Pouco a pouco, contrariando hábitos enraizados desde há muito, lá vamos conseguindo debater algumas questões locais, o que é excelente. Porque sem diálogo, como acontecia antes de 2008, pouco ou nada se pode alcançar.
Dito isto, um excelente comentário recebido hoje, apresentou um problema deveras interessante, ao mesmo tempo que suscitou involuntariamente (ou não?) outro. Aquele refere-se à circunstância de Luís Ferreira ser muito atacado, sobretudo porque tem a coragem de nos honrar com as suas opiniões assinadas, o que, convenhamos, é extremamente raro entre os nabiços. E então entre os eleitos, nem vale a pena falar.
Eis senão quando, esse mesmo comentário, provocou outrossim as crónicas reacções de fulanização, o que se lastima. Ao que alegam tais fulanistas, o autor do citado texto, comentando a injustiça feita a Luís Ferreira, será ele próprio. Será? Não Será? O anonimato permite estas situações e ainda bem! Afinal, o mais importante deve ser sempre a mensagem e nunca o mensageiro. Portanto, seja ou não o próprio a destacar-se e a vitimizar-se, vamos à situação em si.
É conhecida a norma dos publicitários e marqueteiros modernos, segundo a qual, pouco importa que digam bem ou que digam mal; o importante é que falem da pessoa. Nesta linha, reconheça-se uma vez mais, que o actual vereador da cultura tem pelo menos essa enorme qualidade -destaca-se dos seus homólogos pelo diálogo e pela voluntária participação nos (raros) debates informais de cidadania. Significa isso que temos político? Que temos autarca? Que temos líder? Ainda é cedo para poder responder de forma cabal.
Na política, como de resto em qualquer outra actividade, há duas situações impossíveis -fazer tudo bem e fazer tudo mal. Donde deriva o conhecido anexim "Só não erra quem não faz". Nesta contingência, os eleitores mais chegados a estas coisas têm tendência para elaborar, mesmo de modo implícito, uma espécie de contabilidade sobre os eleitos. De um lado o deve, do outro o haver. Ou, se preferirmos uma modernice WASP (white, anglo-saxon and protestant), de um lado os outputs, do outro os inputs. Depois é só comparar, adicionar, subtrair e tirar as suas conclusões.
Fui dos primeiros e dos raros a escrever, de cara destapada, muito daquilo que penso, não só de Luís Ferreira, como de todos os outros autarcas em funções. Julgo estar por isso em boa posição para, nesta altura do campeonato, tentar descrever o estado da coligação 3+2, com especial incidêndia em Luís Ferreira.
Tal como os americanos perderam a guerra do Vietnam quando a televisão e os jornais mostraram um oficial sul-vietnamita a executar à pistola, a sangue-frio, um presumível vietcong, também o Bloco de Leste perdeu o confronto com os Ocidentais quando foi erguido o Muro de Berlim, que mais tarde permitiu a Kennedy o célebre "Ich bin a berliner!" Nesta mesma linha de raciocínio, os actuais autarcas do executivo camarário também já perderam irremediavelmente as futuras autárquicas. Em virtude de que factos? A seu tempo se saberá.
Em todo o caso, neste triste e estranho contexto,como em qualquer outro, continua a haver três grandes níveis de actuação, a saber: A -Assuntos correntes; B -Assuntos tácticos; C-Assuntos estratégicos. Manda a verdade dizer que, no âmbito do primeiro, o mais fácil e corriqueiro, as coisas têm melhorado a olhos vistos, sobretudo, mas não exclusivamente, nas áreas tuteladas pelo PS. Infelizmente, confirmando aquilo que sempre aqui disse, quanto aos dois outros níveis, de longe os mais importantes, porque condicionantes do nosso devir colectivo, nem ditos nem modos. Não havia nem há quaisquer planos devidamente articulados, susceptíveis de reverter a nossa evidente e acelerada decadência, rumo à irrelevância. Estou a exagerar? Desmintam-me se fazem favor.Mas de forma fundamentada. Com factos verificáveis. De blábláblá de ocasião estamos todos cada vez mais fartos...
Pelo que, uma vez mais, se impõe uma conclusão, que enunciei bem antes da pretérita campanha eleitoral -Os autarcas são todos excelentes pessoas, bons cidadãos, querem todos o melhor para esta terra, e esforçam-se por acertar. O pior é o resto!
2 comentários:
O Ferreira fez o tirocínio nos bombeiros de 1920. Só se preocupa em apagar os fogos. Desconhece medidas de prevenção.
É vê-lo a saltitar de um lado para o outro, tal barata tonta em busca de protagonismo fácil. Se querem ver o homem realizado e feliz, coloquem-lhe o microfone à frente, ou melhor, marquem-lhe uma entrevista com um canal de televisão.
Dizem que é para alimentar o ego. Provavelmente não quer passar fome.
A finalidade é só uma: mostrar trabalho, mesmo que espremido, aquilo não valha nada.
Mas é a vida... e a triste classe política que temos que suportar. E pagar.
O que vale é que "o povo é sereno", ou como dizia um outro primeiro-ministro "não morde a quem lhe dá de comer", mesmo que sejam meras migalhas...
Ui! Que dor de cotovelo do Vereador das Festas.
Ui.
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