quarta-feira, 13 de abril de 2011

PORQUE SOMOS TODOS EUROPEUS...

Porque somos todos europeus, embora uns mais do que outros, como diria Orwel, aqui vai a tradução da mais recente crónica de Christophe Barbier, que os francófonos que ainda haja por estas bandas podem ler no original em Lexpress.fr

A HIPÓTESE DO NULO

Eis-nos chegados à hora rara em que ninguém é culpado, mesmo se tão-pouco alguém ousa proclamar que está inocente e tem razão. A hora em que os programas eleitorais exibem o seu estado de rascunhos, só para moderar as críticas. A hora em que a esquerda está longe de já ter ganho enquanto que a direita ainda não perdeu. Prepara-se uma descida vertiginosa sobre a neve, oficialmente designada campanha presidencial, cujos pretendentes sentem já a vertigem do esquiador na hora da partida.
Do lado dos cidadãos, eleitores e contribuintes, a euforia é menos evidente. Embora tentadores e cheios de boas intenções, os borrões de programas presidenciais carecem de dois ingredientes essenciais na grande política, a política dos homens de Estado: a verdade e o sonho. A verdade é que o futuro vai doer muito aos franceses. O sonho é que, a longo prazo, pode haver perspectivas risonhas para os seus filhos.
Mesmo se neste caso o futuro não é uma nuvem negra de sangue, suor e lágrimas, porque uma crise não é uma guerra, também não é um campo de rosas, mesmo que recém-abertas na estufa socialista. Não tendo a audácia de avisar os franceses sobre os sacrifícios que vão ter de fazer, mesmo se votarem à esquerda, o PS é meio escroque, meio demagogo. O projecto retocado que já apresentou não é o conhecido "amanhã barbeamos à borla", mas o tradicional "os ricos vão pagar o pincel". E o voluntarismo social que apresenta, tal como as ideias para o emprego, inscrevem-se na hipótese das finanças públicas: a má factura mata assim ainda no ovo um programa de boa factura.
A direita, por seu lado, avançando às apalpadelas no nevoeiro, também maltrata tanto o sonho como a verdade. Não consegue desenhar um horizonte para as camadas médias e populares, que já não acreditam no progresso social e temem a degradação. Não tem a coragem de admitir que a crise a derrotou, que apenas conseguiu moderá-la, sem todavia a conseguir vencer. Escolheu também, por conseguinte, a mentira por omissão e procura escamotear as sangrias que aí vêm, enquanto vai já afiando a tesoura oçamental.
A esquerda tem um projecto, mas não tem ainda candidato. A direita tem candidato, mas falta-lhe ainda um projecto. A esquerda perdeu a calculadora e não propõe qualquer financiamento credivel para o programa que apresentou, nem qualquer solução para produzir riqueza antes de a distribuir. A direita perdeu os seus valores e procura como combater a Frente Nacional sem se lhe assemelhar; como ganhar as eleições sem perder a alma. Crise de vocações contra crise de valores, os dois campos equivalem-se. A França está assim confrontada para o ano que vem com a hipótese de um empate, o que significa um nulo, da família de nulidade.
Todavia, em cada um dos campos, brilham já os cobres das fanfarras presidenciais, prometendo uma campanha durante a qual, mais uma vez, se confundirá a verdade com a comunicação e o sonho com a ilusão. Mas os franceses, escaldados por trinta anos de desilusões eleitorais, deixar-se-ão levar por uma tal estratégia de carnaval?
À direita como à esquerda, ainda é tempo de retirar as máscaras, evitando assim que as promessas de 2011 estejam grávidas dos desgostos de 2012 e seguintes.

Christophe Barbier, L'EXPRESS nº 3118, 06/04/2011, página 3

Notal final

Lá tão longe, a 2 mil quilómetros daqui, e afinal...tudo na mesma como a lesma. Mesmos problemas, mesmas incapacidades, mesmas atitudes. Razão tinha o De Gaulle, quando falava de uma "Europa do Atlântico aos Montes Urais". Paz à sua alma!

6 comentários:

Anónimo disse...

O FMI diz que vai atacar nas autarquias.
Porreiro pá.
Com as mudanças que vão ocorrer na região Tomar feicha as portas.
Questão: o encerramento do Mercado Municipal de Tomar não vai matar aquela zona e levar ao encerramento de agências bancárias ?

Anónimo disse...

O PNR completa hoje, 11 anos de vida: de uma vida de combate incessante pelo Nacionalismo, por Portugal e pelos portugueses em primeiro lugar.

Teve em António da Cruz Rodrigues o seu primeiro Presidente, ao qual sucedeu Paulo Rodrigues, eleito na Convenção de 2002. Foi em dois 2005 que o actual Presidente, José Pinto-Coelho, foi eleito, mantendo-se até à actualidade depois de ter sido reconduzido nas 3º e 4ª Convenções Nacionais do Partido.

Foram já, 11 anos de luta contra este Sistema da destruição nacional e contra toda a sorte de escassez de meios e discriminações, próprias de um partido extra-parlamentar e, sobretudo de um Partido incómodo por ser portador de uma mensagem corajosa, frontal, com forte carga ideológica e politicamente incorrecto.

A receita para a sua persistência, contra ventos e marés, de fora e de dentro, fundamenta-se na dedicação de um punhado de pessoas irredutíveis, esclarecidas e determinadas que juraram lutar por Portugal, pela sua Soberania e Identidade.

Ao longo destes anos, o PNR apresentou-se a diversos actos eleitorais, e promoveu dezenas de manifestações, actos públicos e acções de propaganda.

Muito já foi feito, mas bastante mais há ainda por fazer. Precisamos que o portugueses nos conheçam – coisa que está longe de se verificar – e que conheçam as nossas causas sem qualquer tipo de deturpação ou anátema.

Novamente à beira de eleições, num país falido económica, social e moralmente; sem produção nem orgulho, sem soberania nem perspectiva de futuro, o PNR vai apresentar-se a votos no maior número de círculos que for possível, erguendo a bandeira da urgente mudança de mentalidades e de regime. Urge correr com esta oligarquia instalada, dos políticos medíocres aos lóbis de toda a espécie, desde a banca às construtoras, e a todo o tipo de compadrios e tráfico de influências.

Lutaremos sem esmorecer por um Regime Nacional e Social; pelo proteccionismo económico, pela produção nacional, pelo emprego e pelo desenvolvimento demográfico; lutaremos pelo combate às assimetrias entre interior e litoral entre privilegiados e sacrificados; pelo combate à criminalidade e à corrupção; lutaremos pela aposta nas energias, na agricultura, nas pescas e na indústria.

Com o PNR, são prioridades, a luta pela Soberania Nacional, pela Família e pela Vida.

É assim que nos pretendemos manter: firmes e determinados, por Portugal e pelos Portugueses em primeiro lugar!

Anónimo disse...

25 de Abril, sempre!
Fascistas e fascismo nunca mais!!!!!!
PNR longa vida!
Mas sem causar problemas à democracia e aos democratas!!!!!

Anónimo disse...

AQUI MANDA PORTUGAL!

Anónimo disse...

Para nos rirmos um pouco...
vinha no Inimigo Público a notícia:

O padre Vítor Melícias declarou ao Tribunal Constitucional o valor da sua reforma, algo a que está obrigado por integrar Conselho Económico e Social (CES), tendo-se descoberto que aufere 7450 euros por mês.

Esta avultada reforma explica-se pelo facto de Vítor Melícias fazer parte dos Franciscanos, ordem religiosa mendicante que postula o horror ao dinheiro. Porém, como antes de mais Vítor Melícias é um zeloso cristão, sabe que está obrigado, seguindo as indicações de Jesus Cristo, a dar a outra face a quem o ofende, nomeadamente a quem ao longo dos anos lhe foi oferecendo tachos atrás de tachos. Assim, foi apenas por amor à religião que Vítor Melícias aceitou ser ofendido pelo salário que lhe ofereceram na presidência do Montepio Geral, tendo, resignado, dado a outra face ao salário que lhe ofereceram no Alto Comissariado para Timor-Leste e na Misericórdia de Lisboa. "Cada vez que vejo o meu saldo bancário, sinto-me, enquanto Franciscano, ofendido e agravado pelo vil metal. Mas não posso deixar de dar a outra face à rentabilidade de 5,4% que me ofereceram no banco para investir as minhas poupanças em mercados de alto risco", explicou, ao IP, o mendicante religioso.

Agora mais a sério, quando questionado sobre o valor auferido, Melícias dixit: 'Eu tenho uma pensão aceitável mas não sou rico'.

Graças a deus!!!!!

Anónimo disse...

Mais cedo ou mais tarde, acontece sempre a quem a usa.

Normalmente assumindo-se de esquerda, embora na campanha das presidenciais tenha afirmado ser também de direita, o que é logo revelador, o grande independente Fernando Nobre foi hoje apresentado como cabeça de lista do PSD por Lisboa, sabendo-se que exigiu ser candidato ainda à presidência da Assembleia da República.
Ele que ainda em 20 de Fevereiro no seu Facebook afirmou: "GARANTO-VOS, EXCLUÍ A MINHA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, NEM COMO INDEPENDENTE, NO ÂMBITO DOS PARTIDOS EXISTENTES, NEM EM ACTUAIS OU FUTUROS GOVERNOS PARTIDÁRIOS" - e até escreveu assim, em maiúsculas para vincar melhor!

E depois ficam alguns muito chateados quando eu digo que ninguém é independente...
Seja como for, neste caso de Nobre, só pode mesmo causar estranheza a quem andasse distraído ou não usasse o intelecto para o exercício de reflexão. A campanha de Nobre às presidenciais foi, essencialmente por via das suas intervenções, a mais demagógica e vazia de conteúdo, mostrando alguém sem estrutura ideológica, muitas vezes provinciano e, de lamentar ainda mais no caso do Presidente da AMI, ultrapassando muitas vezes os limites da hipocrisia - ou seja, aqui concordo com o aquilo que hoje afirmou o BE, uma enorme fraude política.

Em todo o caso, o PSD de Passos e Relvas faz-me lembrar um daqueles filmes de cowboys cómicos antigos em que as personagens passavam o tempo a acertar neles próprios. Este quer-me cá parecer que vai ser mais um tiro certeiro...