quarta-feira, 27 de abril de 2011

RODA NOVA, TUDO BEM?

Foto 1 - A nova roda do Mouchão
Foto 2- Rama de pinheiro para fechar o açude
Foto 3 - O eixo em madeira exótica
Foto 4 - Local da Roda do Hotel
Foto 5- O canal e os apoios onde assentavam as chumaceiras do eixo da roda

Graças ao excelente trabalho dos carpinteiros ao serviço da autarquia, já temos uma roda nova no Mouchão. Quase pronta para funcionar ainda antes do próximo Congresso da Sopa, no próximo dia 7 de Maio. Logo por azar no mesmo dia da Bênção das Pastas dos estudantes do IPT. Há que ter paciência. Não se pode acertar em tudo...
Quanto à nova roda, quase tudo impecável. Foram até ao detalhe de mandar repor os tradicionais 64 alcatruzes, do tempo em que a água do rio ainda servia para regar todos os canteiros do Mouchão, excepto os mais centrais. Mais tarde, com o advento da rega por aspersão, alguém entendeu que se tratava de um sistema antiquado e mandou desfazer as tradicionais regadeiras em terra batida. Pela mesma ocasião retiraram metade dos alcatruzes, ficando a roda a funcionar com apenas um por cada pá, ora o da esquerda, ora o da direita, uma vez que a água por eles trazida voltava logo para o rio, sem qualquer utilidade portanto.
Se calhar, digo eu, não seria má ideia ir pensando em restabelecer o antigo sistema de rega, mais económico e amigo do ambiente. Um excelente exemplo de aproveitamento da energia limpa, para mostrar aos alunos. Mas deve ser pedir muito...
Embora fazendo votos sinceros para que tudo corra pelo melhor, que de vergonhas já estamos mais do que fartos, há na nova roda um detalhe que é uma incógnita. Refiro-me ao eixo. (Foto 3) O anterior, que se partiu, obrigando assim a fazer uma roda nova, era em carvalho do norte. Por razões ainda por apurar, este que agora instalaram é em madeira exótica. Aguentará? Quando aqui há tempos fiz a pergunta aos responsáveis, foi-me dito que sim, porque ia ser tratado em Almeirim, em conjunto com os restantes elementos da roda, naquela empresa que trata e fornece postes para a vinha. Oxalá assim aconteça mesmo!
Aquando da construção do Hotel dos Templários - 1ª fase, no final da década de 60 do século passado, decidiu-se e bem instalar uma roda ornamental idêntica à do Mouchão, o que foi feito. Infelizmente, alguém teve então a ideia de inovar, simplificando a armação do açude tradicional, a qual exigia e exige bastante mão-de-obra. Nesse sentido, fez-se no leito do rio uma sapata em betão, já com as cavidades para as estacas, que assim se colocavam e retiravam muito mais facilmente. Correu tudo muito bem até que se constatou algo nunca previsto. Contrariada no seu percurso usual, a água do Nabão começou a escavar uma profunda cavidade por debaixo das fundações da parte poente da Estalagem de Santa Iria. A solução encontrada consistiu em desmontar o açude, que não voltou a ser armado. Sem uso, a roda viria a ser retirada mais tarde, tal como aconteceu com os barcos de recreio do hotel. Restam as ruínas do empreendimento, infeliz por causa de uma inovação insuficientemente ponderada. (Fotos 4 e 5). Donde a minha apreensão em relação ao novo eixo...

6 comentários:

FSM disse...

"Se calhar, digo eu, não seria má ideia ir pensando em restabelecer o antigo sistema de rega, mais económico e amigo do ambiente. Um excelente exemplo de aproveitamento da energia limpa, para mostrar aos alunos. Mas deve ser pedir muito...
"

Apoiado!

Anónimo disse...

Se o eixo da roda é de carvalho do norte (madeira” exótica”), ou de madeira exótica (carvalho do norte, ou outra),… oh sr. dr., francamente, … podemos dizer que está aqui uma conversa do c……( sim, daquele que estamos a considerar!...)
Mas prontos, vamos ao que nos trouxe, que viva a nova roda do Mouchão e todos quantos a puseram “em pé”! – Afinal (que descanso!), ainda há coisas boas em Tomar!...
Parabéns aos trabalhadores do Município, mais a todos aqueles que com eles colaboraram!
Da minha parte, estou-lhes grato.

alcatruz

pAULO fONSECA disse...

Quem foi o malandro e destruidor do que havia que mandou tirar as regadeiras em terra que corriam toda a ilhota? Quem foi o Malandro que deu tal ordem?

Onde estavam os defensores da TRADIÇÃO DE TOMAR? OND ESTAVAM ESSE FILHOS DA ....?
ENTÃO DEIXA-SE DESTRUIR ASSIM AS COISAS?

Anónimo disse...

O eixo em madeira exótica,de uma espécie dura estável (que não rache,nem empene),que presumo ser o caso,é sempre mais resistente que carvalho,pinho,freixo ou outra madeira autóctene.

Recuso-me a acreditar que carpinteiros que revelaram competência para fabricar e montar a roda,não tivessem todo o cuidado na escolha da espécie adequada de madeira.

Por outro lado,o tratamento hidrófugo de todos os componente revela saber por parte dos executantes.

O carpinteiro-encarregado,como sempre defendi,foi o melhor Comissário da Roda,com conhecimento de causa e sem espaventos.

Parabéns aos mestres carpinteiros!

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Apoiado Sr. "Alcatruz".

Vou nessa roda!

Anónimo disse...

E também todo o sistema de água do Aqueduto de Pegões, o uso preserva!