domingo, 19 de dezembro de 2010

DEVE DE SER DA IDADE...

A bem dizer, acho que nunca fui assim muito rápido a compreender as coisas. Normal apenas. Como convém. Ultimamente porém, sobretudo aqui Tomar, tenho cada vez mais dificuldade em compreender certas situações. Defeito meu, sem qualquer dúvida. Que os leitores farão o favor de desculpar. Deve de ser da idade, penso eu. E daí...
Um dos mais recentes motivos da minha falta de compreensão é esta iluminação do "novo mercado", à falta de melhor designação. O que será que terá levado o responsável pelo pelouro respectivo a mandar decorar e iluminar semelhante chafarica? Significa que a autarquia está muito satisfeita com a solução, encontrada ao fim de quatro longos meses? Ou trata-se de comemorar a sua tardia inauguração, embora com algum atraso?
Outro caso de manifesta incompreensão da minha parte. Então durante anos e anos nunca houve dinheiro nem vontade para mandar fazer as obras indispensáveis, e agora até já há para uma despropositada decoração luminosa? É uma maneira  que os senhores autarcas encontraram para gozar com os cidadãos eleitores e pagantes? Ou trata-se apenas de dar a entender que o mercado tradicional já está morto, pelo que o melhor é colocá-lo em câmara ardente e a seguir enterrá-lo? Se é esta última hipótese  a boa, aconselharia o senhor vereador do pelouro a ter mais cautela. Câmara ardente por câmara ardente, parece-me, com o devido respeito e imensa consideração, que ainda falta determinar qual vai arder primeiro. O mercado antigo? Ou a propriamente dita?
Em qualquer caso, a regra é sempre a mesma: os autarcas passam, os mercados ficam.
Terceiro caso de incompreensão manifesta: enquanto os dois mercados, que nada têm para mostrar, estão bem iluminados, o Castelo dos Templários, origem da nossa terra, está como a foto documenta. Assim-assim. A demonstrar uma vez mais que manutenção é coisa que continua a ser praticamente desconhecida nesta terra. Ou será só falta de compreensão da minha parte?

Outro sector onde também não consigo perceber grande coisa é na área da cultura, na do desporto e na dos transportes. Segundo acabo de saber, a autarquia tomarense, além de facultar ao Sporting Clube de Tomar o pavilhão Jácome Ratton e o local da sede do clube, na cave, ainda lhe dá um subsídio anual, bem como um patrocínio para ostentarem nas camisolas um slogan local.. Até aqui já sabia. Mas ignorava que a autarquia também empresta o autocarro mais moderno, para transportar os adeptos sportinguistas tomarenses, quando o clube vai jogar fora. Disseram-me que aquela agremiação desportiva costuma pagar à câmara, mas não será verdade, pois a autarquia não é, nem pode ser, transportista ou, mais pomposamente, industrial de camionagem de passageiros. Deve de haver equívoco. Se calhar a direcção do referido clube só paga o combustível e as horas extra do motorista. É o costume. Ou não estarei a compreender?
Agora quem paga de certeza o transporte são os adeptos. E duas vezes. Uma nos impostos, outra ao clube, quando utilizam o autocarro para ir assistir aos jogos fora.. O qual clube, quiçá sem disso se dar conta, lá vai fazendo concorrência desleal à Rodoviária do Tejo e congéneres, que são forçados a liquidar as suas contribuições. É isto que eu não comprendo. Deve de ser da idade...

Post-scriptum

É óbvio que não tenho de ser contra nem a favor. Apenas digo que não compreendo. Defeito meu, sem qualquer dúvida. Ainda assim, procurando manifestar boa vontade para com o desporto, que neste país é uma demasiado importante forma de cultura popular, ouso formular uma singela pergunta: Sendo as coisas como são, não seria melhor rebaptizar o clube? Em vez de SCT - Sporting Clube de Tomar, passaria a ser SCT- Sócios da Câmara de Tomar. Sempre era mais próximo da realidade, promovia a autarquia, e tinha outro sainete!

13 comentários:

Anónimo disse...

A crise vai acabar em Tomar. Segundo notícia publicada na página "Local" na SAPO, o campo de golf sempre vai avançar em Tomar, ali para os lados dos Pegões. Não adianta a notícia quais as características desse campo de golf, isto é, quantos buracos irá ter, mas segundo fontes geralmente bem informadas, a Câmara Municipal de Tomar já adiantou que os buracos, quantos forem, são oferta sua...

Anónimo disse...

Está enganado Rebelo. Aquilo que o Sp. Tomar paga, assim como todas as outras associações do concelho que utilizam os autocarros da Câmara, são as horas dos motoristas, que só por curiosidade, não passam recibo e deixam as colectividades com um problema fiscal para resolver, enquanto eles arrecadam algum "por fora"...
Mas esta prática do S C Tomar também já foi usada pelo União de Tomar a Câmara consente. Acontece também, como imagino que saberá, algo semelhante, por exemplo com a Gualdim Pais que solicita a cedência gratuita do Cine-Teatro e depois cobra às pessoas pela entrada para as actividades que aí desenvolve.
Estamos assim... a Câmara fica com as despesas, as "associações espertas" - porque não são todas - comem tudo e depois ainda são as que mais se queixam que a Câmara Não ajuda... ah pois não...

Anónimo disse...

Campo de Golfe ali para os lados da antiga lixeira... provavelmente para os desempregados ocuparem o seu tempo de lazer.

Se não há dinheiro para a sopa haverá dinheiro para vícios caros?...

Anónimo disse...

Continuo à espera que as empresas rodoviárias façam queixa (nomeadamente a Bruxelas) pela concorrência desleal que lhes é movida por várias autarquias portuguesas.
O que estranho é que até hoje ninguém mova uma palha o que me leva a concluir que (continuamentos) a viver no jogo do compadrio e do medo.

P.M.

Anónimo disse...

O poder autárquico em Tomar é de uma fragilidade confrangedora e, como todos sabem, isso resulta da falta de estatuto e de muita mediocridade dos nossos autarcas.
Os dirigentes associativos, alguns, claro, aqueles a quem o tempo nessas lides lhes deu traquejo e por conhecerem bem demais os rabos-de-palha dos autarcas, aproveitam e sugam-nos até não poderem mais.
Quanto ao campo de golfe, ainda vamos andar com as notícias do anda-não-anda para entreter o pagode, na falta de notícias que nos tragam a Esperança de um Futuro melhor. O poder local conta com a cumplicidade da imprensa local para ir iludindo o Povo que, como se sabe, fica inchado com as notícias do campo de golfe como se isso algum dia lhe resolvesse as dificuldades. Pobre Tomar.
O rio leva muita água nesta época do ano e seria um verdadeiro milagre se com ela levasse os autarcas para bem longe.
Que Deus tenha pena de nós.

Anónimo disse...

"
Tomar é apenas mais um concelho português. Um concelho governado por portugueses para portugueses. Um concelho português que, tal como todos os outros, vive acima das suas possibilidades, mas sem rumo definido, sem perspectivas de desenvolvimento, sem futuro à vista.
Tomar é apenas mais um concelho português governado por políticos simpáticos e bem-parecidos. Por vezes de retórica fácil, mas quase sempre de ideiais ocas. Políticos que funcionam quase sempre como lapas, pois quando agarram o poder tendem a não o largar.
Tomar é por isso um bom/mau exemplo de como se faz política em Portugal. Como se desgoverna um povo. Como se afunda uma nação.
Tomar é apenas um concelho no centro do país. Um concelho de homens pequenos que passam a vida a olhar para o umbigo, como se este fosse do tamanho do mundo que sonham para eles. E por isso jamais seremos maiores. Jamis seremos melhores. Jamais viveremos em paz. Seremos sempre uns eternos sobreviventes, pulando de crise em crise.

Miguel Nunes
"

Pois é, quem fala assim não é gago, mas provavelmente terá as costas quentes...

Anónimo disse...

Só para clarificar, o problema fiscal a que me refiro no comentário das 11:01 é que as colectividades ficam com uma saída de dinheiro para qual não há justificativo.
Como é óbvio, no espírito do "nacional desenrascanso" arranjam-se uns talões de combustível e faz de conta que o que se pagou aos motoristas da Câmara foi gasto em combustível e assim se chega às associações onde nem que as viaturas que existem gastassem 100 litros aos 100 quilómetros se chegava aos valores contabilizados em combustível... Enfim

Anónimo disse...

Em Tomar, o autocarro da Câmara serve as associações. Mas há por esse país fora Câmaras que cedem os seus autocarros para membros de sindicatos se deslocarem, com a sua comitiva manifestante, a Lisboa. Basta passar na avenida 24 de Julho, em Lisboa e vê-los lá estacionados em dia de manifestação.

Anónimo disse...

Explique lá nelhor essa da concorrência desleal PM!

Anónimo disse...

O que é que vossas excelências têm a ver com o campo de golfe ?

Que eu saiba é um investimento privado, logo não têm nada que meter o bedelho. Triste fado desta terra, que é só invejosos fracassados...

Anónimo disse...

Só um português é que pensa que por ser um investimento privado é que a comunidade não tem que meter o bedelho.
Confunde-se liberdade com liberalidade.
Se a acção privada prejudicar a comunidade, de forma tangível ou intangível, aquela tem todo o direito de intervir.
Na Noruega, o país com a melhor qualidade de vida do mundo, rico em petróleo e não só, capitalista, as atitudes privadas, como os investimentos privados são bem analisados, e ninguém diz que é inveja, dizem que é dever para salvaguarda da comunidade. Atitudes desconhecidas desse bando sem sentido que são os portugueses.

Gregório Simões disse...

Concordo em absoluto com o referido "Em Tomar, o autocarro da Câmara serve as associações. Mas há por esse país fora Câmaras que cedem os seus autocarros para membros de sindicatos se deslocarem, com a sua comitiva manifestante, a Lisboa. Basta passar na avenida 24 de Julho, em Lisboa e vê-los lá estacionados em dia de manifestação"

Aliás o Grupo Desportivo da Câmara promove passseios e a ex-funcionária da Câmara usa-o e cobra o passeio aos que se inscrevem como se de um autocarro das empresas privadas se tratasse. Um ex-autarca tomarense que presta agora serviço paras bandas de Ferreira do Zêzere já fez o mesmo. Os autocarros tem que andar de uma forma ou outra para divulgar o ne de Tomar e não há mal nenhum nisso. Andadndo ou parado deprecisa-se na mesma e foi feito para andar
E eu já viajei nele. O novo é uma máquina

Anónimo disse...

Os javardos da CE bem têm tentado "puxar" a Noruega para a Comunidade Europeia. Percebe-se claramente as intenções. Sacar dum país que é um modelo de economia sustentada para alimentar vadiagem que não fez na vida mais nada senão percorrer os corredores da política. Mas os noruegueses já deram sinal inequívoco de que não querem misturar-se com a escumalha europeia. Só teriam a perder com isso, uma vez que o seu nível de vida está muitos furos acima do melhor país europeu da CE, e a sua qualidade de vida é inegualável, assente numa equitativa distribuição da riqueza, cuidados médicos excelentes, apoio à velhice como não se vê em mais nenhum país.
Se aderissem à CE rapidamente integrariam a clube do Euro, o espaço Schengen, e depressa sofreriam na pele todos os melafícios daí advindos.
A Noruega não precisa na Europa política para nada. É um dos maiores produtores mundiais de petróleo. Tem a terceira maior frota de pesca do mundo. Tem riqueza mineral para os próximos 200 anos. Tem turismo de qualidade, avaliado em centenas de milhões de dólares entrados todos os anos. Tem uma política ambiental corajosa. Apesar de produzir petróleo em larga escala tem os combustíveis mais caros da Escandinávia e portagens nas entradas das maiores cidades por forma a incentivar o uso dos transportes públicos. Não dão passo maior que a perna, isto é, vivem de acordo com os seus meios económicos, contrariamente ao que se vê na selva em que se transformou a CE.
Só no sector alimentar são dependentes do exterior por motivos mais que óbvios, mas compensam largamente com as exportações os custos daí resultantes. São auto-suficientes em termos energéticos. Exportam mão-de-obra qualificada, sobretudo em engenharia de máquinas, ambiente, nanotecnologias, etc.

..e têm uma taxa de desemprego de 0,4%!!!