domingo, 14 de julho de 2013

Deve ser pouca sorte. Só pode!

É ponto assente que todas as obras camarárias do consulado paivino deram buraco. Todas! Umas por isto, outras por aquilo. Agora com Carlos Carrão, a moléstia continua. Na chamada "Envolvente ao Convento de Cristo", os autocarros deixaram de poder descer a Estrada do Convento, por impossibilidade de cruzamento com outro autocarro, e as pinheiras da Cerrada dos Cães, velhas de 53 anos, não resistiram a tão bem elaborado projecto de requalificação, o qual implicou o corte de boa parte das raízes, por manifesto erro de cálculo do nível do solo.
Entretanto, a conclusão da obra, prevista para Fevereiro, depuis para Abril e mais tarde para Junho, continua a decorrer, sem que se vislumbre ainda quando estará concluída. O pior porém é que na visita desta tarde foi possível constatar mais uma série de erros, que se passam a documentar, para anular de antemão as usuais desculpas de circunstância:

Foto 1 - No estado actual da obra vê-se perfeitamente que os modernos paredões são supérfluos. Mesmo com o piso rebaixado, o velho alambor templário, apesar dos seus 800 e tantos anos, continua a amparar a barreira. Menos na parte que destruiram... A verdade tem muita força!


Foto 2 - Por razões certamente de peso, que todavia escapam ao leigo que sou, foi resolvido rebaixar a estrada mais de meio metro...

Foto 3 - ...e proceder à contenção do terreno do lado norte mediante um talude com blocos de pedra encarcerada, ao que foi dito e consta do mal amanhado projecto, para parque de estacionamento de nove autocarros de turismo.


 Foto 4 - À direita o espaço reservado aos peões; à esquerda o espaço para trânsito e estacionamento.

 Foto 5 - O amplo espaço para peões...

 Foto 6 -...e o acanhado espaço para peões, trânsito e estacionamento de autocarros de turismo, do lado direito.

Foto 7 - Aspecto da obra, a poente do Convento, junto ao Pátio dos Carrascos.

Foto 8 - Escada de acesso à antiga enfermaria conventual, depois Hospital Militar.

Salta aos olhos de qualquer pacato cidadão que afinal, após mais quase dois milhões de euros gastos, os autocarros de turismo continuarão a não dispor de um parque decente. Conforme mostram as fotos 4, 5 e 6, os peões vão ter espaço amplo, demasiado amplo, enquanto os autocarros de turismo, com os seus mais de 10 metros de comprimento, só poderão estacionar em linha, porque em "espinha" não cabem, tendo em conta que terá de haver sempre passeios e pelo menos uma faixa livre para o trânsito em ambos os sentidos, ou mesmo num único. Ou seja, apesar das expropriações e do avantajado talude, tudo indica que em termos de estacionamento para profissionais de turismo (justamente os que interessa cativar, em termos de desenvolvimento futuro), a obra não serve para nada. Com quatro ou cinco autocarros o espaço fica esgotado. Pelo que, na época alta, vai ser um sarilho ainda maior do que anteriormente. Com os profissionais a evitarem o Convento sempre que possível. É isso que se pretende? A oposição maioritária não tem nada a dizer ou a fazer? Preferem continuar a lavar as mãos, armados em Pilatos?
Outro tanto se diga da fotos 7 e 8, os habituais rodriguinhos tipo estilo manuelino. Naquela, custa a entender a utilidade de semelhante construção, numa curva praticamente a 90 graus. Na da escada, aquele primeiro degrau - com quase o dobro da altura de cada um dos outros- é mesmo uma vergonha e uma ofensa a quem paga impostos. A empresa que deixou aquilo assim devia  ser proibida de voltar a trabalhar para o sector público.
Nesta questão das obras, como em todos os outros casos que assolam a infeliz comunidade tomarense, tudo indica que deve ser pouca sorte. Só pode! Ou estarei a ver mal?

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Não te cansas de denunciar toda aquela trapalhada, mas não te querem ouvir. As imagens falam por si. Uma destruição vergonhosa!

Só pode haver negociatas escondidas no meio dessa confusão.

Continuo com a minha: um arquiteto paisagista e um bom jardineiro teriam feito obra linda, sem ferir o meio próximo do monumento.

Desanca nessa gente, pelo menos para memória futura.