O que mais me surpreendeu, ao retornar às margens do Nabão, foi a persistência de uma espécie de doce euforia, bem como a insistência em obras de tipo invertebrado e incongruente. Indo por partes.
Quando por essa Europa fora o clima económico é cada vez mais pesado, e a nível nacional o pessimismo dos cidadãos não cessa de crescer, aqui pela terra nabantina parece ir tudo bem, muito obrigado. Animação gratuita, festas para todos os gostos, cerimónias peculiares no municipal cine-teatro, espectáculos todos os fins de semana na Praça da República, até meados de Setembro, etc. etc. Quem está a ver mal, no fim de contas? Os pessimistas, que têm o péssimo hábito de olhar para o futuro, tendo em conta o passado? Ou os optimistas por conveniência pessoal, que insistem em gastar o que não têm, suputando que alguém há-de vir a pagar?
Nos idos do império romano, era norma entreter a população, dando-lhe pão e circo. Vinte séculos mais tarde, pelo menos em Tomar, estamos cada vez mais virados em exclusivo para o circo. Um circo onde ainda por cima todos os palhaços se julgam ricos, só porque administram parte dos impostos dos involuntários espectadores e financiadores.
Outra faceta curiosa são as obras esparsas adjudicadas pela autarquia, sem que alguém saiba de ciência certa porque foram decididas ou para que vão servir. Basta quedar-se um bocado ali pela Rotunda Alves Redol. Desde o 25 de Abril, já vamos na terceira série de emissários de esgoto, na quarta versão da rotunda e no terceiro arranjo à volta da Casa dos Cubos. E tudo indica que não vamos ficar por aqui. Pois se ainda se continua sem saber para que vai servir o já célebre paredão-mijatório, será preciso dizer mais?
Entretanto, foram adjudicadas as obras do arranjo exterior do Convento de Cristo, que para além de novas casas de banho, recepção e pavimentação do actual parque de estacionamento, não me parece que se possam recomendar. Desde logo porque não fazem parte de qualquer plano previamente elaborado, que defina a sua utilidade presente e futura. Além disso, falava-se, na primeira versão a que tive acesso, em + dez lugares para autocarros e + 32 lugares para ligeiros, o que já era bem acanhado, nos tempos que correm. Mas o pior ainda estava para acontecer. A versão que vai ser mesmo implementada apenas contempla 6 ou 7 lugares para autocarros e 21 lugares para ligeiros. Como estrutura de acolhimento de uma monumento Património da Humanidade, quem projectou e quem aprovou uma coisa assim está, (sem se dar conta?), a brincar com a realidade e a reinar com os eleitores.
Como se tudo isto não fosse já demasiada asneira junta, a presente maioria de circunstância continua a fazer finca-pé no Museu da Levada, um biscatezito para 9 milhões de euros, assim à primeira vista. O Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês (ver ilustração supra), no Algarve, custou 12 milhões, teve uma média de 90 mil visitantes por ano, e mesmo assim faliu. Talvez não fosse má ideia estudar devidamente este caso, em vez de insistir em nova descoberta do caminho marítimo para a Índia... A história é sempre impiedosa para com os simplórios.
6 comentários:
1-"Partindo da evidência de que Tomar é um pólo de produção cultural relevante(...)articulada com a ambição em se afirmar enquanto pólo de turismo urbano e cultural" em jornal CT, reproduzindo discurso oficial da CMT.
2- "A gualdim Pais há muito defende que o ensino superior numa Escola Superior de Artes, a funcionar no IPT, é uma forma de criação de empregos. A CMT poderá integrar a parceria"!. Em jornal CT.
3- "Em protocolo com o IPT e a Ass.Port.de Turismo Cultural, a CMT vai dar a essa Associação 4500 euros por mês"! Em Mirante.
CRISE? ALGUEM FALOU EM CRISE?
Pedro Miguel
Sr. Dr. Rebelo
Uma pequena correcção, não vamos na terceira, mas sim na segunda série de emissários de esgotos na Rotunda.
E porquê?
Tão simplesmente porque o grande timoneiro do despesismo apenas mandou executar o penico xibernético sem fazer, como constava da proposta que fez aprovar, esses tais emissários de esgotos.
Só agora é que realmente se fez aquilo que devia ter sido feito!
Mas, compreende-se, só interessava a obra parola de fachada.
É assim como pintar as unhas e deixar o esterco por baixo.
Quanto ao resto, a obra aí está para classificar o seu fautor.
Infelizmente para TOMAR e para os Tomarenses!!!!
Tal como se previa, a ASAE, para contentamento geral dos asnos da câmara, vai emitir um relatório condenatório do Mercado Municipal de Tomar, que, salvo se houver um milagre daqueles que jÁ nem em Fátima acontecem, levará ao tão desejado encerramento ansiosamente esperado pelas alimárias governativas deste concelho falhado...
É isto a Tomat templeira, a Tomar cigana!!!
Já agora sejamos completos:
"Escola de Artes" é defendida há muitos anos pela Gualdim-Pais, seus inúmeros dirigentes de duas décadas e fazia parte integrante do Programa-propostas eleitorais do PS às ultimas eleições.
Está portanto assim, por essa via, perfeitamente integrado no Plano Estrategico de desenvolvimento, devidamente validado pela maioria que governa o município.
Na mesma linha se insere a continuidade dos Programas "Tomar Patrimonio" e "Olhar Tomar", geridos por Associações intrinsecamente ligados ao Instituto politécnico.
Os apoios financeiros dados a essas duas Associações, mensalmente de 6000€ para o Centro de Estudos e de 4500€ para a Associaçao Portuguesa de Turisno Cultural, ajudam a cumprir o interesse publico municipal de valorizar, estudar e divulgar o seu patrimônio vivo e musealizado existente.
É nossa intenção continuar o esforço colectivo que o município vem fazendo há alguns anos neste sector. Só a sua manutenção e desenvolvimento justificará, com resultados, o investimento já efectuado. Nonturismome na cultura, como noutra áreas os resultados não aparecem de um dia para o outro.
E se com as obras, o faz e desfaz, as incongruencias de impacto directo n turismo, como aquele drama social que subsiste nas casas de banho publicas, é o que se sabe, entaonse nao usássemos os fundos comunitários para o praça Viva e o Plano Plurianual de Investimentos para os "Olhar Tomar e patrimônio", seriamos ckmetamente irresponsáveis. Temos de investir neste sector que é mais do que estratégico: é vital!
Cada tiro, cada melro...
O turismo vital? qual? o do parque temático ou o do cafezinho à saída do convento? Uma nova Escola sup. de artes;E quem paga a música? O orçamento de estado?
Os jovens tomarenses só tem uma solução:ir para outras terras construir o seu futuro.
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