DA IMPRENSA DE HOJE...

A imprensa  -sobretudo a regional- tem por vezes destas coisas. O semanário O RIBATEJO, que se publica em Santarém, é geralmente pacato e poucas vezes incluí ocorrências tomarenses. O que é bom sinal, pois lá diz o povo que "quando não há notícias, é uma boa notícia". Desta vez, porém, o periódico escalabitano esmerou-se em simpatia. Deu-nos honra de manchete. O pior é que, com a euforia mal contida -não é todos os dias que ocorre um tornado por estes lados- exagerou no título e no enquadramento.

No título, porque quem o ler longe de Tomar fica com ideia  de que a cidade ficou devastada, o que todos sabemos não ser verdade. Há infelizmente prejuízos de vulto e estragos importantes, mas daí a que o tornado tenha devastado Tomar, vai uma grande distância. E tal estilo sensacionalista tem sérios inconvenientes. Os nossos amigos de longe telefonam a saber se estamos bem, se precisamos de alguma ajuda, ou se houve muitos mortos e feridos...

No enquadramento enfim, porque relacionando uma coisa com a outra, que é como quem diz o "devastou Tomar" com a tarja negra a enquadrar, fica-se com a ideia de ter havido dezenas de mortos, o que graças a Deus não foi o caso. Apesar de, como reproduziu o enviado do PÚBLICO,  "o diabo ter andado por aí a dançar".

Como uma desgraça nunca vem só, a ortografia da notícia, na página 21 do mesmo semanário, também não ajuda nada. Está-se mesmo a ver que o ministro Rui Pereira não disse uma coisa daquelas. Mal de nós se assim fosse. Terá dito que "O segundo plano dos danos sofridos tem a ver com" = dirige-se a = está relacionado com. O jornalista é que não domina bem a ferramente linguística, e vai daí, foi vítima de uma lamentável confusão de homofonia: a ver = haver. Acontece aos melhores, mas fica sempre mal na fotografia.

Copiado do diário i, com os nossos agradecimentos.

Por falar em fotografia, as tropas ocidentais no Afeganistão,que foram visitadas pelo primeiro-ministro inglês Cameron (ver texto), podem retirar-se sem perocupações de maior. E a população afegã pode dormir descansada. Com polícias como os retratados -sobretudo o do meio- nunca mais voltará a haver guerra civil. Os talibãs, assim que os virem, até batem com os pés no cu a fugir, perante aqueles ares tão marciais e aqueles físicos de meter respeito a qualquer um.