Redacção de tomaradianteira
No nossa pretérita análise da imprensa local e regional, na passada sexta-feira, fomos directos ao assunto, respeitando o nosso lema "Os meios de saber e a coragem para o dizer". Escrevemos, com todas as letras, que na nossa opinião há demasiado desporto nos semanários locais, designadamente quando comparados com os homólogos do distrito. Talvez por assinar com o seu nome oficial, o nosso companheiro António Rebelo teve direito a uma resposta da conhecida jornalista d'O Templário Isabel Miliciano. Resposta frontal, correcta, sucinta, devidamente identificada e limitando-se ao tema a comentar. Como gostaríamos que fossem todos os comentários enviados para este blogue.
No seu texto, Isabel Miliciano refere que, no semanário onde exerce a sua actividade, escrevem para o povo e não para os intelectuais. Para estes, acrescenta, há os blogues. Gente de fraterno diálogo, acolhemos a posição exposta e nem sequer voltaríamos ao assunto, não fora a página 10 do Público de hoje. Dir-se-á que O Público também é um jornal de referência, logo sobretudo para intelectuais. Faltando, ainda assim, definir capazmente "intelectual", acatamos o reparo.
Mas não podemos deixar de frisar que, quanto à RTP1, falar de intelectuais será como referir o calor que faz geralmente nos Pólos. Ora, como decerto já leram, foram os espectadores desse canal que reclamaram. Pouca sorte, portanto, para a jornalista d'O Templário, visto que já não somos os D. Quixotes da questão.
12 comentários:
A Dra. Isabel Miliciano tem até razão: o que vende são as desgraças alheias e as mentiras, ditas por quem quer que seja.
Jornalismos sério é que não há, e não é um ataque específico ao Templário, mas mais genérico.
Por exemplo: porque razão será que são as pessoas ligadas à Câmara as que nos últimos dois anos mais têm aparecido nos Jornais locais?
Basta ver uma interessante contagem que vem sendo feita em www.sondagemtomar.blogspot.com para vermos que o Dr.Corvelo é claramente beneficiado na aparição nos Jornais. Como anteriormente era o EngºAntónio Paiva.
A oposição, seja ela qual for, é claramente preterida, muitas vezes abafada e silenciada. E em relação a esta o que é mais badalado são os "fait divers" e não as propostas, ideias ou as vezes em que esta "entala" o poder instalado.
Isso não vende. Os cidadãos não têm direito a saber a verdade.
Ponto prévio ou “disclaimer”:
Eu sou um intelectual.
Os nove blogues que vou escrevendo ou que descontinuei em meu nome ou nos meus pseudónimos dão-me, de acordo com os critérios emergentes destas notas, esse estatuto.
Dúvida primeira:
Sendo que “O Templário” é uma empresa jornalística que para além de uma edição impressa e de um sítio na rede tem um blogue o conteúdo é diferenciado quando destinado à plebe e quando destinados aos intelectuais consumidores do blogues?
Dúvida segunda:
Se os blogues são destinados a intelectuais porque é que são tão frequentados pela plebe?
Se dúvidas há é verificar o conteúdo dos comentários.
Dúvida terceira:
Será que é legitimo considerar sinónimos para este efeito as palavras “futebol” e “desporto”.
Voltando à vaca fria.
Há excesso de conteúdo desportivo nos jornais locais?
Duvido.
Numa colectividade do concelho vinham a ser adquiridos três jornais. Um hebdomadário local, um diário generalista e um diário que só a custo pode ser classificado de desportivo pois seria mais correctamente catalogado como futebolista. Entenderam que era uma despesa excessiva. Cortaram primeiro com o diário generalista e ninguém protestou. Cortaram o semanário local e nem um, protestou. Cortaram com o diário futebolista e foi um coro de protestos.
Nessa mesma agremiação há hoje um certo mal-estar, por parte de associados, pais de atletas e dos próprios jovens atletas, com o facto de ter aquela entidade abandonado a prática de remeter semanalmente à imprensa local breves da sua actividade desportiva e consequente ausência das páginas daqueles orgãos de informação.
O “Cidade de Tomar” e “O Templário” são empresas.
Por muito que nos possa custar talvez, digo talvez, não vi nem as contas de um nem de outro, as vendas criadas pelos suplementos desportivos “aguentem” a existência do outro caderno e não estranharia que viesse qualquer um dos responsáveis pelos jornais elucidar que se trata de uma estratégia de sobrevivência financeira.
Da opinião expressa no comentário anterior ao meu e de autor anónimo discordo em tudo e mais especificamente em quatro pontos:
1-”Jornalismo sério é que não há. (...)”
Discordo em absoluto. Há muitos e bons jornalista, cronistas e outros oficiais da escrita nos jornais locais. É manifestamente, na minha opinião, uma tomada de posição excessiva e incorrecta.
2-”(...)o que vende são as desgraças alheias e as mentiras(...)“
Não me parece. Seria a desgraça das empresas jornalísticas que enveredassem por esse caminho.
3-”A oposição, seja ela qual for, é claramente preterida, muitas vezes abafada e silenciada (...)“
Estou disposto a reavaliar a minha posição quando me demonstrarem com factos que não tenho razão, mas acho que não é verdade.
4-”Basta ver uma interessante contagem que vem sendo feita em www.sondagemtomar.blogspot.com (...)“
Nem em Marte seria interessante a contagem que se vem fazendo naquele blogue.
Se fosse em página de jornal este comentário deste anónimo seria inserto com uma nota de “Publicidade”
Sr. anónimo das 7:24 retire se faz favor o Dra. Não sou Dra.
Isabel Miliciano
Não é verdade então que são as fotos do Presidente da Câmara e Vereadores do PSD que mais aparecem nos Jornais de Tomar?
Haja alguém que analise bem e avalia essa situação. Estão eles ou não "feitos" com o poder instituído?
Podem achar que não é verdade mas olhem com atenção e deixem de mandar areia para os olhos das pessoas.
Começamos por agradecer aos participantes registados até agora a seriedade dos seus comentários. Dito isto, que é muito, julgamos convir esclarecer que não foi nem é nossa intenção atacar seja quem ou o que for. Limitamo-nos a apresentar o que nos parece dever ser questionado. No caso presente, o que se fez foi comparar o espaço dado ao desporto em dois semanários LOCAIS, com igual espaço em dois semanários DISTRITAIS.Que a diferença seja abissal, em detrimento dos tomarenses, não é culpa nossa. Em pelo menos um dos casos, que nos abstemos de identificar por uma questão de cortesia, conhecemos a causa do actual estado de coisas. Resta aguardar,para ficar a saber até quando vai perdurar a actual situação, COM O DESPORTO NA RIBALTA E A VIDA REAL NA SOMBRA.A crise não perdoa, infelizmente, e tudo indica que o pior ainda está para acontecer.
Ao comentador anónimo que vem promovendo o seu "trabalho" de sondagem e que deixou a pergunta "Estão eles(Presidente da Câmara e Vereadores do PSD) ou não "feitos" com o poder instituído?" a resposta é, obvia, clara e precisa, NÂO!
Como Vossa Excelência deveria ter notado, pelo menos no intervalo das quanto a mim pueris contagens, "eles" SÂO o poder instítuido.
Preciosismo necessário nos tempos que correm.
É óbvio que "obvia" é mero erro de dactilografia.
Façam então o favor de ler "óbvia".
Ao Caro Sebastião Salgado.
Está então o "Tomar a Dianteira" na posse do "segredo".
Embora não possua dons divinatórios não estarei muito longe da verdade, creio, se afirmar que se trata de problemas de índole financeira.
Ou estou enganado?
Para o caro Diogo de Arruda:
O Sebastião Salgado é arquitecto e eu apenas um pequeno escriba sob pseudónimo, para não ser incomodado, directa ou indirectamente, nas funções que exerço. Dito isto, convém acrescentar que em tomaradianteira não temos nem pretendemos ter dons divinatórios. Apesar disso, parece-nos claro que, no caso referido, o principal avalista da "coisa" é um respeitado cidadão, em tempos crismado por um jornalista local como "distraído culturalmente", mas que é grande entusiasta do futebol e do Dr. Pedro Marques. Daí a nossa dedução. Até porque, se repararem bem, o respectivo caderno desportivo é tão independente do jornal onde vem encartado, que nem um anúncio tem. Porque será?
Ich!
Mil perdões pela troca.
E na oportunidade lhe riposto que não lhe referi, nem à redacção do "Tomar a Dianteira", dons divinatórios.
Apenas que eu não os tenho.
Relativamente à critica à RTP, é mais que notório, há muitos anos. Os telejornais começam e acabam a falar de futebol, futebolistas, treinadores e clubes. Quem não está minimamente interessado em futebol, tem de levar com ele à mesma. É o circo dos nossos tempos, que serve para abafar a falta de pão.
Quanto a esta polémica de informação para intelectuais/não intelectuais... estou em perfeito desacordo. Os gostos educam-se, as mentalidades também. Em minha opinião, a televisão, de um modo geral, tem cumprido o papel inverso nos ultimos anos: deseduca, estupidifica. Distrai de muitos assuntos que dariam pão: mas é mais fácil dar circo.
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