Com respeito, consideração e amizade por todos, que certamente procuram fazer o melhor possível por esta terra, pensamos que apenas há, no actual executivo autárquico, quatro cabeças políticas, de diferentes gabaritos. Não será certamente consensual; todavia, as coisas são o que são; não o que gostaríamos que fossem.
Começando pelas senhoras, como mandam as boas maneiras, Rosário Simões, um peso-pesado eminentemente cerebral mas com uma imagem social difícil, parece farta até à raíz dos cabelos, tudo indicando que apenas aguarda o final deste mandato, seja lá quando for, para se dedicar a outras tarefas cívicas. E não levará saudades, salvo talvez em relação aos mandatos anteriores em que o presidente era outro e a governação diferente...
Graça Costa já deve andar a fazer contas à vida, pois inteligente como é, depressa terá concluído que com a liderança excessivamente directiva de Pedro Marques, a sua actuação está votada à irrevelância, tanto mais que o PSD nunca partilhou nem partilha as decisões. Ou se concorda integralmente com eles, ou nada feito. Futuro político muito problemático.
Carlos Carrão lá vai fazendo o seu caminho, aproveitando com muita habilidade as suas capacidades e as suas competências autárquicas, em estreita e calculada combinação. O seu universo são as freguesias e a terceira idade. Falta saber se será suficiente para atingir a sua meta natural -a presidência da edilidade, para a qual, salvo melhor e mais fundamentada opinião, não nos parece ter arcboiço, o mais tardar no próximo mandato.
Luís Ferreira, finalmente. Goste-se ou não, é extremamente activo, tem ideias e grande capacidade de liderança, conquanto presuma em excesso, e careça de bases teóricas sólidas. Percebeu que as coisas autárquicas vão de mal a pior, e que está a ser implacavelmente marcado por Corvêlo de Sousa, pelo que a infeliz coligação tem os dias contados, o que o levou a abrir as hostilidades, tentando esticar a corda para segurar os lugares. A peça que acima reproduzimos, (copiada do blogue vamosporaqui.blogspot.com), é uma verdadeira declaração de guerra. Não ao grupo Relvas/Paiva/Corvêlo, com quem se comprometeu por escrito, mas à nova direcção laranja local, onde pontifica, entre outros, o filho de Jaime Lopes, certamente não por mero acaso.
Sem poder voltar a candidatar-se, o actual presidente da Junta de Freguesia dos Casais, berço do vereador Carlos Carrão, acalenta um sonho lindo: continuar a mandar na junta por intermédio do filho e ascender a vereador, numa lista ganhadora. Encabeçada por José Delgado, ou por Carlos Carrão, uma vez que a imagem de António Paiva tem empalidecido muito nos últimos tempos.
Sabedor disto e consciente também de que os sucessores de Relvas na liderança local andam a fazer planos, nos quais o PS não entra, nem como simples remendo, Luís Ferreira resolveu sacar da artilharia. Afinal, terá pensado, isto deve ser como no futebol, onde a melhor defesa é sempre um bom ataque. Para a actual maioria relativa do PSD, nitidamente sem treinador desde que Relvas se assumiu com nº 2 do PSD e Ministro de Estado no próximo governo laranja, tudo indica neste momento que começou a via dolorosa, rumo ao monte onde as cruzes já há muito foram erguidas pelo eleitorado tomarense. O tempo político nunca perdoa!
14 comentários:
António Rebelo, com muito respeito pela sua iniciativa de ir escrevendo o que pensa, a verdade é que mostra muitas vezes não perceber as lógicas partidárias e mais concretamente da política local.
A ideia que faz dos actores políticos locais está muitas vezes distanciada da realidade, e não passa da primeira imagem que eles transmitem.
Como a que faz de C.Carrão ou L.Ferreira por exemplo. O primeiro tem muito mais poder dentro do partido que aquele que lhe atribui, ainda que não chegue para em circunstâncias normais alguma vez ser candidato pelo partido, o segundo tem muito menos do que o que julga.
Quanto à sua permanente vontade de decretar a morte da coligação, perceba que só há duas pessoas que a conseguem decretar, o presidente do PSD e o do PS, o que não quer contudo dizer que mesmo esse decreto determine um fim efectivo da coligação, pois nada garante que isso fosse respeitado pelos vereadores, em especial no caso do caso do PSD, onde é notório a pouca influência de J.Delgado junto dos autarcas quer da CM como da AM, em especial depois da reascenção de Relvas.
A verdade evidente é que o fim da coligação não interessa a nenhum dos actores directos - é facilmente perceptível no caso de Corvêlo e dos dois vereadores PSD e igualmente dos do PS. Miguel Relvas idem. Não só por razões pessoais, mas porque todos entendem que isso seria o descalabro e significaria um eterno terror até ao fim do mandato.
A não ser... que Graça Costa voltasse calmamente ao PSD, só que não só as suas faltas de memória na forma como critica a câmara não ajudam, como se há coisas que os partidos e aqueles que os vivem por dentro detestam, são traidores.
Por isso, por mais que aqui e ali, até por hábito genético eles lancem as suas farpas uns aos outros, a verdade é que isso não passa da velha fumaça para parecer que são diferentes.
E depois há outras que nem mesmo alguém desatento poderia acreditar, estaria a tentar fazer humor e não se percebe? Jaime Lopes a vereador? Sabe o que maioria dos militantes fora dos casais pensam dele?
Gostei de saber que o Pedro Marques, eleito pelo Partido Socialista, perserguia os socialistas.
A pequena burguesia angustiada, refugiada no PS, tem destas coisas, e, normalmente, abre as portas ao oportunismo político.
Luis Ferreira tem responsabilidades na escolha de Pedro Marques, e já está a tentar reescrever a História, à boa maneira stalinista-orweliana.
Jorge Lacão incomodava os pequenos socialistas tomarenses ? Coitadinhos, não entenderam nada da sua política. Será que ele estva interessdo no fortalecimento de Tomar, ou interessava-lhe todos os Pedros desta terra ?
Quando a História de Tomar for escrita o PS de Tomar vai ficar muito mal.
Para 12:15
Terá toda razão eventualmente. Mas olhe que quem andou uns anos nos partidos, nunca mais esquece a experiência.
Se realmente C. Carrão tem assim tanto poder dentro do partido, não se percebe porque teve de engolir o sapo Corvêlo, ou porque, segundo você escreve, nunca poderá ser cabeça de lista do PSD "em circunstâncias normais". Não lhe parecem coisas contraditórias? Afinal, tem ou não tem poder?
Sobre Jaime Lopes, limitei-me a escrever o que ele pensa e quer. Não o que outros dele pensam. Afinal, na Madeira, AAJ será assim tão diferente de Jaime Lopes? E não é um dos barões laranja, que o senhor Carrão até já convidou para visitar Tomar? Não houve até já quem dele tenha falado para líder do PSD?
É sempre a mesma visão partidariamente desfocada, quando afinal a política, mesmo e sobretudo a local, nem é tão fácil como parece, nem tão complicada com o querem fazer parecer. Vamos aguardar e depois diga-nos alguma coisa...
Luís Ferreira não tem poder? Em que se baseia a sua afirmação? Então o homem, não sendo presidente do partido, escolheu e controla o cabeça de lista, celebrou uma coligação e ataca os parceiros PSD, mesmo fora da sua área oficial de actuação, tudo sem ter poder? E nenhum dirigente o tenta meter na ordem?
Permita-me um conselho de amigo -Vá já limpar esses óculos, antes de voltar a escrever!!!
"Então o homem, não sendo presidente do partido, escolheu e controla o cabeça de lista"... o autor destas linhas terá andado um pouco distraído,
quer parecer que há óculos sujos sim, mas de ódio pessoal - que aliás o PS agradece, é sempre bom ter alguém que condense os ódios libertando os restantes.
Mas então explique ao povo, se o Ferreira escolheu o Vitorino e o controla, quem acha então que o PS deveria ter escolhido? Até é uma boa discussão que não tardará a estar na ordem do dia outra vez.
Se calhar sem isso pretender, o seu comentário segue uma prática muito tomarense -desviar o tema em discussão, tranportando-o para questões pessoais, mesmo que inventadas.
A história nunca se fez nem se faz com SES. Neste caso preciso, é um facto evidente que Luís Ferreira é o líder carismático e operante da tropa PS local. Desde as eleições e da resultante coligação, já ouviu ou leu alguma coisa do eleito Vitorino, sobre política geral ou sectorial? Sabe de alguma posição política recente do presidente Cristóvão? Como explica tais factos?
Haverá aqui algum ódio a alguém ? Ou a simples constatação de uma situação de facto?
Não me cabe a mim, nesta altura do campeonato, opinar sobre a pretérita escolha do candidato a candidato socialista, na qual tomei parte. Não sou militante ou sequer filiado no PS, sendo a estes que cabe debater e decidir as questões internas, como é natural. Dito isto, também não me considero assim tão lorpa. É do domínio público que a eleição interna para a dita escolha tinha sido anteriormente "preparada". E bem preparada, há que reconhecer. Mas quem nunca pecou que faça o favor de lhes atirar a primeira pedra.
Por falar em pedra, a última frase do seu comentário é que pode muito bem vir a ser uma valente pedrada no charco. Diz você que a escolha do candidato do PS "Até é uma boa discussão que não tardará a estar na ordem do dia outra vez." COMO ASSIM??? EXPLIQUE-SE CRIATURA!Não escreva só para iniciados!
António Rebelo, vamos a ver se nos entendemos, o comentário anónimo era seu?
Pela resposta parece ser. E pela resposta mostra fazer como alguns outros que vê o que lhe convém, e não há mal nenhum nisso, desde que não se tente afirmar o contrário.
Por exemplo ao contrário do que afirma, mistura factos com opiniões. Dizer que LFerreira é o líder carismático não pode ser um facto mas meramente a sua opinião.
Tal como dizer que só ele tem manifestado opiniões políticas, quando de ambos os que refere, o outro vereador e o presidente do partido, já li entrevistas nos jornais (que acho que até aqui comentou) e falam na rádio não sei se muitas vezes mas pelo menos algumas já ouvi. Justiça seja feita ao PS, eles fazem muito mais públicas as suas posições atrávés de vários meios do que quaisquer outros.
Quanto à escolha do candidato que não sei se foi arranjada ou não, mas presumo que o seja sempre, fugiu à questão, mas no seu caso é evidente a resposta.
E sobre a discussão do próximo candidato, só quem tenha andado muito distraído ao longo de muitos anos em Tomar, é que não sabe que mais cedo que tarde, se não já, por muito que os principais dirigentes o neguem, começarão a ser discutidos mesmo que à mesa de café, possíveis candidatos para os dois maiores partidos.
Em termos de jornalismo, pelos vistos não conseguimos saír do mesmo ponto. Viciados no estilo AP/Reuters/Blomberg, até nos esquecemos, ou fingimos esquecer, que há uma escola europeia, da qual o melhor exemplo é a FP, France-Presse. Qual o problema? Uma questão de maneira de estar. No estilo americano limitam-se ao corriqueiro "O quê?/Quem? Quando onde?", por vezes completados com Como? e Porquê?. À europeia pelo contrário trata-se, como disse, entre outros, JJSS, (Jean-Jacques Servan-Schreiber) antigo director do l'Express, de "levar aos leitores a verdade tal como a vemos". Noutros termos, de recolher, coligir, seleccionar, relacionar e perspectivar factos, de maneira a facultar aos leitores uma visão estruturada e inteligível das coisas. No caso de Luís Ferreira, disse que era alguém de carismático e com óbvias qualidades de liderança, justificando com exemplos verificáveis.
Na sua resposta, afirma que "Dizer que Luís Ferreira é o líder carismático não pode ser um facto mas meramente a sua opinião." Admitindo que possa ter razão, como ponto de partida, qualquer noviço jesuíta indagaria imediatamente -Ora essa! E porque não? Em última análise, ou seja à falta de quaisquer outros argumentos factuais, a minha opinião não será ela própria um facto?
Como deve saber, abundam indícios de que o actual vereador da cultura é, desde há alguns anos, o "motor" do PS local. Situação que naturalmente ele nega, porque isso lhe convém. Se a coisa resultar, é só continuar. Se falhar, os culpados serão, bem entendido, os laranjas, o Vitorino e, sobretudo, o presidente Cristóvão, por esta ordem. Faz parte do manual elementar do tarimbeiro político.
Afinal de contas, o nosso vereador da Cultura, Turismo e Defesa Civil, até é bastante previsível.
Recorda-se dos gigantescos cartazes da campanha eleitoral, em fundo verde, com os dizeres "Geração Tomar"? Ninguém percebeu grande coisa na altura. Mas logo a seguir às eleições fez-se luz! Queria ele dizer "Geração Tomar lugar à mesa do orçamento" ou, melhor ainda, "Geração Tomar cada um a sua gamela e não se fala mais nisso".
Sei do que estou a falar, porquanto também decidi "Tomar a dianteira para rebocar outros" ou "Trabalhar para que Tomar seja a dianteira".
Meras opiniões, ou pontos de vista, não é verdade? Mas ainda assim, e não obstante, factos!
Cordialmente
António Rebelo
"Quanto à sua permanente vontade de decretar a morte da coligação, perceba que só há duas pessoas que a conseguem decretar, o presidente do PSD e o do PS, o que contudo não quer dizer..."
Peço licença para contrariar. Afirmo solenemente que nunca tive nem tenho vontade de decretar a morte da estranha coligação local. Limito-me a afirmar, de forma fundamentada, que seria bem melhor para todos os tomarenses, excepto para os da ocasional maioria autárquica, que o dito acordo acabasse quanto mais depressa melhor. O que é totalmente diferente, pois pessoalmente nada tenho a lucrar com qualquer dos dois casos -a continuidade ou a ruptura.
Quanto ao resto, não vale a pena, nem aproveita a ninguém, tentar camuflar as coisas. Quem pode de facto acabar com a coligação são os senhores Relvas e Luís Ferreira, embora (e nesse ponto estamos de acordo)o militante Carrão e os independentes Corvêlo e Rosário possam não acatar essa decisão, se e quando ela vier a ser tomada.
Há, no entanto, outra vertente do problema, que tem sido esquecida: Daqui para a frente, em termos de economia, a queda será cada vez mais acentuada, pelo que, ou se tem um coração muito grande, ou o melhor será dar lugar a outro piloto quanto antes. Enquanto o barco ainda flutua...
Tomar está em rumo vai para muito tempo.
Querer acabar com a coligação até se compreende.
Que os IPT andam a trabalhar na sombra para ocuparem o lugar dos vereadores do PS, também é uma evidência.
Terá o PSD capacidade para gerir a autarquia em maioria relativa? Está à vista de todos que NÂO!
A equipa do PSD é francamente medíocre.
Colocar o Pedro Marques na vereação é o mesmo que colocar a raposa no galinheiro.
Assim sendo, a desgraça é o caminho que os tomarenses escolheram.
Meus caros ao fundo é o actual caminho de Tomar. Culpados o PSD, que se meteu nesta alhada após anos de vassalagem a Paiva, com vários erros na gestão e processos que vão custar anos de orçamento, para os pagar. Com uma equipa pouco capaz de trabalhar e gerir a câmara, bem como com este acordo impensável á luz do bom censo, como PS de Luís Ferreira sim, é ele que manda no Hugo Cristóvão e no PS, é só mais um dos seus instrumentos sem peso especifico próprio, vai fazendo o que o dono quer, até um dia tarde, perceber que não serviu o PS, não serviu Tomar, nem mesmo as suas próprias convicções politicas. Uma pena mas são estes os coveiros mais uma vez de Tomar, que junto com o PSD, comem e atrasam Tomar e dão má nome aos Políticos. Não se queixem do Dr. Rebelo, queixem de vós, tanto os militantes, como os votantes dos dois maiores partidos.
tomar cidade com património grandioso, sem dúvida e virada para o turismo.Tudo bem, só tentem imaginar os relatos que os milhares de turistas que visitam o nosso Convento de Cristo, farão aos seus amigos, sobre o largo fronteiriço ao convento? Simplesmente impossível de existir numa cidade da Europa......
A formiga no carteiro vinha em sentido trocado.
Mudem de rumo, já lá vem outro carreiro.
Ainda ninguém entendeu os resultados de Outubro de 2009.
Só os inteligentes xuxas e laranjas é que entenderam os resultados de Outubro de 2009.
Por isso usufruem plenamente dos mesmos.
Em terra de parvos .... !!!!!!
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