sábado, 4 de dezembro de 2010

DOIS CASOS PARA PENSAR


Durante muito tempo houve em Tomar o hábito do trabalho bem feito. Fosse ele qual fosse. Desde há uns bons anos, porém, entrou-se de forma mais ou menos brusca na era do "meia bola e força", com evidentes prejuízos para todos. Para os autores, porque ficam mal vistos, de tal forma que por vezes nem conseguem singrar na profissão escolhida. Para os clientes, que ficam mal servidos e são forçados a demandar outras paragens, onde possam encontrar a qualidade a que têm direito, pelo simples facto de pagarem o que lhes é pedido.
A placa toponímica supra é um exemplo de obra atamancada, que não prestigia ninguém, antes pelo contrário. Ignora-se quem tenha sido o autor, mas sabe-se que foi graças ao vereador Pedro Marques que a Conzel resolveu substituir a placa primitva, desaparecida aquando da demolição do anterior imóvel. Sabe-se igualmente que o neto do homenageado, António Madureira, actual director de Cidade de Tomar, agradeceu o gesto amável do citado vereador, na mais recente Nota do director. Julga-se, contudo, que não terá tido ainda ocasião de ler com atenção a placa, que envergonha quem a fez, quem a mandou colocar e quem a lê. Porque não cabe na cabeça de ninguém, minimamente polido, escrever "MÉDICO DIS  TINTO", o que leva imediatamente a pensar que também pode dizer branco, permitindo assim embarcar em considerações que nada têm a ver com  o ilustre clínico e tomarense de vulto no seu tempo.
Impõe-se, no nosso humilde e tosco entendimento, mandar retirar a placa imediatamente, para evitar risotas marotas, substituindo-a por outra com mais qualidade logo que possível. Ou será pedir demasiado? 

O prédio da fotografia é um verdadeiro mistério. Ocupado durante muito tempo pela Festa dos Tabuleiros, acabou vendido por 230 mil euros, quando muitos pensavam que era propriedade municipal, integrado no lote moagens+lagares, oportunamente doado ao município pelo Banco Espírito Santo. Afinal não era e o executivo autárquico nem sequer achou conveniente exercer o seu direito de opção, por razões nunca explicadas até agora.
Seguiu-se a situação actual, com tapumes e obras à vista de todos, mas ao que consta sem licença. Quando muito com uma autorização para obras de simples conservação, o que manifestamente não é o caso. Basta atentar na cobertura e nas numerosas águas-furtadas, ou trapeiras.
Não se trata de tentar encravar quem quer que seja, no caso um conhecido militante PSD, segundo nos foi dito. Pelo contrário. É nosso entendimento que a todos os investidores devem ser dadas todas as facilidades, naturalmente no respeito integral pelas leis vigentes. O que não parece ser o caso. Para uns, deixa-se fazer o pretendido, fechando-se os olhos e prometendo-se-lhes a posterior legalização. Para outros, recorre-se a todos  os meios disponíveis para ir empecilhando. Não está bem, não é decente nem respeita o princípio da igualdade de todos os cidadãos perante a lei. E vai acentuado cada vez mais o já evidente descrédito de todos os membros do actual executivo. Situação penosa, pois trata-se de cidadãos respeitáveis, considerados nas suas profissões respectivas, e estimados enquanto tal. Infelizmente, na área da política local, é o que todos vamos vendo, com muita tristeza, quando não mesmo envergonhados, na maior parte dos casos. Porque nunca é nada agradável ser alvo da chacota de amigos residentes em concelhos limítrofes...

Post scriptum:

Para obstar a qualquer eventual tentativa saloia, tendente a fazer crer que as obras em curso se encontram licenciadas, esclarece-se que o processo em questão corre os seus trâmites no competente departamento da autarquiam, sob o número 211/2010, em nome de Chavidomus. Para quando o ansiado licenciamento?

8 comentários:

Anónimo disse...

O Sr. Dr. Madureira agradeceu a Pedro Marques, José Pedro Vasconcelos e João Simões, do Grupo Independentes por Tomar, ao qual o Sr. Dr. Rebelo (bem como o seu amigalhaço ferreira das farturas e o seu protegido Prof. Hugo CRistóvão) tem uma grande alergia, até lhes chamam furúnculos.

Compreende-se ..........

Anónimo disse...

Como é possível a câmara municipal não exercer o direito de preferência? Se fosse algum investidor do PS ou da laia do Pedro Marques seria diferente?
Quanto à licença a verdade é que tendo ou não licença esta não está afixada conforme exige a lei. Nem o próprio pedido de licenciamento está visível. Aproveito para dar os parabéns ao autor deste blog por denunciar estas situações. Quem serão as suas fontes?

Unknown disse...

As fontes de Tomar a dianteira são afinal uma só: O Oráculo do Tanque da Cadeira d'El-Rey, na antiga Cerca Conventual. Uma pessoa senta-se lá, vai cogitando e tentando organizar as ideias e, de quando em vez, ouve-se uma ou outra voz, geralmente falando a língua de Camões, ou quase. Ouve-se o que é dito, medita-se na questão e aproveita-se umas vezes tudo, outras só o sumo. Mas nada se perde, tudo se transforma, como acontece na natureza...

raul silva disse...

PODIA-SE APROVEITAR A PLACA E ATRBUIR UMA RUA AO DR. MADUREIRA E FICAVA JÁ BEM A PALAVRA DIS TINTO MORDOMO DA FESTA DOS TABULEIROS DE 2003. COMO NA NATUREZA TUDO SE APORVEITA E NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA. O DIS TINTO APLICA-SE A ELE AO TONINHO COMO UMA LUVA

Anónimo disse...

A Câmara não exerceu o direito de preferência porque não quiz!

A Assembleia Municipal aprovou por larga maioria uma proposta dos independentes recomendando ao Executivo equacionasse o exercício desse direito e aquisição d edifício para aí instalar a Festa dos Tabuleiros e serviços camarários.

O Dr. Curvelo mandou o DOM (do Eng. Guerreiro) fazer uma estimativa das obras necessárias e, claro, saiu um valor da ordem dos 600.000 euros e não foi exercida a preferência.

Guardado estava o edifício para quem o ia comprar!

Quem foi amigo, quem foi?!!!!!!!!

Quanto à referência ao Pedro Marques do anónimo das 23H54 (um ferreirista ou o próprio ferreira das farturas) é inapropriada e não é verdadeira, porque o grupo independentes era a favor do exercício do direito de preferência da Câmara, ao invés do PS!

Anónimo disse...

Graçolas há sempre, a propósito de tudo e de nada.
Encare-se a caligrafia do escrito na pedra como estilo "naif". Eventualmente devolva-se a dita ao escriba (com um ralhete pelo serviço descuidado) com ordens para esticar a barra que encima o T e para aumentar a curva inferior do S.
Sempre se reduz a despesa de nova pedra e não se agrava o entulho numa qualquer lixeira.
Concentremo-nos na exigência de rigor na governança, na competência e no uso de
dinheiros públicos (fontes, museus, polis do nosso desencanto, etc). Denunciem-se os oportunistas que enxameiam Tomar e levaram a cidade à decadência actual.
Pedro Miguel

Anónimo disse...

O edifício em causa está mais bem entregue a um privado que smerpe faz alguma coisa de útil e já promovou como um dos maiores a desenvolver a sua freguesia e a Câmara já tem edifícios de mais a cair

simon disse...

Boa noite. Dantes havia um Gabinete Técnico. Julgo que já não existe o que é pena. E se existe é pena o que se está a assistir para já ao nível da cobertura e trapeiras. Quando falamos na reabilitação urbana parece julgar-se que é rebentar com tudo excepto as fachadas e realmente o oposto disso. Se conjugarmos a calçada ou passeio de zonas do centro histórico como é o caso da Rua dos Moinhos (no cruzamento com a Corredoura) passamos a ter um centro vagamente histórico e parecido com Arcos de Valdevez ou Santarém. Para isso o turista nem necessita de ir a Tomar ficando logo na capital distrital. Também os moradores ficarão a viver num local incaracterístico e para isso mais vale deslocarem-se para a zona nova pois sempre há local para aparcar o automóvel. Em 1992 este género de modernices chegou a Bragança e o resultado foi desde logo sentido e anos depois começou a tentar ser corrigido. Não vale a pena ser por caminhos já trilhados. O centro histórico também é esta desgraçada rotunda. E vale a pena seguir com redobrada atenção a intervenção zona da moagem. Aqui a minha posição é diferente pois acho que uma zona museológica faz falta há pelo menos 20 anos. Claro que agora estamos em plena crise, o que vos dá razão. Muito obrigado. Ernesto Jana