho do jornalismo local. Uma coisa mal enjorcada que dá pelo nome de A tal. Nada me anima contra o cavalheiro e ilustre conterrâneo. Contudo, por imperativo de consciência, devo aqui dizer que a citada publicação, na minha opinião, apenas serve para conspurcar ainda mais o já bem decrépito panorama da informação local.
Basta atentar na capa do seu último número:


Aí vemos o ex-presidente da câmara e actual vereador Pedro Marques com todo o aspecto de alcoólico em fase terminal. O que coloca desde logo dois tipos de problema. Por um lado, se a dita foto retratasse a realidade, não devia nunca ser publicada, em nome da decência e da dignidade do retratado. Por outro lado, uma vez que Pedro Marques não é um bêbedo já bem corroído pelo álcool, era imperativo arranjar outra foto mais de acordo com a realidade.
Apesar de tudo isso, ninguém parece ter-se incomodado. Nem o ilustre director da publicação, todavia amigo do retratado, nem o fotógrafo, nem o paginador, nem os impressores. NEM O PRÓPRIO PEDRO MARQUES!
Verdade seja que o conteúdo da entrevista em questão, uma pequena série de lugares comuns e outras banalidades, também não abona muito em prol do conhecido político local. Que pouca gente entende com que objectivos realistas continua a arrastar-se pela política local. Simples miopia? Ou as coisas não parecem aquilo que são na realidade? 

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