Esta é a ilustração da manchete do suplemento Negócios do jornal espanhol EL PAÍS, de domingo passado. Nem valerá a pena verter para português. Quem ler com um mínimo de cuidado, perceberá sem qualquer dificuldade. E quem não conseguir, tão-pouco entenderá o resto. De maneira que... Além da manchete, o aludido diário dedica-nos o editorial + três páginas densas, com o cabeçalho genérico "Primeiro plano".
Dado que seria fastidioso traduzir, ou mesmo publicar como está, a integralidade da matéria, escolhemos o último parágrafo do editorial, intitulado "Debilidades portuguesas".
"Tal como Espanha, Portugal tem boas razões para seguir à letra as instruções de austeridade fiscal, dadas pelos membros da eurozona com maior capacidade para dar avales. Sem a ajuda do megafundo destinado a estabilizar o mercado de obrigações da dívida pública, aprovado na madrugada de domingo 9 de Maio, a economia lusa, tal como a espanhola, teria ficado à mercê das convulsões do mercado de títulos. Mas, igualmente como em Espanha, a aplicação do plano de austeridade fiscal não vai garantir um rápido nem imediato crescimento económico. Pelo contrário. A única contrapartida a esse sacrifício é a possibilidade de que um maior esforço conjunto acabe por se traduzir numa maior coordenação estável das políticas económicas. Em mais passos na direcção de uma estrutura verdadeiramente federal na União Europeia, que deverá ser particularmente explícita no domínio fiscal. É a condição sine qua non para a continuidade da zona euro e, em todo o caso, para que no seu seio não se desenvolvam tentações excluidoras ou diferenciadoras, em função da sustentabilidade das finanças públicas. Também neste ponto, os interesses dos dois vizinhos coincidem, pelo que seria desejável que se traduzissem em melhores práticas e planos conjuntos."
Duas páginas mais adiante, concluindo a sua análise do tecido produtivo português, o catalão Francesc Relea, correspondente em Lisboa do supracitado diário espanhol, escreve: "Em contrapartida, o sector do calçado modernizou-se e tem sido capaz de manter capacidade competitiva face aos rivais espanhóis e italianos. O sector perdeu empregos, mas graças à criação de marcas próprias consegue exportar 1.200 milhões de euros anuais. Assim é Portugal, um país que combina modernidade e arcaísmo."
Como que fazendo-se eco do colunista catalão, o economista João César das Neves, numa análise intitulada "Um sorriso à portuguesa" (Página 62, DN, 7/6/10), diz a dado passo: "Mas essa conjuntura internacional, mesmo séria, é apenas uma circunstância agravante numa dinâmica fatal. Portugal tem um terrível vício estrutural, que se agrava há 15 anos: a despesa do Estado sobe sempre mais que a receita. Não é um desacerto ocasional, mas um afastamento crescente e imparável. Esse desvio explosivo criou o endividamento descontrolado, o estragulamento das empresas e as dificuldades de competitividade, de desenvolvimento e de emprego.É aí que está o problema. (o vermelhito é nosso)
Onde está Portugal escreva-se Tomar, e onde se lê Estado, ponha-se câmara. Volte-se a ler e ficar-se-á a saber porque estamos como estamos. E vamos de mal a pior.
A próxima estação da Via sacra tem por nome "Indemnização à ParqT". Quando é que o executivo vai arranjar coragem para revelar aos tomarenses a decisão do Tribunal Arbitral? Já estamos em Junho, que diabo!
Entretanto, em nome da União Europeia, declarou ontem à noite que os PECs um e dois são realmente excelentes, mas não flutuam ; são insuficientes. Teremos, por conseguinte, um PEC III, nitidamente mais agressivo, em Julho ou Agosto. Seguir-se-á outro, ainda mais agreste, durante o primeiro semestre de 2011. Mau tempo em todo o país. Vendaval com muitos estragos nas margens nabantinas. Desilusão profunda para os nabiços. Quem vos mandou votar assim? Já viram nalgum lado semear nabos para colher alhos?
10 comentários:
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A próxima estação da Via sacra tem por nome "Indemnização à ParqT". Quando é que o executivo vai arranjar coragem para revelar aos tomarenses a decisão do Tribunal Arbitral? Já estamos em Junho, que diabo!
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Não há ninguém em Tomar capaz de colocar um processo ao Paiva para ele arcar com consequências deste acto de gestão danosa contra o município?
Nem sequer os Independentes, com os seus reputados advogados ousa meter um pouco de ordem neste regabofe em que o povo paga a factura dos erros dos outros?
Qual quê está tudo nóia. Isto é tudo uma festa um concelho que tem autarcas destes pode dormir descansado eles tratam de nós. Não precisamos de nos preocupar, vamos votar de quatro em quatro anos e estas sumidades, manietadas pelo grande político, continuam a enterrar isto, cada cavadela cada minhoca. De mal a pior. Mas não se pode dizer as verdades pois no tempo da velha senhora seriamos comunistas, agora dizer a verdade é má língua e inveja. Novos tempos em que uma câmara sem alterar ou mesmo melhorar a sua atitude gestão e planos, é na boca dos poucos que a apoiam melhor só porque agora estão lá uns rapazes do ps. Pobre Tomar que só sabe andar atrás da música e da festa e não vê como outros fazem os seus concelhos andar para o desenvolvimento, pobre Tomar que tem câmaras sucessivamente piores e ainda gosta. Cala-te boca. Mas aceitam-se propostas em como isto não dura muito.
Em Tomar não há o fantasma grego mas temos o fantasma do António (Paiva).
Situação que não abona nada em nosso favor. Então não é que o nosso principal coveiro contínua a ser apelidado de salvador, tal Sebastião ou Salazar!
Se não está tudo doido parece.
"Nem sequer os Independentes, com os seus reputados advogados"...
Epá, não sejam assim, não gozem com as pessoas, eles nem são maus...
O Paiva devia era voltar para colocar isto na ordem ! Os rosas não fazem nada, é só conversa, tal como o autor desta espécime de blogue !
Atenção que o Paiva já não é Presidente da câmara a algum tempo e depois disso já existiram eleições e um acordo do ps, para branquear tudo isso, em troca de dois empregos (veradores), mais dois com ocupação paga (nos smas e na AM) e mais umas assessorias e dois secretários dos vereadores secretários (pessoal do partido pago pela autarquia). Uma mão lava a outra e as politicas más de outro tempo, agora são boas, com a participação do ps, que ainda por cima pretende sem alternativa a um psd, gasto, caduco, sem projecto, ideias assim como vontade, de servir o concelho. Onde andam os militantes destes dois partidos, já não falo dos membros das suas comissões políticas, completamente incapazes de discutir e decidir sobre a política local.
Só Tomar aguenta e renova eleição a eleição, este sistema, em que o atraso de Tomar se acentua continuamente.
O jornal EL PAIS faz parte de um núcleo forte, activo, em defesa do iberismo e não perde a oportunidade oferecida por esta crise para cantar o desígnio castelhano de voltar a juntar os dois países. Tem em Portugal muitos seguidores, particularmente na maçonaria muito ligada ao Partido Socialista.
No excerto aqui publicado há várias insinuações, um exemplo:
Quando defende uma estrutura verdadeiramente federal da UE, sonho dos pioneiros do republicanismo e maçonaria no séc. XIX, visando uma federação ibérica, para assim esmagar o atrevido Portugal.
Mas também quando, recentemente, incentivou sondagens manipuladas a dizer que 50% dos portugueses se querem unir à Espanha.
O EL PAÍS é defensor de um "imperialismo doméstico" e sonhará, porventura, com outras "cortes" de Tomar.
Querem o nosso mar, como querem a nossa PT, e também usar-nos como instrumento para os casos Catalunha e País Basco. Desembrulhem-se.
Uma das razões que tornaram urgente
a nossa adesão à CEE/UE foi precisamente contornar os nossos tradicionais conflitos e desconfianças com Castela. Foi Mário Soares quem o afirmou.
O excerto termina:
"os interesses dos dois vizinhos coincidem, pelo que seria desejável que se traduzissem em melhores práticas e planos conjuntos".
Cá para mim não coincidem, não senhor. Obrigadinhos, nós cá nos desenrascaremos e eles continuem lá a tutelar umas tantas nações que se querem ver livre de Castela e do seu jornal.
Gostamos de boas relações com Espanha, mas, como dizia Eça de Queiroz, gostávamos mais que ela ficasse na Rússia.
Com amigos destes quem precisa de inimigos... e ainda dizem que as eleições são um acto cívico, vai la vai...
CANTONEIRO DA BORDA DA ESTRADA tem razão, o Iberismo anda por aí, mas, aos espanhóis iteressa mais a colonização económica de Portugal. A integração de Portugal na Espanha alargaria a frente terrorista, o que não lhes interessa. Os portugueses defensores do Iberismo não sabem o que é estar a saír de uma grande superfície comercial, em Madrid, e naquele momento rebentar uma bomba que mata oito pessoas.
A Espanha está em desagregação, em 2014 haverá um referendo sobre a independência da Catalunha, que é apoiado pelo Clube de Futebol Barcelona. Barcelona que não permite que os seus jogadores cantem a música do hino espanhol, que, por não haver unidade "nacional", não tem letra.
Mas os problemas económicos de Espanha e Portugal são profundos e estão para lá do Iberismo.
Estas medidas de austeridade anunciadas não passam de aperitivos, a refeição principal virá depois de 2011, como a União Europeia está a avisar. Entre nós, todos se preparam para eleições no próximo ano. O Governo que delas saír, provávelmente e por conveniência dos donos do mundo, e para não queimar o PS, será do PSD e de Passos Coelho, que terá de tomar as medidas dolorosas de fundo, que durarão anos. Depois, o Ps voltará ao Poder, para continuar com mais medidas dolorosas, daí a necessidade de revisão da Constituição, das Leis Laborais e toda a legislação que impede a economia capitalista liberal. A nova Ordem Mundial e a divisão internacional do trabalho atribuem aos portugueses um lugar muito baixo na escala, e muito pobre. A empresa chinesa onde os trabalhadores se estão a suicidar deu um aumento de 70%, os ordenados passaram para 244 euros/mês. É com estes que os portugueses terão de competir.
Prevê-se que em 2018 Portugal seja o último da UE. Não é por acaso que Espanha e Portugal se candidatam à organização dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022 - "pão e circo".
Reparem que o Governo alemão anunciou ontem medidas de austeridade, as piores desde a 2ª Guerra Mundial, onde se prevê o congelamento do subsídio de Natal de 2011..
Não desanimem que ainda é cedo, porque isto vai para pior.
SÉRGIO MARTINS
Anda por aí tanta gente, mas tanta gente à procura de tachito...
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