domingo, 24 de abril de 2011

Á MESA DO CAFÉ - 16

Foto Rádio Hertz

Antropólogos, politólogos e outros especialistas do comportamento dos grupos humanos (ia a escrever dos rebanhos humanos, mas corria o risco de ser mal interpretado), costumam destacar em cada comunidade as criaturas alfa, de todas as outras. Na verdade, o axioma é "machos alfa", o que na circunstância me pareceu perigoso, despropositado e pouco educado, tratando-se de uma jovem senhora numa sociedade entranhadamente machista, porque em muitos aspectos estática e até retrógrada. Tudo isto para chegar ao tutano do assunto: A 16ª emissão do programa conjunto Rádio Hertz/Tomar a dianteira, À mesa do café, revelou, julgo eu, uma criatura medularmente tomarense, ribatejana e alfa. Refiro-me a Graça Costa, ex-militante PSD, agora vereadora eleita na lista dos IpT.
Documentada, bem informada e a demonstrar boa formação universitária, (tendo sido aluna de MEC, uma das "cabeçorras" deste país), foi sem qualquer dificuldade que expôs as suas ideias e decisões, elencando de forma aliciante e consensual as conhecidas mazelas tomarenses. Sobre a sua desvinculação do PSD, negou tê-lo feito por não lhe ter sido atribuído um "tacho", ou por ânsia de protagonismo. Agiu assim por se sentir a mais entre os laranjas, revelando ter sido penoso intervir nas sessões partidárias, sabendo de antemão e constatando na ocasião que apenas a fingiam ouvir por delicadeza e por condescendência.
Referiu também ter ponderado bastante antes de aceitar o convite para integrar a lista dos independentes a cujo grupo, disse a dado passo, não se sente ligada por laços indestrutíveis. Os termos foram outros, mas a ideia pareceu-me essa.
Sobre a apagada e vil tristeza tomarense, atribuiu-a sem qualquer hesitação a toda uma série de erros e más vontades, em geral resultantes do nosso cada vez maior alheamento do mundo exterior. O conhecido e lamentável autismo nabantino. No seu entendimento, uma das formas susceptíveis de alterar as coisas para melhor, seria um diálogo profundo e fraterno entre todas as forças políticas locais, sem  apriorismos, mas com um roteiro detalhado. Converge assim com o líder local do PS, Hugo Cristóvão, outra criatura alfa e tomarense, a quem também auguro um grande futuro na política local, se para tanto souber revelar ousadia, uma vez que "audaces fortuna juvat". Ou com o programa "Praça Pública", da Rádio Cidade de Tomar, cuja ideia fundadora parece ter sido a de implementar um diálogo interpartidário local. Infelizmente, a julgar pelas transcrições que tenho lido, e sem nunca o ter ouvido, por estar à mesma hora em directo na Rádio Hertz, infelizmente, dizia, parece ser mais uma série de monólogos, do tipo partir pedra ou serrar presunto, julgo que por falta de adequado roteiro previamente aceite pelos intervenientes.
Foi também sem surpresa e com satisfação que constatei a sintonia de Graça Costa com muito daquilo que aqui venho escrevendo, designadamente no que concerne a resultados eleitorais. A promissora autarca concordou que, sendo o eleitorado concelhio maioritariamente social-democrata, o PSD pode cometer todos os erros e mais alguns que estará sempre condenado a vencer (com ou sem maioria absoluta) enquanto subsistir a candidatura separada dos IpT e do PS, ambos com inoportunos e prejudiciais  ódios pessoais  e  à conquista dos mesmos eleitores. Bem dizia o Variações: "Quando a cabeça não tem juízo..." Só que neste caso o corpo é todo o concelho de Tomar que, como bem mencionou Graça Costa, já foi grande. Ainda poderá voltar a ser? Depende de todos nós. O primeiro passo parece-me consistir em abandonar a basófia, o faz de conta, a subserviência, a hipocrisia, o conformismo a auto-suficência, a postura altaneira. Vasta tarefa! Mas a Graça pareceu-me no bom caminho, com a sua franqueza corajosa e singela.

2 comentários:

Anónimo disse...

Graça Costa, um "alfa" em Tomar?

Demente e sem pinga de bom senso, acha que pode ser levada a sério no que quer que seja?

Qual a ideia inovadora que ela defende, sobre o que quer que seja?

Não brinquem com coisas sérias.

Anónimo disse...

Ó Coiso!

Esqueceste-te de assinar e pôr a "tromba".
O estilo caceteiro atraiçoa-te o anonimato.

O teu ódio aos IpT foi bem caracterizado pela Graça Costa que,ao contrário de ti e dos teus apaniguados,revelou ter carácter e princípios,coisas essenciais para se poder fazer política,em vez da politiquice e javardice de que tanto gostas.

És um triste POSSIDÓNIO!...