Durante muito tempo houve em Tomar o hábito do trabalho bem feito. Fosse ele qual fosse. Desde há uns bons anos, porém, entrou-se de forma mais ou menos brusca na era do "meia bola e força", com evidentes prejuízos para todos. Para os autores, porque ficam mal vistos, de tal forma que por vezes nem conseguem singrar na profissão escolhida. Para os clientes, que ficam mal servidos e são forçados a demandar outras paragens, onde possam encontrar a qualidade a que têm direito, pelo simples facto de pagarem o que lhes é pedido.
A placa toponímica supra é um exemplo de obra atamancada, que não prestigia ninguém, antes pelo contrário. Ignora-se quem tenha sido o autor, mas sabe-se que foi graças ao vereador Pedro Marques que a Conzel resolveu substituir a placa primitva, desaparecida aquando da demolição do anterior imóvel. Sabe-se igualmente que o neto do homenageado, António Madureira, actual director de Cidade de Tomar, agradeceu o gesto amável do citado vereador, na mais recente Nota do director. Julga-se, contudo, que não terá tido ainda ocasião de ler com atenção a placa, que envergonha quem a fez, quem a mandou colocar e quem a lê. Porque não cabe na cabeça de ninguém, minimamente polido, escrever "MÉDICO DIS TINTO", o que leva imediatamente a pensar que também pode dizer branco, permitindo assim embarcar em considerações que nada têm a ver com o ilustre clínico e tomarense de vulto no seu tempo.
Impõe-se, no nosso humilde e tosco entendimento, mandar retirar a placa imediatamente, para evitar risotas marotas, substituindo-a por outra com mais qualidade logo que possível. Ou será pedir demasiado?
O prédio da fotografia é um verdadeiro mistério. Ocupado durante muito tempo pela Festa dos Tabuleiros, acabou vendido por 230 mil euros, quando muitos pensavam que era propriedade municipal, integrado no lote moagens+lagares, oportunamente doado ao município pelo Banco Espírito Santo. Afinal não era e o executivo autárquico nem sequer achou conveniente exercer o seu direito de opção, por razões nunca explicadas até agora.
Seguiu-se a situação actual, com tapumes e obras à vista de todos, mas ao que consta sem licença. Quando muito com uma autorização para obras de simples conservação, o que manifestamente não é o caso. Basta atentar na cobertura e nas numerosas águas-furtadas, ou trapeiras.
Não se trata de tentar encravar quem quer que seja, no caso um conhecido militante PSD, segundo nos foi dito. Pelo contrário. É nosso entendimento que a todos os investidores devem ser dadas todas as facilidades, naturalmente no respeito integral pelas leis vigentes. O que não parece ser o caso. Para uns, deixa-se fazer o pretendido, fechando-se os olhos e prometendo-se-lhes a posterior legalização. Para outros, recorre-se a todos os meios disponíveis para ir empecilhando. Não está bem, não é decente nem respeita o princípio da igualdade de todos os cidadãos perante a lei. E vai acentuado cada vez mais o já evidente descrédito de todos os membros do actual executivo. Situação penosa, pois trata-se de cidadãos respeitáveis, considerados nas suas profissões respectivas, e estimados enquanto tal. Infelizmente, na área da política local, é o que todos vamos vendo, com muita tristeza, quando não mesmo envergonhados, na maior parte dos casos. Porque nunca é nada agradável ser alvo da chacota de amigos residentes em concelhos limítrofes...
Post scriptum:
Para obstar a qualquer eventual tentativa saloia, tendente a fazer crer que as obras em curso se encontram licenciadas, esclarece-se que o processo em questão corre os seus trâmites no competente departamento da autarquiam, sob o número 211/2010, em nome de Chavidomus. Para quando o ansiado licenciamento?