ALEGORIA...

Pessoal da autarquia iniciou ontem os trabalhos tendo em vista a substituição da Roda do Mouchão por outra praticamente idêntica, mas totalmente nova. A mudança tornou-se indispensável a partir do momento em, quase no início da época passada, o velho eixo de carvalho do norte, ao longo dos anos transformado numa série de capaduras para desenrascar, cedeu de vez, partindo-se. Tal como a antiga, a nova roda, terá cerca de 6 metros de diâmetro e 32 alcatruzes, metade dos que tinha no tempo em que além de atracção turística servia igualmente para regar o Mouchão. Em princípio, estará a funcionar em 7 de Maio, aquando da realização de mais um Congresso da Sopa, que permitará à autarquia gastar mais 10 a 20 mil euros, das enormes reservas de que parece dispor.

Assim com os braços amputados, a velha nora de influência árabe constitui uma alegoria da economia tomarense. Quase sem militares, quase sem indústrias, quase sem serviços privados, quase sem comércio e quase sem agricultura, vivendo cada vez mais da função pública activa e aposentada, a economia do concelho tomarense faz-me lembrar aquela peça teatral do meu homónimo Luis Francisco Rebelo, "Pássaros de asas cortadas", que evidentemente não podem voar. No caso em apreço, temos a "Economia de braços cortados", por conseguinte incapaz de laborar...