segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

CRÓNICA DA ODETE DAS FARTURAS

Foto 1 - Av. Dª Maria L. de Mello e Castro

Foto 2 - Entrada da nova pista

Foto 3 - Local da antiga "Floresta do Nabão"


Foto 4 - Largo da Estação


Ainda bem que me pisguei para Leiria. Lá vive-se melhor. Mais gente, mais dinheiro, mais negócio. Em geral procura-se facilitar. Em tudo. Aqui em Tomar é o contrário. Procura-se complicar tudo. Arranjam dificuldades para depois venderem facilidades. Não admira que as pessoas dêem à sola. Aqui não se vai a lado nenhum. Cá por mim, assim que conseguir uma casinha em conta, deixo de vir dormir aqui.
Em obras pagas pelos contribuintes, aqui em Tomar é costume dizerem, quando há críticas, que "correu mal". E todas correm mal. A Corredoura foi o que está à vista de todos. O pavilhão não tem as medidas regulamentares. O estádio perdeu a bancada e os balneários. O Mouchão ficou sem casas de banho, mas ganhou um barraco modernaço e um lajedo, que ninguém descobriu ainda para que servem. E há também aquela ponte marreca, acima do nível das cheias, quando mais acima derrubaram o muro de protecção contra as mesmas cheias. As ruas da cidade antiga, ou aguardam acabamentos há meses, ou ficaram com passeios que ora esticam ora encolhem, ou com pavimentos mal nivelados, cheios de poças de água quando chove. Do parque de estacionamento que mete água, ou daquele que cortou o acesso de veículos aos habitantes da Pé da Costa de Cima, nem vale a pena continuar a falar.
Sobre a Ponte do Flecheiro e arranjos limítrofes, só se pode dizer que tudo aquilo parece que cada vez corre pior. Há meses que devia estar concluido, e nada.
Esta semana escolhi três exemplos e encomendei quatro fotografias bem explícitas. Na nº 4, pode ver-se um caso curioso. Não houve maneira de construir uma rotunda frente à Abegoaria Municipal, de forma que tiveram de arranjar uma solução de recurso para quem vem de norte poder cortar à esquerda. Mas houve dinheiro para colocar um duplo lampadário, praticamente em cima do que já lá estava. Quem se rala? Correu mal, e pronto. Os contribuintes pagam tudo.
As fotos 2 e 3 mostram outra obra que, pelo menos aparentemente, também correu mal. Fez-se o parque de estacionamento e duas pistas. Uma em vermelho, para ciclistas. Outra em calçada, com projectores no muro adjacente mas interrompida a certa altura, supõe-se que para peões. Havia igualmente um sistema de rega e continua a haver uma estacada de protecção à margem.
Os pescadores aproveitaram o local aprazível para "matarem o vício" durante algum tempo. Bruscamente, sem qualquer explicação pública, veio pessoal da autarquia, fechou o local a cadeado, arrancou o sistema de rega, deixando as condutas plásticas à vista, ou dentro do rio, instalou uma rede de protecção por cima da estacada e colocou placas "Proibido pescar " e "Proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço". Que serviço? Aquilo é provisório ou definitivo? Que se pretende afinal? O que é que correu mal, desta vez? Trata-se apenas de causar boa impressão junto dos eventuais compradores do antigo Convento de Santa Iria?
Esta coisa de estar sempre a repetir, por tudo e por nada, que correu mal, parece aqueles concorrentes eliminados do "Jogo Duplo", os quais também começam sempre por dizer "correu-me mal..." No caso das obras públicas tomarenses, palpita-me que com um pouco menos de deslumbramento perante os fundos de Bruxelas e com projectos e planeamentos mais cuidados, em vez de "feitos em cima do joelho", acabariam as empreitadas que correm sempre mal e excedem largamente os custos inicialmente orçamentados. Mas, como mostra a imagem nº 1, o mal já vem de longe. Se não erro, já durante os mandatos de Pedro Marques as coisas tinham tendência para "correr mal". Esta passagem para peões, praticamente sem saída, porque interrompida a meio, prova isso mesmo. Ele há coisas!
Um grande xi-coração da Odete das Farturas, que um dia destes vos vai trocar pelos leirienses.

4 comentários:

Anónimo disse...

Aí está, a cidade inicia o seu processo de completa descaracterização mas pelo menos notam-se sinais de preocupação com o asseio. Assim sendo, a pista pode abrir-se ao público, a floresta pode, depois de limpa ser ajardinada, e a avanida pois bem, pode ser habilitada para construção ou porque não ser aproveitada como uma Avenida da Liberdade em Lisboa. Estou convencido que ideias não faltarão, haja dinheiro e disposição. Sem magoar ninguém e sem politica admitamos que seria melhor baixar taxas camarárias e permitir a inserção de industrias não poluentes, dando dinheiro e empregos. Só deseja mal quem quer o mal dos outros em seu beneficio.
Tenho dito.
Abraços.
JSR.

Anónimo disse...

Tomo a liberdade de lhe enviar este link dum artigo meu:

http://thomar-vrbe.blogs.sapo.pt/21753.html

Às vezes penso que as pessoas julgam que eu estou só a ser do contra, mas não, Tomar tem a capacidade fenomenal de nem sequer estagnar, regride.

Anónimo disse...

calma odete

Tomar ainda voltar a ser nossa!

Ousar lutar ! Ousar Vencer!

Lutar em (e pela) terra! Lutar no (e pelo) Rio Nabão!

Um abraço solidário do

CAMARADA ZORRO

Anónimo disse...

Gosto dos comentários do JSR. São anedóticos ou quando muito líricos. Fazem lembrar os "dramas" do Júlio Dinis em que tudo acaba enjoativamente em bem.