segunda-feira, 25 de abril de 2011

POR VEZES O ASSÉDIO RESULTA...

Por vezes o assédio resulta, nomeadamente na área política. Provocado por Tomar a dianteira, o vereador Luís Ferreira resolveu actualizar no seu blogue os números antes publicados, referentes às finanças do município. Fica-se assim a saber que, em todos os parâmetros mencionados, o horizonte é cada vez mais sombrio. O prazo médio de pagamento aos fornecedores da autarquia, que em Junho de 2010 era de 103 dias, passou para 122 dias no final de Março 2011. Em tempo de crise, esperar 4 meses para receber, é uma eternidade.
As dívidas a fornecedores vão por aí acima. Eram de 10 milhões 423 mil euros no final de Janeiro, mas já tinham subido para 11 milhões 899 mil euros em Março 2011. Qualquer coisa como um aumento superior a 11% em apenas 90 dias.
Por razões ainda por explicar, nem o vereador socialista nem a autarquia julgaram até agora útil justificar a utilização do hipotético valor global do património do município para mascarar a dívida quase galopante. O rácio Património/Dívida global, que era de 32,9% no final de Janeiro, já vai nos 34%, no final de Março. Mais 1% ao mês, é obra, quando se fala de um património (estimado não se sabe por quem nem quando) na casa dos 110 milhões de euros, uma autêntica quimera, por ser evidente que ninguém no seu juízo aceitará dar um cêntimo que seja por quaisquer bens da autarquia. Por uma razão simples: ou não facultam receitas, ou estas são insuficientes para cobrir as despesas de manutenção.
Resta a questão dolorosa, aquela que é o tutano do problema autárquico actual. Qual o total dos cortes nas transferências para o Município? Qual a percentagem de redução das receitas próprias, desde 2008? Qual o rácio receitas próprias  realmente arrecadadas/dívida total? Qual a afectação das transferências recebidas?
A política do faz de conta, da contabilidade criativa e dos orçamentos empolados, que praticamente permitiam e escamoteavam tudo, mostram agora a sua vertente perversa. Uma vez que a crise vai continuar a agravar-se durante pelo menos mais quatro ou cinco anos, mais tarde ou mais cedo os senhores autarcas da relativa maioria vão ter de abrir finalmente os armários, permitindo que os eleitores venham a perceber então qual é a real dimensão da tragédia tomarense. Provocada por cidadãos obcecados com o estatuto, o penacho, as aparências; mas sem envergadura ética, sem capacidade política, sem vivência e sem bagagem técnica para desempenharem capazmente os lugares a que se candidataram.
Quanto mais tarde arranjarem coragem para dizer a cruel e dolorosa verdade aos tomarenses, pior será para todos -eleitos e eleitores.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Coiso não tem,não pode ter,a mínima noção do que é gerir seja o que for - público ou privado.

Nunca fez,nunca aprendeu a fazer.

É um ignorante funcional que debita generalidades ôcas mas,técnicamente,completamente impreparado.

É um ridículo POSSIDÓNIO...

E muito labrosta.

Luis Ferreira disse...

Estimado Prof. Rebelo

Ao lê-lo fiquei curioso a que "assédio" se referia, sendo que das suas várias categorias, desconheço de todo um qualquer que nos pudesse envolver aos dois.

Em todo o caso, de forma mais séria, relembro que tenho por moto próprio e com base, apenas em
Documentos públicos, publicado no meu blogue vamos por aqui, desde há um ano, as contas mensais das áreas
que têm estado à minha responsabilidade.

Igualmente por iniciativa minha, tenho também publicado mensalmente no mesmo blogue publico, as contas gerais da autarquia, desde o mês de Janeiro de 2011.

Faço-o na minha perspectiva do que é o serviço publico que aos vereadores compete. Sendo informações contidas em documentos presentes a reunião de câmara, considero de utilidade geral que todos o saibam.

O tempo do "secretismo" na gestão publica devia ter terminado há muito. Comigo tem sido tudo às claras, como entendo que deveria ter sido sempre.

Quanto ao assédio desconheço, sinceramente.