domingo, 6 de junho de 2010

A HERANÇA QUE VAMOS DEIXAR


O agradável diálogo escrito, aqui travado ontem com um anónimo comentador, levou-me a concluir que há leitores convencidos de que Tomar a dianteira deve ter, com toda a certeza, objectivos escondidos. Ou seja: "O gajo, a escrever daquela maneira, anda de certeza à procura de qualquer coisa. Só pode!" Vai daí, aventam as mais variadas hipóteses -inveja, ódio, ganância, mau perder, teimosia, mau feitio, espírito de contradição, anarquista, etc. etc. Pois desiludam-se, caros patrícios! Nada disso constitui para mim combustível para a caminhada. Apenas estou cada vez mais envergonhado com o que vai acontecendo nesta terra, com o que vejo por aí, com a miserável herança que vamos deixar aos nossos descendentes, que mereciam melhor sorte. E procuro cumprir a promessa feita, aquando da minha derrota da eleição interna do PS. Disse na altura, e mantenho: "Não me vou calar." Seria agora condenável abandonar a contenda política, pois faria como aqueles que critico. Mentiria, e isso recuso-me a fazer! Seria incoerente, e isso só por inadvertência.
Por falar em incoerência, fará algum sentido, em termos de coerência política, que o PSD procure provocar a queda do governo, porque o primeiro-ministro mentiu ao parlamento, no caso da TVI, quando aqui em Tomar, a câmara de maioria laranja não tem feito outra coisa desde a campanha eleitoral? Fará algum sentido recusar uma coligação a nível nacional, após se ter coligado aqui em Tomar, onde a situação ainda é mais grave? Fará algum sentido continuar na autarquia, quando é evidente que já não governam, nem têm quaisquer planos para o futuro?
Aguardam o fim da crise? O regresso do tempo das vacas gordas? Cuidam que o tempo volta para trás? Admitamos, só em termos de hipótese teórica, que tal possa acontecer. Resolvido o imbróglio ParqT, resolvido o imbróglio da Rua da Fábrica, resolvido o imbróglio do Centro Escolar de Casais, resolvido o imbróglio da Escola Nun'Álvares, resolvido o imbróglio do Convento de Santa Iria/Colégio feminino, resolvido o imbróglio dos arranjos exteriores junto ao Convento, resolvido o imbróglio da Várzea Grande, resolvido o imbróglio do Paredão-mijatório, resolvido o imbróglio do previsto elefante branco da Levada, qual será o caminho rumo ao futuro? Esgotadas as obras, que planos têm? Com que objectivos?
Terão razão os nossos descendentes se e quando constatarem ter recebido a herança dos séculos e dos cegos, pois como é sabido, não há piores cegos do que aqueles que não querem ver. É o caso!

20 comentários:

Anónimo disse...

Discordo em muito do Dr. Rebelo em algumas das suas análises, mas muitas das suas posições são fotográficas de uma realidade politica Tomarense e de alguns dos seus actores, que só um cego ou alienado, pode discordar.
Que Tomar vai de mal a pior, que agora está cada dia muito pior, que os actores políticos não têm qualidade, nem capacidade e estão só a tratar dos seus interesses, lixando os seus próprios partidos, a curto prazo, isso ninguém sério e de bom senso, pode contraria ou mesmo considerar um exagero, os vários exemplos estão ai e ainda vão ser mais conhecidos proximamente.
Que este acordo PSD/PS é contra Tomar, que alguns eleitos só pensam no seu futuro, marimbando-se para o de Tomar, que este acordo é do Miguel Relvas e do Luís Ferreira, Etc, Etc. São questões tão graves, que deveriam ter outro respeito, até dos que ainda possivelmente não se aperceberam da sua gravidade e sobretudo dos que a alimentam.

Anónimo disse...

Hoje, mais do que nunca, é preciso desenvolver a cultura política de coligações partidárias. Especialmente na área da esquerda e centro esquerda, já que à direita é uma prática recorrente desde o 25 de Abril. A actual crise económica e social vai impôr essa prática e nas próximas eleições autárquicas vão florescer coligações na área da esquerda, para combater a atomização da política. Até aqui os partidos da esquerda têm resistido por imposição das direções políticas nacionais. As coisas vão mudar. A democracia em Portugal saíu vitoriosa por força de dezenas de milhares de coligações e alianças. E não havia acordos programáticos.

Exigir nesta fase acordos programáticos certinhos e direitinhos é idealismo que não se compadece com a realidade da luta política actual, muito menos a nível do poder local. Surge de imediato aquela corrente adversa que acusa os principais protagonistas de qualquer coligação de interesses pessoais ou, então, de colaboracionismo com o partido que ganhou as eleições, traidores à causa. Qual causa?

É preciso sublimar o princípio de unir esforços para governar. Nesta matéria, a esquerda deve aprender depressa, aprender e passar à prática rapidamente se não quer sofrer um trambolhão dos grandes nos próximos actos eleitorais.

PSD e PS fizeram bem em entenderem-se na autarquia. O que não é admissível e merece repúdio é as direções locais dos dois partidos não se reunirem regularmente para monitorizarem o desempenho do executivo e legitimarem-no em inicitivas de maior vulto. Não o fazendo, aí sim, estão a demitir-se das suas responsabilidades, e podem até estar a rezar para que nada dê certo. Não é esse o papel dos partidos.

Muitos dos exemplos de incúria, alguns muito simples de resolver, que têm vindo a ser assinalados neste blogue, são mais da responsabilidade dos dois principais dirigentes dos dois partidos do que dos seus autarcas no executivo -para além do presidente da autarquia.

Na luta política jogam-se interesses individuais, de grupo, de corporações, de classes, etc.. É por isso que os acordos, coligações e alianças entre partidos são de saudar.
De partidos.

Aos partidos parece não interessar reconhecer que ao criarem nas suas organizações o pelouro do "responsável trabalho autárquico" exercido por um seu militante que exerce um cargo político, transferiram toda a vida do partido para o interior do Estado.

Esse lugar de coordenador devia ser sempre desempenhado ou pelo Secretário da organização local (seria o ideal) ou por outro que não exerça qualquer cargo, para que o partido não perca a sua independência e exerça a sua responsabilidade.

Pedro Miguel disse...

É irrelevante a possível herança porque não haverá herdeiros. Sem actividade económica e sem serviços, Tomar será, em breve, uma cidade de aposentados e velhos. Os jovens terão que partir quando chegarem à vida activa e os seus filhos já não farão a escolaridade em Tomar. Talvez num momento de lazer, voltem para visitar o Convento... Nessa altura se perceberá o preço da incompetência da actual geração!

Luis Ferreira disse...

No fim é que se fazem as contas. Essa é que é essa

A Camara estaria muito mais bem entregue com Vereadores como Pedro Marques e Graça Costa, gente que se revolve, se e que me entendem.

No final far-se-ao as contas e se avaliará se este acordo é afinal a favor de Tomar ou contra a eterna inveja da terra templaria.

No final se farão as contas meus caros.
TAF

Anónimo disse...

Estamos tramados! A terra está a desfazer-se como uma construção de Legos. Se calhar por isso mesmo
é que acolhemos uma manifestação "legoleira" no pavilhão de Feiras e Stocks junto ao campo de borracha paulino.
A tradição já não é o que era! Somos a cidade dos "patos bravos" mas já não fazemos jus a tal facto, com algumas honrosas excepções como é o caso do Muro da Mijação, verdadeira obra prima da arquitectura moderna, elemento decorativo por excelência da rotunda paulina, versão II, do centro da cidade, futuro local de romaria mictória dos indefectíveis do Noite e Sol recém-reaberto, e de outros palácios de consumo de cerveja e demais líquidos diurécticos.
Somos uma terra fundada por um pedreiro ao serviço do primeiro vigarista de Portugal, D. Afonso Henriques, verdadeiro protótipo do político português que tudo faz para atingir os seus fins, inclusivé lixar a mãe. Tem seguidores por cá!
Aqui ao lado temos Constância, terra mais dada a amores, encantos, encontros, leituras e outras liberdades de espírito. Tal o diria Luís Vaz, o Camões dos Lusíadas, se regressasse do Além! Tem uma frente ribeirinha devidamente respeitada e um Horto. Por cá temos uma frente ribeirinha devidamente ocupada: Fragosos, Pascoais, Roflins, etc, tudo espécies endémicas. Não precisamos de Horto nenhum porque as especialidades da casa vagueiam a contento por todo o lado.
Vamos candidatar-nos ao prémio de melhor terra bimba de Portugal. Foi recentemente inaugurada junto ao defunto Estádio Municipal 25 de Abril uma nova arte de fazer jardinagem. É ir lá para apreciar. Em vez de relva espalhou-se carrasca e tijolo moído a modos que a fazer um desenho, e a orlar a obra de arte colocaram-se pedras alvas como o rabo da menina Iria deveria ser. Essas pedrinhas estão agora muito em moda. É vê-las na rotunda da rua de Leiria, na Rotunda da entrada sul de Tomar. É um mimo!

Em Constância passam dois rios! Tem sombras fresdquinhas e as árvores, calculem!!!, continuam lá! Deve ser do clima. Não se lhes pega doença de corte!'Tá-se lá bem!!!

Anónimo disse...

Em minmha opinião, o PSD deveria governar em maioria relativa.

Só assim a população perceberia da falta de qualidade dos autarcas eleitos pelo PSD.

Foi lamentável que o PS desse a mão ao branqueamento das más políticas do PSD.

Também é verdade, diz quem sabe, que os vereadores dos IPT sonham com a possibilidade de ocupar os lugares hoje ocupados pelo PS.

A ser assim...

Anónimo disse...

Não é por acaso que se agita a hipótese segundo a qual os IpT estariam dispostos a ocupar o lugar do PS na coligação,se os socialistas adenunciassem. Serve para justificar a estranha aliança existente. O que parece ainda não ter sido ponderado é que, caso a coligação dure até futuras eleições, intercalares ou normais, os dois partidos geralmente maioritários estarão ambos queimados por igual. Assim sendo, os eleitores vão votar em quem? Nos mesmos, para variar?

Luis Ferreira disse...

Meu caro, não nos substituamos aos eleitores.
Eles no final analisarão, escolherão e votarão.
Ate lá a quem cabe governardeve governar e a quem cabe fazer oposição, fazer oposição.
É assim cá e em França, digo eu.

As heranças estão a caminho, devagarinho mas a caminho. A geração Tomar, passo a passo marca a diferença.

E no final se farão as contas. Este milho agora.... É mesmo só para o pardais...

E o lego começa na Quinta-feira e é barato. Esqueçam a crise e venham divertir-se.
E ainda este mês haverá mais...
Tomar é terra de festa e vale a pena acreditar no seu futuro. Eu acredito. E o meu amigo?

Anónimo disse...

Estes partidos não estarão queimados porque em Tomar abundam os cegos. Daqueles que não querem ver.

Anónimo disse...

Ó Luís! Tu desculpa mas essa do "não nos substituamos aos eleitores" já começa a estar um bocadinho gasta. Por um lado, porque todos os que aqui opinam, são também eleitores, pelo que não estão a tentar substituir seja quem for, mas apenas a exercer os seus básicos direitos de cidadania. Por outro lado porque, não sendio o teu caso se bem te conheço, dizer isso a quem teve a coragem de opinar quando era perigoso até pode ser consederado ofensivo.
Quanto à tua pergunta, como sabes, já na antiguidade clássica a norma para evitar crises políticas era "Dar ao povo pão e circo". E então agora que a Alemanha paga...
Há porém que ter em conta a exclamação da mãe de Napoleão, quando ele lhe disse que era imperador: -"Oxalá que seja por muito tempo, mas não me parece!"
A mim também não, digo eu!

Luis Ferreira disse...

Boa Prof. Rebelo.
Sempre a seu jeito, com boas citações. Entaonessa da senhora mãe do Napoliao é de mestre. Gostei, e como também sou eleitor deixe-me dar-lhe três novidades: irei votar Alegre nas Presidenciais e PS nas próximas legislativas, lá para o Inverno de 2011/12, e conto votar também PS nas autárquicas de 2013 e isto mesmo que o meu amigo esteja lá pelasistas, que eu não sou pessoa de ganhar rancor a quem quer que seja honesto, o que é i caso do meu amigo.
Abraço e que o espectáculo continue ou como diz o americano 'de xou maste gau one' ...
Salu

Pequeno Dartacão disse...

Ena, vamos divertir a malta com Legos. Ora que bonito.

É por ter percebido, após me filiar no PS e na JS tomarense, o que a casa gasta, que o meu sentido de voto nas últimas eleições foi para o CDS/PP. E continuará a sê-lo, sem dúvida alguma.

Anónimo disse...

Bem hajas amigo Luís, pelos teus comentários eufóricos e bem dispostos. Este último então, tiro-lhe o meu chapéu. (Em sentido figurado, claro!) Aquela do "de xou maste gou one" até me deu vontade de responder "tenhoquirveromacho", mas depois arrependi-me, que já não estou com idade para essas coisas.
Desconfio, meu caro irmão socialista, que o teu comentário diz muito mais do que aquilo que parece à primeira vista. É até muito provável que ultrapasse largamente aquilo que pretendias dizer. O terá sido mesmo deliberado? Lapso significativo ou documento intencional, ele aí está para a história local. Quanto àquilo que pretendias ler como resposta quando o escreveste, de momento só isto:
A - Também tenciono apoiar e votar Manuel Alegre, meu camarada de armas em Angola. Ele para os lados de Nambuangongo, eu para as bandas de Nóqui, nenhum de nós terminou a respectiva comissão de serviço...Mas não fugimos! Fomos "mandados" de regresso "ao Puto", como se dizia então por lá.
A - Continuarei a votar PS, apesar de tudo, que os tempos não estão, nem vão estar tão cedo, para brincadeiras. De mau gosto ainda por cima.
C - Não tenho qualquer intenção ou desejo de me candidatar nas próximas autárquicas. Porém, se os tomarenses assim o desejarem, num largo consenso, não deixará de se fazer o casamento por falta de noivo. À maneira de José Mourinho, que vai chocar muita gente, direi que a minha vasta experiência de vida, bem como o meu conhecimento do Mundo e das coisas, aliados ao facto de ter desde há anos um projecto para Tomar, me permitiriam recolocar a cidade e o concelho na senda do progresso e no lugar que já foi o seu no contexto regional e nacional. Com a ajuda de todos, naturalmente. Incluíndo os que não concordassem, que esses é que são realmente fundamentais, quando estão de boa-fé, como é o meu caso.
Aqui fica, para quem convier. Com uma pequena adenda: Nunca roubei nem tenciono roubar o lugar a ninguém. Quando verifico que estou a mais ou a incomodar, retiro-me para a minha horta intelectual. Assim continuará a ser.Caso os tomarenses, sobretudo os políticos, preferirem continuar com afigurações, desejo-lhes boa sorte.
E mais não digo por agora!

António Rebelo

Anónimo disse...

"Não tenho qualquer intenção ou desejo de me candidatar nas próximas autárquicas. Porém, se os tomarenses assim o desejarem, num largo consenso, não deixará de se fazer o casamento por falta de noivo."

a) Casamento à vista?
b) ou Síndrome de Cavaco, também conhecido por nome de perfume - Tabu?

Anónimo disse...

...ena, a escada parece começar a ser subida!

não será cedo?...


piupiu

Anónimo disse...

Isto às vezes mais parece o barco do Amor!!!

Anónimo disse...

Para anónimo em 12:41

Nem há casamento, nem tréguas, nem qualquer tabu. Apenas a posição de sempre. Quando tive o dever de fazer a guerra, cumpri. Os meus companheiros da CCAÇ593/Angola, sabem como. E no entanto era contra aquela guerra. O minha folha militar fala por mim. Mas não fugi. Enfrentei. Fui ver como era, para depois poder contar como foi.
Com a próxima eleição autárquica, seja ela quando for, a minha posição é a mesma -Não acalento o desejo de ser candidato. Não é para isso que venho escrevendo. Se, apesar desta minha posição, os tomarenses vierem a entender que faço falta para ultrapassar com êxito esta evidente queda para o abismo da irrelevância, podem contar com a minha concordância, mediante certos pontos prévios a debater. Repito: Tenho um projecto para Tomar e sei que posso cumprir, em prol dos tomarenses todos. E com a ajuda deles, bem entendido. Mas 2013 é a última oportunidade. Terei então 72 anos, a idade actual de Manuel Alegre.
Cabe agora aos tomarenses pensarem e decidirem livremente. Qualquer que venha a ser o resultado final, não ficarei magoado. Se vier a ser apoiado e eleito, terei o prazer de tentar dar a volta ao meu berço pela positiva. Se for recusado outra vez, terei o prazer de continuar com o meu dia a dia actual, que nem é nada mau.
Em qualquer dos casos -NÃO ME CALAREI, ENQUANTO PUDER ESCREVER!

Anónimo disse...

Eu bem dizia que mais cedo que tarde se começaria a falar de candidaturas!

E um dos com vontade a tal, como todos sabíamos, é o autor deste blogue. E não há mal nenhum nisso. Acho que o António Rebelo já não tem idade para meias palavras. Se entende poder ser candidato deve assumi-lo com convicção e alma.

PF

Anónimo disse...

Estranhamente Antonio Rebelo com esta sua saída converte-se no legitimador da recandidatura de Fernando Corvelo. Terceira idade por terceira idade, escolhemos quem tem experiência da função.
Ao tanto querer ajudar o PS, acaba por dar a mão ao PSD.

Anónimo disse...

Por este andar em 2013 já não haverá o concelho de Tomar!... Os putativos candidatos terão que se contentar em concorrerem à Junta...
AA