terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Papa e os políticos nabantinos

A inesperada renúncia de BentoXVI constitui para todos os cidadãos conscientes um extraordinário acto de realismo e de humildade. Vértice do mundo católico, líder de centenas de milhões de fiéis em todo o mundo, o Sumo Pontífice teve a coragem de assumir que a sua natureza humana lhe não permite ir mais além, no exercício do ministério que lhe foi confiado pelos seus pares cardeais. ´
É uma pena que os políticos nabantinos -tanto os já instalados como outros- não tenham a coragem necessária para seguir o exemplo do Papa, deixando de prejudicar os tomarenses ao ocuparem funções para as quais estão sempre a demonstrar não terem quaisquer condições. Ou candidatando-se amparados apenas na basófia. Tomemos como exemplo o actual presidente da câmara. Qual a sua obra nos quatro mandatos que já leva? Que projectos tem? Candidata-se porquê? Para quê? Acha possível mais quatro anos a encanar a perna à rã? Tem consciência sequer do mísero estado em que se encontra a cidade e o concelho? Considera que a situação vai melhorar com mais umas passeatas/comezaina/tintol/bailarico, à custa dos contribuintes?
Alguns militantes da autoproclamada esquerda de confiança vão aproveitar para perguntar "Então e a nível nacional?" Pois lamento ter de repetir-me: o governo está a fazer aquilo a que os representantes dos credores o obrigam. É muito desagradável para todos? É sim senhor. E daí? Já alguém, ou alguma instituição, apresentou uma alternativa simultaneamente eficaz, aceite pela troika e menos dolorosa? O alongamento dos prazos? Não me façam rir. Mesmo que os representantes dos credores aceitassem, o que não parece nada provável no estado actual das coisas, com um défice anual correspondente a 5% do PIB e a dívida pública já a 123% do dito, um prolongamento de mais dez anos obrigaria os portugueses a desembolsar mais quantos por cento ao mês? Porque os défices têm de ser financiados de alguma maneira e, que se saiba, ainda não há dinheiro gratuito nos mercados.
Não seria melhor a esquerda deixar-se de balelas, adoptando finalmente o realismo e abandonando de vez as acusações infundadas ao governo e as propostas demagógicas? Dado que os eleitores em geral já dispõem de muito mais informação e preparação, prometer mundos e maravilhas sem especificar com que recursos e quando, só pode contribuir para desacreditar ainda mais a política. Tanto a nível nacional como local. Basta olhar para a Europa com alguma atenção para perceber...

Sem comentários: