Como todos estamos fartos de saber, o País é rico, o clima é ameno e a paisagem linda. Os feriadozinhos vêm portanto mesmo a calhar. Há que aproveitar e andar por aí (como dizia o outro). Faz bem à saúde, desde que se tenha algum sentido de observação. Por falar em observação, que faz este par de objectos heteróclitos, há mais de uma semana ao fundo da Rua Aurora Macedo? Um aviso da Câmara de Torres Novas? Quem foi o malandro do gatuno que depois se arrependeu? Tinto? Branco? Cerveja? Bebibas brancas e cor de mel?
As obras do novo paredão estão cada vez mais estranhas. Agora temos este paredão-filho, cuja utilidade ainda não é nada evidente. Será o começo do tal mijatório para senhoras, uma vez que para homens é o outro paredão? Aguardemos, como diz o nosso presidente, com a sua costumeira fleuma britânica. É o que por enquanto lhe vai valendo... mas não há bem que sempre dure.
Do lado oposto, procede-se à abertura de uma enorme vala, com os seus mais de dois metros de profundidade. Em princípio vai atravessar a estrada e destina-se a instalar os emissários de esgotos pluviais e domésticos, vindos da Levada e da Rua da Graça. Por enquanto estão na fase da pesquisa arqueológica. Apareceu um monte de tijolos tipo burro, convindo por isso saber a que correspondem.
O mais estranho é que estão a abrir uma vala bem profunda e larga, que implica dificuldades tanto para o trânsito automóvel como para os peões, quando afinal, uns metros ao lado, existe uma amplíssima passagem sob a ponte, conforme mostra a fotografia. Destinava-se a uma marginal ou, mais modestamente, a passagem para peões, o que se explica porque originariamente este projecto de ponte não foi feito para este rio. Mesmo assim, se calhar até teria sido boa ideia aproveitar tal vão para colocar os tais emissários. Era menos espectacular, mas muito mais prático e barato. Já que nunca quiseram instalar os ditos colectores numa vala a abrir no leito do rio, o que acabaria de vez com os problemas de escoamento... Pois bem sabemos! Tinha um enorme inconveniente: não se via, enquanto que os decks e os paredões... Como dizem os compadres a sul do Tejo: Estes autarcas são cá uns maganos!!!
6 comentários:
Tomar é um concelho falhado. Mais vale sermos integrados num dos concelhos limítrofes, preferencialmente Constância, e esperar que alguém faça algo de útil por esta terra antes que seja tarde.
O MILAGRE DOS PÃES
Certo dia um padre já velhote e com lapsos de raciocínio estava a dizer missa quando começou a falar do milagre dos pães. E disse assim:
"Um dia Jesus Cristo vendo o povo cpom fome fez um milagre: distribuiu trinta mil pães por 10 pessoas!
Um bêbedo que por acaso estava na missa começou a rir em surdina. Irritado o padre virou-se para ele e perguntou-lhe:
- Onde é que está a graça?
O bêbedo responde:
- Isso nem tem graºça nenhuma. Tanto pão para tão pouca gente...até eu o fazia!!!
No dia seguinte o padre voltou ao assunto depois de ter percebido a gaffe do dia anterior, e disse:
- Meus irmãos, um dia Cristo fez o milagre dos pães quando viu o povo à fome. Distribuiu 10 pães por trinta mil pessoas, e conseguiu dar pão a toda a gente!
O bêbedo, de novo presente, desata a rir ao que o padre diz:
- Que é que foi agora? Foi ou não foi milagre?
- Olha, grande admiração! Com as sobras de ontem!!!
Sou tomarense e residi na zona histórica de Tomar.
Vou supor - mera suposição - que um dia seria presidente da Câmara de Tomar e que teria de apresentar um plano para toda a zona histórica (com a participação dos respetivos artistas).
Começaria por circunscrever a zona histórica:
Corredora- preservava a R. de S. João-toda a área do lado da Várzea Pequena - e da rua direita à R. Pé da Costa.
A restante área seria destinada aos "lobos" da construção civil, na base de um plano de modernização inteligente, com edifícios até 6 pisos, garantia de parques de estacionamento, etc., etc.
Tenho a ideia que através desta aventura, garantiria receitas para recuperar aquela, criaria um equilíbrio entre o velho e o novo, com atrativos e fruições que jamais serão conseguidas de outro modo.
Grande parte da zona histórica nem daqui a 100 anos estará recuperada, será um sorvedouro de dinheiro, etc., etc., etc., e nunca terá uma população que lhe dê vida e futuro.
Será que os tomarenses votariam em mim?
Aditamento. Esqueci-me.
Parte da Várzea Grande era também dada aos "lobos" (rentabilzava aquele espaço), e o que houver de Património nessas áreas a modernizar, de identidade local ou nacional, ganhariam uma relevância que hoje não têm.
Tenho dito.
Professor, hoje estou confuso! A propósito do muro - todos sabem qual - consta que a obra ficará gira depois de concluída. Parte da base será 'coberta' com terra e encurtará a altura do paredão. Consta que ficará coisa linda, depois da obra concluída. Em que ficamos? A Câmara sabe disso, ou não? O estimado Professor e Mestre, que tantas coisas nos ensina, enriquecendo o nosso conhecimento, pode ajudar com alguma explicação? Obrigado!
Tomarense reconhecido
Para tomarense reconhecido:
Óptimo! Excelentes notícias! Assim, de acordo com o que diz, e se amontoarem terra junto ao muro, dará para a gente mijar de alto enquanto vemos as vistas.
Quanto ao exposto pelo comentador anterior que residiu na zona histórica só tenho a contrapor o seguinte:
Conforme já disse em ocasiões anteriores e até noutros blogues tomarenses, entendo que modernos exercícios de arquitectura devem ser deixados para a margem esquerda do Nabão onde se estende a cidade nova. No que respeita à margem direita, toda ela, incluindo a Vãrzea Grande, deve ser considerada como "zona histórica" e tratada como tal. Mesmo alguma da malha urbanística mais recente ali existente não colide muito com o acervo mais antigo, com algumas poucas excepções que por sinal são da inteira responsabilidade da Câmara Municipal, pelo que a coexistência é, pode dizer-se, pacífica.
Já se tem falado do retorno de pessoas às ruas velhas, e da hipótese de a edilidade poder derrubar algumas casas cuja recuperação não se justifica, usando-se esses espaços para locais de estacionamento dos moradores e de serviço para cargas/descargas.
No essencial acho que se deve preservar a atmosfera única daquela zona!
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